A prova foi na praia da barra da lagoa em Florianópolis. Chegamos lá bem cedo pro bike checkin e depois de arrumar tudo começou a chover e o céu pro lado do moçambique ficou preto. Aí saiu um arco iris e choveu de novo, com sol junto. Fui aquecer um pouco, água quente. Não percebi correnteza, mas nadei do lado dos molhes do canal da barra. Voltamos pra alinhar e largou na adrenalina de sempre.
Mar em fúria. Ondulação bem grande, não consegui ver a primeira boia em nenhum momento depois que enfiei a cara na água. Na respiração frontal, eram só um monte de gente subindo e descendo com as ondas, e nada de boia. Fui com o povo, até que vi uma boia pra esquerda. Ok, é a segunda boia, pensei. Só que logo veio um jetski dos bombeiros avisar que era pra esquerda, esquerda, esqueeeeeerdaaaaa ! Olhei pra eles e olhe pra trás, estava depois do canal já na frente do costão que ia pra galheta ! Ah lasqueira, lá se foi a natação. Mas se foi pra meio mundo, gente pra caramba no mesmo lugar. Rumamos pra primeira boia contra o que parecia ser uma corrente forte, pois estava perto e não chegava nunca. Depois pra segunda, aí então pra branca que marcava a saída da água. Ih, cadê a branca ? Na dúvida, mirei no canto da praia e no pórtico de largada que estava bem visível. Chegando perto vi a grande boia branca sendo chacoalhada na arrebentação. Natação bem desastrada.
A bola verde é o ponto onde o bombeiro nos impediu de nadar até a galheta. A linha verde é o que deveria ter sido. |
Transição na areia com o Tanaka junto. |
Acho que existe no estatuto do XTERRA uma cláusula que obriga a ter empurra bike na prova. Sempre vemos essas fotos com caras enfiados na lama até o pescoço com a bike nos braços, sei lá. Mas foi requinte de crueldade e desapego ao equipamento alheio botar os atletas para pedalar nas areias do moçambique. Bem naquelas partes que é sempre ruim pra correr. Era um arrasta bike, pois a roda mal girava. E quando dava pra pedalar na areia semi dura a maré que estava alta e agitada vinha lavar a areia das bikes com seu sal característico. O barulho de coisa sendo lixada ao pedalar era uma delícia. E pedalar com a onda batendo nas canelas foi uma sensação ímpar.
Quase no começo da praia fizemos o contorno e entramos na floresta de novo pra mais uma volta. Agora pedalar nas raízes estava beeeem melhor. Só me preocupava as batidas que certamente estavam indo até o aro, pois acho que esvaziei muito o pneu de trás. Mais praia. Só que agora eu não estava mais puto como na primeira volta. Afinal, quem sai na chuva é pra se molhar. Já fiquei perdido em dunas gigantes com a bike em corrida de aventura, já caí inteiro dentro de uma lagoa de água parada com bike e tudo em outra, não seria uma areia que iria tirar a graça da prova.
Veja a escala a o tanto de praia... :-) |
Fiz a T2 com cuidado pra não sujar o pé, que estava relativamente limpo e lavado. Calcei o tênis sem meia e segui alucinado, agora era meu chão. Me perdi na natação e apanhei na bike, agora tinha que correr direito :-). Passei a ponte pênsil e segui pras trilhas morro acima, até a bifurcação com as paredes da barra e depois em direção à galheta, mesma trilha do mountain do onde deixei a palma da mão um mês atrás. Subi arfando e depois tentando correr na trilha técnica, aí desceu, subiu e despencou pra direita rumo à fortaleza da barra. Uma trilha que eu nunca tinha feito, sensacional. Descida direta em uma escadaria de troncos na terra, show. Aí veio o asfalto e sentei a bota, consegui correr bem. Cheguei num sprint e depois vi que ultrapassei o amigo do Panda, o Sérgio.
Essas provas off-road são diferentes no espírito. Lá as pessoas conversam, mesmo competindo. No topo da trilha vi que estava sem gel, levei um roctane que sumiu. Quando vi dois caras perguntei se tinham gel e um deles me deu um. Aí descemos conversando a trilha. Perguntei o nome e aí falamos da categoria, éramos da mesma. E tudo numa boa, seguimos trocando posições na trilha e no asfalto abri um pouco.
