quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Que venha 2012...

2011 foi mais um ano excelente. É bom ver isso acontecer sucessivamente ;-). No âmbito esportivo, estou começando a planejar o calendário de competições e a colocar metas realizáveis, numéricas e mensuráveis no planejamento, e isso é muito legal, uma folha em branco e um monte de ideias... Também escaladas, uma trip de mountainbike e as merecidas férias, é claro, estão no project charter do ano que chega ;-)


O balanço do ano foi muito bom, mais um ironman sensacional, um meio-iron em um baita tempo, volta a ilha show, outro terceiro lugar no desafrio, a travessia mais punk da região, no campeche, a melhor meia maratona da história, sub 39 no TF 10 KM, retorno à travessia da lagoa, mountaindo do rosa, mountaindo lagoa em octeto, sprint de garopaba, aquele duatlhon dos infernos na pedra branca e o desafio dos pinguins, agora GP de inverno. Não necessariamente nessa ordem.


Agradeço a todos os amigos reais e virtuais que passaram por aqui, espero que a experiência tenha sido válida ;-). Manter este blog é um prazer quase tão grande quanto correr ;-). Bom ano novo pra todos nós e que venha 2012 para que possamos fazer por merecer tudo o que desejamos. Grande abraço e até o ano que vem !

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Como estragar sua panturrilha

Batatas
Ou qualquer outra parte. Bom, estou com a panturrilha estragada, não contem pra ninguém. Na segunda passada (10 dias atrás) fui correr o longo (15 km até parece longo) e comecei meio estabanado, sem aquecer NADA, nem alogar os 40 segundos de sempre. Nada de pré-movimentação. Zero.

Aí saí correndo, e acelerei. Foi bem, mas no km 5 senti um incômodo de nada na batada direita, e segui. Retornei e fui indo e passei pelo carro pra tomar água. A batata já estava assando, mas achei que não era nada e fui pra fechar os 15 km. O ritmo foi fortinho, mas nada demais. Estava descansado. O volume anda minúsculo mas com intensidade. E tenho feito um pouco de musculação e algum alongamento fora dos treinos. Ou seja, sem razão óbvia pra machucar a musculatura.

Mas fiquei estragado, deu um 'nó' na panturrilha, ficou uma parte da musculatura totalmente dura, parece que tem uma cenoura dentro da batata. Doeu até quarta, aí ainda sentia pra andar na sexta. Corri só na segunda feira seguinte, depois de gelo, bolsa quente, massagem e alongamento a semana toda. Ainda tô sentindo, mas já está melhor e hoje consegui correr os 15 km bem fortes e sem dor, mas a coisa tá lá ainda.

Só pode ter sido a largada totalmente fria e desprevenida. Estou certo disso. Se quiserem estragar alguma parte, façam exatamente assim.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Pedal solo excelente




Acho que este ano não tinha ido até o fim da estrada que vai até são pedro. Um belo pedal como sempre, principalmente solo. Gosto de pedalar pra lá sozinho, seja lá por qual razão. Um trechinho chato da marginal da BR 101 (sábado de manhã), 4 km de BR 282 e depois só tranquilidade. Estradinhas rurais, sol e céu azul, rios, belos visuais da serra do tabuleiro. Excelente. E agora ainda mais, pois o asfalto vai mais 3 km morro acima (bem mais inclinado). Muito legal. Claro, o lado MTB fica triste por perder mais um pedacinho de terra, mas ficou ótimo pra treinar uma subidinha, isso ficou. Consegui fazer um videozinho mixuruca, mas que dá a ideia do local. Ótimo treino, 83 km numa média razoável, com subidinhas ardidas, longas retas e pasmem, quase sem vento. Mas o calor apertou no retorno, pois abri o olho já era tarde. A volta perto das 11:30 estava bem quente, e meio litro de água de côco sorvida rapidamente ajudou muito.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Correndo por Madri, vídeo do Hélio

Meu amigo Hélio foi trabalhar por 2 meses em Madri. Corredor como é, produziu esse vídeo fantástico. Há controvérsias, mas aparentemente foi ele mesmo quem correu e editou o vídeo. Excelente resultado, parabéns !!! Curtam...


Travessia da Lagoa da Conceição

Domingo último participei pela segunda vez da travessia internacional da lagoa da conceição em Floripa. Prova tradicional já na 29ª edição, atravessa a lagoa-cartão postal da cidade, que nesse domingo estava perfeita para nadar. Saí de casa de bike até a casa do Diogo e Cínthia, que tinha ido de bike. Larguei a minha e fui de carro com o Aracajú pra largada no canto dos Araças. Sol, quase nenhum vento, espelho d'água e visual rodeado por matas e morros, sensacional.

