Isto funciona basicamente porque o modelo de resistência do rolo é conhecido e foi levantada a equação que relaciona potência com velocidade. Pelo que li isto não é acaso mas foi algo buscado e procura simular um cenário hipotético de um ciclista numa bicicleta num percurso plano sem vento ao nível do mar, etc, etc. O material que descreve isto é bem interessante.
A relação da potência com a velocidade se dá através de uma equação cúbica, e o que o ciclo da kinetic faz é simplesmente aplicar a equação à velocidade medida e mostrar o valor resultante em Watts. Só que o ciclo só mostra as variáveis instantâneas e médias, sem histórico e possibilidade de transferir os dados para o computador. Acabei não comprando o bicho junto do rolo.
Ao começar a treinar com o rolo, por algumas vezes eu coloquei um cateye velho na roda traseira pra ver a velocidade, mas focava mais na FC e cadência e acabei parando de usar o cateye. Até que tive a ideia de comprar o sensor de velocidade/cadência do garmin a aproveitar a capacidade de análise do garminconnect. O equipamento é muito bem bolado e mede num sensor o giro do pedivela e no outro o da roda, transmitindo tudo por ANT+ para o garmin 310XT (também funciona com a linha EDGE e 305 e modelos mais novos).
Então o resultado é o segiunte: eu coloco a bike com o sensor de velocidade no rolo e mando ver no treino. Depois, é preciso baixar o arquivo TCX do garminconnect, que na verdade é um XML contendo todas as medidas registradas (7 em 7 segundos no modo de economia de espaço). Então é preciso converter o XML para Excel e acessar a planilha que contém os pontos. Mas ainda tem que converter o formato da coisa, e então jogar as medidas de velocidade 'instantâneas' na equação do rolo, obtendo assim as potências instantâneas e se necessário as médias.
Até pensei em escrever um software que faça toda operação automaticamente e gere um arquivo do Excel direto, mas além da trabalheira, fiz umas simulações no Excel mesmo e concluí que com um treino típico, onde mantemos trechos constantes, a diferença entre aplicar a equação à média de velocidade ou fazer o cálculo de potência sobre cada amostra e então fazer a média é muito pequena, menor do que 2 %.
Os dois últimos parágrafos servem para dizer o seguinte: basta baixar o arquivo dos laps do treino diretamente do garminconnect e jogar no Excel com a equação da potência e obter as leituras de potência nos vários intervalos do treino. Muito interessante e prático, mais que o ciclo da kinetic na minha opinião, pois fica tudo junto no mesmo lugar. E na hora do treino em si, para focar numa dada faixa de potência basta verificar qual a velocidade representa aquilo e se guiar por ali. Números são números, as unidades são relativas ;-).
Fiz uma experiência recente. Realizei o treino da terça-feira normalmente e procurei variar a cadência no último intervalo de 10 minutos, baixando apenas uma marcha. O resultado foi bem interessante e mostra como as variáveis são dependentes, pois a cadência 5 RPM abaixo produziu mais potência com uma FCmédia 12 bpm menor. Claro, as pernas queimaram mais. A planilha abaixo mostra os intervalos principais destacados:
Linhas marcadas são blocos de 10 minutos |
Esta equação funciona com qualquer rolo?
ResponderExcluirFala Rodrigo !
ResponderExcluirO modelo de cada rolo é específico, se você tiver a equação da resistência do teu rolo, sim.
Cada um tem uma e é conhecida do fabricante e também de algumas empresas que fazem software para fazer isso aí que eu fiz na 'unha' de forma automática...
Abraço