Largada
Combinei com o Maurício Bertuzzi a carona às 5:20 da madrugada. Saímos para jurerê e chegamos em primeiro lugar no estacionamento ! Fomos para o bike checkin, tudo certo. Ajeitei as tralhas, testei os tênis, abasteci a bike. Aí tive a idéia de encher mais os pneus. Enchi o dianteiro e quando fui tirar a tampinha do traseiro, mal toquei e a válvula veio junto. Desastre, faltava meia hora pra largar. Aí o Danton me ajudou a segurar a bike, troquei, botei tudo no lugar e não consegui encher, o pino era curto e a roda era larga.
Só tinha aquela câmera. Uma alma caridosa da Ironmind (não lembro o nome, sorry) me emprestou uma bico longo e aí foi a vez de não conseguir enfiar o pneu na roda. Tirei de novo e recoloquei para então encher com todo o cuidado. Agora só tinha o pit-stop para tentar salvar um eventual furo. Coloquei a bike no suporte e fui buscar a roupa de borracha e os óculos, então percebi que a confusão toda fez aflorar um chamado na natureza de alta complexidade. Chamado resolvido, entrei na roupa e corri pra largada na praia. Percebi que o deck do P12 era escorregadio molhado. Mal cheguei, achei o Diogo e a Cínthia e então largou. Não aqueci 1 min, isso foi feito na troca dupla de pneus. Saí correndo feito louco e entrei na água bem a frente, só pra ser atropelado pelos mais rápidos. A natação era de 2 voltas num triângulo de bóias, a primeira estava em perfeito alinhamento com o sol que nascia no céu azul (espetacular, diga-se de passagem). Fiz muita força e errei a bóia, tive que acertar o rumo e perto da bóia tinha um caiaque (fibra de vidro). Numa braçada meti a mão no caiaque, amassando uns dedos. Fui pra segunda bóia rápido e quando contornei voltei pra praia seguindo a manada, pois não sabia direito pra onde era.
O contorno do cone foi rápido, e novamente corri feito louco até a água de novo. Lá fiquei realmente ofegante, se tivesse com o monitor cardíaco tenho certeza de que daria recorde. Vi o Marcos Pavarini reentrando na água e pensei: vou grudar nele aqui e na bike. Não grudei em nenhuma esteira, mas fui certo até a bóia. Retornei e na virada da segunda mirei no que parecia ser o funil de entrada na praia. Quando saí da água fiquei contente, 27min e uns quebrados. Corri para a transição, o Luiz Otávio e um camarada de Brusque logo à frente. Quando lembrei que escorregava, um fiscal avisou bem na hora do ploft do Luiz no chão, mas levantou ileso e fez a transição rápida.
Transitei rápido e me mandei pra não sobrar. Cheguei no Sandro de Brusque e no Luiz, então seguimos revezando. Uma hora veio uma dupla e o Sandro se mandou, ficamos eu e o Luiz alternando a cara no vento. Foi assim por mais duas voltas. No meio da terceira veio um pelotão gigante e eu grudei nele. Nas retomadas era dicífil acompanhar, e tinha bastante retorno, 10 no total, mas depois de ver o Sandro sumir num pelotão menor, decidi vomitar antes de largar aquele ali. E funcionou, a média subiu bem, vinha a 32 e fechei o percurso de 38,5 km (cadê os outros 1,5 ?) a 34,5 km/h. Sinistro pedalar daquele jeito, muitos malucos colados, é estressante mas é legal. Num dado momento o Hugo puxou um pelote menor que sobrou e revezei com ele. Um momento de pânico ocorreu quando eu andava na roda do Luiz Otávio. Veio uma moto com a fiscal sinalizando pra ir pra direita, gritando alguma coisa. Aí o Luiz reduziu e chegou pro lado, eu cheguei a raspar o pneu no dele mas consegui controlar, felizmente não estava no clipe. Era o que faltava um tombo ali. Vi o Lukinhas liderando a prova, muito show.
Larguei a bike sem ter visto nem sombra do Marcos e fiz uma transição que poderia ser melhor, tive que trocar o relógio e o número caiu do porta número. Fiz tudo já correndo e engrenei num ritmo alucinado até uns 800 mts, quando percebi a besteira e reduzi. Como é fácil sair rápido demais de uma T2. Eram 4 voltas bem medidas. O Diogo acompanhou de bike mas foi espantado pelo fiscal. Fui tentando manter o ritmo suportável para não quebrar e deu certo, todos os kms fora num ritmo parecido, com uma leve quebrada no 7. Passei pelo Arthur e tive a impressão de que ele colocaria uma volta em mim na corrida ;-). Incrível é correr no meio da Elite. Mesmo eles largando meia hora depois, na corrida já estava tudo embolado. Os caras correm demais. Na bike é mais difícil ver a diferença, se bem que uns foguetes passaram. Na corrida parece que você está parado quando um descontrolado passa correndo a 3min/km, mesmo você estando lá se matando pra manter 4:10. Passei várias vezes pela Carla Moreno liderando o feminino, correndo forte com uma cara de quem está tranquila, tranquila... ;-).
No km final apertei um pouco o ritmo e comecei a alcançar um cara perto do funil, mas alguém avisou pra ele, aí começamos um sprint que não deu muito certo, mas cheguei babando. Tem que chegar sem gasolina no tanque, dessa vez foi perto da reserva, com 42min26seg. Não sei ao certo o tempo da prova, mas deve ter dado 2h19min. O plano A era até 2h20, na mosca. Realmente o ciclismo num olímpico com vácou não tem nada a ver com a perna de bike do ironman. Aqui parece que realmente o pelotão te puxa. Que diferença pedalar com a cara no vento ! Ainda sem resultados oficiais.
Foi muito bom fazer essa prova junto com o Maurício, um cara sensacional. Exemplo desde os tempos em que eu ia lá ver o iron, referência a ser alcançado na corrida. Fiquei muito feliz quando descobri que ele voltará ao iron ano que vem, bons treinos virão com certeza.
Fotos e vídeo do Diogo e da Cínthia, que acordaram de madrugada e foram até lá pedalando pra ver a prova. Espero que tenham ficando infectados, pois tem outro olímpico em dezembro !!!
Detalhes técnicos: o asfalto é o pior que poderia ser escolhido. Não sei porque não jogaram o percurso para a praia da daniela, pelo menos o piso seria melhor. Aquele trecho de lajotas já incomoda no ironman, mas passar 5 vezes ali em cada sentido é dureza, acho que daria pra esticar até a frente do campanário, talvez (é fácil falar sem saber de nada ;-). O trajeto da corrida era muito quebrado em esquinas, na primeira volta fiquei em dúvida, e numas curvas sempre tinha gente correndo no sentido errado (que fizeram ser mão inglesa).
A primeira foto tá igual a uma foca. Muito legal o relato, pena não ter ido, mas o Aracaju garantiu as fotos.
ResponderExcluirÉ Rafael...triathlon olímpico é bem diferente mesmo. Tem que dar tudo o tempo todo. Parabéns pela prova ! Abraço
ResponderExcluirParabens !!!!
ResponderExcluirAcho que aqui no Rio não deixam disputar prova com vácuo de TT ou eles pedem para o cara não ficar clipado.
Mas, sinceramente, o mais complicado deve ser pedalar clipado na Perimetral. O asfalto é muito ruim.