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Leitor Rafael Pina relata sucesso de escalada dos quase quatro mil metros do vulcão Lanín, uma das montanhas mais altas da Patagônia, na divisa entre Argentina e Chile
Rafael Pina
Especial para o AN Capital
Escalar uma grande montanha sozinho, apesar de não ser o meu objetivo, sempre foi uma coisa que me despertou a curiosidade. Após muita indecisão, e de algumas pesquisas com amigos e ilustres desconhecidos, decidi partir para a Argentina, no extremo-norte da Patagônia. O destino era um vulcão de cume gelado, na fronteira da Argentina com o Chile. Lanín, uma bela montanha de 3.806 metros de altitude, que se ergue imponentemente no árido platô argentino que faz fronteira com o Chile. Em fevereiro não encontraria tanta neve como nos meses de inverno, mas também não deixaria de ser uma escalada interessante.
O Lanín está localizado entre as cidades de Junin de los Andes, na província de Neuquen, na Argentina, e Pucón, no Chile. É a montanha mais alta da região, oferecendo um visual desimpedido em todas as direções. Seu nome foi dado pelos índios mapuches, que habitaram a área no passado, e quer dizer algo como "inativo". De fato, o tranqüilo Lanín contrasta com o vizinho Quetrupillán (Villa Rica) que exibe uma cratera fumegante em seu topo e, de tempos em tempos, entra em erupção....
Mas depois parei por um tempão, 18 anos ;-). Acabei achando umas velharias fotográficas, e dentre elas três do primeiro e único triathlon que fiz até 2009. Foi um sprint (short) em jurerê internacional, da Atrisc, embrião da Fetrisc. Foi em 17/março de 1991. Sei disso porque a camiseta da prova (a das fotos) ainda existe. Abaixo as relíquias, não lembro o tempo nem resultado... Me meti nessa enrascada por influência do Jacó, e creio que o fotógrafo era o Jason.
Natação sem toca e de calção.
Corrida. Pra isso eu treinei um bocado com meu amigo Jacó. A passada parecia boa ;-). Reparem que ainda tinha bike no circuito, então eu não fui o último, hehehe.
Pedal creio que na junção dos jurerês, para o internacional. O mesmo asfalto de hoje, mas o capacete era de isopor puro, a bike uma caloi 10 de uns 10 anos com 10 marchas e os passadores no quadro, e claro, nada de bermudinhas de lycra. Usei a bike até partir em dois pedaços num tombo.
Dia de longo de bike, mas com a chuva itinerante que estava desisti da speed e voltei pra casa. Marquei com o Adriano às 10 horas e fomos de mountainbike pra lagoa, subir o morro e decidir o que fazer. Fizemos a subida até onde tinha asfalto e aí começou a parte boa. Subimos a estradinha até a rampa de vôo livre antiga (em ruínas). O pedal foi excelente, estava tudo bem seco apesar da chuva que pegamos na volta da rampa, que só durou poucos minutos.
Lembrei o quanto eu gosto de pedalar fora de estrada. E lembrei como a minha bike é pesada, com o quadrão 19 de cromo e guidão de 5 kilos. A subida do morro da lagoa foi puxada, senti as pernas funcionarem. Aí subimos pra rampa e no fim do asfalto veio aquela maravilha de estrada de terra. Subidinhas fortes e descidas alucinadas na terra esburacada, uma beleza. Fiquei satisfeito em ter pedalado tudo numa boa com a relação torta da bike e sem treinos de morro. Depois de apreciar o visual lá de cima voltamos na chuvinha, encontramos o Aracajú e a Cínthia na beiramar se recuperando de um tombo mútuo e seguimos pra casa. Quando vi que só estava com 2h10 de pedal toquei pra fechar mais uns 10 km, totalizando 51 km de um belo treino de força e com visuais ímpares da ilha.
Concluí duas coisas: preciso de mais trilhas de bike (na verdade, estradões são melhores). E preciso de uma MTB nova (pra ficar apto pra trilhas de verdade). O que o Adriano fez abaixo eu não me arriscaria com o meu chumbo.
