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Ok, já sabem no que deu a prova :-) |
Uma prova inédita, onde eu não tinha a menor ideia do que esperar em termos de tempo e resultado. Não conhecia o lugar nem o percurso, e ainda fui direto pra largada sem assistir o congresso técnico no dia anterior. Tudo pra dar errado ? Não, tudo pra ser diferente, estimulante e divertido.
Muito legal entrar numa prova sem saber nada. Alinhando pra largada fui descobrir pra que lado seria a corrida e ali vi ao longe o morro que enfrentaríamos na bike. Bom demais ! O Cross Triathlon de Taquaras, primeira etapa do circuito catarinense, rolou neste domingo na praia em Camboriú. Distâncias mais ou menos de sprint e percurso em trilhas totalmente desprovido de partes planas. Um dia de sol e calor relativo, vento nordeste forte e um monte de doidos juntos.
Saí de Floripa junto com o Luiz e chegamos tranquilos ao local da largada às 6:40, arrumei as tralhas e peguei os kits com o Charles. Deixei a bike na transição e descobri como invadir o banheiro do hotel em frente sem ser detectado, que se mostrou bem melhor que o químico para os preparativos pré-largada.
A largada foi em 'downhill' para o mar, dada a inclinação que era a areia da praia. O mar é daqueles que 'encaixota' na beirada, de forma que aos primeiros passos todo mundo já caia de cara na água. Pauleira típica até a primeira boia, um cubo inflado branco de 2 ou 3 metros de altura, um marco perfeito para sinalizar natação. Depois o ritmo normalizou e saí da água nadando até raspar a barriga na areia com 13:21 e 780m no GPS. Fiz a transição um pouco lerda, pois me enrolei pra tirar a roupa de borracha e pra por a sapatilha (nunca tentei calçar a sapatilha de mountainbike pedalando, então não seria ali a primeira vez).
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T1 atrapalhada |
Saí pro pedal no trecho de 1,3 km que nos levou subindo até o começo da estrada de terra que subia mais ainda, e depois fazia uma curva pra então subir bastante, e aí ficava num plano curto e despencava pro outro lado. Essa descida era bem técnica, cheia de pedras grandes e valetas de água, mas uma curva bem fechada era fatal. Vi vários acidentes ali, uns 2 ou 3 esborrachados em cada volta. Não tem jeito, em prova técnica, a velocidade não justifica um estabaco, ainda mais naquelas condições. Depois vinha um trecho plano de terra e um pedaço de asfalto de novo, passando ao lado da barra sul e debaixo do bondinho, para então pegar mais subida e chegar na terra de novo, abrindo a segunda volta.
Durante uma subida mais azeda fiquei pensando que eu achava sprint uma prova esgoelada. Continuo achando, mas agora tem que ser cross. Coração na boca o tempo todo, fiz o pedal com fcmédia de 164, que é o meu limiar. Durante a primeira volta eu pensei em onde é que poderia comer o gel que tinha trazido. Não vi muita oportunidade, ou era grudado no guidão na descida ou subida, consegui no pequeno topo na estrada de terra e foi só ali.
Após de terminar a parte de terra pela segunda vez segui para a transição junto com um outro atleta que eu viria a conhecer depois, conversando sobre que louco o povo estava pra descer daquele jeito e se arrebentar todo numa prova tão curta.
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Antes de chegar na terra |
A T2 saiu bem rápida e me mandei pra corrida na praia de areias movediças. Lá comecei a passar gente, aí passei mais alguns na primeira trilhinha e então saímos no asfalto, uma rampa deveras inclinada onde andando rápido passei mais um que 'corria'. Aí entramos na melhor parte da trilha, já bem técnica, que descia até o outro lado do morro, no costão na beira do mar. Lá estavam dois staffs anotando o número, e na falta de um cone dei a volta neles e me mandei de volta pelo mesmo caminho. Um vai e vem danado de gente num
singletrack bem legal e bom pra dar uma colisão. Infelizmente a trilha acabou rápido e veio a piramba asfaltada até a trilhinha, quando eu ouvi passos se aproximando rápido. Um atleta me passou mas não abriu, fiquei a espreita e no começo da trilha já passei de volta e forcei pra distanciar na a praia, onde visualizei o atleta com quem terminei o ciclismo. Estava mais perto do que antes e tentei me aproximar mais, só que não deu. Beleza, terminei a prova em 1h20 muito satisfeito.
Show de lugar, organização, de percurso, de mar e de público. Vários amigos reencontrados naquele ambiente único que é um pós prova. O Charles de primeira viagem fazendo estréia bonita, o Deco que veio dos pampas nadar no 'nosso mar' :-) e uma galera empolgada demais. O Daniel Meyer botando a família TODA pra correr é uma inspiração a parte, ver o pai dele de 72 anos na prova é sensacional. Certeza para o próximo ano.
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Junto com o Luiz e o Ribamar no pós prova |
E eis que saiu um resultado, 2º lugar na categoria a 18 segundos do campeão - foi o atleta citado ali em cima, que fiquei sabendo ser o Ribamar. Ele mandou ver depois de ter competido no dia anterior no GP20km, prova duríssima em trilhas na mesma região. É fera e muito gente boa, e tem na corrida o ponto mais forte; fiquei bem feliz por ter conseguido acompanhá-lo.
Grande competição, ótimo lugar e belo dia. Melhor só se durasse mais. A única reclamação fica por conta da distância. As anunciadas ainda pela manhã eram 18 de bike e 5 de corrida, só que saiu 13 de pedal e 4,3 run. Nada contra distâncias pequenas, ainda mais naquela altimetria, mas prefiro saber exatamente o que vou fazer. A natação foi certinha.
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Bebemoração noturna |
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A Naida como sempre teve que enquadrar o pessoal na largada |
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Segunda volta, indo pra trilha. |
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Essa foto gerou um concurso para descobrir que diabos eu estava fazendo com a roupa nessa hora.
Além disso, devido ao ângulo inusitado, parece sugerir problemas capilares que não existem.
Trata-se de ilusão de ótica provocado pelo sol associado à água do mar e vento. |
Fotos do Felipe Manente, Amigo do Charles, da organização e minhas.