Já saindo de casa a coisa ficou feia, suando feito doido e batimento a 130 bpm pedalando de leve levíssimo. Bom, se sair na chuva é pra se molhar, então sair no sol é pra torrar. Creio que estou ficando menos intolerante ao calor. Fui com nordeste empurrando até o trevo da BR-282 e rumei para o sul do rio. Lá já estava desesperado e atravessar Santo Amaro foi uma delícia. O calor subia do asfalto, suor em bicas. Os braços ardiam e as pernas é melhor nem lembrar, era uma pré-combustão com certeza. Ao passar o centrinho vi uma mangueira numa casa com portão aberto e não pensei duas vezes, abri e tomei um banho completo. Saí totalmente encharcado e revigorado e segui pra varginha.
O pneu da frente furou de repente, eu estava no clipe numa curva bem leve e a roda quase saiu de lado, por pouco não fui pro chão. Parei numa sombra e a meleca foi grande pra trocar a câmera. Incrivelmente estava vazando ar por baixo de um remendo, acho que derreteu. E deve ter derretido mesmo, porque o aro da roda era preto e estava ruim de segurar. Por precaução esvaziei um pouco o pneu traseiro e botei só 90 lbs no dianteiro (sim, tenho uma super bomba de mão que dá pra meter 100 lbs).
Segui fervendo e quase peguei fogo ao começar a subir. Achei uma santinha com uma bica ao lado da estrada e parei pra tomar outro banho completo e dessa vez lavei os olhos e óculos. Estava com calor no globo ocular. É sério. A FC ficou alta o tempo todo, como era de se esperar. Mas é interessante ver isso. O rendimento era pífio para a FC, sempre acima de 150, normalmente isso já é lá pra cima. Tive que pedalar mais 'pesado' pra economizar FC e deixar o pobre coração bombear sangue pra periferia. Uma verdadeira aula de fisiologia, tá tudo aqui no track do garmin.
Comecei a descer para São Pedro com o sol mais fraco mas lá o vento tinha desaparecido totalmente. Quando cheguei na estada principal parei num bar, tomei logo meio litro dágua gelada e comprei outro pra levar. Joguei na garrafa que tinha resto de chá de maltodextrina e tive que jogar tudo fora. Comprei outra garrafa e fui.
A pedra branca no fundo |
Cheguei no portal de São José já sem água novamente e morrendo de sede, mas não tem nada de lá até a beira-mar e então fui no desespero seco por 10 km, num contra-relógio capenga em busca do líquido da vida. Em casa me joguei direto na piscina do prédio, para horror dos vizinhos.
A cara absolutamente horrível do vivente |
Consegui mais ou menos sentir o que foi esse dia de calor. Saí para uma corrida curta (8Km) em ritmo 2, tranquilo mas simplesmente eu MORRI no 6Km tal era o calor. Eu fiz os dois últimos KMs me arrastando e só pensando em chegar.
ResponderExcluirDepois vou pegar contigo essas manhas de outros trajetos legais que não os da SC401 para pedalar de contra relógio.
Abraço, e valeu pela visita no blog!