quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Resumão de um ano excelente


O ano de 2015 saiu melhor do que a encomenda. Analisando um pouco, percebo que é realmente um caminho longo e árduo, uma melhora progressiva e gradual, sem saltos. É aquela história, o segredo é que não tem segredo, tem treino consistente no longo prazo. Esse é o segredo :-).

Mesmo assim aconteceram coisas que eu realmente não imaginava. Por alguma razão cósmica terminei em 4º lugar geral no campeonato catarinense de duathlon, com corridas que eu não sabia que saiam de mim.

Removi duas horas da indomit num ano de percurso alterado, com lama e mais altimetria que o ano anterior, chegando em 8º geral num mar de ultra runners de loucura bem superior à minha.

Na verdade o ano já começou bem com a prova de canela, primeiro top 10 em prova de triathlon - 7º geral/1º cat. E aí então veio o longo da fetrisc com uma corrida bem forte e logo depois um ironman sub 10 muito bem executado (tem que consertar a hidratação excessiva e a topada de dedo na transição).

Foram duas provas inaugurais, o Powerman (sprint, ok, ok :-) e o 70.3 do Rio. Duas provas fantásticas com 2º geral no powerman e 33º geral no rio, algo que apesar de não significar muito, me deixou mais feliz do que o 2º na categoria, que já me deixou absurdamente impressionado por ter ficado atrás apenas de um ex-pro e conseguido a vaga pro mundial do ano que vem. Mundial ? Como assim ?

Teve também o challenge sprint e desafrio, um melhor que o outro, com um sub5 no desafrio, algo que pensei que não sairia nunca.

Então parece que é isso. O segredo é que não tem segredo. Mas tem. Que venha 2016, e ele que se cuide porque eu vou com mais sede ao pote ainda. Obrigado a todos: ultra iron família, aos amigos de treino, treinador, fisio, massagista, vocês sabem quem são :-). Abraço e boas festas.


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Resumo do ano
  • Challenge Sprint - 750/20/5 - vice-campeão 40-44, 15º geral, 1h3min (natação encurtada)
  • Indomit Ultra Trail 100 km - campeão categoria 40-49, 8o geral, 12h25min
  • Ironman 70.3 RIO - vice campeão categoria 40-44, 33o geral, 4h47min
  • Powerman Brasil Duathlon Sprint - vice-campeão geral 5km-20km-5km, 1h12min
  • Duathlon São José FETRISC - Campeão categoria / 7o geral - 1h1min, 
  • Desafrio Urubici 52 km - 4º cat, 4h55min
  • Ironman Brasil Florianópolis - 9h49min40seg, 27º cat, 121º amador geral
  • Triathlon Longo FETRISC - 2km swim, 57km bike, 14 run - 3º cat, 3h05min
  • 3FUN Race - (1500, 54, 17,5 ) - 7º geral, 1º cat, 3h20min

domingo, 13 de dezembro de 2015

Challenge miniatura Floripa 2015


Num semestre de 70.3 do rio e Indomit no mesmo mês, eu havia deixado o Challege de fora. Mas quando vi o sprint, resolvi participar, afinal a Daiane corria o Women e seria muito estranho se eu não fizesse nada HAHA.

Foi uma provinha das boas. Único sprint desse ano e terceira prova curta, apenas dois duathlons antes. Um bocado ardido, como sempre. Acabei em 2º na cat e 15º geral, com 1h3min.

A prova foi em duas baterias separadas por 30 minutos. Larguei na segunda, com a natação reduzida em função do mar mexido. Larguei e nadei afogado o tempo todo, muita canseira nos braços... Saí da água em segundo, segundo o Fabrício. Daí soquei na bike, onde a potência não deu as caras.

Só que o primeiro estava lá longe, seria o segundo geral a 7 min na frente. Soquei a bota o que deu e alucinado que estava passei reto do retorno, quando vinha chegando numa moto da organização. Não vi que era no meio do open shopping, não tinha dúvidas de que seria na búzios :-D.

Depois de quase entrar na T2 com uma volta apenas, voltei pra prova e segui tentando recuperar o prejuízo, mas não foi muita coisa.

Acabei a bike e saí cavando na corrida pra ver se melhorava alguma coisa, saiu algo razoável na única volta de 5 km. Uma leve vontade de vomitar que havia surgido na bike voltou no final, sinal de que o esforço estava bom.

A chegada foi muito legal, deu pra sentir o gostinho de participar.

No dia seguinte fui torcer pra galera na principal, e torci. Muito legal ver a prova de fora, boas disputas no masculino e feminino, além da galera do amador detonando tudo. Um belo dia com vento sul forte e mar liso.

Valeu muito, mas ano que vem tô dentro da principal. Eu acho :-).

Largada da prova feminina no sábado

Chegada !
Saindo tonto da natação
Errando o percurso perfeitamente
Tentando tirar o prejuízo



Pódio !!! 2º cat e 15º geral

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Indomit Ultra Trail 2015

Pódio da 40-49 100% Floripa !
Uma prova de trail run com 100 km, 2600 metros de subida aculumada, 7500 calorias consumidas, 12h25min ininterruptas. Oito litros de líquido ingerido, 1 bolha no pé, primeiro lugar na categoria e oitavo geral, duas horas a menos do que no ano anterior. Talvez essa tenha sido minha obra prima de corrida até o momento. Track do GPS aqui e resultados oficiais aqui.

Bom, vamos ao relato que vai ser longo. Quem não tiver paciência já viu o resumo acima haha.

Depois da inscrição, praticamente desliguei da prova até setembro, pois houve no meio o Ironman Floripa e 70.3 Rio, que foram os objetivos até então. Porém a Indomit era o objetivo de longa distância do ano, e queria voltar pras trilhas como nunca.

Depois do rio já começamos os treinos focados na prova, com uma rampa ascendente no volume de corrida porém ainda com as outras duas modalidades como apoio e complemento. Um volume total razoável, semelhante a época de ironman mas ainda assim totalmente assimilável.

Os longos específicos foram 4, um de 28 na cidade e três nas trilhas, sendo um de 40 km em Urubici, outro de 45 no sul da ilha e mais um de 23 em Urubici, todos com muita altimetria. Isso foi tudo, após agosto e setembro focado no 70.3 do rio. Ainda estavam lá os treinos longo na quarta, de ritmo e tiro na corrida, algo surpreendente e que foi bastante útil na prova. O pico foi 92 km na segunda semana. Na verdade também teve outro treino sinistro. Um intervalado de 25 km 15 dias antes da prova. Acabei acabado mas entendi que era pra terminar cansado. Foram 8 km moderados, 4 x 2 km muito forte e 8 km forte. Os 8 finais foram de arder, difícil mesmo manter, mas simulou um fim de prova.

Dito isso, estava muito confiante em fazer uma boa prova, mas sem imaginar que daria pra terminar num top 10, ainda mais quando soube que eram 200 na distância e 42 na categoria.

E então veio a semana da prova, pra gente entrar em polimento e dar origem a algumas dúvidas. Corro ou não na chuvarada na quarta ? Que equipos usar, alimentação e toda a tralha. Levar trekking poles ? Uma confusão mental que só piorou com o aguaceiro que castigou a região a semana toda e as notícias da organização de mudanças de percurso.

El Cruce 2014 pré Indomit 2015
Na quinta vivi um dos privilégios de fazer essas corridas, que foi jantar pizza com vinho e cerveja com três espécimies do El Cruce 2014, Anastácio, Marco e Fábio, que veio do Rio pra fazer a prova. Muito papo e discussão sobre corridas e palhaçadas, como sempre. Saí de lá com a cabeça aliviada de ficar arrumando detalhes de equipamento, foi ótimo.

