segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Tri Day Series - Florianópolis 2019


Muitas coisas diferentes e inéditas numa prova na distância olímpica sem vácuo. Aconteceu nos ingleses, mesmo local do 70.3. Muito interessante fazer um olímpico daquela forma, com 8 subidas fortes e 8 retomadas no ciclismo. Seria um bom teste de FTP :-).

A prova é extremamente bem organizada e desde o ano passado fiquei na vontade de correr. Dentre as coisas muito diferentes estavam não ter corrido nas últimas 7 semanas. Apenas trotrei/caminhei 30 minutos na segunda feira. A outra novidade foi largar no seco, sem natação. O mar estava grande e revoltado, de forma que a organização corretamente cancelou a natação.

Largamos em time trial a partir da colocação das bikes nos cavaletes, então acabei ficando no meio do bolo. A cada 10 segundos 4 alucinados partiam correndo para pular na bike. A outra coisa nova foi ter largado de sapatilha calçada, pois havia um pouco de grama e um trecho bem curto de lajotas até a linha de 'monte'.

Ao sair em disparada empurrando a bike me veio à cabeça que nunca havia tentado pular na bike com a sapatilha nos pés. Acabei parando pra encaixar um pé e sai tentando encaixar o outro pé enquanto o pedal girava. Logo entramos na SC403 e a prova começou.

Foram 4 voltas de 10 km com o morro dos ingleses no meio. Muito interessante. A potência vai pros espaços e a perna é quem manda, pois é preciso dosar bem desde o começo. Como a atrasou para organização da nova largada, um vento que não havia passou a existir. Raramente vento me desequilibra no ciclismo, mas a descida em direção à SC401 estava bem divertida com vento de lado empurrando e sacudindo a bike. Difícil ficar clipado na descida, mas difícil não ficar pelo desperdício de velocidade grátis que se tem. Então era ficar e bem atento.

Depois de uma volta acabei entrando em regime permanente e comecei a passar bastante gente, não sei se mais de dois me passaram no pedal todo. O final foi bem divertido com uma chuvinha que só molhou o lado de lá do morro, aquele o ventoso.



Ao chegar na transição fiz uma trapalhada e fiquei com os pés de um lado da bike pra pular correndo muito antes do 'desmonte', de forma que a bike perdeu velocidade até quase parar. Como ainda estava a uns 20, 30 metros, resolvei voltar a pedalar, o que só rendeu umas 3 pedaladas até ter que desmontar de verdade, mas aí foi em cima da hora e quase deu com os burros na lajota. Saí perdendo sapatilha todo errado em direção à T2 e logo vazei correndo.

A grande incógnita era a corrida. O ritmo foi o que as pernas quiseram que fosse. Corri sem olhar relógio e já com uma certa apatia até o km 3, qdo vi o Roberto e o Rodolfo travando uma batalha épica. Ao ver o rosto do Roberto fazendo força, criei vergonha na cara e passei a fazer força mesmo que isso não se traduzisse em velocidade. No mínimo o máximo, sempre, é isso que o mestre nos inspira.



Até que foi decente nos primeiros 6 km mas no 7 veio uma dor aguda no tendão estragado e dali por diante fui quase pulando tentando compensar. Acabei perdendo várias posições, mas não foi uma catástrofe completa.

É curioso não saber o que esperar de uma corrida. Absolutamente sem ideia. Não dava pra saber posições pois as largadas foram separadas, mas terminando em 18º e puxando pela memória esmaecida umas 4 ultrapassagem só nos últimos 2,5 km, creio que em condições tendinosas saudáveis estaria numa boa situação. A bike foi a maior NP já registrada em provas, com média igual ao outro melhor olímpico (e a média cai demais nas descidas !). Apesar de quebradeira a corrida saiu pra 4:18, pouco melhor que os 4:15 da base aérea em novembro do ano passado, quando estava pelo menos treinando corrida (embora já sequelando no tendão que estragou legal no mundial 70.3). Mas claro, nada nem perto do normal para a distância.


Uma prova bem organizada e uma população de amigos do esporte e meus pais lá assistindo, difícil melhorar. A melhor parte é o ciclismo duro e técnico para um olímpico. Nunca tinha feito olímpico com muitas subidas.

Então era isso, o relato demorou mas saiu. Vamos para a próxima, GP Extreme Penha dia 15/set. Calcule a probabilidade do próximo relato sair antes de outubro.

Largada estranha

Desmonte patético
Alegria só por correr

Até que havia alguma decência biomecânica no início
Chegando. Não me perguntem porque pisei na grama. Sorry.

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