Buenas, hoje corri mais uma edição dos 10 km da track & field floripa. Independente de ser uma prova rápida, foi ali que aprendi a usar os 10 km como uma medida precisa de performance, e acho também, foi a primeira prova nessa distância que corri na vida.
Estava com a ideia óbvia de baixar o tempo do ano passado, já muito bom, na casa de 38:50. Em 2010 quando baixei de 40 min quase não acreditei e isso acabou virando uma nova referência. Nos olímpicos tinha a comparação com os 10 k solo, nos treinos de tiro era essa a referência, a meia era derivada disso, etc.
Pois então, mais um ano e lá vamos nós de novo. Fiz uns treinos bons mais o melhor mesmo foram as duas provas recentes, o duathlon da pedra branca e o MountainDo da praia do Rosa. Ali aprendi duas coisas novas (não na teoria, na prática).
E aí hoje fiz uma estratégia diferente: botei o despertador para 4:50 da noite (isso ainda é noite). Saí pra cozinha sem acender nenhuma luz, comi 2 bananas e um sanduba de peito de peru, mais um copo de leite e voltei pra dormir. Primeiro aprendizado, este do duathlon: correr de estômago vazio é muito, muito melhor. Só que depois dá uma fome muito, muito maior.
Saí de casa em cima do laço e cheguei mais em cima da hora ainda. Fui fazer o ritual de pré-largada e pegar o chip e só então fui aquecer, uns 5 min intercalando trote, ritmo e tirinho, encontrar rapidamente a galera toda e o
chefe. Segundo aprendizado, este do mountaindo: largar aquecido e com estímulos adequados faz muita diferença.
Saí num ritmo forte junto do Sérgio e tocamos na mesma passada até que o amigo sumiu com dores na batata e fiquei sozinho e preocupado. Mas me concentrei em buscar alguém pra quebrar o vento, que não era forte nem nulo. No km 5 alcancei o Fernando Cini e seguimos juntos, para meu espanto. Revezamos um pouco o vento na ida e na última volta viemos lado a lado comendo a pista pelo menor raio, o povo todo corria por fora... não viram os 100 m nas olimpíadas não ;-) ?
Bom, o tempo todo eu estava no limite do suportável, sem olhar o relógio exceto por poucas vezes (no display só tinha o
pace instantâneo e o médio). No último retorno, últimos 2,5 km, soquei a bota pra valer. Só que aprendi uma terceira coisa: se estiver realmente forte, não tente tomar água a 1 km da chegada. Foi ali que o Cini abriu um tanto que não consegui mais tirar e mantivemos assim até o final.
A única vez que vi o tempo de prova foi ao chegar perto do pórtico. Quando vi aquele relógio marcando 36:50 acelerei involuntária e alucinadamente para passar antes de virar o minuto ;-). Passei pela linha e só fui parar totalmente sem fôlego uns 10 m depois...
É incrível como às vezes não acreditamos em nós mesmos. E uma simples prova de 10 km serve pra mostrar isso. Eu realmente não achava que tinha condições de correr desse jeito, mas não dar muita bola pra isso e ir lá fazer o melhor acreditando que o que existir vai aparecer, mostra que temos muito, mas muito mais capacidade latente do que imaginamos. Achei que baixar de 38 min já seria o limite. E o legal é pensar que dá pra continuar evoluindo, existem infinitos segundos, inúmeros detalhes para serem melhorados, sempre.
Muito legal também o apoio da galera que estava lá, não só na torcida mas correndo também. Ouvi me chamarem várias vezes nos retornos, desculpem não ter devolvido o grito ou o aceno, é que a economia de energia estava grande e a atividade cerebral reduzida ao mínimo necessário.
Outra coisa muito interessante é que pra esta prova não teve nenhum polimento especial, exceto 80 km de bike bem feitos no sábado cedo e uma festa de criança da minha sobrinha no sábado a tarde, onde até uma lata de boehmia eu tomei ;-). Além disso, só existiu um off em agosto, no dia 10. Mas os treinos consistentes e a estratégia de largar bem aquecido e com o bucho vazio foram de grande valia !
Resultado: 8º geral e 2º na categoria. Foi bom, muito bom:
1214 |
RAFAEL PINA
| 10k | M3539 | 00:36:59 | 03:42 | 00:36:58 | 10 | 3 | 10 |
Errata 2, o resultado agora lista 10 geral e 3 cat ;-).