domingo, 23 de outubro de 2011

Olímpico e Praias que não fui...

Então, fiquei de fora do Olímpico de Jaraguá do Sul pois não consegui me inscrever a tempo. Ao que parece a prova foi muito boa, com sol (ao contrário da chuva de 2009). E o praias e trilhas foi também sensacional com tempo bom e muito calor no domingo. A Tatiana da AndarIlha faturou o segundo lugar geral e o Alexandre da Ironmind mandou ver e ganhou a categoria na estréia na prova. Parabéns !!!!

Ontem não treinei por excesso de compromissos festivos, o que me deixou um tanto quanto ansioso de botar as pernas pra funcionar hoje. Combinei de sair pra acompanhar um pedaço do Praias e furei, acordei tarde pra ir à largada e não montei logística pra começar no Santinho e terminar na chegada lá em Ponta das Canas. Pois aí fui pedalar na SC-401 e encontrei uma galera esparsa, poucos dos que não foram pra Jaraguá. Voltei com o Diovani depois do Lins e do Panda entrarem pra Jurerê e fui pra casa. Lá o tênis estava parado me olhando e aí fui correr, há tempos não saia uma transição, 67 bike + 6 corrida.

Um fato ocorrido no MountainDo semana passada me fez fazer um teste nessa corrida. Aconteceu do GPS do Adriano ficar sem bateria, e os que ainda iriam correr armaram uma logística complexa para 4 pessoas correrem com 2 GPSs. Todos dependentes, eu incluso. Só que eu quase fui sem, pra ver qual é. Mas fui com por receio de forçar demais e quebrar. E aí hoje eu saí com o GPS e botei na tela de horário, sem ver nada. Nenhuma variável, nem umazinha. E corri os 6 km a 4:38. Tudo bem, mas o interessante foi que não forcei nem me preocupei muito com o ritmo e os 5 primeiros km sairam TODOS entre 4:31 e 4:33, praticamente constante ! O último km foi mais leve ao voltar pra casa com morrinho. Eu acho que não sei dosar, acho que não sei controlar, mas o corpo sabe ;-).

Depois do treininho correria pra levar a Laís no Enem e aí então supermercado relâmpago. Seguido disso, saí pra escalar com o Adriano, que levou o meu pai junto pra acompanhar a subida lá no Morro da Cruz. Visual de sempre do ponto máximo do centro da ilha, calor no sol. Trilha exuberante. E aí a casa caiu. Fui escalar e 'tijolei' os braços. Insisti e não conseguia mais fechar as mãos.

Sabiamente fui guiar outra via, a mais fácil do complexo. E meti três peças móveis numa fenda perfeita, passei o lance e travei. O cagaço falou mais alto, fui até um grampo, costurei e acabei tomando um baita arrasto da corda ao subir devido às proteções mal colocadas. Desci e caí. Aí o Adriano teve que escalar de novo a Zé Colméia e foi pela Caverna do Dragão até a parada da Orquídea, e com corda de cima tudo fica mais fácil, mas mesmo assim fui de braços bombando até lá em cima. Totalmente travado, boca seca e suando em bicas. Coisa linda, ficar um ano longe da pedra, aí entrar num buraco até acabar com os ante-braços e depois ir guiar em móvel ;-). Valeu a foto, mas a surra foi grande. Obviamente fiquei aniquilado. Podre mesmo, todo torcido e retorcido. Não só da escalada, mas da combinação das coisas.

Foto do Adriano, que passou a segurança pro meu pai. Ainda bem que o freio era gri-gri ;-)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Correr, Emil Zatopek

Londres 48. Foto no estádio de Wembley
Acabei de ler o livro Correr, de Jean Echenoz, sobre a vida de Emil Zatopek, a Locomotiva Humana. Este atleta Tcheco mudou para sempre a corrida de longa distância, tendo ajudado a criar e difundido muito os primórdios do treinamento intervalado. É um livro leve e agradável, praticamente um resumo biográfico.

Emil começou a correr meio que sem querer, na fábrica onde trabalhava durante a segunda-guerra na ocupação Alemã. Dali até o fim da guerra, passando por três olimpíadas e finalmente a invasão Soviética, o livro narra os principais passos deste atleta que sempre esteve muito à frente do seu tempo. Treinava na neve, a noite, na floresta e nas estradas. Usava muita subida no treinamento. Corria com um ritmo muito variado, deixando os adversários loucos. Normalmente saia forte, reduzia, aí aglomerava com o primeiro pelotão e volta a ficar pra trás e então arrancava com tudo.

Sobre o atleta, estádio de Wembley

Criou um método próprio de treinamento, onde bem no início chegava a cair desmaiado para tentar descobrir o ritmo com o qual treinar. Corria intervalados enormes, 20 km em tiros de 200 metros, sempre na intensidade máxima. Bateu todos os recordes mundiais várias vezes nas distâncias acima de 5 km: 5mil, 10 mil, 15 mil, 20 km, onde foi o primeiro home a correr a distância abaixo de uma hora, recorde da hora, 25 km e 30 km.