Hoje a natação foi sensacional. Nunca antes na história desse país eu vi golfinhos tão perto da praia e em número tão grande. Menos de 50 metros de onde estávamos a iniciar o treino, montes deles, uns 12 ao menos no olhômetro, estavam lá brincando e caçando. Formavam um cerco perfeito, saltando e batendo as nadadeiras e os peixes apavorados pulavam no meio. Pena não ter uma câmera pra filmar aquilo, num mar de azeite e azul, sob céu mais azul ainda e sol forte.
Aí começamos a nadar, 1000 metros de ida até o Taikô em bom tempo e volta em mais 20 min, quase consegui acompanhar o Marcos até o final. Temperatura já dispensa o wetsuit, fomos só no pêlo e foi excelente, já que semana passada tinha passado calor na água (!). Fim da água, fomos para o pedal.
Saímos com umas núvens estranhas e já no retorno da Daniela começou uma chuva fraca, que ficou forte rapidamente. Eu ia por último, e vi quando um ônibus jogou muita água sobre o Palhares e o Marcos, que praticamente pegaram um 'tubo' no asfalto, água oleosa, eca ;-). Pouco depois furou o pneu do Marcos, paramos e aí então começou o ritmado pra valer. Ali já não tinha chovido e o sol voltou com força. Grudei que nem carrapato na roda, o Palhares puxando o tempo todo e fechamos os 30 km de ritmo numa média muito alta. Beleza de treino pra começar o finde, preparar para o próximo e então para o outro próximo, quando tem o sprint triathlon de Garopaba.
E trabalhado. E aproveitado. Ufa, tá acabando mas ainda cabe um post :-)
Sexta-feira sai pro longo (se é que 15 km é longo) de corrida, tranquilo numa boa pra não ferrar com o sábado, corri quase tudo na grama e terrinhas ao lado da pista na beiramar de SJ. Aí no sábado rolou um treino de natação show. 30 minutos pra aquecer e então três sequências de uns 500 mts com trabalho de entrada e saída da água, sob as orientações do coach. Muito legal prestar atenção a detalhes e pegar as dicas tão importantes para provas curtas, onde em quaisquer '30 segundos' tem pódio em jogo.
Fizemos os blocos de entrada e saída em grupos de 4 pessoas sob olhares atentos dos demais, altamente instrutivo. O Sérgio Lopes ainda foi pra dentro dágua fotografar e pegou algumas cenas impressionantes, pessoas correndo quase sobre a água, vejam se identificam os indivíduos ;-)
Galera voando pra entrar na água, foto do Sérgio
Depois um pedal de 42 km no ritmo (de arder as pernas destreinadas) e então uma corridinha moderada de 6 km pra terminar de começar o dia, onde fiz um progressivo de novo sem olhar pro relógio, só na percepção e foi legal, todos os kms mais fortes que os anteriores, fechando a 3:55.
Hoje fiquei em casa até as 12 hs, quando saí solo pra um pedal de 80 km em Santo Amaro. Sem paciência de ir pra SC de novo, fui pras bandas das retas desertas de carros e povoadas de bois de Santo Amaro e Varginha, maravilha pra pedalar num dia sem vento (quase) e sem sol. Só peguei uma chuvinha de molhar bobo na volta, só que bem nos 4 km de BR-282, atenção total. Depois fiz uma transição rápida pra almoço atrasado e então mais 2 horas correndo atrás do Arthur no parque de coqueiros ;-). Ufa.
Estou pra ver coisa mais eficiente pra melhorar a velocidade na corrida do que esses treinos intervalados semanais. Antes detestava, hoje já sinto falta e fico com a consciência pesada quando perco um. São difíceis e doídos, mas quando chega o dia do intervalado é por o tênis, carregar o treino no carrasco garmin e sair com a determinação de completar mais uma sessão.
Na proposta desta quarta eram 3 km de aquecimento progressivo e duas séries de 8x400 mts, mais 1 km solto que esticou um pouco. Como todos sabem, a série trata de realizar os percursos no pace desejado, descansar um tiquinho e sair de novo, coisa muito facilitada com um gps pra controlar. Hoje o treino era um pouco diferente, 400 num pace forte, saindo a cada 2min10seg. Belo treino, só atrapalhado levemente pelo vento nordeste que complicou alguns tiros além do necessário. Sem graça nenhuma.
