segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dash Triathlon 113 - dia perfeito existe

Um dia perfeito. Dava pra acabar o post aqui, mas é melhor registrar. Mesmo sem saber muito o que esperar eu sempre espero o melhor, então fui pra prova com os ritmos mais otimistas possíveis. Tudo dependeria de várias coisas, a começar pelo clima, que estava indeciso na semana da prova, então a ideia era fazer o melhor possível em cada modalidade.

Acabei treinando com mais qualidade só depois do XTERRA, a 3 semanas da prova. O Mountain Do em dupla me deixou destruído e aconteceu o que o Roberto fala a respeito dessas provas: sempre quebra, ainda mais porque eu não sei entrar pra brincar.

Então chegou o fim de semana esperado e que fez jus ao que prometia. Uma estrutura excepcional, num lugar que nasceu perfeito para o Triathlon, e uma prova pra lá de bem organizada nos mínimos detalhes e que já começou acertando em cheio. Que venha para ficar.

No sábado fiz um treino de transição curto e leve nas três modalidades, nunca tinha feito isso e me senti muito bem. Combinei com o Alexandre Vasconcellos que veio do Rio e lá fomos nós nadar, pedalar e correr por uns minutinhos cada.

Domingo madruguei e saí de casa às 4:30, acabei de arrumar a transição e já era hora de ir pra praia. Passei pelo controle do chip e entrei na área de largada. Aquecimento apenas para molhar e aí fomos esperar a hora da diversão. Mar flat, céu carregado de nuvens malignas e nada de vento.

Na máquina de lavar

Largada ! Foto de Israel Loselame
Alinhei num lugar estranho, bem no meio, normalmente fico pelos lados. Acabou que larguei numa muvuca danada e demorei a conseguir me livrar da profusão de braços e pernas alheios que queriam me atrapalhar. Antes da primeira boia já estava num espaço melhor e dali em diante nadei sozinho e o tempo todo num ritmo moderado a forte. Naveguei bem e dei umas pernadas de peito pra conseguir ver a última boia, tracei um azimute no morro e fui certeiro, contornei as duas, peguei outro azimute com a boia branca e voltei, a navegação saiu legal e o ritmo bem na mosca, 30min14seg no garmin. Nas melhores séries de piscina fico na casa de 1:35/100m, aqui saiu 1:35 cravado :-). A minha virada nada-olímpica tem um valor psicológico interessante, na piscina a natação não vale muita coisa mas no mar até que funciona bem :-). Melhor impossível e saí esgoelado pra transição que era longa. Arrumei as tralhas e segui pra bike, num pedaço de transição também longo.
  
Fora dágua mas sem ar algum 

Ok, agora tinha ar
On the Road

Tal qual o Iron, um percurso no lugar de treino tem lá suas vantagens. Nós já sabemos onde é que o vento pega, o que dá pra fazer em cada subida, onde descer no clipe e fora dele, etc. Logo no começo do pedal vi que o garmin não marcava nada exceto a velocidade. Paginei as telas e nada, não lia a FC nem a cadência, que eu uso sempre nos treinos. Do jeito que eu deixo as telas, só tinha velocidade em uma e a velocidade média em outra (cada uma com 3 campos em branco :-). Tentei olhar o que era e desisti, resolvi pedalar só na percepção do esforço. Deixei só a velocidade e olhava de vez em quando a média.


Fim da primeira volta
Entrei na SC-401 e mantive a ardência nas pernas e respiração sob controle. Fui me empolgando imaginando algum vento fraco a favor, mas todas as bandeiras estavam caídas, nem uma gota de vento a prova toda !

Fiz o retorno no Floripa e comecei a forçar mais, talvez as pernas tenham aquecido. Várias vezes tirei o pé quando uns atletas me passaram só pra entrar na minha frente e reduzir. Também fiz umas fugas pra não deixar uns poucos pelotes chegarem. Vi pouco vácuo descarado, mas o que me irritou foram 3 duplas 'trabalhando juntas'. Numa delas o cara veio sprintando pra não perder a roda, o da frente claramente o estava puxado.

O Marcos me passou e depois o vi parado com o pneu furado. O Manente também estava lá em canas parado. Malditos pneus, ainda mais os tubulares. Não vou com a cara deles, sei lá porque. Uma pena, realmente.