Largamos a uns 300 metros da margem, pois a maré estava baixa demais. O rumo era reto até o hotel da praia mole do outro lado. Várias boias vermelhas marcavam o caminho, mas uma torre de celular era o alvo 2,2 km à frente.

Larguei forte como sempre, esgoelado. Não sei mais brincar, ou nado realmente muito mal fazendo força demais. A primeira boia foi rápida, aí encaixei um ritmo mais suportável. Depois da segunda boia comecei a ser ultrapassado por muita gente, prova da largada desesperada. Nadei ao lado de um cara e uma mulher por um tempão, até que ela deixou os dois pra trás e eu fiquei pra trás do sujeito, na esteira por um tempo, mas ele nadava muito torto.

Próximo à chegada dava pra ver as pedras do costão da lagoa e a mata bem fechada, com algumas folhas caídas na água. Entrei no funil de chegada e logo depois fui avisado a passar o chip no sensor. Fechei uns 38:50 no cronometro. Aí depois encontrei o Aracajú que tinha chegado 2 minutos antes, sem forçar. Fomos embora e peguei a bike pra voltar pra casa, sob sol das 11 horas. Fui salvo pelo caldo de cana da beira-mar, foi glicose direto na veia.

Depois fiquei sabendo que fui chamado para o 4º lugar na categoria de Portadores de Necessidades Especiais. Algum rolo na inscrição, mas a federação me ligou, expliquei a minha categoria correta e disseram que fiquei em 5º lugar na 35-39 com o tempo oficial de 39:09, hehehe. Coisa impressionante é ver os PNE nadando. Os caras e meninas nadam um absurdo, deixam-nos pra trás e mostram que com vontade tudo é possível. Bonito de ver.

Tenho o registro da travessia que fiz em 2003: 54:31. Acho que a evolução foi boa ;-). Prova recomendada.

A largada é láaa na frente. Foto da Cínthia

Ironman Hawaii 2011 - Documentário completo da NBC

Já postei no twitter e facebook, mas preciso publicar aqui pra não perder. Simplesmente sensacional, muito bem produzido, com performance da elite e cases dos atletas amadores, aqueles que amam o esporte ;-) ! Não percam, eu assisti direto na TV ao lado da minha filha, que ficou impressionada e extremamente desesperada com o velhinho ao final do vídeo. Ele chegou. Vejam os rostos de felicidade de quem completa a prova...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Recuperação da frequência cardíaca

O software do garmin 310 tem uma função que eu não conhecia, mas que era curiosa. Quando você pára o treino, logo depois ele mostra uma telinha com a fc atual e uma tal de 'Recovery HR'. Fui dar uma olhada nisso e descobri do que se trata.

É sabido que a queda (ou recuperação) da FC após o exercício é um indicador de saúde cardíaca, ou, ao menos, indicador de inexistência de alguma predisposição a problemas. Alguns estudos são feitos contando a queda da FC em 2 minutos após o fim do exercício, e este número seria então um indicador importante.

O que o garmin faz é usar este método (existe outro com 1 minuto, mas parece que tem que ser feito com a pessoa deitada) e implementar uma função que ao fim do treino (stop) mostra a fc atual e a queda medida nos 2 minutos posteriores. A 'queda' é então o número de batimentos 'recuperados' que o garmin fornece.

Existem alguns estudos do teste de 1 minuto que indicam que a recuperação menor do 12 bpm significa elevado risco cardíaco, ou no mínimo, um condicionamento muito pobre. Em resumo, isso daria uma medida da saúde cardíaca e condicionamento físico geral, coisa que parece útil, mas precisa ser acompanhada (anotada, analisada) para permitir conclusões úteis. Preciso perguntar isso pro cardiologista no próximo checkup ;-).

Referências:
http://benj.n69.ch/post/1519481649/recovery-heart-rate-on-garmin-fr-310xt
http://stevecmitchell.wordpress.com/2011/01/13/using-garmin-connect-to-look-at-recovery-heart-rate/

http://maratonany.blogspot.com/2011/11/frequencia-cardiaca-de-recuperacao.html

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Short Triathlon Garopaba/Fetrisc

Praia em frente ao hotel, no centro histórico

Última prova de triathlon do ano em Garopaba, coisa legal viajar para correr. Saí de casa acompanhado da Daiane e do pequeno e chegamos no hotel às 15 horas. Curtimos um pouco a praia e depois simpósio e jantar. Dormir foi um trabalho, o quarto ficava virado pra uma rua que aparentava ter pouco trânsito, mas foi a noite toda carro passando, fritei de um lado pro outro até acordar às 6 horas.

