terça-feira, 28 de maio de 2013

Ironman Brasil 2013, um grande aprendizado

Vale qualquer esforço
Ainda em dúvida se faço um relato detalhado ou não, vou começar a escrever e o que sair saiu :-). Mais um Ironman Brasil, uma prova sempre contagiante. Cinco anos seguindos... Quantas possibilidades. Aprendi mais uma vez, se é que isso é possível, que nada é certo numa prova dessa magnitude. Mas também aprendi pela primeira vez o que é encarar uma grande adversidade dentro de um evento desse porte e como dar um jeito de continuar motivado apesar disso.

Saí do hotel que fiquei em canasvieiras para facilitar um pouco a logística familiar às 5:15. Apesar de não ser em casa, consegui descansar muito bem no sábado e dormi direito. Tinha dormido mais de nove horas de sexta pra sábado também e desci para tomar café parecendo que ia para um treino, só duas sacolas nos braços e bem tranquilo.

Chegando na área de transição arrumei as sacolas, coloquei a alimentação e demais tralhas na bike e ao encher o pneu traseiro a câmera explodiu. Levei a bike no apoio mecânico e troquei a câmera. Saí de lá até tranquilo, antes agora do que na prova, pensei. Fui com só mais um reserva mas tinha duas na sacola de percurso. Fui pra largada encontrando a galera. Parei logo na saída do doze para aquecer no mar com o Ricardo e Marcos. Depois de umas braçadas e de testar a correnteza seguimos pra largada. Achei a Daiane e a Laís com o Arthur e consegui dar um beijo na turma como faço sempre. De volta ao curral, alinhei pra largar com a Júlia e o Marcelo a uns 10 m da faixa.

Largamos e percebi que estava muito pra trás, logo me vi no meio de uma muvuca sem espaço pra nadar direito e fui achando umas brechas de água livre e encaixei um ritmo forte até a primeira boia, que contornei bem por fora, tranquilo. Depois a navegação foi toda certinha, nadei o tempo todo longe do povo e os caiaques até me avisavam pra ir pra perto do bolo, mas fiquei na minha linha reta e entrei direto no funil pra corrida até a segunda perna. Lá mirei direito de novo e já deu pra ver o povo todo espalhado pra esquerda. Fui sozinho de novo e voltei pra praia certeiro, uma obra prima de navegação, com 59 min ao pisar na areia. Coisa muito boa. 

Natação bem certeira. A leve entortada no primeiro retorno foi uma correção
 desnecessária para a correnteza, que não estava ali.
Fui pra transição tranquilo sem correr demais, estava com o monitor e vi que a FC estava bem alta. Comecei o pedal bem leve pra baixar o batimento e conseguir tomar água, enxaguei bem a boca da água salgada e só ali no pedágio comi um gel. Segui pro sul monitorando tudo, FC, esforço e respiração. Ou não tinha vento ou era um nordeste fraquinho. Ao fazer o retorno no sul era o nordeste acordando, voltei pra jurerê com um pouco de vento contra mas muito bem. Demais até, sempre preocupado em não forçar antes do km 140-150 pois a volta seria com vento mais forte. Fiz o retorno da primeira volta e mantive o ritmo, mas aproveitando o nordeste pra forçar onde dava.

Controlei bem a alimentação, aqui eu já acertei a fórmula: a cada 20 min gel alternado com goles de accelerade concentrado, com mais duas bisnaguinhas com geléia no meio. Além disso, água com SUUM e um kit de duas cápsulas de BCAA, uma de 100 mg de cafeína e uma de vitamina C ali pelas 4h.

Briguei com alguns pelotes na primeira volta, na beira-mar tive que dar um tiro pra escapar de um, uns 4 ou 6 me passaram e quando olhei pra trás vinha um monte de gente. Foi o ponto de batimento mais alto do pedal, só aliviei ao entrar no elevado do CIC. Depois na reta do casa design ainda pedi pra uma moto desfazer um pelote que estava na frente.