Terminando alguma volta
Fechei a primeira volta muito bem, olhei a média pela segunda vez e não acreditei, 36,1km/h. Resolvi manter o ritmo e entrei na segunda volta realmente empolgado. No morro do cacupé peguei uma micro chuva de 2 min que mal molhou o asfalto. Consegui manter o ritmo até começar a sentir uma ou outra fisgada na coxa quando levantava do selim. Ali era o limite, mantive tudo como estava e não forcei mais nada. Entrei em jurerê e vi o ritmo em 35,9, fechando o total com 35,7km/h. Decaiu alguma coisa mas pros meus padrões foi impressionantemente constante. Não tinha vento, então foi constante :-). O alvo da bike eram 2:30. Deu 2:27 com 87,5 km (redução avisada no congresso técnico). Perfeito.

Terminei a bike eufórico, nenhum pneu furado ! Estava traumatizado do Iron. Quase tive vontade de dar um beijo na bike. Saí pra T2 que era bem longa, troquei o tênis rapidamente e me mandei. Achei que tinha perdido o número, mas o Fábio me lembrou que estava virado pra trás.

T2. Dessa vez não fiquei enroscado na roupa
Correndo feito um doido

Saí pra correr leve e sem dor nenhuma e quando virei na búzios tocou o alarme de pace que ficou no garmin, estava a 3:40/km. Foi a única hora que me orientei por algum instrumento, claramente 3:40 não daria pra manter muito tempo. Segui nuns 4:10 pra ver no que daria. Também achava que não daria pra manter isso nem a pau, mas estava muito bem e afinal, se quebrasse, que fosse tentando.

Nem calor teve na corrida
Eram vários retornos, muito legal pra ver e marcar o pessoal. Melhor ainda era a torcida por onde passávamos o tempo todo, acabava nem sabendo direito quem incentivava, mas tentava retribuir na medida do possível. Fui olhando os paces só no beep do garmin, estava mais ou menos nisso, uns 4:15 até os 12 km, depois foi num regressivo até o final mantendo o sofrimento sempre no máximo, com os três últimos km realmente de doer. Também balizava o ritmo pelos amigos, o Milton é um relógio e tem o ritmo mais constante do universo, então se ele estiver se aproximando é porque eu estou reduzindo :-). Passei muita gente na corrida, mas dois caras me passaram a 200 m e não consegui acompanhar. O final foi no limite, cheguei e desmontei no chão, até atraí a atenção de alguém que veio ver o que se passava. O Palhares ao lado já recomposto não se abalou pois chegou do mesmo jeito ;-).

Ok, eu estava querendo chegar logo :-)

Epílogo

Uma prova excelente. Organização impecável, no quintal de casa. Um fim de semana respirando triathlon e encontrando amigos por todos os lados. Percurso, estrutura, área de chegada, premiação, kit, staffs, tudo de alto nível. Só preciso saber quando abrem as inscrições para a próxima.

The End. Ina, Dani, Palhares e o Milton.
Dados técnicos

Coisa interessante foi essa prova. Além do ocorrido com o painel de instrumentos, não tinha mais nenhum suplemento em casa, só comprei 6 GU na feirinha e levei mais 3 Roctane que estavam lá desde o Iron. Sem Accelerade, sem cápsulas de sal. Nada além de GU e água e uns dois goles de gatorade. E deu muito certo. Acho que a alimentação pre-prova conta muito em provas não tão longas. Não tive quebra além da corrida, não tive que parar pra fazer xixi. Tudo milimetricamente encaixado.

Percursos do garmin: Swim, Bike, Run. T1 muito lerda em 3:13 e T2 em 2:14, não sei pra que demorar tanto. Não tem cadência nem batimento. 4h37min26seg, 5º lugar na categoria e 61 geral, gostei. Muito. Por demais.

Depois de muito procurar encontrei a família toda que foi assistir a chegada, mas eu cheguei muito rápido hahaha. Meu pai levou a turma e ficamos por lá um tempo batendo papo com a galera e saímos pra almoçar depois de desmontar a tralha toda. Fomos pra Santo Antônio de Lisboa, comi um prato pra dois sozinho. É que o Arthur não quis a parte dele :-).

Fotos do Geraldo Gai, Rafael Bressan e Juliana Cunha. 