Na sexta estava totalmente zen. Bem diferente do ano passado, consegui dormir umas 4 horas a tarde e fui pra lá depois de jantar comida de verdade, não comer pão com suco de laranja. O Adriano me levou e fiquei por lá comendo mais um misto quente e esperando a galera pra largar.

Pedi pra Taty pegar meu kit e então fui procurá-la. Peguei o número e chip, ajeitei  a mochila finalmente e estava pronto às 23:30. Daí comecei a ficar com sono. Encontrei o Fábio, o Carlos Doc, Daniel Meyer, Felipinho, Débora, Gian, galera toda de Floripa, parece que todos se conhecem nessas provas e conhecem mesmo. A camaradagem não tem paralelo em outros esportes. É competitivo claro, mas sob certa ótica não é  Todos se ajudam, é outro mundo esse ultra trail.

Depois de umas fotos fomos alinhar e concentrar pra partir exatamente às zero hora de sábado 7 de novembro. Noite calma, sem vento e até bem aberta, 18 graus.

Diferente de 2014, dessa vez largou com 1 km por dentro da cidade e logo entrou numas subidas fortes em estrada de terra. Estava tão fácil correr que comecei a rir ali, comentei com um atleta que passava que se não soubesse o que acontecia com a gente lá no km 60, 70, com certeza sairia mais forte. Ele parece que se assustou porque ficou pra trás rápido.

Pra que a pressa, tem 100 km pela frente :-)
Desde o longo de 40 km em Urubici resolvi correr na percepção. Levei o GPS para ter o registro, altimetria e tempo, mas deixei o tempo todo na tela de relógio (que coincide com a duração da prova, se você largar a meia noite) e só olhava as parciais de km muito raramente.

Incrível como a gente vai aprendendo a perceber o desgaste, as sensações. Em nenhum momento segurei deliberadamente o ritmo, mas corri leve o tempo todo. Parece que a cabeça sabia exatamente o que fazer, o que havia pela frente.

Depois do primeiro morro de estradão, entramos na primeira trilha em descida forte. Totalmente enlameada, logo levei um tombo bonito e lambuzei tudo de barro. Muita gente caiu também e logo todos se acalmaram.

Comecei a descer mais rápido quando o terreno ficou mais cheio de pedras e aderente e daí virei feio o pé esquerdo. Assustei bastante mas não parei um segundo, continuei correndo apavorado pra ver se estava tudo em ordem.

Por alguma razão depois disso virei o pé várias vezes ainda. Só que em todas, a perna afrouxava na hora e o tornozelo não torcia. Não entendo esse mecanismo mas fico feliz dele existir.

No final da descida encontrei o Felipinho e seguimos juntos um bocado de tempo, pegamos um asfalto longo e saímos na beirada da BR 101, que atravessamos por cima da passarela. De lá mais um par de km e então o primeiro posto grande de apoio no km 23. Parei lá e o Felipe seguiu.

Bebi bastante e comi meia banana, ajeitei as coisas e saí embolado com mais dois atletas e com um monte de gente chegando no posto. Não vi mais o Felipe. Aqueceu, ligou o turbo e foi à caça dos líderes.

O trecho a seguir foi cansativo mentalmente, uma estrada mimimamente ondulada sem fim, 9 km indo e então voltava. Até ali um cachorro acompanhou por um bom tempo, bicho divertido.

Chegando no retorno comecei a contar os atletas na frente. Primeiro o Giliard, logo depois o Magno, daí então vi o Daniel Meyer com o Gian e Douglas, aí então veio mais alguém que não sei quem era e o Felipe já em sétimo. Cheguei no posto de controle e vi que era o 11º. "Ok, é o começo, daqui a pouco sou atropelado pela cavalaria". Segui tranquilo mas comecei a acelerar na leve descida, voltei rápido pro posto e peguei a sacola de apoio.

Dessa vez tivemos duas sacolas, no km 38 e no 78. Ali no 38 antes das 4 da manhã, não poderia deixar nada de material noturno mas tive que pegar boné e óculos de sol e passei um tico de protetor na cara e pescoço. Vai que sai um sol... Peguei também o restante da alimentação e saí de lá bem pesado com a água reabastecida.

Toquei pra BR, e passei pelo Batman. Sério, um cara com máscara e capa de Batman correndo no meio da noite... Tenho quase certeza que vi isso. Sim, eu vi. Alguém precisa confirmar.

Atravessei novamente pela passarela e fui pro sertão de santa luzia, de agora em diante o percurso era igual ao do ano passado. Passei no posto de largada da prova de 50 km e entrei nas trilhas intermináveis do sul de bombinhas.

Foram 16 km e muito tempo de trilha, totalmente sozinho. Absolutamente sozinho, incrível isso. Encontrei o Gian com o joelho machucado, uma pena. Fiquei triste, mas estamos expostos a isso e temos que aceitar que faz parte da prova, embora seja um pé no saco. As provas continuam e ele vai se recuperar logo.

Encontrei dois socorristas do bombeiro e avisei, segui pelas trilhas amanhecendo, um espetáculo. Céu laranja e a bola subindo do mar. Que privilégio sem tamanho poder presenciar aquilo. Mais de 6 horas correndo, a madrugada toda. Friozino, e então o sol aparece.

Segui mais um pouco e as sete horas tomei uma bomba calórica que tinha levado, 2 1/2 medidas de GU em pó, de uma vez só. Comi mais uma mariola pra arrematar e saí 'satisfeito' :-). Na falta de um café da manhã, foi o que tínhamos para sábado.

Depois de muita trilha, praia deserta de areia grossa e rios, cheguei finalmente à praia de Zimbros. Tive que parar para esvaziar a lama e areia do tênis num rio de águas cristalinas, tomei uns bons goles e parece que acordei de vez. Já tinha tomado uma cápsula de cafeína de 100 mg mas o sono pegou novamente como no ano passado, na alvorada.

Ali mais ou menos nos 60 km vi que estava em 9º e comecei a acreditar com mais força num bom resultado, top dez e quem sabe levar a categoria. Dos que vi à frente sabia que todos ou iam pra geral ou não eram da categoria... Saí de zimbros correndo fácil na praia dura e mais ou menos nessa altura comecei a correr trechos com o Cleverson Polhod e o Marcelino. Num ponto o Cleverson perguntou da categoria e concluímos que provavelmente um de nós ganharia. Muito legal competir dessa forma... mais legal ainda quando os atletas se tropeçam a prova toda, foi ele que encontrei com o olho machucado por uma queda no PC do km 23...

Depois de correr até canto grande encontrei de novo o Marcelino no fim da praia, começamos a subida cruel do morro do Macaco. Um visual estonteante pra todo lado, trilha fantástica, mas que cobrou o que restava das pernas. Parece que a organização achou todos os morros do mundo e colocou no percurso.

Falando em organização, que prova ! Não sei do que reclamar, peguei tudo perfeito, fazia questão de agradecer aos staffs, conversar. Muitos deles elogiando e impressionados com a gente correndo. Nota dez com estrelas. Ficar a madrugada toda parado feito poste pra indicar o caminho, preparar toda a alimentação e hidratação, cuidar  dos postos de controle. Um trabalho que realmente temos que dar valor. Num determinado momento quando vi onde estava enfiado um posto de controle, tive que achar que a inscrição foi até barata.

Voltando ao Macaco, pegamos a segunda pulseira lá no topo e despencamos morro abaixo. O Marcelino tomou a frente e logo começamos a ver muita gente subindo, uns 6 ou 8 e a líder do feminino junto, todos a menos de 10 min.