Na segunda volta estava tranquilo, quase sem trânsito. Estava voltando do sul para pegar o túnel pela última vez quando fui passar 4 caras embolados. Estava uns 3-4 m pra esquerda ultrapassando quando uma moto passou e apontou, mandando os 4 pararem. Pensei, até que enfim vão penalizar esses pelotes. Só que veio outra moto atrás pra fazer a punição, e o cara me mandou parar junto com os quatro. Sem explicação, absolutamente ridículo. Fiscal sem noção nenhuma do que é vácuo, e ainda por cima surdo. O cara não quis saber e foi me fechando com a moto até eu parar no meio fio. Discuti um monte até o sujeito ameaçar pela décima vez me desclassificar. Perguntei repetidas vezes o que tinha feito de errado, expliquei que estava ultrapassando tendo vindo lá de trás pela esquerda, e o cara só dizia que a outra moto mandou parar então ele tinha que penalizar todos.

Saí dali com uma mistura de revolta, decepção e indignação. Tomar todo o cuidado pra não passar nem perto de pelotes e levar uma penalidade errada e descabida, ficar ali sem poder argumentar nada e sair com aquele risco vermelho vexatório no número... Xinguei muito dentro daquele túnel. Entrei na beira-mar enfurecido ainda. Dez minutos provavelmente acabariam com as minhas pretensões, mas fiquei decidido a dar um jeito naquilo. Já fui perguntando pros fiscais no caminho como é que fazia pra entrar com recurso :-). Como se resolvesse alguma coisa ali... Ao descer o morro do estado finalmente me acalmei e comecei a usar a raiva pra pedalar. Soquei a bota pra valer, ignorei a FC e a perna queimando, faltava pouco.

Mas ainda tinha mais diversão, o pneu explodiu bem em frente à entrada de jurerê no km 155. Troquei e sem querer deixei cair a tampinha plástica da válvula dentro do pneu, antes de montar. Sem perceber, enchi com o CO2 e explodiu de novo. Só vi quando desmontei pela segunda vez e achei a tampa lá dentro.

Um apoio mecânico chegou sem câmera, gritei pra uns atletas passando e logo um outro staff apareceu com uma. Aí o apoio revisou tudo de novo, trocou e montou o pneu, enchi e fui embora. Voltei de canasvieiras com o nordeste nas costas feito um louco, pensando e terminar logo e começar a correr finalmente.

Pouco antes de chegar no trevo de jurerê internacional o pneu furou de novo. Inacreditável. Tentei usar o pitstop mas vazou todo o selante, o furo devia ser grande. Parei e pensei na hora que iria destruir os pés se fosse caminhando descalço os últimos 5 km. Só sei que depois de colocar duas câmeras na roda sem conseguir encher e o apoio começar a remendar a câmera, uma boa apareceu e finalmente conseguimos botar a rodar. Fiquei realmente desanimado a essa hora e quando estava chegando na T2 pensei no que o meu amigo que estava passeando e me encontrou na hora me disse:  "Quisera eu estar no teu lugar"... imediatamente resolvi que iria correr pra melhorar a maratona. 

Entrei na T2 puto e fui pra penalty box. Ficar lá é uma tortura chinesa. Mas o pior mesmo é ouvir os outros atletas comentando que pelo menos descansaram as pernas no pedal e agora iriam se preparar com calma pra correr. Dá vontade de socar o sujeito. Deu vontade de chorar, e acho que chorei mesmo. Fiquei tentando descobrir como fazer pra recorrer da decisão do fiscal. Quando passaram os 10 min fui pra tenda de troca andando, peguei tudo e fiquei lá sentado, botei tênis, vaselina na meia, catei tudo e fui andando. Quando vi o sol de novo respirei bem fundo e saí correndo.

Lá na baía sul a raiva passou em 5 minutos e eu resolvi focar em fazer o melhor que ainda pudesse. No primeiro pneu furado já saí trocando sem pensar em nada, e quando a câmera explodiu aí eu levei pro lado pessoal: "Ah é, quer briga ? Pode vir que eu vou andando se precisar". Não, nunca pensem em desistir nem por um só momento. Absorvam a porrada e usem isso pra seguir em frente, sempre.