8 comentários:

  1. Vamos por partes como diria Jack. Kkk
    Natação. Também alinhei mais no meio dessa vez e, para mim, não foi legal. Próxima vez volto para o canto. Nunca fiz isso de umas pernadas peito no meio para conferir com mais calma o trajeto, é uma boa tática mesmo e vou testar na próxima vez. Filha da mãe fez 1,9Km cravados. Vou começar a nadar na tua esteira nos teus treinos em Jurerê para ver se aprendo. Kkkk. Também saí cansado para T1. Aliás, acho que a única coisa que te ganhei em uma transição, mas a T2, aêê!!! Kkkkk
    Esse negócio que deu no teu Garmin já me aconteceu no simulado para o Iron que fizemos lá em Caiobá esse ano. Fiquei p(!*(# na hora mas depois larguei de mão. Fiquei com a mesma sensação em relação às bandeiras. Tinha horas que eu estava pedalando a 38 ou 40kph e pensava... tem vento nas minhas costas, só pode. Aí passava e as bandeiras completamente caídas. Esses seis caras aí acho que peguei também, aliás dedurei para o fiscal porque eu queria passar e não conseguia. Ficava com medo de chegar perto e levar uma advertência. Fiquei longe e não conseguia acelerar. Aí o fiscal passou e falei "não consigo passar os caras, estão em 6 tomando a pista toda". Se não eram os mesmos peguei outro grupinho.
    Na corrida não teve jeito, te vi muito longe e sabia que não teria como chegar perto, bem que tentei mas não deu. Mesmo regressiva tua corrida ainda é bem mais forte. Corrida, natação, transição, mas um dia eu chego lá. Kkkk
    A propósito, também fui a Santo Antônio de Lisboa depois comer... :-P
    Parabéns cara, provão!
    Quanto à citação não sei se é bom ter o pace mais constante do mundo ou não mas obrigado. Kkkkk
    Forte abraço!
    Milton - http://vintesemanas.blogspot.com.br

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    1. Hahah. Valeu MiltoN !
      Cara, teu ritmo é impressionantemente constante. Acho isso muito bom. Na prática talvez mostre que ainda tem gás, mas só experimentando em provas pra saber.

      Nataçãozinha foi na mosca hahaha.

      Na real gostei dessa estragada do garmin. Acho que vou começar a fazer assim nas provas, até levar com as medidas mas não olhar tanto. Talvez isso seja um limitante, mas tem o risco de quebrar. Alto risco, alta recompensa :-)

      Cara, tu tá num caminho muito bom, só vem coisa boa por aí. Tá viciado total kkkk, mas consegue desligar bem nas férias. Não sei como pode ser melhor.

      Valeu cara ! Abração

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  2. Ah, moleque !!!!
    Show de bola !!!!
    Parabens pelo resultado !!!!
    Gostei do banquinho na bike, hehehehe.

    Qual vai ser a proxima?
    :)

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    1. Valeu Bro !!!!!!
      Hahahaha

      Então, agora vem o Cruce Colúmbia ! Back to the trails !

      Quero só ver. Preciso comprar o salomon sense mantra ainda e todos os equipos específicos, mas o principal é voltar pras trlhas. Vão sair altas fotos :-) !

      Abração e valeu !!

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    2. André Pina não contou mais correu de 4mm de drop ;) Pergunta se ele quer Asics com drop alto? hahhaha

      Boa Pina, mandou muito bem! Prova show :P

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    3. Caras me sinto como quem descobriu o fogo... 5 corridas curtas em uma semana e a meia do Dash. Não tem comparação... vocês me salvaram do lado negro hahahaha.

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  3. Parabéns Pina.
    Se eu não tivesse me lesionado na época das inscrições teria ficado chateado de não ter participado, porque achei a organização impecável, até gel estavam entregando, muito bom.
    Agora só me resta a Copa TM domingo, fazer o feijão com arroz e olhe lá rs.
    Abraço

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    1. Valeu Fábio !!!

      Ainda bem que tu me disse onde estava o número hahaha.
      Então, puta prova, organização impecável. Eu não perco mais. Se ficar atropelando punta azar de punta kkkkkkkkkk

      Essa de garopaga eu queria ir mas tem um evento da escola do meu filho, vou furar depois de 3 anos seguidos, gosto bastante de lá.

      Boa prova e divirta-se. Já lembrei a Julia de pegar o kit.

      Abraço

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