domingo, 23 de junho de 2013

Desafrio Urubici 2013, fatos inéditos

Uma prova cheia de fatos inéditos mesmo sendo a 8ª participação seguida ;-). Participar já não é mais decidido, simplesmente faz parte do calendário, e enquanto tiver pernas pretendo correr essa ultra de montanha no lugar mais frio do Brasil !

Fomos em peso para o Refúgio, a galera da AndarIlha e o Sérgio e o Andrey da Ironmind. Arrumamos tudo depois de pegar o kit e jantar para sair às 6:55 no sábado. Seria chegar e largar, sem aquecer. Minha estratégia incluía isso: sair frio. Gelado, melhor dizendo, para começar de leve. Ainda na noite anterior algumas garrafas de vinho expeliram inexplicavelmente suas rolhas...

Urubici estava com chuva e frio na sexta-feira a tarde. A noite começou a limpar mas de madrugada caiu um vento louco que fazia o maior barulho e me atrapalhou o sono: acordei várias vezes pensando em não esquecer de deixar um corta-vento no carro das duplas.

Largada ! Saí junto do Sérgio que logo sumiu e fui devagar, aquecendo a musculatura com calma. Fui bem leve e consegui não começar forte demais. Havia trocado umas ideias com o Roberto durante a semana, e faria uma estratégia que me permitisse correr decentemente os últimos 8 km. Lá é onde a coisa pega de verdade, não sobra mais quase nada intacto depois de subir e descer aquela montanha toda, e o que eu queria era achar um jeito de prestar pra alguma coisa ali. Achei que isso compensaria o tempo 'perdido' na subida mais calma e nas descidas mais controladas - descer rápido é rápido, mas destrói a musculatura de um jeito que torna correr no plano depois a 6:30/km um desafio e tanto.

Começamos as estradas de terra e lama e achei o Sérgio, seguimos trilha acima e caímos nas trilhas onduladas e cobertas de argila que levam até a estrada principal. Ali a escolha do tênis fez diferença: subi tracionado, pisando com confiança, enquanto a galera com tênis de asfalto dançava pros lados a cada passo. Argila encharcada é algo curioso para se correr sobre.

Chegamos na estrada e peguei outro tênis com o Andrey e o Tiago. Saí muito feliz de estar com o pé leve (a lama em cada pé deveria pesar 478 gr no tênis usado até ali). Fui seguindo morro acima, andando no concreto e trotando no asfalto, aproveitando pra correr quando a inclinação permitia.

Perto do topo e peguei o corta-vento com o Gabriel, filho do Sérgio. Fiz o retorno e desci finalmente menos congelado. Dessa vez fez frio, tive muita dor nos dedos da mão. Mas a camisa que usei compensou: uma blusa da Kalenji muito boa, deixava o corpo seco e ficava úmida por fora, e ainda barrava um pouco o vento. Corri o tempo todo só com aquilo e foi suficiente.

A descida começa forte e segurei pra não entijolar as pernas logo ali. Fui administrando até o véu de noiva e lá me livrei do corta-vento. Quando entrei na trilha soltei as pernas de vez, faltavam 'apenas' 17 km e eu estava me sentindo bem como nunca. E corri. Corri e me impressionei em como estava correndo fácil. Quando passei nos 42 km vi 4h19min. Fiquei muito feliz, até dei uns berros. Percebi alguma proximidade de uma baixa glicemia e taquei dois gels de uma vez só. No topo tinha tomado duas bagas de BCAA com uma de vitamina C. Fora isso foram consumidos 8 gels e mais 3 goles de coca-cola e uma banana pequena no percurso. Perfeito.

Ao chegar na famigerada descida que eu nunca conseguia descer direito, eu desci direito ! Corri feito um doido e até passei algumas pessoas. Cheguei ao fim completamente extasiado e segui forte, ainda sem entender como. A uns 3 km do final passei mais dois caras e terminei alucinado, berrando feito louco. Coisa inexplicável correr sozinho por cinco horas, mas ainda assim sentindo a companhia de todos os amigos que estavam na mesma trilha. Fechou 5h7min e dessa vez a distância foi mais próxima à oficial, a maioria dos garmins pegou 51,8 km em média, eu devo ter tangenciado bem as curvas hahaha. Consegui descer em 2h17min, algo impensável pra mim nas outras participações, onde até descer mais lento eu já tinha conseguido...

Foi disparado a melhor prova que já fiz lá. A estratégia deu certo e mostrou o quão importante é dosar o esforço numa ultra. 10 seg/km a menos no plano inicial e descer um pouco mais leve permitiram deixar pernas pra correr bem depois do km 44.

Mas dessa vez não tive pódio :-). O troféu de terceiro na categoria teve outro dono. 6º cat, 33 geral. A galera tá treinando !! Não dava pódio em nenhuma categoria de 30 a 50 anos ! Prova sensacional, fim de semana mais ainda. Valeu turma !!!

As duas duplas de dois no topo do morro da igreja

Vindo com o Sérgio quase passando alguém :-)

Largada

Largada

Olha só a quantidade de água !

Subindo o restinho. O corta-vento estava inflado, que alívio vestir aquilo

A galera no Refúgio ! Não sei não, talvez o Desafrio seja desculpa pra isso...

Estão comemorando o quê ? Ainda falta descer tudo :-)))

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ciclos e continuidade

Estava pensando aqui com meus botões... vou ficar fora do Ironman Brasil Floripa em 2014, mas o vazio não se instalou por aqui. Achei que ficaria desesperado se não me inscrevesse... Na verdade, o que eu preciso é de um objetivo, e agora estou com vários. Muitos mesmos.