Mas foi uma coisa mentalmente difícil segurar aquela decepção toda e começar uma maratona. Mas eu tinha que fazer o meu melhor nas condições que tivesse, e se eram aquelas que se dane. Segui empolgando a medida que entrava na búzios e fui até os morros num ritmo acima do previsto, querendo socar a bota. Só subi o morro da igrejinha andando, o resto corri tudo. Fechei a primeira volta num pace de 4:51 e realmente comecei a ficar com as pernas pesadas, aliviei pra não quebrar muito feio depois.

Consegui manter alguma coisa razoável até abrir a última volta. Ali passa tanta coisa pela cabeça que é difícil explicar. Vem os treinos pesados, as coisas que abrimos mão. Lembrei da natação perfeita e fiquei feliz, lembrei da penalização e fiquei triste. Pensei nos pneus furados e lembrei que certamente teve gente com muito mais problemas. Golfei um excesso de coca-cola que tomei e parei pra lavar os olhos com água. Senti dores no estômago, na sola do pé. Pernas boas mas não ia mais rápido. Até que encontrei o Aracajú, que me deu ânimo e força pra não deixar a peteca cair mais ainda. "Rápido ou devagar vai doer igual, então vai rápido que termina logo", foi algo assim que ele me disse que me fez continuar no esforço máximo, embora num pace terrível.

Passei mais uma vez na búzios, na galera fantástica da Ironmind. Ao chegar no primeiro portal, aquele que separa quem está nas duas primeiras da terceira volta, lembrei do texto do Vagner Bessa. Foi difícil segurar o nó que se formou na garganta. Meu quinto Ironman, o que mais deu coisa errada e o que mais tive dificuldade pra manter a motivação. A parte física estava excelente, mesmo. Até agora estou impressionado de estar tão inteiro na segunda-feira.

Entrei naquele túnel humano e quase não achei meus filhos, catei os dois pelas mãos e atravessei aquela linha. Só quem passa lá entende. E mesmo passando cinco vezes, continua não entendendo algumas coisas. Não tenho como não agradecer a todos que tornam participar disso tudo possível, principalmente minha família que é quem aguenta isso tudo. Se pra mim é diversão, pra elas é uma espera só. Muito obrigado meus amores. Obrigado também à essa fantástica turma da Ironmind que consegue nos jogar pra frente de tanto gritar e empolgar a cada passagem pela tenda. Durante uma prova dessas, essa torcida tem um poder incrível.

Aprendi coisa demais nessa prova. Como sempre acontece num Ironman. Aprendi que o treino funciona, e que durante o período de treinos o que importa é a consistência, o dia a dia sendo construído tijolo a tijolo, sem atalhos. Estive na minha melhor forma, nunca tão inteiro e saudável. Nem um leve gripe há mais de um ano, tudo certo. Até a garganta que costumava atacar nas vésperas dessa vez ficou ok. Consegui passar por cima de uma encrenca das boas, que pensando de fora sempre achei que me fariam desistir. Mas nunca desisti de uma prova, e não seria a primeira vez, não num Ironman enquanto eu estivesse conseguindo rastejar. Mais uma jornada que se encerra, com outra já se abrindo. Hoje estou tão inteiro que até assusta. Fui nadar 30 min pra soltar as pernas, que já estavam bem razoáveis. Mostra que o treino estava bem feito.

Valeu demais. Como sempre. Não me perguntem de 2014 ainda.

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Domingo a noite, ainda pilhado, fui ver o regulamento. Parece que não se pode entrar com recurso contra decisão de árbitros. Mas falei com uma fiscal, que me disse que teve um árbitro fazendo muita merda na baía sul. Liguei pro chefe do ciclismo na segunda cedo, ele aconselhou também a entrar com recurso. Mas dado o regulamento, além do fato que só poderia ser feito das 7 às 8 da manhã e que o resultado já estava ferrado com tanto pneu furado, virei pro lado e dormi de novo até às 9:40. Eu sei muito bem da prova que fiz.

