sábado, 29 de dezembro de 2012

Lá se vai 2012... Pode vir 2013 !!

Outro ano de aprendizados múltiplos e grandes amizades. Menos provas do que no ano passado, mas com um meio-iron em Miami. Saíram alguns ótimos resultados, dentre eles melhor tempo no Ironman em todas as parciais, na meia-maratona, num Triatlhon Sprint, no Duatlhon da pedra branca e um 36min nos 10 km, com troféu no MountainDo Praia do Rosa também. Tá, teve outro de terceiro lugar no Desafrio,  já pela sexta vez, preciso resolver essa encrenca :-). Outra vez uma corridinha de aventura do Sesi altamente disputada e como sempre há de ter coisa nova, este ano foi um 'Mountainbike long distance' no Caminhos da Fé, uma baita prova mais ardida do que o pedal do Iron. Mais detalhes ali na barra lateral ou lá no fim da página.

Então era essa a mini retrospectiva relâmpago do ano, que tenhamos todos ótimos treinos e conquistas em 2013 ! Porque o melhor ainda está por vir ;-). Não é isso que todos queremos ? Melhorar sempre ? Eu quero !

Grande abraço e obrigado por acompanhar o blog.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O treino de bike mais quente da história !

Tenho certeza de que foi pra mim. Coisa impressionantemente horrível foi pedalar neste natal. Dia 25 às 16 horas saí para um passeio, queria só girar e fui para a volta Santo-Amaro - São Pedro pensando num pedal contemplativo e com um pouco de morrinhos. Tinha ficado um tempo na piscina com o Arthur e achei que a temperatura tinha melhorado.

Já saindo de casa a coisa ficou feia, suando feito doido e batimento a 130 bpm pedalando de leve levíssimo. Bom, se sair na chuva é pra se molhar, então sair no sol é pra torrar. Creio que estou ficando menos intolerante ao calor. Fui com nordeste empurrando até o trevo da BR-282 e rumei para o sul do rio. Lá já estava desesperado e atravessar Santo Amaro foi uma delícia. O calor subia do asfalto, suor em bicas. Os braços ardiam e as pernas é melhor nem lembrar, era uma pré-combustão com certeza. Ao passar o centrinho vi uma mangueira numa casa com portão aberto e não pensei duas vezes, abri e tomei um banho completo. Saí totalmente encharcado e revigorado e segui pra varginha.

O pneu da frente furou de repente, eu estava no clipe numa curva bem leve e a roda quase saiu de lado, por pouco não fui pro chão. Parei numa sombra e a meleca foi grande pra trocar a câmera. Incrivelmente estava vazando ar por baixo de um remendo, acho que derreteu. E deve ter derretido mesmo, porque o aro da roda era preto e estava ruim de segurar. Por precaução esvaziei um pouco o pneu traseiro e botei só 90 lbs no dianteiro (sim, tenho uma super bomba de mão que dá pra meter 100 lbs).

Segui fervendo e quase peguei fogo ao começar a subir. Achei uma santinha com uma bica ao lado da estrada e parei pra tomar outro banho completo e dessa vez lavei os olhos e óculos. Estava com calor no globo ocular. É sério. A FC ficou alta o tempo todo, como era de se esperar. Mas é interessante ver isso. O rendimento era pífio para a FC, sempre acima de 150, normalmente isso já é lá pra cima. Tive que pedalar mais 'pesado' pra economizar FC e deixar o pobre coração bombear sangue pra periferia. Uma verdadeira aula de fisiologia, tá tudo aqui no track do garmin.

Comecei a descer para São Pedro com o sol mais fraco mas lá o vento tinha desaparecido totalmente. Quando cheguei na estada principal parei num bar, tomei logo meio litro dágua gelada e comprei outro pra levar. Joguei na garrafa que tinha resto de chá de maltodextrina e tive que jogar tudo fora. Comprei outra garrafa e fui.
A pedra branca no fundo
Cheguei no portal de São José já sem água novamente e morrendo de sede, mas não tem nada de lá até a beira-mar e então fui no desespero seco por 10 km, num contra-relógio capenga em busca do líquido da vida. Em casa me joguei direto na piscina do prédio, para horror dos vizinhos.

