segunda-feira, 16 de março de 2009

Multiesporte 2009

Dessa vez a AndarIlha empolgou geral e compareceu ao Multisport 2009 com trio, dupla, solo, apoio e pacer. O Hélio, Tiago e Fabi foram no trio (se tivesse categoria mista, seriam os campeões). O Diogo e a Cíntia foram de dupla e eu fui no individual open. A Taty foi participar como minha pacer nos trechos de corrida - coisa elegante, não ?! O William, como sempre, formou a melhor a equipe de apoio que existe.

Chegamos no morro das pedras bem a tempo de ver a grande estrela alaranjada emergir do mar. Um dia espetacular e quente se anunciava e nós corríamos para pegar os kits e ajeitar os últimos detalhes.

Largou ! Minha idéia era correr junto do trio ou dupla e usar a Taty para me puxar nos últimos trechos. Saímos juntos e logo só corria com a Fabi ao lado. Encontrei uns conhecidos, papo aqui e alí e atravessamos o rio do matadeiro. Aí acordei mesmo. Seguimos pra trilha para a lagoinha, a Fabi foi tomar um gel e segui. Andei um pouco, pois não consegui ver o chão - o sol vinha de lado bem nos olhos, mas não batia no chão, ainda na sombra. Um pouco adiante voltei a correr na melhor parte da trilha e cheguei na praia em 1h6min. Nada da turma, continuei num ritmo médio pela lagoinha, subi a trilha e cheguei na transição com 1h46min depois dos 12 Km de pedreira.

Peguei a bike e fui forte até dar de cara com o sertão. Empurrei tudo morro acima e despenquei morro abaixo, cansando os dedos de tanto apertar os freios. Não abaixei o banco pra descer e quase capotei ao bater numa baita pedra. Estava sem agilidade nenhuma na MTB, mas curti bem o trecho.

No topo da estrada para o ribeirão tinha uma coca-cola gelada. Surpresa da prova, não poderia ser em melhor hora. Segui tentando não forçar no ribeirão e campeche. Ao entrar na avenida campeche percebi o pneu traseiro murcho. Parei e vi que estava a meia carga. Tentei encher o que dava e taquei lenha pra chegar logo, devia estar perto do novo campeche. A 1,5 Km de lá o Hélio me passou, grudei na roda dele e seguimos a 36 Km/h até a AT2. O cara tava babando na bike nova, fechou o trecho em 1h20. Me disse que a Fabi tinha caído na trilha e o Aracajú estava logo atrás.

Na transição comi e bebi bem, taquei protetor e segui com a Taty. Em meio as dunas duras e planas a FC estava muito alta. Devia ser o calor peçonhento que começava a atacar, então reduzi, pois o dia ainda estava começando e seria bem longo. A Taty me puxava no ritmo certo pra não me quebrar e ainda me obrigava a tomar maltodextrina com gosto de guaraná. Mesmo saíndo junto, não vi nem sombra da Fabi, que se mandou deserto adentro.

Algo estranho foi encontrar várias 'lagoinhas' no meio das dunas, transformando os 8,5 Km de corrida num bem batizado hidro-run. Várias vezes me joquei na água ou então enchi o boné para refrescar. Faltou um fotógrafo lá, a Taty correndo com água preta até a cintura daria uma capa de revista. Chegamos na rendeiras depois de 1h7min de travessia do saara.

Entrei no caiaque com dúvida se a AT4 era no hotel engenho ou na polícia ambiental. Fui entender depois que era no trapiche de barco no rio vemelho. Esta remada foi monótona, várias vezes me vi olhando o relógio para ver quando faltava. Foi só mirar num colo entre uns morros ao norte e remar sem parar. Tomei um gel, passei dois caiaques e cheguei em 1h10 min.

Aproveitei para tirar a areia do tênis e me fui pra mais 15 Km de bike nas trilhas do rio vermelho. Plano mas técnico, o percurso era cheio de areia fofa e raízes, levei dois tombos por atolar a roda dianteira e capotei dentro de um buraco logo na saída das dunas na estrada que chega no hotel engenho. O William tinha trocado meu pneu, estava tudo 10, até que na estrada senti o bicho murcho de novo. A 2 km da AT no hotel engenho, pensei em ir correndo, mas trilhas pesadas viriam. Enchi o que dava mas dessa vez o furo era maior, fui botando o peso pra frente até o hotel.