Agora um pouco de utilidade pública: o funcionamento do modo de treino avançado no garmin parece coisa
desconhecida por parte do povo que usa os bichinhos ;-). É bem simples, sendo possível programar o sofrimento treino no PC ou direto no relógio (coisa que eu prefiro). Basicamente, é necessário criar um treino e então executá-lo. A tela de dados é esperta o suficiente para colocar as informações mais relevantes do tiro, assim se o objetivo é percorrer uma distância num dado pace, a tela mostra a distância para completar e o pace médio do tiro, muito fácil. Aí o dito-cujo apita para parar e entrar no intervalo de recuperação e apita novamente para começar o novo tiro. Vamos ver se consigo ajudar:
No modo corrida, vá ao menu principal
Escolha Training (Treino se o garmim estiver em português lusitano)
Escolha Workouts (acho que é exercício)
Escolha Custom para programar um intervalado. A opção Interval é muito simples e de pouco uso
Crie um treino novo em New. Ele nomeia sequencialmente os treinos de run00 até run99 (acho, não cheguei lá ;-). Você pode editar o nome se quiser, basta selecionar o campo e ter paciência.
Até aí só foi criado um treino. Eles são feitos de várias etapas numeradas, cada uma podendo ter a duração definida por alguma variável (tempo, distância, etc) e ter uma meta (pace, velocidade, FC). O garmin emite os beeps dizendo pra você ficar dentro da meta programada, de forma que é bem fácil tentar manter o ritmo proposto. Aí você vai adicionando as etapas, e para criar os intervalados, use uma etapa especial de repetição para indicar um 'loop' na execução do treino, que basicamente vai seguir todas as etapas programadas até a própria etapa de repetição, criando o loop. Assim, por exemplo no treino abaixo:
3 km aquecimento, pace de 5:30 até 4:30
16 x 400 mts, intervalo de recuperação de 40 segundos, pace de 3:40
2 km solto
Faríamos o seguinte:
Edite o primeiro step do treino, escolha Distance no campo Duration, preenchendo o valor com 3 km. Escolha a meta colocando Pace no campo Target. Aí então defina Custom para selecionar o pace mínimo e máximo desejado, de 5:30 até 4:30.
Crie outro step com Duration Distance e preencha a própria com 400 metros. Escolha a meta colocando Pace no campo Target. Aí então defina Custom para selecionar o pace mínimo e máximo desejado, de 3:45 até 3:35 (pra ficar no meio, 3:40 ;-)
Crie um step e no Duration coloque Time, para indicar o tempo de intervalo, preenchendo com 40 seg; Deixem sem Target;
Crie um step e escolha repeat para o Duration. Em Number of Reps, escolha a quantidade de repetições, 16 no caso. Aí diga até onde o fluxo do treino tem que voltar, ou seja, Back to Step preenchido com 2 (step 2 é onde inicia o tiro de 400 mts, depois tem o intervalo e aí então repete).
Crie outro step com Duration Distance e preencha a própria com 2 km, deixando sem Target (porque é pra soltar, não continuar se matando).
Pronto. Agora pressione Mode para voltar à tela dos treinos. Para começar, basta selecionar o treino e escolher Do Workout e pressionar Start. Assim que terminar, soa uma musiquinha e você pode voltar a ser uma pessoa livre novamente ! Se não esqueci nada, era isto. O mais comum é ir editando os treinos e guardando os mais frequentes só pra ajustar os steps...
Agora, uma superprodução !! Tive a paciência de programar o treino debaixo da câmera (só errei no pace do aquecimento de 3 km, mas não vou fazer de novo). Vejamos como ficou:
Fazia tempo que não inventava um treino desses, ir de bike, correr e voltar pedalando. A última vez acho que foi ali mesmo, no Parque Ecológico do Córrego Grande. Como tive compromisso de manhã saí no sábado a tarde às 15 hs pra um treininho de duatlhon invertido. O sol estava forte mas o vento nordeste absurdo deu conta de refrigerar o motor. Ô vento danado, coisa horrível. Floripa, a ilha dos ventos uivantes. Na ida as bandeiras do lago das pontes estavam quase saindo do mastro, hehe. Pensei seriamente em voltar e ir pelo sul, só pra não demorar tanto, mas segui em frente e descobri que não tenho mais perna pra pedalar de MTB. Algo muito estranho está acontecendo, mesmo com o banco na altura certa, senti bastante a musculatura atrás da coxa. Incrível como a posição da contra-relógio e da MTB exigem uma mecânica totalmente diferente.