Chegada e aí fomos ver o estrago. Todo mundo reclamando das bikes, uns desesperados. Vi a minha e já estava com bastante oxidação visível na corrente. Fomos lavar nos chuveiros e então casa, mas antes comi um baita sanduba com chocoleite. Saí muito cedo, 5:50 e comi pouco. Fiquei realmente com fome boa parte da prova. Vi o resultado que foi 4º lugar, 2h56 para 33 km de prova, nota-se o tamanho da encrenca.
Muito interessante fazer uma prova sem referência alguma, tinha calculado até umas 2h30 :-).
E pra moer de vez o que sobrou hoje tinha um treino que estava à espreita lá na planilha. E eu fui fazer, conforme combinado. Realmente um treino mais mental do que qualquer coisa. Até acordei cedo, mas chovia fraco e ventava pra danar. Resolvi que não valia a pena sair na chuva, eram só 100 km e a previsão dizia tempo seco durante o dia. Não fosse o Dash obviamente não treinaria. Fiquei enrolando com o pequeno até às 10:00 e saí pra pedalar. Fui até canasvieiras, um vento nordeste miserável. Voltei até o Floripa Shopping pra fechar um percurso do Dash e segui até o final da vargem pequena, quando engatei o vento em popa até em casa. Quente, abafado e ventoso, e pra piorar, com restos de pernas e com fome. Mas o treino valeu muito, não foi indecente e consegui fechar a semana 100 %. Melhor não dava.
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Detalhes da organização.
Acho que nunca reclamei muito de organização de provas. Sempre tem o que melhorar, mas no geral quando noto uma 'linha' adequada, tudo bem.
Só que nessa teve muito furo. A começar da inscrição, que só abriu 1 mês antes, muito cara e ainda assim com o site fora do ar por vários dias. Sites confusos, sem informação nenhuma.
Um simpósio que atrasou uma hora. Informações do percurso só na véspera e ainda assim alterado na hora.
Um kit com uma camiseta de péssima qualidade. Pós prova com maça e água quente e nada mais.
Acabou que foi um evento com poucos atletas, várias pessoas me disseram que não se inscreveram por essas encrencas. Deixou bastante a desejar, não achei compatível com o nome por trás da prova.
Cara... cada vez que leio teus relatos dessas "offroad" eu agradeço aos céus de não curtir muito esse tipo de prova. Só casca grossa, que encrenca! Kkkkkk
ResponderExcluirMuito legal Pina, deu para sentir como foi a prova mesmo. Eu já sou desorientado na natação naturalmente, se eu faço essa prova aí eu passava o bombeiro e ia efetivamente parar na Mole. :-P
Parabéns camarada, mandou muito bem, prova punk!
Abraço!
Milton - http://vintesemanas.blogspot.com.br
Que nada, tu ainda vai fazer uma roubada dessas hahahahaah.
ExcluirMeu essa natação foi épica. Que coisa horrível... uma galera fez a mesma M....
Valeu !
Abraço
Puta relato !!! Animal.
ResponderExcluirParabens por mais uma.
Vc é o cara.
Que venha o DASH.
Valeu Bro !
ExcluirProvinha punk mesmo. Divertida pra caramba... o mar em fúria foi o melhor.
Valeu, o DASH tá vindo correndo hehehehe.
Abraço
Pina, o disco de equilíbrio eu comprei na Net Shoes, depois de procurar por dois meses em tudo que é lugar resolvi chutar no google e apareceu logo de cara com desconto e frete gratis, vai chegar hoje e é muito bom, usei muito na Fisio. Vale a pena.
ResponderExcluirhttp://www.netshoes.com.br/produto/190-6008-006-01?campaign=c*me-s_t*_x*u_i*_ct*_tm*_m*_r*_p*&cm_mmc=me-s_ggle-_-tnrg__tcb__reddspl_-_-na-_-__me-s____&gclid=CL-Dlcf63LoCFRQaOgodHG4AaA
Valeu Fábio ! Acho que vou comprar uma tralha dessas...
ExcluirAbraço
Provinha casca grossa hein!!!
ResponderExcluirAbraço
Bem grossa Pablo, mas muito legal.
ExcluirAbraço !