A cara absolutamente horrível do vivente
Depois fui direto assistir O Hobbit com a minha filha, deu tempo só de comprar um calzone antes de entrar no cinema ;-). Ah sim, e ontem teve um pedalzinho MTB show em Urubici, vislumbrem o potencial da região pedalada.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Treino por potência com o TrainerRoad.com

Depois de alguns treinos com a potência estimada do Kinetic RoadMachine eu estava com uma ideia muito interessante, mas aí veio uma empresa e fez o software que eu tinha imaginado ;-).

Buenas, o TrainerRoad faz algo muito simples: ele calcula a potência instantânea com base na velocidade e modelo do rolo, como explicado no link acima. Faz isso lendo online o sensor de velocidade/cadência do garmin através do ANT+ Stick conectado na USB do computador. A partir disso o resto é aplicação, que é bem legalzinha embora ainda padeça de alguns bugs básicos.

A tela do trainerroad minimizada horizontalmente com o vídeo no mediaplayer.
A cada intervalo um resumo é exibido no canto direito.
A potência alvo e a instantânea e cadência são os principais dados, mas o tempo,  FC e
os gráficos dos intervalos também são bem úteis. Neste treino era o Iron havaí 2011 passando.
Quase peguei o Cris Lieto na bike ;-).

O programa fica instalado no PC, mas é vendido na forma de serviço por U$ 10/mês. Não precisa de conexão internet pra funcionar (pra quem quer usar no porão) mas a cada 30 dias ele vai pedir pra conectar e revalidar a licença. O aplicativo é fortemente integrado ao site, que tem funcionalidades tipo o garminconnect além de uma série de treinos prontos (mais de 250), focados nas várias especificidades fisiológicas - tem montes de treinos de Endurance, Tempo, Limiar, VO2MAX, etc.

Agora na última versão soltaram um editor de treinos que permite construir um treino customizado e publicar. O que eu tenho feito é criar os treinos da planilha lá e então usá-los diretamente. O editor é a parte mais buggada da coisa, tem umas artimanhas pra que ele registre direito os intervalos, mas não é complicado e logo deve vir uma versão nova, pois está num beta.

É claro que sempre se pode construir o treino no garmin e segui-lo à risca, mas achei que fazer isso no PC é bem melhor. Primeiro porque normalmente você já está vendo algum vídeo nele, e depois porque tem a parte visual, o software vai mostrando a execução dos intervalos propostos, que são destacados com barras verticais e uma linha de potência e FC vai andando conforme você anda. Além disso permite colocar dicas nos intervalos e mostra as dicas e o resumo de cada intervalo por numa box transparente por cima de todas as janelas abertas. Coloco a cadência a seguir em cada intervalo, por exemplo, aí além dos beeps de início do intervalo e todas as variáveis ele ainda mostra o texto que você cadastrou para o intervalo.

Um recurso bem legal é a pausa automática, ele pára o treino quando a velocidade cai a zero por 3 segundos. Muito fácil fugir pro banheiro sem esquecer de parar o negócio. Ele também permite sincronizar os treinos com os vídeos do The Sufferfest, normalmente disponíveis para o computrainer.

Os dados também podem ser exportados num arquivo .tcx e exportados manualmente para o garminconnect. Parece que para o Trainingpeaks já tem integração direta. O treino de hoje está aqui. Tem um bug na exportação que não cria os intervalos no garminconnect, mas no site fica bem registrado.
Treino no garminconnect
O resumo é que é um software de 10 dólares/mês que transforma o rolo numa espécie de computrainer barato com um medidor de potência bem exato (no caso, depende totalmente do rolo. O RoadMachine é a referência). Ainda não tive coragem de me comprometer com um powermeter e tenho a nítida impressão que seguir um treino por potência na rua não deve dar certo, exceto os longos. Não tem como botar essa intensidade com esse controle na rua. E nos longos ficar olhando pra potência deve ser algo muito chato. Mas vamos ver os resultados, pois competir com isso é uma vantagem tremenda já que tudo que você tem que fazer é ficar lá na potência certa esperando o ciclismo acabar para então correr bem ;-).

