quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Registros e vida útil de tênis


Fiquei intrigado com um post no blog do Lucena. Ele disse que aposentou um tenis com 900 Km rodados. Isso me levantou duas questões: um tenis aguenta isso tudo ? Como é que ele registra esse tipo de coisa ?

Já tinha começado a marcar numa folha dados básicos dos treininhos, distância, tempo, bpm, etc. Só que tem que ter muita paciência pra ficar montando excel pra isso e lembrar do tenis usado também. Então fui fuçar um pouco e achei alguns serviços online que servem para registros das corridas, treinos, etc. O melhorzinho parece ser este aqui: http://www.winningstats.com/default.asp.

Muito leve e simples, o site tem bastante coisa, vários relatórios, gráficos, etc. É fácil inserir um treino ou corrida, e apontando qual o tênis usado, o negócio vai calculando a quilometragem acumulada. Dá a quilometragem semanal, tempo acumulado, ritmos, tudo. Aí fica fácil. Vou tentar usar.

Já sobre os tênis: cansei dos DMX 10 da rebook. São excelentes pra descida e não vejo amortecimento igual na parte da frente do pé em outros modelos, mas são pesados e o solado é uma porcaria. Desgasta muito rápido, de forma que estou com 2 'meios' DMX, com alguma parte das bolhas furada em algum dos pés. Fora isso é muito forte e gosto deles pra trilhas. Já pra asfalto, o DMX novo esfolou tanto num longuinho de 18 Km que vou deixar o dito guardado pra terra antes que comece a vazar também e eu fique com 3 inutilizados. Ainda uso os furados pra treinos de terra ou leves, em distâncias curtas. Não chegaram a 300 Km de jeito nenhum (no olhômetro, mesmo sem registros).

O Mizuno Wave 8 é imbatível pra asfalto, e aquele solado X10 ou coisa parecida não acaba nunca. Assim, de volta aos Mizunos !

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Só chove


Os últimos 3 treinos foram debaixo de chuva. Hoje depois de ver a chuva cair o dia inteirinho, resolvi arriscar uma saída com o meu amigo Jacó.

Corremos todas as praias de coqueiros, bom abrigo, palmeiras, itaguaçu, do meio, da saudade, pulando todos os esgotos alargados pelo aguaceiro que caiu. Num dos pulos o pé de impulso desmoronou a areia e quase comi silício poluído. Pegamos pouca chuva dessa vez.

Totalizei uns 10 Km com muita areia e morrinhos em 52 min, a 160 bpm. O Jacó acrescentou mais uns 4 Km até em casa. Inventamos assim um treino cross-de-força-moderado-de-alto-desnível. Bom pra ir pras planilhas de treinamento.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Travessia do cerro torre


O cerro torre é uma das montanhas mais díficeis e ameaçadoras que existem. Prova disso é a quantidade minúsculas de pessoas que já o escalaram versus a quantidade de tentativas.

Não satisfeitos por escalar o monstro, alguns escaladores conceberam uma travevssia passando pelos cumes segundários do torre, nos idos dos anos 80. Até hoje ninguém havia conseguido a façanha. Até uma dupla encarar vários dias de bivaque gelado, pouca comida, exaustão, longas noites e exposição extrema.

Estou postando isso aqui pois tem relação com o comentário de ontem sobre limites... Que realmente só existem para serem empurrados cada vez mais pra longe.

Notícia original aqui.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Distâncias são relativas. O tempo também é.

Soube que a classificação de algumas provas em que já me meti era de ultra-maratona. Achando que isso era coisa daquelas provas absurdas de mais de 100 km, fui conferir. A definição me encaixa nesta classificação: A maratona é uma prova de corrida com 42.195 metros. Qualquer coisa acima disso é uma ultra-maratona. Óbvio e natural.

Maratonas são a meta máxima para muitos corredores, trotadores ou caminhantes. Impossível para alguns, que não entendem como é possível correr mais do que 2 Km. Mas para outros, uma maratona não é longa o suficiente. Não tem desafio suficiente. Não demora tanto quanto deveria. Parece que é preciso algo mais. Às vezes, muito mais.

Quando eu comecei a correr, percorria 7 Km na beira-mar, ida e volta, e achava um absurdo correr 10, 15 Km. Não tinha a menor intenção de participar de competições, era só pra manter o pique para as escaladas e trilhas. Naquela época correr numa trilha era tão ilógico quanto fazer uma maratona, trilha era pra ser caminhada calmamente, poderia torcer o tornozelo.

Acontece que as coisas evoluem. Vamos nos aprimorando, medindo as distâncias e os tempos, lendo e ouvindo histórias, e aí concluímos que não deve ser lá tão difícil. Quando uma meta fica na minha cabeça por muito tempo, parece que não existe nada depois dela, mas aí quando ela finalmente é atingida, a primeira coisa que eu penso é: tá, e agora ? O que mais ? Qual a próxima ? Será que conseguiria ir mais ?