Como estava acreditando, fui forçando o que dava, claro que isso não se traduzia em ganho de velocidade, mas em redução de lerdeza, o que é produtivo da mesma forma. Se alguém fosse me passar tudo bem, mas não seria por falta de esforço da minha pessoa ;-).

Encontramos o Cleverson nas trilhas pra praia da Tainha e seguimos os três conversando pouco e revezando. Na praia saímos para as estradas empinadas que nos levariam até mariscal. Parecia um monte de morros do sertão. Um sol de rachar e um desespero de calor e sede já com o resto de água quente. Não terminava nunca, até que saiu na praia e segui até posto de apoio no km 78, onde havia uma sacola.

Deixei tudo o que pude de material lá, bebi um litro de água de coco de uma vez, comi e bebi mais coca cola, enchi a mochila de água e gelo e me fui pra praia de quatro ilhas passando por um trecho de asfalto fervente e muito inclinado.

De lá pra bombinhas, cheia de gente curtindo o mar e sol. Os morros não tinham acabado mas as praias já eram maioria no percurso. Dava pra correr legal mas estava com uma leve dor no iliotibial esquerdo, certamente 'estirado' pelas viradas de pé constantes. Nas descidas doía, nas subidas parava e no plano ficava indeciso.

De bombinhas fui pra bombas e ali veio o Thiago mais ou menos no km 90. Mereceu, passou firme depois de um tempo e se foi. Logo depois disso, passando ao lado de montes de restaurantes praticamente em cima da areia, parei para um pit stop fisiológico de alta complexidade. Em 4 minutos estava de volta na areia correndo.

E então veio a trilha pra porto belo. Uma pirambeira que parecia ter mais lama do que as da madrugada. Impressionante a falta de agilidade com que eu me movi lá. Não achei mais ninguém desde canto grande e o ipod resolveu pifar, durou muitas horas de música que distraíram bastante. Comecei a cantar sozinho e veio um casal caminhando no final dizendo que eu era o primeiro que passsava ali sem cara de quem tinha levado uma surra. Comecei a rir e logo saí na estrada e então asfalto final.

De lá até a chegada é uma estrada asfaltada ondulada por uns 5-6 km e então mais 2 km planos até a chegada. Ali comecei a olhar pro relógio e pra trás de vez em quando pra ver se não vinha ninguém. Incrível correr sozinho tanto tempo assim, coisa tão dura mental como fisicamente.

Fui chegando e um nó foi se formando na garganta. Cheguei berrando e desabando, vontade de berrar até explodir os pulmões. Não sei se já fiquei mais aliviado de terminar uma corrida do que essa. Não por ter sofrido absurdamente, acho que também pela concentração sem fim o tempo todo, isso cansa. Foi tudo misturado, alívio, felicidade, muita satisfação e orgulho.

De ter feito o melhor que podia o tempo todo, focado em cada detalhe. Tudo que pude controlei, não deixei nada ao acaso, alimentação, hidratação, suplementação, técnica até no final estava prestando atenção, peso mínimo. Cabeça tão exigida quanto as pernas.

Que prova sensacional ! A impressão é de ter feito uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida, mas ainda assim curtindo muito, como tem que ser. Virar a noite, correr naqueles lugares, naquela confusão de terrenos... demais... magnífico.

Teve até faixa dessa vez hahaha
Acho que cansei...
Muito legal a dispersão dessas corridas. Logo veio o Cleverson e toda a galera, a Ana chegou 15 min depois baixando em duas horas o tempo feminino. A super ultra mega power Débora chegou em segundo lugar.

Encontrei a Luciana, noiva do Fábio. Me trouxe uma cerveja gelada que simplesmente estava perfeita. Tomei de dois goles. Fiquei em dívida eterna kkkk.

Parei na tenda médica, me perguntaram das dores e tentaram me dar voltarem na veia. Sai pra lá :-). Deixa minhas dores aqui... Tomei banho, troquei de roupa e então a turma chegou ! A Daiane pegou o maior trânsito na BR e perdeu a chegada hahaha. Mas estavam lá, dessa vez com a Laís junto :-). Sem palavras... muito obrigado meus amores, por tudo. Amo vocês.

Sem legenda...
Vimos a chegada da galera das provas das outras distâncias e então fomos almoçar alguma coisa. Voltamos pra pegar a sacola de percurso e ainda não estava lá, fui embora já que voltaria no dia seguinte para a premiação.

Dormi uma hora no carro e das 18 às 20 de sábado. Então jantei e comecei a ficar esfomeado, fui dormir às onze depois de ter jantado de novo.

Acordei todo travado domingo, um trabalho dar os primeiros passos mas estava relativamente bem. Fui pra premiação em porto belo.

Uma baita festa, muito muito legal. Ganhei um óculos mormaii, um kit e o troféu, que vai ter lugar especial até aparecer uma corrida melhor que essa.

A tarde pedalei 30 minutos ultra leve pra ver se aliviava as coxas, estavam doloridas. Alonguei um pouco e então tomamos café da tarde, 12 pães de queijo com suco e um monte de bolo de milho. Talvez tenha recuperado metade das calorias só nesse café kkkk.

Mais uma prova fenomenal, um resultado além do excelente em um ano que não para de me surpreender. Parabéns a todos que completaram essa prova, pra acreditar que é possível uma coisa desse tamanho tem que querer muito.

Obrigado por acompanharem, até a próxima.

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Dados técnicos

O treinamento foi perfeito. O Roberto simplesmente conseguiu resolver um quebra cabeças dos bons. Um 70.3 e um ultra de 100 km em 5 semanas com bons resultados e sem destruição do atleta. Sem meias palavras, o mestre é um gênio.

Fiz um trabalho legal com o Edu e a Mari, fisio preventiva e massagem esportiva, não poderia ter dado mais certo. Nunca mais não faço isso.

A alimentação foi boa. 8 GU, uma caixa de paçoca, um pacote de mariola, 10 bcaa, 4 capsulas de sal, 2 de cafeína, 1 chocolate e coisas dos postos. Não faltou nada, em nenhum momento. Só líquido num trecho, mas bebi uma caixa de água de côco inteira pra compensar. Sobraram 2 GU, umas paçocas amassadas e 6 mariolas.

De dor, só uma bolha no dedinho esquerdo e o iliotibial esquerdo. Também um pouco nas solas dos pés. Fui com o Skechers Go Run Ultra, bem flexível, e o pé percebeu bem o terreno. Mas foi ultra confortável, ótima escolha.

Mochila pequena da quechua, primeira pele comprida à noite e camiseta de dia, meia de compressão e bermuda de triathlon. Lanterna Petzl Tika XP e garmin 920. Material pra caramba, fora o kit de socorro, corta vento, etc.

Fotos !

Trocentos rios de praia no caminho...
Quem diria que teríamos aquele sol pra torra sábado hein ?
Correndo com o vice-campeão ! Era só ter aguentado mais 80 km hahahah
Cume ! Morro do Macaco, Canto Grande
Início, tudo limpo...
Total falta de agilidade e MEDO pra pular os buracos com pé torcendo
Sei lá
Proteção. O mindinho virou uma bolha só mesmo assim

terça-feira, 6 de outubro de 2015

IM 70.3 Rio de Janeiro


Nem sonhando eu sonharia com esse resultado no IM 70.3 do Rio. No dia da prova vendo as fotos do meu irmão em Yosemite eu comentei que ele estava realizando um sonho de infância, e eu um de adulto. O que é fantástico, pois o que melhor do que construir e trabalhar por um sonho transformado em objetivo e então em meta ?