De lá saímos para a trilha que nos levaria até o rio ratones. A Taty foi me xingando morro acima, já estava com as pernas tijoladas mas ia o mais rápido que dava, mesmo assim ela parava para me esperar. Subimos muito, numa trilha magnífica. Terminada a subidona, vi morros e mais morros à frente, nem parecia que estávamos na ilha. Corremos tudo até embaixo, show. Chegamos na estrada e continuamos mais um pouco até o caiaque. Lá encontramos o trio esperando o remo (!) que ainda não tinha chegado com o transporte da organização.

Entrei no rio depois de comer muito e meti braço. Fui bem até chegar às pontes da SC. Não sei se psicológico ou não, depois da ponte na estrada para jurerê, que tinha corredeira forte de maré contra, fui cada vez pior. Parei para um gel e comecei a voltar rápido com a correnteza. Me agarrei nuns arbustos da margem, bebi e toquei. Dois caras chegaram e seguimos revezando a 'esteira'. Pelo tempo já deveria estar na foz, mas estava longe. Eu ficava o tempo todo comparando como tempo do ano passado - 1h30 - e vi que estava bem mais lerdo. Achando a corrente contra um absurdo, fui pra margem descansar. Grudei numa árvore e pensei em parar uns 5 min. Em 30 segundos caiu a ficha - tá difícil pra todo mundo, vai embora, anda !

Segui xingando aquela maré, mas resoluto em só parar de remar quando encalhasse lá no pontal da Daniela. Cheguei na transição podre depois de 1h55min para os 10 Km, tinha acabado com a água há mais de 1 hora. Peguei a bike da Cíntia, minha equipe de apoio tinha decidido não mais consertar o pneu. Segui forte pela já bem conhecida estrada para jurerê até o canto esquerdo, larguei a bike e segui com a Taty pela praia cheia. Novamente reduzi, mas dessa vez não pelo cansaço, mas por já ver o pórtico da chegada. Queria curtir o restinho da prova. Boa coisa, pensar em aproveitar o final depois de 10 horas e meia de corrida. Sinal de que a cabeça ainda funcionava.

Chegamos pulando, mar finalmente !!! Comidas, bebidas e já parecia gente de novo. Esperamos o povo, que logo chegou e comemoramos tudo. Beleza de prova.

Fechei algo em torno de 10h37min, vamos ver o resultado final. Não fiquei tão quebrado, hoje corri 12 km numa boa em 1h2min. Acho que poderia ter treinado ontem, mas a carcaça merecia um descanso. Só fiquei com as canelas torradas, pois esqueci de passar protetor no segundo caiaque e e deixei os cambitos tostando ao sol por duas horas.

O trio que tinha ficado 1h25 (!!) esperando o remo acabou ficando em terceiro lugar. Mandaram muito bem, o Hélio aloprou na bike, a Fabi tá forte como no ano passado, e o Tiago devia ter um motorzinho de popa escondido no colete. O Diogo emendou vários trechos e sobreviveu a maré mais forte que eu e o trio, a Cíntia correu direto os trechos 3,4,e 5 e mais vários, fizeram uma bela dupla mista.

A Taty foi essencial e me fez render bem, acho que teria andado bem mais nas dunas e na descida da trilha se estivesse sozinho, gostei. E o William, como sempre: apoio perfeito.

E detalhe, levamos o trio numa disputa acirrada, vejam o release oficial: "Na categoria Trio (prova feita para especialistas - corredor, ciclista e canoísta), apesar do 1º e 2º lugares tranqüilos da Camelbak / Salomon e Poanoas, a terceira posição foi uma das mais disputadas, com uma diferença mínima entre Andarilha, Mega e Unil, todas equipes locais." Parabéns mais uma vez !!!!!!!!!

Turma, foi realmente muito bom correr com vocês. Óbvio como sempre.
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Alguns números:
  • 95 Km: 26 na corrida, 49 na bike e 20 no caiaque;
  • 10 horas e 37 minutos de prova;
  • Consumi 5 litros dágua, 6 gatorades, 3 latas de coca-cola, 3 caixinhas de água de côco, 1 redbull, 12 bisnaguinhas, 3 nutrys, 5 powergel, 1 powerbar, 6 bananas, 3 pacotinhos de clubsocial e 1 pedaço de empadão de frango, se não esqueci nada;
  • Torrei 7405 calorias, disse o polar, que registrou FC média de 143 bpm.
Release oficial da prova.

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