Numa travessia de Laguna pra Floripa vínhamos conjecturando sobre qual seria o limite. Andar 50 Km com mochila num dia ? Das 8 até as 22 horas ? Porque se sempre terminávamos quer dizer que dava pra ir mais um pouco, mais tempo. Na verdade essas provas onde competimos apenas para terminar e curtir (ainda não tenho pretensão de conseguir ganhar algo desse tipo :-) são tentativas de saber onde é que está o limite - físico, fisiológico, mental, de paciência.


Depois de uma maratona arduamente terminada - daquelas de não andar direito no dia seguinte - você já não acha tão anormal quando um amigo te convida para uma prova de 50 Km, mesmo que seja subindo e descendo o morro da igreja. Ou então correr por 20 horas numa prova de aventura (tem doidos que correm vários dias ! Que absurdo !).

Mas fica sempre a dúvida, pois isso jamais foi feito (por você). Se você entrar já era: se terminar vai querer melhorar, se não terminar vai querer consertar no próximo ano. Mas aí aquilo já é conhecido, então é necessário alguma coisa além, o que faz o ciclo se perpetuar. Pode-se alegrar as coisas ao correr essas mesmas distâncias, e maiores, em trilhas ? Sobre predregulhos ou em areia fofissíma ? Com um bom pedaço sobre dunas ? O que já era duro fica pior, pois a distância é a mesma mas tem desnível o tempo todo, o piso irregular e a utilização de músculos desconhecidos.

Isso nos traz aos 100 Km absurdos lá do início, das corridas de aventura de vários dias... Absurdo pra quem ? E por quanto tempo esse alguém vai considerar alguma coisa absurda ? Pois hoje já tem provas de 100, 200, 24 horas, sei lá mais o que, corridas do saara, antartida, 5 dias na amazônia, corrida de aventura de 1000 Km. Um absurdo era fazer a volta a ilha em dupla e nossos amigos desmiolados foram lá e fizeram.

No final é tudo sobre achar os limites. Pra quê eu não sei bem, de preferência pra ultrapassar o que julgávamos ser (mas se foi ultrapassado não era) e continuar a busca. Indefinidamente. Aí é que está a graça: perseguição aos próprios limites. Nessa altura já não importa a distância e o tempo, pois realmente são relativos. O que importa é a experiência e a vivência adquiridas, o limite empurrado cada vez mais lá pra longe.

Alimentação para provas de resistência

Este é um tópico que muito me interessa. Principalmente porque de vez em quando consigo estragar uma boa preparação com alimentação inadequada, exagerada ou inexistente.

Os maiores estragos foram churrasco na véspera de uma maratona e não jantar no dia anterior ao desafio praias e trilhas. Nestes dois casos, praticamente me arrastei pra terminar depois de passar realmente muito mal.

Acho que tenho tendência a exagerar. Como sempre acordo em cima da hora, tomo café da manhã muito perto da prova. Quando existem postos de abastecimento, sempre como mais do que deveria e não deixo passar um posto dágua. Consigo mesmo ter fome durante a prova, ou é algum mal estar confundido com fome, até trocar a pseudo-fome por um a sensação de estufamento e não conseguir mais nem beber água.

Depois de muitos acidentes digestivos, o que já consegui aprender, e que funciona para mim (mas não necessariamente pra você !) é mais ou menos isto:
  • Não comer carne nos dois dias que antecedem a prova;
  • Na véspera, abusar de carboidratos, sem exageram em temperos. Pizza quatro-queijos não pode. Não ingerir muita salada. Frutas sólidas ok;
  • Antes da prova: pão integral, banana, iogurte, no mínimo 2 horas antes da prova;
  • Durante: powergel e água. Em provas mais longas, adicionar maltodextrina, banana-passa, pão, bolacha água e sal, laranja. Nunca comer melancia com gatorade verde em grande quantidade.
Dicas encontradas no artigo "15 Simple Ways To Improve Your Athletic Performance Right Now". As melhores:
  1. Ingerir 400 ml de líquidos por hora;
  2. 300 calorias/hora de exercício. Não adianta comer o que puder, pois só vai causar indigestão;
  3. Não ingerir açucar simples, mas sim carboidratos (complexos também);
  4. Além de 2 horas, repor proteína também;
  5. Usar mais liquidos do que sólidos. Óbvio, tentem mastigar correndo...
  6. Repor eletrólitos;
  7. Essa é a melhor: nunca testar um suplemento na prova !!
  8. Repor muito carboidrato e proteína após a prova para não destruir os músculos;