Ganhou ouro nos 10 mil e prata nos 5 mil na olimpíada de Londres em 48, foi ouro nos 5 mil, 10 mil e na maratona na olimpíada de Helsinque em 52 (feito até agora não repetido). Tentou a maratona em Melbroune em 56 mas já estava em vias de se aposentar e recém operado de uma hérnia, terminou em sexto lugar. Ganhou a São Silvestre no Brasil com mais de um minuto de vantagem, foi herói nacional em praga quase a metade da vida. Militar de carreira (mas nunca em batalha), Emil foi tristemente destituído de todos os seus direitos após a invasão soviética na Primavera de Praga, acabou deportado para minas de urânio por seis anos e depois foi obrigado a trabalhar como lixeiro em praga, para finalmente ser enquadrado como arquivista. O livro termina aí e eu ainda vou procurar o que aconteceu, mas pelo menos achei uma entrevista de 88 no youtube, a coisa deve ter melhorado depois ;-).

Reparem a arrancada no começo desse vídeo, na prova seguinte ele dá uma volta ao vencer os 10 mil e a chegada da maratona entrando no estádio olímpico, Hensilque 52:


Uma história sensacional e comovente. Não achei outros livros sobre ele ainda, mas vou caçar. Se alguém conhecer manifeste-se ;-). Recomendado.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mountain Do Lagoa 2011, agora em octeto !


   

Largada

Pois é, nós os fominhas decidimos dessa vez correr em octeto. Sempre fomos em quarteto, pois quanto pior melhor, mas sempre se pode piorar qualquer coisa, e correr pra morte um trecho só era uma curiosidade coletiva. Fechamos um octeto misto da AndarIlha para correr esta edição do Mountain Do Lagoa com o Adriano, Anastácio, Dariva, Tiago, William, Fabi, Taty e eu. O Adriano estreou em revezamentos e ao que soubemos gostou muito.

Uma boa galera da Ironmind também correu, em dupla, quartetos e octeto misto, com atletas avulsos espalhados por outras equipes, além do Alexandre, que foi pra treinar e acabou sequestrado para um quarteto às 7:30 da manhã ;-). Gente empolgada pra todo lado.

Largamos para os 73 km às oito horas, junto com as primeiras equipes. O Dariva foi no lugar do Varela, que não pode correr por compromissos profissionais. Largou mineirinho e chegou voando no final do trecho 1, comendo várias posições no percurso.

Aí o Anastácio se mandou para a Joaquina fechando o trecho das areias num pace de 5:12, de onde a Fabi decolou para a Mole, tendo feito um baita tempo. De lá fomos para a Barra da lagoa esperar a Taty, que veio pelas trilhas mais íngremes da prova. Fui lá na praia buscá-la e aproveitei pra aquecer um pouquinho. Resolvemos sempre 'ir buscar' o atleta no final do percurso pra acabar de vez com o sujeito e tirar um tempinho. O Tiago foi acelerar o William no trecho 5 até o Hotel engenho e então o Adriano partiu para o desconhecido e mandou ver muito bem. Seguiu sozinho e o Tiago foi de carro atrás para entregar o auto e largar para o trecho dele, o sétimo. Consta que o Adriano declamava elogios à elevação que foi ultrapassada para completar o percurso, batizando-a com algo como 'morro desgraçado'...

E aí eu fui deixado no ponto de ônibus fluvial (lagoa também é fluvial ?) que atravessa do Rio Vermelho até a Costa da Lagoa, início do último trecho do revezamento. O barco demorou a sair, aí chegamos lá do outro lado, lugar perfeito pra descansar e esperar ansioso o Tiago chegar. Fiz várias visitas ao banheiro, tinha bebido muito e o corpo é sábio, expulsa os excessos antes do esforço. Fiquei lá de papo com a turma e aí fui aquecer quando achei que o Tiago estava vindo. Muito cruel esperar sem notícias, sem saber quanto tempo falta. Fiquei atento às primeiras equipes a passar e marquei 20 min, então comecei a aquecer. O Tiago veio rápido.

Saí um pouco forte demais mas logo encaixei um ritmo suportável. Seriam 9 km de trilhas de sobe e desce dentro da mata exuberante e 3 km de asfalto até a chegada. Foi uma das melhores corridas em trilhas que eu já fiz. Sempre forte, mas controlada. Perfeita, tangenciando curvas, pulando nas pedras certas, sem escorregar ou tropeçar, correndo todas as subidas e me jogando nas descidas sem medo. Fiquei até surpreso, pois a última trilha tinha sido na Praia do Rosa. Ao sair no canto dos Araçás vi a Taty pegando a van da organização. A criatura correu o trecho dela e depois mais dois pra fechar o treino de 30 km para o Praias e Trilhas.