Bom, o parque. Correr ali é uma maravilha, um bolsão de mata no meio da cidade, praticamente plano e com uma pista de 1,2 km de terra batida lisinha. Dá pra avistar inúmeros pássaros, ver jaboti, tartaruga, coelho e patos, se tiver sorte o jacarezinho. Dessa vez também vi um mico-miniatura e uns lagartos dentro das trilhas, que são minúsculas mas muito bonitas e corríveis. Céu azul e temperatura boa, mata verde, perfeito pra correr, simplesmente porque é bom. Sem preocupação com tempos, ritmos (que sairam até razoáveis). Um lugar daquele deveria ser mais explorado pra isso. Quase não vi ninguém correndo. Quem mora lá perto não sabe o que está perdendo, um terreno mais macio pra corrida, livre de barulho, carro, poluição. Quem mora longe (eu aqui) pode ir de bike e voltar, ou então emendar um passeio com a família (se bem que vão ficar cansados de olhar os loops). As voltas fechavam aproximadamente 1,7 km com as trilhinhas e fiz 7, só faltou água pois fiquei com preguiça de voltar lá na entrada pra pegar na bike.
Início de uma das trilhas
Não sabe se corre ou fotografa a própria cara feia
Nunca corro com o celular, mas como estava na bike e achei que teria dois quando voltasse, levei ensacado no bolso da bermuda de ciclismo. Ficou bom e consegui fazer umas fotos de corrida, coisa rara. Tudo fechou aproximadamente 2h20 de treino, com 32 km de pedal eólico na MTB e 11,5km de corrida. A ida na beiramar foi ridícula, nem 18km/h conseguia. A volta foi pouco melhor mas não muito, pois desidratei e cansei um pouco, e o caldo de cana de novo não estava lá, absurdo. Excelente !!
A natação é a modalidade onde eu mais facilmente vejo os altos e baixos. Normalmente associo isto ao cansaço, só que talvez não seja o cansaço mesmo, e sim o desleixo com a técnica que advém dele. Dias bons e ruins (na percepção e nos tempos) tem se alternado constantemente, e eu vejo que tem a ver com cair na água já meio podre.
Hoje concluí o óbvio, que o que manda mais é a técnica. Claro que a gente já sabe, já ouviu, levou bronca e leu. Mas dessa vez foi experimentar diretamente o resultado. Explico.
Não corri ontem, então corri hoje e fui nadar. Foram só 10 km, mas corri moderado e fui direto pra piscina. Não estava desnutrido, pois me alimentei antes de correr e tomei um GU depois. Entrei na água já querendo sair e com preguiça da série de 10x100. Aqueci e fiz 600 de braço já convencido de que estava mesmo cansado e não ia dar em nada, mas já que estava com o pé na água mesmo continuei, além do mais melhor um treino ruim do que nenhum ;-). As primeiras 5 repetições foram horríveis, todo torto e cansando muito, fazendo força mesmo. Estando cansado qualquer forcinha já cansa ainda mais. Os tempos ficavam em 1:40 alto.
Aí tomei um 'pito' da professora, pois estava 'arrastando' as pernas, batendo-as em descompasso com as braçadas e ainda por cima não estava finalizando a braçada direito. Ok, fui lá corrigir e foquei em fazer certo, sem preocupação com o tempo. Eis que as outras 5x100 sairam mais fáceis na percepção e melhores, todas em 1:40 baixo, a última 1:38. Melhorar de 6 a 8 seg/100m é MUITA COISA, principalmente com a série no fim do treino. Donde concluo que preciso urgentemente dar um jeito de passar uma temporada na piscina com o Roberto na borda, corrigindo a infeliz, quer dizer, a técnica. Vamos ver se nas férias escolares rola.