Natação perfeita, mas talvez estivesse mais curta, não sei. No 310xt mediu 3770. Fechei em 59min35seg na areia. A bike eu só apertei o lap da T2 na tenda de penalização. Deu 5:53, mas o tempo parado foi de 38 minutos. A corrida foi boa, 3h39min, a segunda melhor maratona da história :-). Menos de dois minutos parado, com dois xixis e umas caminhadas pra beber coca e água.

Tracks do garmin aqui: Swim, bike, run.

Bike check-in no sábado

Primeira vez usando capacete de alien, até que bem confortável e fresco

Começo da segunda volta

A galera no treino de natação da quinta-feira

domingo, 19 de maio de 2013

IMB 2013 - Semana 19 - balanço

O Ironman é tão mistificado que às vezes a gente esquece do básico. Daquilo que nos motiva a focar cinco meses da existência com um único objetivo. Objetivo que tem uma beleza peculiar, pois onde é que podemos fazer algo que depende somente e tão somente da gente mesmo ? Bom, aqui estou novamente feliz e satisfeito por mais uma preparação concluída. É um processo, que se constrói dia a dia, com cabeça e vontade, ajeitando aqui e ali para conseguir cumprir aquilo que nos propusemos. E de novo foi um período sensacional. Dessa vez treinei mais sozinho do que o de costume em função de algumas viagens a Urubici, e foi excelente. Mas os treinos com a galera também foram. Sempre é bom.

Não consigo lembrar de ter perdido um dia de treino longo de bike ou corrida. Foram 19 domingos pedalando desde o sol nascente, 19 semanas correndo de forma progressiva com um começo atrapalhado por uma tendinite, mas sempre com tempo bom, até isso esse ano teve de perfeito, só tempo bom. Acho que só num sábado não rolou pedal depois da natação. Treinei no rolo mais do que eu imaginaria ser possível e até cheguei a gostar do miserável. Pra citar os números, foram 4400 km pedalados, 900 km corridos e um bocado de azulejos percorridos.

E o legal é esse processo todo, tudo que envolve a preparação, a semana e a prova em si. Agora não falta mais nada, já é semana de prova, oficialmente começa na quinta com o treino de natação e aí é só curtir, deixar o corpo fazer aquilo que ele foi treinado, doutrinado, hipnotizado, espancado e esfolado a fazer em 20 semanas de treinos constantes, com pouquíssimos dias off, mas ainda assim de forma consistente e progressiva. Agora é deixar a cabeça leve pra não atrapalhar.

Fiquei com vontade de copiar o post do ano passado:

"Treinamos forte e com persistência para chegar até aqui. Todos nós somos privilegiados. Por termos saúde, condições, vontade e possibilidade de embarcar nessa coisa louca que é treinar para um evento desse tamanho, por podermos nos dedicar a um esporte tão exigente, que nos consome, às vezes literalmente, por horas a fio da vida externa. São 226 km ! A distância dita assim assusta mais, não é esse negócio de encolher o número usando milhas ;-). Duzentos e vinte e seis quilômetro a serem percorridos com a maior determinação possível, com as forças das nossas pernas e braços, mas movidos a coração e vontade. Sim, porque só a vontade é capaz de fazer alguém se impor um desafio deste tamanho.

Treinamos no vento, noite, madrugada, sol de rachar e chuva, mas também em amanheceres espetaculares, num mar que mais parecia piscina, em estradas desertas cheias de verde. Com sede, fome, dor, preguiça, mas também empolgação, vontade, empenho, alegria e garra. Cheio de altos e baixos, como quase tudo na vida.

Os treinos trouxeram uma dose de auto-conhecimento e aprendizado que não é fácil de conseguir de forma tão concentrada em tão pouco tempo. Muita diversão e algum stress também fizeram parte, não é ? Mas realmente o que vale é a jornada e passar esse período vendo tanto sol nascer e se pôr, sentindo o andar das estações na própria pele, ao ar livre, é sensacional.

Cada um tem seus objetivos, teve seus anseios, frustrações, alegrias e desafios nesse período que vira a vida da maioria de nós de pernas pro ar, mas se tenho uma certeza é de que a vitória é garantida, a satisfação é plena se fizermos uma coisa só no dia da prova: nosso melhor. Nas circunstâncias que a Natureza nos proporcionar, do jeito que a prova nos exigir. O melhor a cada instante, é isso que importa. O resultado é só consequência.