De volta à civilização resolvi que iria me matar pra valer. O pace estava em exatos 6:10/km e eu queria fechar em 5:50 (ano passado havia sido 6:24). Soquei a bota de verdade. Forcei nas subidas e desci de forma suicida, teve uma hora que a sola do tênis raspou no chão numa descida grande de lajotas, se caísse ali a coisa ia ser feia. Atravessei para o canto da lagoa e logo cheguei na subida do LIC, onde o Anastácio esperava para me puxar. E puxou o desgraçado, tocamos lenha a 3:40 e só desgrudei dele na descida final para a chegada. A galera toda se juntou e atravessamos o pórtico juntos. A Fabi ainda lembrou que eu tinha que passar o chip (bastão do revezamento, uma pulseira) na mesa que tinha o tapete de cronometragem. Acabei me jogando em cima da mesa com tudo, quase quebrei a dita-cuja e caí sentado, cena ridícula ;-). Fechei com pace de 5:32 e 1h6min, 11 minutos mais rápido que o ano passado (quando tinha corrido dois trechos antes).

Fechamos uma baita prova, cada um fez o seu melhor e se esfolou o quanto pode, valeu muito ! Parabéns pessoal, ano que vem tem mais !!!!! Obrigado pela parceria em mais esta prova. O resultado ficou 7h6min e 5º/39 lugar na categoria, muito show.


Foto do Gai, fotógrafo-mor da Ironmind

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Depois das férias, dois dias e já Mountain Do Lagoa !!

Voltando das férias fui dar uma corridinha ontem. Era pra girar 10 km mas não resisti e tentei umas acelerações, um fartlek improvisado. Queria ver a quantas andava o batimento, o pace e a dor nas pernas. E não é que foi tudo bem, depois de 13 dias de absoluto destreino (mas nem de longe, morosidade ou descanso absoluto) ?! O ritmo foi legal e me deixou com esperanças de não dar um vexame muito grande no mountain do da lagoa amanhã. Dessa vez vamos em octeto misto e eu vou fechar a prova, então vai ser deitar o cabelo nas trilhas da costa da lagoa e depois voar no asfalto até o Lic. Vamos ver o que vai ser, a galera tá animada.

Hoje girei 1h30 de bike só pra não esquecer como é, já que dia 22 tem olímpico em Jaraguá do Sul (e ainda estou aqui tentando me inscrever). A noite vou nadar uma meia hora só pra mexer os braços.

Os tipos que pedalam corriqueiramente
Preciso comentar um pouco sobre a viagem. Esportivamente falando, por onde passamos o que mais me impressionou foi o trânsito em Londres. O povo treina o tempo todo bike e corrida, mas é no trânsito o mais interessante. É incrível a quantidade de bicicletas em circulação. E não tem ciclovia não, o povo pedala no meio dos carros e é RESPEITADO. Nos cruzamentos há uma faixa de uns 6 ou 8 metros de largura onde as bikes param, aí tem uma faixa para os carros, que espera atrás das bikes. Os caras são meio loucos, pois andam muito rápido em tudo quanto é lado (na direita - errado lá), colado nos ônibus, etc. Andam sempre na pista, como as motos (que não existem) deveriam fazer. O volume de bikes no horário de pico é impressionante, tem horas que parece largada de prova, aquela massa de ciclistas vai com tudo no meio do trânsito caótico. Tem todo tipo de gente, claramente atletas treinando com mochila nas costas, mulheres de saia e salto, caras de terno e sobretudo. Realmente é uma questão cultural. Fora de parques não vi ciclovia praticamente nenhuma. O ar não é lá essas coisas e vi muita gente pedalando nos trechos mais congestionados usando máscara, mas a quantidade de parques é tão grande que sempre dá pra passar por dentro de um deles e cortar caminho.

Detalhe legal é o sistema de aluguel de bikes. Comuns naquelas bandas, basta cadastrar um cartão de crédito numa máquina e seguir umas instruções pra soltar uma bike, que pode ser devolvida em qualquer outra estação na cidade. O sistema calcula o tempo de uso e debita do cartão. Foi assim que demos umas pedaladas por lá. Para os moradores, é usado como conexão entre metros ou para pequenos deslocamentos, e para turistas, é o jeito mais fácil de arrumar uma bike.

Litoral de Portugal
Os treinos da viagem se resumiram a 12 km pedalando a 10km/h, uma corrida de 3 km em volta de um parque (pra conhecer mais rápido) e até uma micro-pseudo escalada em blocos à beira-mar. Só pra não passar em branco ;-). Se descanso também é treino, e é,  tô bem na foto :-)

De volta a vida normal ;-)...