segunda-feira, 25 de julho de 2011

GP de inverno em Camboriú

Belo dia nascendo e... sangue nos zóios !

Triathlon sprint é sangue na garganta o tempo todo. Incrível como é diferente e o treinamento necessário também. Pra quem gosta de provas de resistência, competições curtas são boas para melhorar o ritmo, treinar a técnica e os fundamentos, e também pra ter a sensação de ter o coração querendo pular pra fora até a cruzar a linha de chegada. Certeza absoluta, não estava com o monitor, mas a máxima de FC deve ter sido nessa prova. Se o coração não saiu pela boca dessa vez, não sai mais.

Transição pronta
Saí de Floripa sozinho às 5:20 da madruga, depois de tomar uma caneca gigante de café com leite e comer um prato de 4 bananas picadas com mel e aveia. Cheguei na boa no local da largada, estacionei e fiquei enrolando até 6:30, quando encontraria o Lucas na entrada da transição para pegar com ele o meu kit, que ele fez a gentileza de buscar pra mim no sábado. Tomei um redbull, ajeitei a transição direitinho e voltei pro carro pra me trocar e então fui pra largada. Dei umas braçadas no mar e senti frio nos dentes. Verdade, a água gelada batendo nos dentes durante a respiração estava incomodando, mas depois na prova não pareceu tão fria.

A organização tinha acabado de por as bóias e parecia claramente que a paralela à praia estava muito longa. Achei que não teria só 750m. Largamos na pauleira de sempre e com até bastante confusão para um sprint, mas tinham quase 300 pessoas oficialmente, o que já é bastante gente.

Até a primeira bóia fui num tiro só, contornei rápido, levei umas porradas e segui bem retinho até a segunda e então para a chegada. Como Camboriú só tem prédio, mirei num espigão que estava acima do pórtico e fui direto, navegação perfeita. Não consigo ficar no pé de ninguém na natação, ou desvio, ou o cara é lento, ou rápido, ou então me atrapalho com a agitação da água. Mas mesmo nadando feito uma tartaruga, alguém sempre fica no meu pé, batendo e puxando. Saí da água esbaforido com 16 min, achando alto demais para a distância, corri feito louco até a transição e tive que me recompor ao tirar o neoprene, foi a única 'parada' da prova. T1 total em 2 min, bom !

Tinha um ventinho leve contra na ida e quando já dava pra ver a montanha à frente, um desvio nos mandava à esquerda, para fazer um contorno e depois voltar para encarar a subida. Só que não tinha como embalar, você vem de um 'buraco' e logo pega um pedaço bem inclinado. Fui todo errado na subida punk da estrada da rainha, troquei umas duas vezes a marcha e logo joguei para a covardona e segui pedalando sentado e de pé no final, quando a velocidade já estava abaixo de 10km/h e pulsação nas alturas. A descida para o outro lado era mais suave e longa, sem curvas fechadas. Segui direto até um retorno que fazia um zigue-zague e então voltava pra encarar a Rainha. Muita gente empurrando as bikes na subida, nunca vi disso. Ali as MTB (categoria separada) levavam clara vantagem.

Neste retorno percebi uma cagada enorme que poderia ter me desclassificado. Estava com o número do ironman ainda colado na frente do capacete. Nesta prova, tinha número para a bike e corrida, mas também um pro capacete que eu não vi na sacola do kit. Só que quando fiz o retorno a fiscal gritou '454'. Demorei uns segundos pra entender, enquanto pensava: "que legal, o meu número do iron... Peraí: o MEU número do iron ?!?!" e logo lembrei que estava com isso colado no capacete ainda !! Saí berrando feito louco "299, 299, meu número é 299, arruma aí pelamordedeus", torcendo pra dar certo e não me desclassificarem ;-). Sempre arrumando confusão com os números...

O retorno da estrada empinada era menos cruel e consegui passar um bocado de gente. Depois despencava numa descida de assustar, pois terminava numa curva. Registrei a máxima de 70 km/h mesmo acionando os freios algumas vezes, um doido que vi na retirada das bikes tinha 85 de máxima registrada !!! O final da volta era bem rápido e então retornávamos para repetir os 10 km.

A segunda volta foi menos sofrida pois as pernas já estavam aquecidas e as subidas sairam melhores. A média estava uma porcaria, bem abaixo do que eu imaginava (só imaginava). Forcei o que consegui na bike, sabendo que as pernas sempre sobram pra corrida. Fiz a T2 mais rápida de todos os tempos, 23 segundos no GPS, mas tem que somar o tempo do desmonte da bike até a saída da área de transição que não marquei.

Saí pra corrida preocupado com musculatura da perna direita. Estava com dor a semana toda depois do treino de sexta e só tinha conseguido correr uma vez. Certamente é uma contratura crônica, pois vem dando sinais mais claros desde o desafrio. Vou ter que ver isso, saco.

Forcei o tempo todo, eram três voltas. O clima excelente ajudava bastante e fui mantendo um bom ritmo. Dei um quebrada no final da segunda volta, o gel que levei caiu em algum lugar e estava só na água desde a largada. Passei pelo Roberto e perguntei se por acaso não tinha um gel. Segui e fiz o retorno pra última volta, aí ele me disse que não tinha gel não: "Rafael, agora vai só na gordura" ;-). Apertei um pouco o ritmo no final da última volta, mas um cara me passou num sprint alucinado a 30 metros do pórtico e levou a posição. Depois conversando vi que ele era da minha categoria, mas não resolveu muito, pois fiquei em 11º ;-). Fechei em 1:21:02. A morreba era brava, a corrida tinha 5,4 km e o povo reportou 1000 mts na natação (eu esqueci de setar o modo swim no garmim). Mas o clima estava excelente, mar calmo, ventinho bem de leve e temperatura boa.

Depois da chegada ficamos por lá e às 10 horas a elite largou em esquema de time trial. Muito interessante. Os caras nadaram numa velocidade absurda. Depois fiquei lá batendo papo com o Marcelo e Pedro e vimos o primeiro a entregar a bike, creio que o Adriano Sachetto. Inacreditável a velocidade em que ele veio na bike com os dois pés num pedal, pulou e saiu correndo pro cavalete. Praticamente jogou a bike e ela ficou pendurada lá. Sério, não deve ter levado mais do que 3 segundos pra por o tênis e ir embora. Profi.
Prova excelente, organização excepcional e percurso desafiador. Tinha uma banda tocando o tempo todo desde antes da largada até a premiação. Stands de produtos, mesas de frutas, isotônico e redbull. Tomei outro. Somado ao café cedo, acho que nunca tomei tanta cafeína na vida. Valeu muito conhecer essa prova, vale a pena voltar mais vezes. Público cheio, amigos, nível altíssimo dos atletas. Sensacional.

3 comentários:

  1. Grande prova! Gritei teu nome logo depois do retorno para ultima volta! Estava ao lado do Roberto quando vc passou pedindo o gel. Abraço

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  2. Farei esse ano, meu segundo short. Veremos o que vai dar. :-P

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