Façamos valer cada segundo suado nesta preparação e tenhamos todos um excelente dia 27 de maio, com determinação no percurso e sorriso na chegada. Boa prova a todos nós, força e foco sempre !!!! Nos vemos daqui a 12 dias na linha de largada, com o sol nascendo no mar !!"

Não me parece desatualizado ;-).

Vamos a mais um dia de celebração.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Avaliação de produtos - Pastilhas SUUM

Há algumas semanas recebi um kit da SUUM para avaliação. Já tinha ouvido falar mas nunca tinha usado as pastilhas para reposição eletrolítica. Eu estava a procura de pastilhas de sal para suplementação durante a prova e acabei achando na SUUM uma ótima opção.

Testei basicamente em treinos longos de bike e em pós treino de corrida longa ou rolo. O resultado nos treinos foi muito bom. A pastilha não contém carboidratos, então não afeta o planejamento feito para prova nem o planejamento 'digestivo', pois a maioria dos isotônicos contém bastante açúcar. O conteúdo de sais é cerca de duas vezes um isotônico comum e também contém magnésio, vitaminas C e do complexo B.

Nos treinos usei basicamente uma pastilha a cada 3 horas diluída no aerodrink. Para uso no Ironman vou fazer a mesma coisa, levando uma garrafa de água no suporte da bike, uma de carboidrato concentrado e o aerodrink vai ser usado com água e SUUM.

Também achei uma ótima opção por permitir ter um repositor eletrolítico sempre à mão, bastando misturar em 500 ml de água, gelada de preferência. Muito bom para corridas de aventura ou ultras. Obrigado à SUUM por confiar no Relatos para fazer a divulgação.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Caminho para o Ironman - Daniel Carvalho

O caminho para o Ironman exige muito, mas principalmente força de vontade, otimismo, determinação e disciplina. Treinar quando se está cansado, com sono, fome, calor, frio, sede, porque se tem a missão, um ideal que nós mesmos enfiamos na cabeça. Se você não se motivar com esse vídeo, esqueça, vá jogar futebol. Obra-prima do Daniel Carvalho.

IMB 2013 - Semana 18 - Testes finais

Semana de fazer ajustes, testes e programar a cabeça para a prova. Acabei fazendo um longo de corrida muito fácil, sem olhar relógio, só pra ver as distâncias pois fiz em voltas na beira-mar de sj.

Saíram uns treinos legais no rolo, agora estou começando a me acostumar com a coisa. Muitos vídeos passaram nestas semanas... e muitos ajulejos azuis, a natação se esqueceu que é polimento e continua firme e forte.

O sábado teve um natação boa, mar quebrado e mexido com vento nordeste, correnteza indecisa. Fizemos 4 km de águas abertas e agitadas. Depois um pedal indeciso também, pouco forçado mas não foi de graça, vento nordeste nível irritante, vamos torcer pra isso não dar as caras no iron.

Domingão dia das mães, saí cedo de casa e às 6:20 estava desempacotando a bike em jurerê. Saímos para um um longuinho de 120 km. Apareceu um pro que já está por aqui, o Victor Corral, um espanhol. Fizemos a volta do iron e depois mais 2 voltas no velódromo, usei o treino pra fechar bem a nutrição e já está tudo definido e anotado (importante, ANOTADO). Na meia hora final forcei bem até sentir as pernas e saí pra correr com 3 min de transição relâmpago após enfiar a tralha no carro. Saiu uma corrida muito forte, mas que me bota dúvidas de novo no ritmo a usar na prova. Missão cumprida, me mandei pra casa e cheguei as 11 e poco, a tempo de começar os preparativos pro almoço.

Agora é treinar a massa pensante, ela que vai fazer diferença daqui até a hora da largada. A meta já está definida e água tá batendo na... 

A cidade do Iron já está sendo montada ! Arquibancadas, tendas já de pé. A hora tá chegando.