Como agora o que eu tenho que fazer é melhorar o FTP, esses programa vem bem a calhar. Tá difícil fazer as coisas com esse calor louco, é um suadeira de dar nojo, mas sobrevivendo a isso o resto vai ficar fácil ;-). O ventilador não dá conta, vou ter que comprar um mais potente.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Intensivo de bike, já que o Aquiles tá de greve

Estou fazendo uma semana de intensivo de bike, já que o tendão de aquiles cansou de brincar por este ano. O negócio tá cheio de nomes feios na ressonância, mas algo perto de um mês de cuidados deve resolver. Dessa vez serei inteligente e vou parar antes pra chegar 100 % no começo dos treinos pro Iron. Ano passado tive uma contratura duradoura na panturrilha bem nessa época, mas insisti e fiquei estragado até fevereiro.

Como só corri duas vezes depois de garopaba no dia 2, estou contando desde lá e vou até a virada do ano sem correr. Que desespero só de pensar. E ainda mais agora que estava animado pra correr numas trilhinhas. Vamos ver se eu resisto.

E aí eis que virei o foco pra bike. Já que tenho que melhorá-la, nada melhor do que aproveitar o alívio da corrida. Vou nadar um dia a mais também. Treinei todos os dias exceto sexta última, e a coisa foi interessante. Dois treinos de rolo, um insanamente desesperador, um mountainbike ardido ontem na cia do Sérgio Lopes e então hoje fui matar a saudade da estrada.

Saí para BR-101 norte às 11 horas da manhã, pois nessa época os horários soníferos ficam mais estragados. Fui na boa até sair de barreiros e enfiei o pé na estrada. O GPS apitou bateria fraca, o anta aqui esqueceu de carregar de tão pouco que está correndo hahaha. Aí liguei o sportstracker no iphone para não navegar às cegas.

Ótimo pedal, a ida tinha um pouco de vento fraco rondando de nordeste-noroeste mas deu pra ir bem. Passei por dois caras de MTB que vieram na roda bonito. Retornei pouco antes de Porto Belo e quando vi só um biker estava junto, o outro ficou láaaa atrás. Voltei no mesmo ritmo mas já preocupado com a nutrição. Como acordei às 9, tomei café em seguida e fui brincar com o Arthur e Beatriz até às 11. E aí saí assim mesmo, só catando dois GU e um club-social. A burrice foi maior ainda pois não tinha dinheiro na bike. E eis que lá pelos 80 km quebrei total. Sede desesperada e prego de fome. Eram pra ser 80 km mas me perdi todo e acabei fazendo 100, com os 10 iniciais e finais a ritmo de tartaruga aquecendo e desmaiando, respectivamente, mas o miolo do treino foi excelente. Muito bom mesmo.

Dois pontos críticos a observar: não vou mais pedalar na 101 até passarem as festas. A estrada está muito movimentada. Um Kadet azul me fechou na entrada de um posto de gasolina, quase bati na lateral do imbecil. Ainda ficou reclamando, mandei pra tudo quanto é lugar. Tenho que parar com isso, apesar de estúpidos, um desses pode ser também perigoso e vir correndo atrás de mim. E o mais crítico, passaram por mim 5 caminhões carregando balsas, dessas de levar carros (ou de construir ponte, já que ia pra Floripa). A coisa é BEM mais larga que o caminhão que a leva, e simplesmente pega todo o acostamento se o motorista não tirar um pouco pra esquerda. Tomei o maior susto quando um treco desses veio, o cara nem pra businar, só vi a 'sombra' e tirei pro canto do acostamento. Olhando o caminhão ir vi que a estrutura praticamente não deixava espaço livre. Apavorante. Olhei pra trás e vinha outro, parei e fiquei olhando os 5 passarem com intervalo de um ou dois minutos.

E pra ficar completo, teve chuvisco e um pneu furado. Mas muito bem furado, um prego ou pedaço de arame grosso atravessou o pneu de um lado ao outro, entrando pela banda de rodagem e saindo pela lateral. Só pra não perder o hábito, há muitos meses não trocava pneu nessa bike.

