quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Percepções e cadências

É interessante como vamos ficando mais atento à detalhes a medida que o traquejo com os treinos vai aumentando. A ultima semana foi estranha, e me peguei várias vezes sabendo que a coisa não estava boa, o que era confirmado depois analisando as variações sutis nos dados. Explicando...

Depois de uma semana de férias extremamente ativas, voltei pros treinos numa porrada só. Sexta feira natação paulada e intervalado de corrida na sequência. Sábado transição completa forte e domingo um pedal em serra mais forte ainda, onde fiquei mais de 3 horas acima de 80 % do FTP. Tudo muito legal. Mas a gente não é máquina, e o intensivão que era pra acordar o corpo depois de uma semana """OFF""" parece que cobrou seu preço (entre muitas aspas, pois foi cansativo pra caramba, já que férias boas tem que ser exatamente assim).

Aí na segunda feira saiu uma corrida boa, mas nem tanto. Apesar do ritmo dentro do alvo, a percepção é que estava mais difícil do que o normal. No dia seguinte um pedal onde a potência alvo só saiu a muito custo, onde parecia que a cadência não estava boa, e então o desastre do longo de corrida. Não lembro de ter me arrastado tanto. Talvez por estar com certa indisposição nas tubulações digestivas, mas o treino foi muito além do cansativo, cheguei exausto. Então no dia seguinte a natação foi pior do que a de uma âncora.

Graças à experiência sabia que aquilo era normal, mas comecei a fuçar os dados dos treinos. Vi que a natação estava com a cadência de braçadas bem mais baixa que o normal (muito bom ter dados em volume pra comparar). Isso seria causa ou consequência ? Idem para a corrida, onde mal chegava a 180 ppm no miolo plano do treino.

Então fiz um pedal sem meta na quinta a noite, relativamente forte mas na mountainbike, bem despretensioso mas também desnutrido e com pouca água, o que me fez caprichar na alimentação pós treino.

O intevalado de corrida do dia seguinte foi mais cruel ainda. Os tempos saíram, mas a sensação de esforço absurdo era clara. Depois fui olhar e em tiros onde a cadência fica acima de 200-205 ppm, não passou de 190 naquele dia. De novo, causa ou consequência ?

O pedal longo foi igualmente estranho pra fechar uma semana estranha. Não conseguia gerar potência na cadência usual no plano, foi só baixando um pouco que saiu o mínimo. Com isso fiquei pensando que a semana seguinte seria um desastre e programando um OFF na segunda feira.

Mas aí era dia dos pais, me alimentei muito bem, descansei legal e como no dia anterior tinha dado uma escaladinha, acabei fazendo uns alongamentos leves e um pouco de funcional pra destravar a lombar que ficou reclamando (sei lá porque lombar vai doer de ficar parado dando segurança :-).

E então segunda a corrida saiu perfeita. Totalmente perfeita, muito boa mesmo. Um ritmo excelente, cadência alta e sensação de esforço baixa, o que foi confirmado olhando os dados. Na natação do dia seguinte também foquei em melhorar a cadência das braçadas e o ritmo saiu decente.

O que me leva a uma conclusão: temos realmente que conseguir focar na forma, na técnica. Isso provavelmente é a causa  do bom e mau desempenho, acaba sendo o sintoma também de excessos, é onde o problema mais aparece. E interessante, essa análise rápida e superficial mostrou que a percepção andou junto dos números e a sensação de treino 'duro', 'ruim', 'sofrido', veio acompanhada de uma cadência mais baixa que o normal (relativamente falando, pros meus números). Então parece que se confirma o que o chefe falou uma vez, que desempenhos inspirados normalmente estão associados a cadência mais alta (de novo, a cadência da pessoa, só dela). E pelo que vi, parece que nas três modalidades...

E aí ? Concorda ? Discorda ? Ou sem corda ?


6 comentários:

  1. Técnica não é tudo... Mas é 100%... Hehehe.. Como discordar??

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parece que a cadência é a primeira coisa que sofre, daí a queda de ritmo, aumento de sofrimento e percepção de 'merda' são consequencia... se focar na técnica... :-)

      Excluir
  2. Reação em cadeia.

    Se tiver depletado ou fadigado, a técnica piora e consequentemente a cadência piora. Aí amigo, gasta-se muito mais energia para se deslocar.

    Efeito bola de neve.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exato... a quebradeira aparece na cadência, e a cadência estragada aumenta a quebradeira por gasto inútil de energia e sensação mental de desespero :-)

      Excluir

Participe ! Deixe sua opinião, ou crie uma polêmica :-)