Quando ouvi falar deste 70.3 decidi fazer na hora. Sempre quis competir no rio e nunca tinha feito isso, nem maratona, meia, nada. Depois do primeiro semestre de Ironman, Desafrio e férias, o foco dos treinos foi essa prova desde agosto, com apenas dois duathlons no meio. Foi um objetivo colocado, e quando vi que haviam 4 vagas achei realmente muito difícil conseguir a classificação, não dei muita bola e toquei o bonde. Mas no finalzinho dos treinos, vendo a evolução e a forma como estava me sentindo, a confiança foi aumentando até aumentar para o que deveria na véspera da prova.
 
Pré-prova

Viajei de Floripa para o Rio na sexta-feira. Fui com o Marcelo Quint e ficamos num hotel bem próximo a expo e área da prova, de frente para a praia da macumba onde aconteceria a natação.

Na feira consegui emprestado um adaptador para CO2, peguei o kit e depois montei a bicicleta. Ainda no fim de tarde de sexta fiz uma natação leve mais pra mexer os braços e conhecer o mar, sem roupa de borracha. O mar pareceu 'grande' e a praia era do tipo inclinada com areia fofa.

Praia do pontal. Uma largada era possível em ambos os lados, baita logística.
Detalhes pro MDOT na pedra, que por sinal deve ter sido um ótimo local pra ver a natação.
Sábado cedo o Manente apareceu para fazermos um treino de aquecimento, saímos de bike junto com o Haile pra rodar uns kms na orla e testar os paralelepípedos recém asfaltados. Depois uma corridinha levíssima e então fui mergulhar no mar. Nadar, já tinha nadado no dia anterior.

Almoçamos com o Jorginho num shopping e depois fui pro check-in da bike, onde encontrei o Arthur e trocamos umas ideias, o irmão dele faria a prova.


Transição
Como combinado o Marcos Pavarini apareceu na expo, fazia dois anos que não o via. Fomos de carro reconhecer o percurso no fim de tarde. Primeiro a corrida, que se mostrou bem azeda. Um percurso de 5 km de ida, metade em subidas e descidas, vai e volta duas vezes. Nada muito alto mas com inclinação significativa. Depois fomos à serra da grota funda, que não pareceu muito terrível mas serviu para conhecermos o asfalto e planejar melhor a prova.

Realmente me impressionei com o percurso da corrida. Imaginei que não daria pra correr tão rápido e depois de uma troca de mensagens com o Roberto, decidi a realmente gastar o que pudesse na bike e ver o que aconteceria na corrida. Mas na verdade mesmo só decidi isso nos instantes antes da largada, sentado na areia sozinho esperando a minha onda de largada. Devo ter algum medo ancestral de ter que andar numa prova e acho que sempre resolvo segurar na bike.


Pré-Largada e Natação

Acordei na hora certa, café da manhã dominado por atletas no hotel e logo saímos sob tempo nublado e sem vento. A previsão dizia que haveriam ondas de 2 m mas o mar era uma piscina, embora a chuva parecesse questão de tempo.

Combinei de encontrar o Alexandre, que estaria trabalhando de fiscal no ciclismo, mas não consegui. Arrumei tão rápido as coisas na transição que fiquei em dúvidas e voltei pra conferir, quando então vi uma cena triste. Um atleta parece que teve uma crise de pânico na tenda, tendo acontecido uma leve confusão até o médico chegar. Não sei se ele largou, imagino que não, uma pena.

Tudo conferido, fui pro tradicional banheiro e então pra praia. Assisti a largada da elite e fui para a praia ao lado aquecer. Aqueci, boiei e pensei. Então fui pra areia e fiquei lá sentado até achar o Quint que já estava indo largar.

A largada em ondas foi legal e eficiente. Tão eficiente que reforçou as habilidades dos atletas. Praticamente não vi esteira, nada de bolo de gente, grupos nadando juntos. Todo mundo espalhado, exceto depois da terceira boia já no retorno, onde começamos a passar o pessoal das largadas anteriores. Às 7:15, larguei 30 minutos depois da elite e no penúltimo grupo.

Nadei aparentemente reto e sem nenhum enrosco com outros atletas. Pela falta de gente do lado acho que poderia ter nadado mais forte na primeira perna, a segunda fiz mais firme. Saí da água com 30 min e 1980m, distância praticamente exata. A transição é longa e cansativa, areia inclinada e fofa, de forma que corri devagar até lá. Foi só pegar o capacete e óculos, enfiar a roupa de borracha e óculos aquáticos na sacola e sair pra bike.

Encontrei o pit-stop que o Alexandre conseguiu deixar encaixado no aerodrink e fui mais tranquilo pro pedal. O assunto do momento era a condição do asfalto e a possibilidade de furar pneu. Já estava com duas câmeras mas o pit-stop realmente não tinha. Foi mentalmente reconfortante tê-lo. Embora tenha sido um conforto apenas mental mesmo, pois tendo colocado no bolso do top, em algum lugar ele resolveu ir embora, provavelmente na vibração da descida da serra.

Ciclismo

Comecei o pedal muito forte, acima do que deveria, mas por pouco tempo até a coisa assentar. Daí então segui pedalando apenas forte o suficiente para ficar assustado. Até a entrada da serra vinha fazendo mais força do que achava que aguentava, mas dentro da faixa de potência planejada.

Fizemos uma primeira volta de 20 km plano no trecho da reserva, voltamos passando pela largada e seguimos para a serra rumo a Grumari. Com um trecho de asfalto perfeito e levemente ondulado, chegamos na subida e então chuva apareceu. Bem na hora da serra :-).

Ali pensei umas duas vezes nos treinos que fizemos em julho aqui. Num deles, fui só eu e o Fabrício pra Anitápolis e pegamos uma chuvinha chata. No outro, com a galera em peso em São Bonifácio, foi mais chuva. Fora estes, foram inúmeros treinos de pedal na varginha e urubici, todos em terreno inclinado. Deu uma certa tranquilidade saber que não iria sofrer na subida.

Subi controlando tranquilamente o ritmo, fui ultrapassado pela primeira vez na descida pro outro lado. Tudo molhado e o piso ou era ruim ou recém asfaltado com aquela aparência de coisa lisa. Desci bem devagar, fiz o retorno e subi de volta.

Aí então começavam as duas voltas curtas na reserva. E o vento também apareceu, embora fraco. Contra na ida e a favor na volta, não chegou a atrapalhar.

A segunda volta eu poupei um pouco e comi dois gels, pois só tinha tomado malto e um gel logo após a natação. Tomei os dois em sequência mesmo, devo ter esquecido devido a atenção na serra, só pode.

Apenas na terceira volta consegui ver alguns atletas da 40-44 (pelo número). Ali um deles me passou e eu logo ultrapassei de volta e não vi mais. Até então eu não lembrava de ter sido ultrapassado por ninguém e estava achando aquilo estranho.

Perto da transição eu achei que a bike estava acabando e descalcei a sapatilha, mas o percurso seguiu em frente. Seguiu, passou na frente do hotel e foi rumo a serra novamente. Cheguei a ficar em dúvida, mas olhei a distância em 86 km e vi lá bem longe uns dois ou três atletas. Quando vi o retorno, calcei a sapatilha de novo e soquei a bota pra fechar o ciclismo logo.

Saí da bike com as pernas duras, bem pesadas. Estranhei aquilo, não vi isso em nenhum treino. Mas também não fiz nenhum treino naquela intensidade...

Na transição encontrei o Beto Nitrini que vi ser da categoria. Imaginei que estávamos bem e saí da transição o mais rápido que pude, arrumando as coisas nos bolsos e esquecendo de fazer xixi.