Uma coisa acaba puxando a outra: o treino pro iron forma uma base sólida pro segundo semestre, onde provas curtas invertem o foco e mantém uma pouco de volocidade no esqueleto. Provas longas e muito muito curtas, endurance e explosão.

São ciclos onde uma coisa reforça a outra.Os próximos objetivos são um melhor que o outro. Daqui para dezembro haverá o Desafrio de 53km, escalada fantástica, provas curtas, um 70.3 aqui mesmo em Floripa (Dash), talvez o mountaindo em dupla. Depois é a vez de reencontrar as origens.

Acabei de fazer a pré inscrição para o Cruce de Los Andes, ou Cruce Columbia. Desde sempre é o tipo de prova que me atrai. Poder voltar a patagônia, participar de um corrida multi-etapas, três acampamentos, somar mais de 100 km de corrida em terreno selvagem e vulcões, altimetria forte, clima, ambiente de montanha... não dá pra descrever o que é melhor. Sempre ouvi falar dessa prova mas janeiro quando a cobertura da prova desse ano começou senti que era a hora. Decidi que faria 2014, só foi difícil desistir do Iron 2 meses depois ;-). Escolhas...

Tudo isso vai ser feito com a base trabalhada do ironman deste ano, e vai servir de base para o iron no segundo semestre de 2014 - o segundo Ironman Brasil, IronPunta ou algum outro.

É por isso que não pretendo ficar sem correr um ironman no ano que vem. Não será em casa, mas haverá um. Para que o ciclo continue sem fim. Planejar é tão fácil numa folha de papel em branco... Mas é assim que as coisas começam. Sonhos na cabeça são só sonhos. Aqui começam a virar realidade. Ah, e o Norseman que fique quietinho lá me esperando para 2015.

Abaixo, El Cruce 2013, categoria solo:


sábado, 15 de junho de 2013

Vídeo da Marcio May Mountain Bike

sexta-feira, 14 de junho de 2013

[Utilidade] - Google Reader sairá do ar em julho

Caro leitor :-). Se você lê este blog no google reader, trate de arrumar outro agregador de RSS para salvar os seus feeds. O excelente serviço do google será descontinuado em julho :-(. Eu já troquei para o Feedly, funciona bem para mobile e no desktop. Mas o mais importante é você salvar os seus feeds !!! Creio que quem segue o blog pelo perfil do google continuará vendo as atualizações no google+. Pra facilitar, ou não, vou trocar o modo de exibição para exigir a entrada no site para ler o conteúdo completo, assim vamos nos acostumando ao fim do reader :-). Continuem acompanhando o Relatos !

quinta-feira, 13 de junho de 2013

3º Marathon Marcio May de Mountain Bike

Ahaáaa, enganei ! Fotos do Caminhos da Fé 2012
Ainda não tenho as fotos dessa prova :-)
Depois do Iron a próxima competição seria o DesaFrio Urubici, mas ao saber dessa prova me inscrevi na hora. Um pedal de 52 km por serras e mais serras aqui do lado de casa, não poderia deixar de ir. Fui pensando em curtir o percurso, mas na hora não deu certo. Soquei a bota o tempo todo.

Não era pra ter feito isso, mas fiz. A FC média deu 160 bpm, só 4 abaixo da FC do teste de FTP, então a coisa foi forte. Mas consegui andar legal, subi todos os morros deixando um povo grande pra trás, mas era sempre ultrapassado aos montes nas descidas. Quatro meses sem andar de mountainbike dá nisso.

Nas retas eu até cheguei a puxar o pelotão, que só consegui pegar ali, nas descidas todo mundo sumia. Acabei fazendo boa parte do trajeto sozinho, falta de prática em andar em grupo também.

Mas olha só, foi muito legal. Um percurso sensacional e desafiador, muito bonito, prova extremamente bem organizada e mais de 800 atletas fizeram um belo domingo. Vale muito a pena.

Descobri algumas coisas: tirando o lado técnico de pilotar uma MTB a 60 km/h numa descida de terra cheia de curvas, essas provas tem um fator complicador pra quem treina triathlon (um esporte onde o cliclismos é INDIVIDUAL): os ataques, arrancadas, as variações aleatórias de ritmo. Isso quebra total. Ah sim, e aquela gurizada não tem o menor respeito pelos mais velhos :-).

Percurso da prova. Track do garmin aqui.
A prova teve 52 km e um desnível impressionante de 980 de subida acumulada ! Boa parte em estrada de terra em bom estado, uns poucos trechos com mais erosão e pedras e um pedaço em asfalto. Falando nisso, tive algumas surpresas. Eu não conhecia o percurso, mas partes dele. Por várias vezes não sabia onde estava, outras sabia mas não tinha ideia como iria parar na chegada de volta se estava indo na direção contrária. E depois vi que o circuito é um 'oito' perfeito. Analisei apenas a altimetria antes da prova e esqueci da orientação. Muito legal correr sem saber onde se está ou pra onde estamos indo. Sensacional mesmo.

Em resumo, foi excelente e vou repetir. Abaixo um videozinho amostra-grátis. Gravei a prova toda com a GoPro Hero 3. Só que agora não tenho tempo de editar nada...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

IronPictures 2013

Largada, o momento mais impressionante da prova. Gosto muito. Pra sentir essa energia, só estando lá.


E aqui a chegada... ;-)))



















As fotos são do Geraldo Gai e Charles Herdt, 
as três últimas são da FocoRadical e tem várias outras da Laís :-).