Montagem da arquibancada da chegada. Foto roubada do facebook do Celinho.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Como deixar tudo brilhando



Começamos a fase do polimento para o Ironman Brasil 2013. Como nos outros anos, há uma certa apreensão em deixar o pico do treinamento, começar a reduzir as coisas, como já filosofou o Bessa. Apesar de estar bem e cansado (duas coisas boas nessa fase), a cabeça reluta em 'retroceder', mas depois de quatro anos me vejo finalmente curtindo essa fase. Vem em mim polimento !!

Que na verdade não tem nada de descanso, apenas uma redução gradual no volume mantendo a intensidade. O que já é um bocado de treino, sem dias livres, mas uma redução altamente necessários para reconstruir a força que temos.

A preparação deste ano foi um pouco diferente. Privilegiei a bike e tive um começo de ano arrastado na corrida com o resto da tendinite de dezembro. Um pouco de paciência e medo foram fundamentais pra entrar em fevereiro com tudo quase certo.

Acabei só fazendo uma prova de triatlhon e uma meia-maratona. Na meia, o resultado foi excelente com um recorde pessoal abaixando quase dois minutos, depois de um pedal de 140 km no sábado. Muito bom. Mas aí a prova de triathlon que foi um 'semi longo' me deixou decepcionado com a bike. Nadei bem e corri legal, dentro das expectativas e até um pouco melhor na corrida, mas a bike ficou meia boca de mais. Foram apenas 56 km, então não dá pra ter uma base muito boa, apesar de ter treinado normalmente no sábado e ter ficado em 4º lugar na categoria.

Os longos de bike alternaram entre bons e ruins, faltou ainda um muito bom ou excelente. Todos tem alguma explicação lógica, em alguns eu botei bastante altimetria, ou quebrei feio na nutrição ou então a ventania avacalhou com o resultado. Neste último corri os 26 km na sexta a noite e 10 horas depois comecei os 140 de bike, com um vento chato da metade em diante.

Mas o fato é que não saiu nenhum treino assombroso e nenhuma prova pra confirmar a performance, mas isso não me tira muito do sério não. Sei que o polimento traz resultados surpreendentes e alguns dias de descanso deixam vir a tona o resultado de um treino que às vezes não é perceptível no dia a dia, pois treinamos sempre cansados. Como disse o chefe Roberto, o objetivo não é estar muito bem agora, mas no dia 26.

De alguma forma a natação está boa, a corrida está dentro do previsto sem foco específico e isso é bom. A bike foi muito treinada e agora é confiar no trabalho feito e polir direitinho tudo, aproveitando a fase que é a melhor do treinamento. Estamos fortes, só não sabemos porque estamos cansados, aí está a beleza do polimento !

IMB 2013 - Semana 17 - A derivada vai ficando negativa...

Esse ano estou especialista em não perder treino. Sem desculpas. Segunda-feira corri e nadei, pois só iria poder pedalar terça, o que fiz às 6:40 da manhã. Tinha hora exata para terminar por dois motivos: ir para o trabalho e não deixar o sol bater em mim. Nessa época o sol bate no lugar que o rolo fica na sacada exatamente às 7:45. Se já é um absurdo de calor pedalar no rolo a noite, não quero descobrir o que é isso com o sol pegando no couro. Fiz um treino compacto, com redução do aquecimento e cooldown mas com o miolo bem feito em limiar e sweetspot, que é pra começar o dia atacado. Quarta feira estava em Urubici e fiz o intervalado de corrida no lugar do longo, pra não demorar tanto. Foi um treino excelente.

Treinos normais na quinta e o longo de corrida acabou ficando pra sexta-feira. Só que São Pedro nos pregou uma peça. Previsão de chuva forte domingo por vários modelos, então trocamos o treino de transição de bike-corrida para sábado. E eu fominha não quis deixar a corrida pra lá, saí de casa às 18:30 e cheguei de volta depois de alongar quase às nove da noite. Saiu um bom treino em terreno variado, mas me detonou pra sábado.