Corrida

A corrida seria na percepção como combinado com o Roberto. Evitei olhar o relógio até o primeiro km virar. Ali vi que a coisa ia ser sofrida, pois vinha num ritmo bem mais lento do que os treinos de transição. Os primeiros 2,5 km eram planos e logo cheguei na subida. Como estava continuei, mantendo o esforço alto mas suportável. Era muito evidente que eu ia quebrar, a sensação estava de coisa difícil, mas a estratégia pareceu certa quando vi o Virgílio, atleta muito forte da categoria, retornando. Não estava tãaao longe e no olhômetro eu estava dentro dos primeiros 50 mais ou menos. Todo mundo ia sofrer naquele percurso.

O visual era espetacularmente bonito. A estrada percorria uma encosta de morro e o mar lá embaixo salpicado de ilhas era fantástico. Espero que o Marcelo libere logo as fotos do focoradical ;-).

Voltei com um ritmo ainda decente, fiz a volta, encontrei o Marcos novamente e comecei a tomar pepsi. Ao chegar na subida novamente vi o estrago, me arrastei morro acima e comecei a ter dificuldade em correr nas descidas.

Final da corrida, foto do Arthur !
O retorno era numa subida, e no segundo eu tentava ver se identificava algum atleta da categoria e não vi o Beto. Sabia que deveria ter bastante gente embolada perto, mas não imaginei que fosse tanto.

Voltei na parte plana realmente bem estragado. Estava apertado pra fazer xixi e muito cansado, pensei em parar e logo me vinha na cabeça a prova do Desafrio, quando perdi a terceira colocação devido a um pit-stop líquido no km 46.

A largada em ondas também serve pra outra coisa além de aliviar a natação e evitar vácuo: serve pra cada um fazer a sua prova, pois não há referência. Aquele cara te passando morro acima pode estar em outra volta, ter largado antes ou depois, não dá pra saber.

Então segui o mais forte que pude. Não olhei praticamente o garmin exceto em algumas viradas de km, mas no último km comecei a olhar constantemente pra ver se conseguia manter um ritmo decente. A corrida passa dentro da transição e depois sai novamente e então havia um cotovelo para retornar e entrar no tapete azul e pórtico.

Pouco antes desse cotovelo eu ouvi os gritos do público aumentando e achei que vinha alguém no encalço. Apertei o passo, entrei no tapete acelerando o que conseguia e passei o pórtico totalmente oco. Desabei no chão.

Saca o sprint que rolou, embora eu não soubesse dele até poucos metros da chegada :-)


Depois foi curtir a chegada, massagem, macarrão e encontrar o povo. Achei o Manente que tinha destruído tudo e chegado em quinto na elite, o Haile e mais um povo que tinha conhecido lá. O tempo que tinha melhorado no final do pedal melou de vez com vento frio e chuva.

Fui pro hotel e só lá vi os resultados. Pedi pro Manente conferir aquilo, deveria estar errado. Olhei várias vezes até acreditar :-). Segundo colocado na categoria, atrás apenas do Virgílio, 33o geral.

O terceiro lugar chegou no sprint a apenas 2 segundos, o quarto a 37, quinto não sei quando e o sexto com dois minutos atrás. Cinco atletas da categoria com dois minutos de diferença numa prova de quase cinco horas ! Incrível o valor que o tempo tem. Qualquer bobeira, um xixi e provavelmente já era o pódio.

A vaga veio, junto com um pódio. Como eu disse lá em cima, nem em sonho eu sonharia com isso, e aconteceu. Bastou acreditar, fazer o melhor possível e não parar nem pra mijar.

Pódio !!!

Pós-prova

O Quint chegou tendo feito uma prova excelente. Sempre é bom ter amigos mais loucos que a gente, serve de álibi. Esse por exemplo, chegou do mundial de cross triathlon na itália apenas na véspera da viagem pro Rio :-).

Saímos para almoçar já bem tarde, eu estava praticamente desmaiando de fome. Foi um estrago gastronômico de grande porte. Depois fui pra escolha das vagas para o mundial de 70.3 em 2016, agarrei a dita-cuja e na hora de passar o cartão para pagar a inscrição, eis que o algoritmo de prevenção à fraude do banco resolveu atuar. Tive que ligar pro cartão, explicar tudo e pedir pra moça liberar o pagamento de uma vez. O Quint já estava quase indo pro hotel buscar o cartão pra me emprestar hahahah. Só mais um pouco de emoção.

:-D

Falando em vaga, Austrália é longe ? Sim. É caro ? Muito. Era hora de ir pra lá ? Bom, não sei, será só no ano que vem. Sempre esteve na lista, e nada melhor do que arrumar um bom motivo pra ir ao outro lado do mundo.

Depois de tudo fomos jantar pizza e finalmente tomei um chopp ! Daí foi só desmontar a bicicleta e empacotar tudo. Meia noite sosseguei, finalmente.

Não tenho como agradecer a cada um pelo apoio e torcida nessa prova. Muito, muito obrigado a todos. Como sempre a família é quem mais apoia essa mania de brincar de atleta. Daiane, de novo, novamente outra vez, muito obrigado meu amor !

Dados técnicos

O alvo do pedal era ficar entre 85-92% do FTP, a média saiu perto, 84% da normalizada. Não olhei médias durante a prova, só depois. Apenas evitei de subir de 100% e recobrava os esforços quando caia abaixo de 80. Na percepção, foi forte e suportável.

A corrida foi do jeito que deu. Pela primeira vez não me poupei no pedal e acho que o resultado foi bom. Vim regressivo é óbvio, mas deu resultado. Nada de dores, zero. Apenas um grande cansaço e calor exagerado na cabeça na segunda metade da prova, quando saiu um mormaço. Joguei bastante água e resolveu.

A natação foi boa, poderia ter sido melhor mas ainda assim foi boa e causou zero desgaste. Nada como nadar com palmar todo santo treino :-)

O percurso foi a melhor parte da prova. Desafiador na medida certa. Na verdade até bem rápido na bike, apenas com uma serra boa. A corrida foi excelente, não vi nada parecido em nenhuma prova de triathlon, falaram que pucón é mais fácil. O mar estava espetacular, transparente e quente, calmo. O clima foi perfeito, um sol de lascar mudaria completamente a dinâmica da prova.

Aqui a natação, bike e corrida. Resultados oficiais aqui. Alimentação foi simples: 3 medidas de maltodextrina na garrafa, 4 gels na bike e 1 na corrida, com pepsi. Tênis foi o skechers go run ride 4, excelente.

Essa prova foi diferente da maioria pois ao que parece a bike foi a melhor modalidade, fiquei positivamente impressionado. Talvez esteja começando a aprender a pedalar mais ou menos.

Saí da água em 17cat/105geral. Larguei a bike em 5cat/37geral e terminei em 2cat/33geral. Aqui geral é considerando a elite. E o mais interessante, olhando a listagem parece que foi o 25o pedal do dia. Tem algo errado aí :-)))).

E o vácuo ? Bom, não teve. Simples assim. Uma conjunção de fatores: largadas em ondas, serra no percurso e fiscalização eficiente e, talvez, uma maior consciência e menos cara de pau dos atletas. Claro, sempre tem exceções, mas dessa vez parece que foi apenas isso.

Sobre o IM 70.3 no Rio

Depois de tanto terror nas redes sociais, a prova saiu perfeita. Eu mesmo critiquei duramente (por email) a organização por não se pronunciar oficialmente sobre os boatos de conflito de horário com uma corrida do circuito atenas e da condição dos paralelepípedos. Mas a verdade é que desde o primeiro email eles atestaram que a prova iria acontecer do jeito que aconteceu, e aconteceu.