Pequeno futuro atleta, hehehe

Tomei muito suco de laranja no café da manhã. Não façam isso. Aí fui para a transição e arrumei tudo por lá, coisa tão bem organizada que fiquei até impressionado. Só que não fiz bom uso dessa ordem toda na hora das transições. Aqueci bem na natação, água um pouco fria que permitia roupa de borracha, arrebentação moderada e quase nenhuma corrente. Peguei uns jacarés, dei uns tirinhos e voltei pra areia pra esperar a largada. Alto astral de sempre nessas largadas... Aí o feminino largou.

Arrumando as tralhas pra errar as transições depois

Fiquei olhando as boias e achando que ali não tinha 750 m. Bom, largamos nós. Forcei desde o início, ofegante o tempo todo mas controlado, sem desespero desnecessário. Contorna primeira boia, mira na segunda e volta pra praia, tudo perfeito e surpresa, 9min30seg. Certamente não tinha 750 mts ;-).

Corri pra transição e saí rápido com a bike, mas aí a lambança... não consegui colocar a sapatilha, fui pedalando com os pés pra fora até um pelote passar, tentei calçar na pressa e quase fui pra cima de outra bike, oops, desculpa, me atrapalhei mais e calcei. Sem mais pelotão segui solo e esgoelado ao máximo, sensação de esforço agoniante. Muito forte de início e todo errado, comecei a procurar gente pra revezar. Passei um que não veio, mais outro e aí passaram dois foguetes. Depois num retorno vi o Pedro Falk vindo e me aproximava de mais um a frente. O circuito da bike era de 6 voltas (!), com três retornos de 180 graus e dois cotovelos de 90 graus em cada volta, ou seja, bem trancado e técnico. Passei errado duas vezes nas curvas e numa delas saí em cima da areia arrastando pneu. Muito técnico, mas sem técnica.

O Pedro veio e eu grudei na roda. Tentei revezar um pouco só pra travar tudo, aí ele passava de novo. Seguidamente vinha gosto de suco de laranja na boca, não descia nem água. Ficar no clipe fazia a coisa parecer que ia sair. Fiquei na roda ou próximo do pedro, aproveitando pra seguir algum ritmo, pois o meu estava todo errado. Só que não era o meu ritmo, e forcei até não poder mais nas retomadas principalmente, senão ele escapava. Aí na última volta deixei-o ir pra tentar recuperar minimamente pra ver se corria, mal tinha tomado água e a boca tava seca horrivelmente.

Entrei na transição e tinha muita bike lá, o contrário da visita anterior vindo da natação. Coloquei a bike em dois suportes errados. Eram numerados, meu número era 79 e encaixei a bike no 59, ooops, depois 69 até acertar o correto. Dois dígitos era complicado naquele estado catatônico. Saí pra correr já sem ver o Pedro e mais dois que entraram na transição junto comigo.

Um dos oito retornos. Mas com churrasco.
Corrida horrível. Certamente poderia ter corrido bem melhor dados os últimos treinos, mas não ia de jeito nenhum. Comecei pior e depois melhorei um pouquinho, com mais vontade de vomitar na primeira volta, parece que melhorou na terceira e já consegui tomar quase meio copo d'água. Segui o mehor que podia. Se fiquei satisfeito com uma coisa foi com ter feito o máximo o tempo todo, embora tenha sido um sub-máximo.

Chegada.
Mar de gaivotas
Passei o pórtico e logo vi a Daiane e o Arthur vindo pela praia, coisa boa ver a família assim depois de sofrer, hehe. Tiramos uma fotos, voltei pela rua e eles pela praia e aí voltei do hotel pra praia e ficamos lá tirando fotos de um bando de gaivotas na frente da vila de pescadores. Sensacional.

:-)
Arrumei as tralhas e fomos pra premiação no café mormaii. Não tinha ideia do resultado, quando ouvi o quinto da categoria voltei correndo com o Arthur no colo, entreguei o celular pra Daiane fazer umas fotos e fui pro pódio, terceiro lugar na 35-39. Impressão ruim mas resultado bom, legal. Levei o pequeno pra lá e recebemos a medalha. O Fernando Palhares fez uma prova perfeita e ganhou, o segundo ficou 13 segundos à frente. Ótimo final de semana, família, passeio,  amigos, esporte e sofrimento. Pra quê mais ??

Valeu pessoal, parabéns a todos da equipe Ironmind pela prova de alto nível. Dominamos o evento ;-).

Detalhes técnicos:

Incrivelmente fiz a melhor natação da categoria. A bike foi ruim mesmo, a corrida foi a segunda, mas a sensação foi de ter feito muito mal. Tempo oficial 1:10:48. Resultados oficiais no site da fetrisc e diretamente aqui.