Tentei recuperar o melhor que pude, me alimentei bem e fui dormir a meia-noite. Deixei pra sair um pouco mais tarde e às 7:20 estava com a bunda na bike. Foi um treino sofrido e complicado. Saí de casa sozinho e inventei de fazer a volta sul, mas o trânsito estava bem complicado na marginal da beira-mar na volta e peguei todos os sinais fechados. Fui pra SC-401 com vento N* (nordeste, noroeste, estava indeciso) e lá pela metade do pedal a coisa virou pra sul e apertou. Parei pra abastecer uma água e depois segui direto pra casa com o sul na cara. Cheguei muito detonado em casa depois de 143 km e ainda tive a cara de pau de sair pra correr a transição, que magicamente saiu boa. Me joguei na piscina do prédio, fez um calor absurdo pra época, 30 graus em todos os termômetros na rua.

Domingo era só pra nadar. E que coisa boa. Acordei as oito, brinquei com o pequeno até as nove e começamos o processo de acordar as meninas e arrumar as tralhas pra ir pra jurerê, arrastei todo mundo pra lá no lusco-fusco que não chovia pra nadar o longo. Fiz do taikô até o P12, aí voltei direto e fui até a segunda casa de salva vidas e então retornei ao Taikô, fechando 4.350 no garmin, um ótimo treino num mar perfeito. Domingo a tarde foi uma sensação estranha, soneca no sofá, filme e aniversário de criança. Me senti tão descansado que foi até estranho. E agora vem o polimento !!!!!

Chegar tarde dá nisso, 4350 m de água só pra mim !

quarta-feira, 1 de maio de 2013

IMB 2013 - Semana 16 - Não lembro direito o que aconteceu...

As semanas voam ? Tem alguma coisa errada com a passagem do tempo de vocês aí ? Olha, faz tempo que não tenho tanta coisa pra fazer... Mas vamos em frente adaptando e ajeitando sem perder nenhum treino. Ou melhor, quase nenhum, enforquei a natação de quinta por absoluta impossibilidade temporal.

Novamente tive que fazer o longo de corrida na sexta-feira a noite, coisa não boa pra quem tem que nadar as 7 de sábado e pedalar depois. Mas foi uma semana boa, puxada e bem feita. Só que no sábado deu tilt geral. Saí de casa sem o GPS. E sem as caramanholas. E sem nenhum gel. Botei gatorade no aerodrik que por sorte fica grudado na bike e levei duas bananas. No final do treino esqueci o óculos de sol, a Júlia veio trazer e no carro vi que tinha esquecido as sapatilhas também.

Para o longo de bike fomos pra BR 101 sul de novo, local excelente. Dessa vez em grande turma. Todo mundo saiu deslocado pra pra fazer o pedal solo, e fomos num boa até imbituba. Bom até demais, só lá perto vi o vento leve a favor nas bandeirinhas de um posto de gasolina. Os 45 km de volta foram mais fortes até o morro de Paulo Lopes, mas depois parece que o vento acordou de vez. Simplesmente ferrou nos últimos 20 km, a média despencou mas as pernas ainda estavam boas.

Parei no carro só pra trocar duas garrafas e seguimos, 42, 46 km/h com o vento nas costas. Era impossível não pensar no que seria a volta, mas como não tinha o que fazer, aproveitava. E aproveitando cheguei novamente em imbituba com média de 36,5km/h nos 45 km. De graça isso não iria sair...

E voltamos, com um vento muito forte contra por todos os 45 km, cada metro deles, até nas subidas um vento forte com rajadas minou as forças. Uma média pífia de tão ridícula fez o geral que estava em 33,2 km/h no km 135 despencar pra 30,9 ao final dos 180 km de bike. Uma coisa mentalmente difícil. Excelente preparação, ótimo treino. E saí pra correr dessa vez sem olhar nada e na volta vi que o pace saiu igual aos outros treinos, na casa dos 4:30 e FC no início da Z3 (150). Muito bom. Tô aprendendo a sair constante no ritmo que tem que ser.

A recuperação foi boa a tarde, muita comida e 30 min de pernas pra cima e então fomos pro parque de coqueiros jogar bola e fazer piquenique. Uma semana daquelas, mas eu não lembro de muita coisa não, tem que perguntar pro garminconnect.

Abaixo as fotos da FocoRadical do Triathlon Longo do Taikô no dia 7 de abril.