Sobre as possibilidades aventadas: haveria um arrastão das bicicletas na transição. Aconteceriam inúmeros acidentes nos trechos da orla devido aos paralelos. Toda a cidade do rio iria em ônibus de excursão pra a prainha e isso impediria a corrida, o sol iria derreter as pessoas (isso foi sorte nossa :-), haveria maremoto e os cariocas mal educados acabariam com a prova. E o mais aterrorizante de tudo: hordas de vaqueiros tomariam conta do ciclismo formando um único, grande e coeso pelotão.

Parece que a organização fez o dever de casa e realizou um grande evento, numa das provas de logística mais bacana que já vi (transição na rua, uma praia fechada, asfaltamento privado, percurso complexo). Estão de parabéns, assim como todos os atletas que encararam um 70.3 difícil e espetacular.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Powerman Brasil 2015, um duatlhon aquático

Primeira edição do powerman em terras brasileiras, muito legal. Fiquei empolgado com a notícia mas logo vi que iria ficar muito perto do 70.3 do Rio, aí fiquei de fora. Claro, só até descobrir que haveria uma prova curta e a FETRISC divulgar o valor para o federado. Me inscrevi na hora para participar da estreia.

O fim de semana não tinha previsão boa e cheguei a ficar preocupado sábado a noite quando saí de casa ali pelas 21h. Muita chuva, trechos alagados por todo lado e previsão de continuar estragado. Na ida para a largada fiquei de frescura mental até ver uns staffs parados na chuva às 6 da manhã. Estavam no trevo de jurerê com a SC 401 e provavelmente ficariam ali até o fim da prova. Estavam lá pra gente poder correr. E depois, mais tarde, quando vi as duas duplas de cegos competindo, fiquei com vontade de me auto espancar pela frescura de ui ui ui que chuva :-D. Fantástico, sensacional mesmo vê-los competir.

Saca só a competitividade da criançada :-)
A prova pra mim começou sábado depois do treino de transição 2300 + 80 km, quando fiquei por jurerê esperando a turma para a prova Kids. O Arthur e a galerinha se divertiram na provinha de duathlon mirim, 3 distâncias para categorias de 7 a 13 anos. Incrível a competitividade e o estilo da gurizada correndo, muito legal mesmo de ver. Não tinha quem não se empolgasse vendo aquilo.

Vídeo do Fabrício, que foi lá ver com a família

A provinha saiu sem chuva, só uma garoa leve, mas na hora de deixar as bikes no checkin para a prova domingo já havia chuva, que não parou mais até o dia seguinte.

As bikes foram dormir assim
E acordaram assim
Era um tal de carregar a bike no ombro pra não sujar hahahahah
Consegui acordar às 5:15 e me enrolar até 6:10 pra sair de casa, já meio apavorado por lembrar que a transição fechava 6:40 e eu ainda tinha que por sapatilha, capacete, água, tirar a capa e organizar a bagunça toda. Cheguei faltando 3 minutos, arrumei tudo instantaneamente e fui pro aquecimento, coberto de anorak. Corridinhas e tirinhos pra acordar a carcaça e avisar que vinha porrada pela frente.

A organização atrasou a largada em 15 min para vistoriar o percurso de ciclismo, muito bom. Falando em organização, não vi coisa a reclamar, começou com pé direito. Espero que fique no calendário.

Ultimas orientações com O Chefe
A largada foi conjunta para as provas 5-20-5 e 10-60-10. Um ritmo forte desde o início, saí sem muita referência e logo encaixei um ritmo legal mantendo o Neto pouco à frente, fomos constante até entrar na transição com o locutor anunciando que éramos os dois primeiros do short.

Lá estava um verdadeiro pântano, consegui escorregar na lama quando fiz a curva pra entrar na fileira da minha bike, lavei a mão numa poça e saí atolando até os tablados de plástico. Comecei a pedalar com barulho de freio pegando na areia do aro, entrei em todas as poças d'água que vi no asfalto e até sair da reta do valão não havia mais barulho, tudo limpinho.

Segui forte procurando o Neto que sumiu, virei o retorno já bem longe dele e no fim da primeira volta o Ricelli me passou na bike. Ali começamos a passar o pessoal do short na primeira volta e fui ultrapassado por uns 2 ou 3 atletas do longo, então embolou legal e não vi mais os dois à frente.

Tentei pedalar o mais forte que dava, sem olhar muito pros números, até porque não dava tempo. Não gosto de pedalar na chuva e fiquei ultra ligado o tempo todo na estrada, ainda assim acertei um buraco grande. Foi bom não estar com a roda de prova :-).

No fim do pedal passei por uma dupla com bike tandem para cegos. Impressionante ver aquilo, sério.

Entrei na transição e saí rápido, tão rápido que enfiei a lingueta toda pra dentro no pé direito, tive que parar porque o treco estava incomodando os dedos e o tênis ficou frouxo. Segui sem ver gente em lugar nenhum e acelerei quando vi o Ricelli no retorno. O Neto já tava com a prova ganha, sorrindo de orelha a orelha.

Cheguei no pórtico com o locutor anunciando quarto lugar, mas sabia que era terceiro. Depois vi que um atleta chegou em segundo mas fez só uma volta na bike.

Como a retirada da bike era só às 13:30 e a premiação às 15, fui pra casa dos meus pais nos ingleses almoçar e tirar uma soneca, pois fiquei com grande cansaço :-). De lá voltei pra pegar a branquela, lavei o que pude numa torneira e meti a bike no carro até segunda de manhã, quando deixei direto na revisão.

A premiação foi legal. No geral do short o Ricelli levou uma penalidade e acabei ficando como vice campeão, com o Neto ganhando a primeira edição brasileira do powerman ! Foi a primeira vez que fui ao pódio geral de uma prova de *athlon*. Foi no duatlhon também que ganhei a primeira vez a categoria, em 2010. Agora falta um triathlon :-). No feminino a chegada foi incrível, com a Júlia e Vitória correndo juntas toda a segunda perna de corrida e decidindo no sprint.

Em resumo foi bem legal, não era prova alvo e teve treino sem folga na semana, afiou bem pro Rio. Valeu muito, ambiente bacana, organização muito boa e galera se divertindo pra valer mesmo no temporal. Um aguaceiro sob o qual eu não tinha competido ainda. Nem em jaraguá do sul, onde tem chuva a cada duas provas, choveu tanto durante a prova. A galera da prova longa desceu a lenha sem medo da chuva. Tempos absurdamente rápidos, Mariana e Matheus campeões dos respectivos naipes como diz a Naida :-). Parabéns a todos que não se intimidaram com a chuva a fizeram dum domingo cinza um dia bonito.

Que venha pra ficar, e numa próxima oportunidade quem sabe vou perturbar na prova longa :-). Agora é polir pro 70.3 do Rio, que tá logo ali ! Valeu !

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Dados técnicos:

Consegui me atrapalhar não sei como com os laps, só sei que quando saí da T1 e apertei a atividade parou e tive que selecionar bike novamente kkkk.