Organização excelente, árbitros preparados, bom abastecimento e percurso. Só o que não engulo é a distância. Não tinha 750 na natação. Tudo bem que é a mais imprecisa das modalidades, mas um gpszinho no bote já resolveria, o erro foi muito grande. A bike tinha 19 ao invés dos 18 anunciados (até reclamei por não ter 21 já que a volta tinha 3 km, mas na hora da prova não via a hora de acabar) e a corrida 5,5 km. Acho que ainda não fiz um sprint na distância oficial, e dois da mesma. Isso pode melhorar.

Fotos da prova são do Saul Chervenski, as demais são da Daiane.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Treinos, medir ou sentir ?

Está rolando uma discussão interessante na blogosfera a respeito da utilização de gadgets no treinamento esportivo, especificamente no triathlon. A discussão se resume de forma muito superficial ao seguinte: usar equipamentos de medição (monitores cardíacos, de cadência, velocímetros, medidores de potência) e ter feedback instantâneo e frio sobre o rendimento, ou confiar na percepção de esforço e levar os treinos baseados na experiência/sensação do momento.

Na minha visão, não há certo ou errado. A discussão será interminável, com argumentos válidos e muito interessantes como tem sido, de ambas as correntes. Atletas de alto nível treinam sem instrumentos (Macca, Crissie e os "antigos" também :-) e outros de nível tão alto quanto treinam baseando-se em números.

Na minha opinião a virtude está no equilíbrio (quem disse isso mesmo ??). Tudo depende de como o atleta se adapta às ferramentas. E no final das contas, a percepção de esforço sempre é utilizada. Ou alguém que deveria correr num pace X vai se matar se não estiver se sentido bem no determinado treino ou prova e simplesmente não estiver "rendendo" ? O mais provável é estar se sentido bem demais e usar o instrumento como um balizador, uma ideia macro de onde se pode ir, baseado na experiência dos treinos anteriores.

Minha experiência: meu tempo é curto e preciso aproveitar os treinos o melhor possível, no junk miles. No triathlon especificamente, que é um esporte muito intenso e que demanda muito tempo de treino, isso é ainda mais importante. Ou seja, se for pra treinar tem que ser pra ter resultado. Isso, claro, não impede passeios ciclísticos, corridas contemplativas ou natação solta, que são necessárias e salutares, mas tem uma diferença entre isso e treino produtivo (fisiologicamente falando, mentalmente talvez os últimos sejam até melhores ;-).

Então, tento usar os números da melhor forma possível, sempre relacionando os indicadores à percepção de esforço, sem é claro transformar um longo num tiro ou um intervalado num trote. Por exemplo, por muito tempo eu olhava um treino de corrida em 'zona 2' como muito leve, e várias vezes ia até sem relógio. Ou usava o GPS sem o monitor cardíaco. Quando uso os GPS com frequencímetro é que é possível ver o rendimento (pace) para um dado esforço cardíaco (FC) e então correlacionar as coisas com o ambiente (Alta umidade ? Calor ? Ventando horrores ? De estômago cheio ? Cansaço acumulado ?) e aí sim tirar conclusões, dosar o esforço de acordo com o objetivo do treino.

Exemplo de hoje: 10 km na zona 2 depois da prova de ontem (breve post). Coloquei o monitor e fui. Bem no meio da zona 2, que atualmente dá uns 142 bpm, o pace era de 4:45/km. Fiz o treino todo bem constante, então essa é uma boa métrica para esta condição: bem condicionado mas pós uma prova intensa, temperatura boa e sem muita umidade ou vento. E olha que legal, semana passada um treino igual (mas não depois de uma prova) sem o monitor gerou os mesmos 10 k num pace médio muito pior, baseado só na percepção. Poderia ter sido o contrário, poderia ter saído um pace excelente e mais forçado do que o desejado. Em resumo: usar (se possível, claro) os gadgets é como ter instrumentos no painel do carro. Mesmo com o básico indicado ali, você ainda usa a percepção, calcula mentalmente a velocidade das árvores passando, a distância dos outros carros, junta tudo e processa a informação disponível.

Esse falatório todo é pra dizer o seguinte: se for pra usar um monitor de qualquer coisa, use a informação que ele gera, não apenas olhe pro número e diga 'que legal, olha só a fc/velocidade/cadência/potência', e associe isto à sua percepção de esforço e sensação durante o treino. É a minha opinião pessoal e individualizada, emitida de forma voluntária e sem garantias de qualquer tipo. E não, não sei se prefiro comprar um medidor de potência ou uma mountainbike nova. Espero ter complicado mais um pouco a discussão.