Tomei um gel meia hora antes da largada e outro no final da bike. O café da manhã foi tapioca com queijo e pasta de amendoim, café com leite e banada. O pedal saiu forte a .93 do FTP, por curiosidade idêntico ao duathlon da fetrisc. A média achei muito baixa. Não sei se é a água, a rugosidade do asfalto ou os retornos, mas no dia anterior com 40 W a menos saiu 1 km/h a mais na SC. Não entendi :-)

O percurso da corrida teve bastante lajota e trechos alagados, mas não chegou a atrapalhar. O que deixou o pedal tenso foram os buracos que vi de carro na SC na ida, mas depois soubemos que todos que pedalaram lá não tiveram maiores problemas. Parece que a organização naquele atraso de 15 min foi lá conferir o percurso, arrumar os cones e sinalizar as crateras. Show !

sábado, 5 de setembro de 2015

1ª Etapa do Catarinense de Duathlon - São José 2015

Sem mais delongas sobre as ardências de uma prova de duathlon, já tem bastante coisa escrita aqui no blog :-). É muito legal repetir uma prova para efeitos de comparação. Diferentemente do triathlon, o duathlon tem um constância maior das condições no mesmo percurso pela ausência do mar, e dessa vez o dia foi bem parecido, sol bonito, pouco vento e temperatura agradável mas um pouco quente pra agosto.

Ver a evolução sempre é algo bom. E numa prova curta e rápida, as melhoras são poucas mas perceptíveis. Foi a prova mais rápida de duathlon que já fiz, 1h01min17seg, mais rápido que blumenau onde entrei num pelote forte.

Mas o legal foi a percepção, sempre boa. A recuperação então foi excelente.

Largada forte como sempre, saí com os Fabrícios, Neto e o Luiz, socamos a bota nos primeiros metros e logo a coisa se estabilizou até o km 2, quando chegamos no Fabrício Oliveira que estava escapado. No km 3 seguramos e o Fabrício Abido ficou um pouco.

Entrei na transição com 3:33 de média, muito bom. Muito ofegante mas nada anormal, sai pra bike junto com o Neto e Fabrício e consegui perdê-los ! Incrível, mas engatei o pé direito e quando fui enfiar o esquerdo derrubei a sapatilha e pesquei com o dedão. Uns 20 segundos foram suficientes pros caras abrirem e aí saí desesperado.

Fiquei uma volta esgoelado ao máximo e na segunda fui pifando, achei melhor deixar do que me matar, não teria jeito de alcançar o massaranduba num pelote. O Fabrício estava uns 500 m atrás no máximo, pensei em esperar mas resolvi seguir mantendo o ritmo sem apertar nem soltar. No fim das contas saiu uma potência legal, IF .93 quase constante, mas queria chegar em 1, pois em prova muito curta achei que deveria dar. Talvez pelos 90 km de sábado, corrida forte, canseira da tarde toda na escola do arthur ou moleza mesmo saiu .93, mas já foi bom !

Voltando à contagem de voltas, na quarta o Fabrício e o Eurico vinham chegando e o pelote à frente estava lá longe, consegui a proeza de pedalar 100% do tempo sozinho hahaha.

No final da última volta o Fabrício chegou e aí entramos na T2 juntos. Avisei da entrada, escaldado que estava do ano passado quando passei reto, e aí esqueci de tirar a sapatilha. Tirei um pé na verdade e tive que sair correndo calçado, o Fabrício esqueceu também e saíram duas toupeiras tamancando na T2 kkkkk.

O Neto e o Fabrício Oliveira já estavam longe mas saí forte, acabei conseguindo passar um cara que pedalou com eles e mais nada, corri sozinho do mesmo jeito que pedalei. E gostei disso, não teve ritmo alheio e não saí muito estragado. Boa prova !

Uma clima muito legal essas provas locais. Uma baita experiência encontrar os amigos pra sofrer um pouco, um dia legal e mais um pódio, 1o cat e 7o geral. Gostei mesmo. A galera arrebentou, ironmind dominando os pódios, Julia 2a geral, Guilherme 3o cat, Fabrícios campeões da categoria, eu idem, Vitória 5a geral. Povinho que treina.

Vamos ver se vou encarar a segunda etapa na prova curta do powerman dia 27 de setembro, provavelmente sim. Ah, link do garmin aqui.

Saindo da T2

Pódio da 40-44

A prova era com vácou :-) ;-)

Deixei a bike perto do massaranduba e corri com ele, mas consegui perder o bonde

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mundial de Ironman 70.3



Na próxima semana acontecerá o mundial de Ironman 70.3, dessa vez na Áustria, um lugar aparentemente sensacional. Faz algum tempo que esse mundial passou a ser itinerante, um ano em cada país (e continente ao que parece). Algo muito interessante, pois dada a logística e dificuldade de classificação, nada melhor do que conhecer um lugar diferente caso se consiga a vaga. Um incentivo a mais para quem gosta de viajar ;-).

Será apenas a quarta cidade a sediar um mundial de 70.3, sendo a primeira fora da América do Norte e o percurso não deixará por menos. Ano que vem consta que será na Austrália, bem longe e tão interessante quanto.

Vamos ver se o Gomes vai segurar o título dos europeus que estarão praticamente em casa, notadamente Kienle e o Raelert. O Fernando Palhares e o André "Puma" estarão lá representando a galera de Floripa e Blumenau, estarei de olho nos números dos caras no Ironmobile.

Site oficial e curiosidades da prova podem ser vistos aqui e aqui.




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Challenge Maceió

Teremos neste final de semana o segundo evento Challenge no Brasil, também na distância half ironman. Esperemos pela prova full, que deve vir em 2016 ou 2017. Por hora, vários amigos indo conhecer maceió e sofrer um pouco :-). Boa prova !

Abaixo a programação oficial e demais eventos.



Franquia global de triathlon Challenge Family chega ao nordeste brasileiro

Além das competições de natação, ciclismo e corrida, o evento conta com congresso científico, simpósios técnicos e Expo Feira

As provas de triathlon Challenge Family serão realizadas pela primeira vez no nordeste do país e pela segunda vez na América Latina, de 20 a 23 de agosto, em Maceió. O Challenge se diferencia das outras provas de triathlon por buscar unir a família e divulgar o esporte e o estilo de vida saudável. A Dash Sports, organizadora das etapas nacionais, espera movimentar mais de R$ 20 milhões nas cidades em que as competições irão ocorrer.

Além da categoria principal Half Distance (que consiste em 1,9km de natação, 90km de ciclismo e mais 21,1km de corrida), haverá a Sprint Distance, que possui metade do percurso, uma prova voltada só para as mulheres (corrida ou caminhada de 5km) e outras específicas para as crianças de sete a 15 anos, com o percurso variando de acordo com a idade (o maior é para jovens de 13 a 15 anos, composto por 150m de natação, 3km de ciclismo e 1km de corrida).

Com o objetivo de fomentar os conhecimentos, paralelamente às competições haverão congressos de Ciências Aplicadas ao Triathlon e simpósios técnicos. Para esses eventos em Maceió é possível fazer inscrição até o dia 20 de agosto pelo email contato@challenge-maceio.com.br
. Além das competições e dos eventos acadêmicos, será realizada uma Expo Feira aberta ao público, que contará com expositores de diversos segmentos como vestuário, mecânica especializada e alimentação.

Em novembro é a vez de Florianópolis receber o evento, de 26 a 29. Responsável pela organização dos eventos, Carlos Fernando Menezes, diretor da Dash Sports, afirma que este é um marco para o esporte no Brasil, com a realização de dois eventos deste porte para o país. “Maceió, ao lado de Florianópolis, são duas cidades com estruturas únicas para o esporte. O Challenge já tem mais de 40 provas pelo mundo e se estabelecer no Brasil respalda o potencial do país para continuar incentivando o setor”, aponta.

A triatleta Fernanda Keller foi embaixadora do evento em 2014 e conhece o Challenge há muitos anos. Ela elogia o estilo da prova: "Os atletas tem prazer em participar do Challenge porque é uma prova pra toda família". Fernanda afirma que é importante compreenderem que é um evento para a cidade, como ocorre em Roth, na Alemanha onde nasceu o Challenge. "Tenho o triatlon correndo nas veias e fico muito feliz de ver o circuito Challenge crescendo no Brasil", afirma a triatleta.

A cada ano a participação do Brasil na principal etapa Challenge do mundo aumenta. Esse ano, o Challenge Roth contou com 22 representantes do país. Rodrigo Frazão foi um desses brasileiros. Ele pratica o triathlon há mais de dez anos e afirma que “o Challenge não é só uma prova, é um festival para toda a família”. Outra competidora foi a triatleta Valéria Rosati. Primeira colocada na sua categoria no Campeonato Brasileiro de Triathlon de Longa Distância 2015, Valéria descreve o Challenge Family como “um evento enorme e ao mesmo tempo próximo dos atletas, onde é possível sentir a essência pura e o amor ao triathlon”.

Para mais informações sobre os eventos e para ver a programação acesse os sites: http://challenge-maceio.com.br e www.challenge-florianopolis.com.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Veteranos

Há uma boa discussão sobre esportes de endurance serem benéficos a longo prazo. Exageros à parte (do sedentarismo absoluto à insanidade por movimento), o meio termo parece promissor :-).

Será ? Bom, quando vejo maratona sub3 horas aos 71 anos, sou tentado a crer que sim ;-)

Aqui um artigo muito interessante sobre o mundial de master que está acontecendo em Lyon/França.



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Percepções e cadências

É interessante como vamos ficando mais atento à detalhes a medida que o traquejo com os treinos vai aumentando. A ultima semana foi estranha, e me peguei várias vezes sabendo que a coisa não estava boa, o que era confirmado depois analisando as variações sutis nos dados. Explicando...

Depois de uma semana de férias extremamente ativas, voltei pros treinos numa porrada só. Sexta feira natação paulada e intervalado de corrida na sequência. Sábado transição completa forte e domingo um pedal em serra mais forte ainda, onde fiquei mais de 3 horas acima de 80 % do FTP. Tudo muito legal. Mas a gente não é máquina, e o intensivão que era pra acordar o corpo depois de uma semana """OFF""" parece que cobrou seu preço (entre muitas aspas, pois foi cansativo pra caramba, já que férias boas tem que ser exatamente assim).

Aí na segunda feira saiu uma corrida boa, mas nem tanto. Apesar do ritmo dentro do alvo, a percepção é que estava mais difícil do que o normal. No dia seguinte um pedal onde a potência alvo só saiu a muito custo, onde parecia que a cadência não estava boa, e então o desastre do longo de corrida. Não lembro de ter me arrastado tanto. Talvez por estar com certa indisposição nas tubulações digestivas, mas o treino foi muito além do cansativo, cheguei exausto. Então no dia seguinte a natação foi pior do que a de uma âncora.

Graças à experiência sabia que aquilo era normal, mas comecei a fuçar os dados dos treinos. Vi que a natação estava com a cadência de braçadas bem mais baixa que o normal (muito bom ter dados em volume pra comparar). Isso seria causa ou consequência ? Idem para a corrida, onde mal chegava a 180 ppm no miolo plano do treino.

Então fiz um pedal sem meta na quinta a noite, relativamente forte mas na mountainbike, bem despretensioso mas também desnutrido e com pouca água, o que me fez caprichar na alimentação pós treino.

O intevalado de corrida do dia seguinte foi mais cruel ainda. Os tempos saíram, mas a sensação de esforço absurdo era clara. Depois fui olhar e em tiros onde a cadência fica acima de 200-205 ppm, não passou de 190 naquele dia. De novo, causa ou consequência ?

O pedal longo foi igualmente estranho pra fechar uma semana estranha. Não conseguia gerar potência na cadência usual no plano, foi só baixando um pouco que saiu o mínimo. Com isso fiquei pensando que a semana seguinte seria um desastre e programando um OFF na segunda feira.

Mas aí era dia dos pais, me alimentei muito bem, descansei legal e como no dia anterior tinha dado uma escaladinha, acabei fazendo uns alongamentos leves e um pouco de funcional pra destravar a lombar que ficou reclamando (sei lá porque lombar vai doer de ficar parado dando segurança :-).

E então segunda a corrida saiu perfeita. Totalmente perfeita, muito boa mesmo. Um ritmo excelente, cadência alta e sensação de esforço baixa, o que foi confirmado olhando os dados. Na natação do dia seguinte também foquei em melhorar a cadência das braçadas e o ritmo saiu decente.

O que me leva a uma conclusão: temos realmente que conseguir focar na forma, na técnica. Isso provavelmente é a causa  do bom e mau desempenho, acaba sendo o sintoma também de excessos, é onde o problema mais aparece. E interessante, essa análise rápida e superficial mostrou que a percepção andou junto dos números e a sensação de treino 'duro', 'ruim', 'sofrido', veio acompanhada de uma cadência mais baixa que o normal (relativamente falando, pros meus números). Então parece que se confirma o que o chefe falou uma vez, que desempenhos inspirados normalmente estão associados a cadência mais alta (de novo, a cadência da pessoa, só dela). E pelo que vi, parece que nas três modalidades...

E aí ? Concorda ? Discorda ? Ou sem corda ?


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Para o alto e avante !

Subir é legal. Sempre gostei, comecei a pedalar subindo morro, o treino era sempre subir alguma coisa. Mas é um treino diferente e não específico, e acaba não tendo muito quando a prova alvo é triathlon e plana.

Mas julho é diferente. Sempre tem uns 'muita inclinação' na indicação da planilha, e aí lá vamos nós procurar serras. Uns pedais bem interessantes tem saído e de onde vieram esses tem mais.

Como já escrevi alguma vez, velocidade média é relativa. Na verdade não quer dizer quase nada :-). Só quando é prova, claro, porque aí isso é o que vale (ainda não inventaram competição de batimento cardíaco, potência, ganho altimétrico, etc).

Então julho foi assim até agora: volta da varginha e anitápolis num fim de semana, são bonifácio no outro e então urubici de MTB nos dois dias, aproximadamente 5000 m de subida (no barômetro !). Uma coisa bem diferente.

A novidade foi o percurso de Anitápolis que nunca tinha ido, e a insanidade foi repetir a última serra pra são bonifácio com garoa. Qualquer hora vou fazer aquilo lá duas vezes inteiro, mas pra isso tem que treinar mais hehehe. Como diz o Fabrício, isso TEM que melhorar alguma coisa :-).

O pedal de ontem foi o mais estranho. Havia subido uma pirambeira forte no sábado, aí fui explorar domingo. Bem menos frio que sábado, saí mais cedo e peguei todas as entradas de terra que achei no percurso que faço de TT até o corvo branco. No final, os últimos 20 km me acabaram. Não saía do lugar, um vento absurdo contra e pernas pesadas, era pra pedalar 3 horas e parei com 2h40 totalmente vazio, não estava rendendo nada.

Incrível como a média acostuma mal. Na TT 100 km que eram o treino sairiam em 3 horas e pouquinho... na MTB tive que tirar a velocidade do display pra não me desesperar, 20, 23 km/h com o vento nas fuças, 62 km em 2h40 ;-). Na MTB o legal mesmo é terra e trilha.

Se achar bergamota, pare !

São pedro, a 20 km de casa

Avencal inferior. MTB nos leva sempre a lugares feios.

Anitápolis

Morro de voo livre, Urubici lá embaixo

Anitápolis. Tava frio.

Urubici

Boa pra correr também, mas MTB deu pro gasto

Avencal vista de cima. 80 m de queda livre.
Dá pra passar voando de tirolesa por cima também

Anitápolis, asfalto perfeito

A cidade