Pois então é isso, dezembro vai ter bastante bike. As estradas de são pedro, são bonifácio e urubici que me esperem ! Abaixo o videozinho do pedal de ontem ao Morro Queimado, onde os caras saltam de asa delta e parapente e os abilolados vão subir de bike por não ter nada melhor pra fazer:


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Short Triathlon Garopaba - Copa TPM/TM - 2012

Pois é, corri a primeira (minha) e última (do campeonato) prova do calendário neste domingo. Depois de um sábado de passeio à Urubici, saí de Floripa no domingo às 6 da manhã já com certo atraso. Por sorte tinha deixado tudo absolutamente pronto, pois sabia que o sono seria cobrado com juros.

Sol nascendo na estrada...
Chegando em Garopaba ajeitei tudo o melhor possível, o que inclui calibrar os pneus com bomba emprestada, visitar o banheiro químico, tomar accelerade, comer banana, etc. E também deixar as tralhas na transição. Dessa vez deixei uma toalha pra marcar o meu quadrado. Mas ataques de imbecilidade momentânea estão me atingindo nestas provas curtas, e como veremos, e não adiantou muito.

Neoprene liberado, fui aquecer e vi que água tinha poucos graus de temperatura. E então largamos, o bando de alucinados de sempre. Nadei legal, tão legal que quando vi a Ana Lídia nadando ao meu lado me empolguei ! Aí ela foi indo e eu tentando acompanhar, 'pega esse pé, não perde', mas o pé foi se afastando de forma que só via a espuma das pernadas. Mas saí da água vendo bem de perto a ela e ao Tiago, então tinha nadado bem. Corri pra transição, arranquei a roupa de borracha e fui bem rápido.

Consegui novamente não conseguir calçar a sapatilha, e dessa vez derrubei a miserável, tendo que voltar na contra-mão quando gente saía da transição a mil. Pesquei com os dedos e calcei no chão e então encaixei no pedal e segui. Perdi um pelote que não consegui mais pegar a prova inteira. Nunca erro em treinos, chega nestas provas curtas sempre faço essas cagadas. Vai ver porque o vácuo é liberado, o cérebro fica fixado na ideia de pegar um pelotão e esquece do resto. Não tá dando certo, viu ?

Pedalei legal, puxei bastante e revezei com um camarada da GPAE alguns trechos. Tem máxima de 48 km/h, o percurso era quase plano só com um minúsculo aclive. A FC média deu igualzinha ao teste de FTP e a coisa foi no limite, muito bom.

O percurso é travado (6 voltas com 3 retornos e 2 cotovelos cada), bem técnico e cheio de interrupções (lombadas ou canaletas), então não é muito rápido. Pedalei em cerca de 37min os exatos 20 km. De novo ataque de bobeira na transição, coloquei a bike no cavalete errado, só percebi quando vi um tênis diferente do meu. Então lembrei de procurar a toalha. Lembra, a toalha !!! Isso, lá estava ela, bem visível marcando a minha caixa. Mais tempo jogado fora. Aí fui pra corrida.

E estava empolgado. Dormi com uma dúvida que me assola há tempos, que é que pace tentar manter numa corrida de triathlon e como conseguir não quebrar o ritmo ao final. Então fui na conta exata que tinha pensado, 3:50. Saiu uma perfeição absurda, variação de 1 seg pra mais ou menos em cada parcial. Incrível, mas foi muito melhor do que saír morrendo a 3:30 e terminar quebrando a 4:15 como fazia. Deu certo em prova curta, vamos ver em provas mais longas. O alvo das experiências claro, é o Ironman 2013. A corrida foi a melhor parte da prova, ainda não tinha encaixado uma decente em provas de triathlon curto.

Cheguei bem e logo encontrei a galera toda. Como a prova é cheia de retornos e voltas e mais voltas, não tinha a mínima ideia da colocação, mas com o tempo de 1h07 achei que dava alguma coisa. Só que não tive paciência pra esperar a premiação, certamente iria ficar com sono depois da adrenalina baixar e fui embora loguinho, com duas paradas pra comer no caminho, um misto quente e depois um caldo de cana com pamonha. Hoje fiquei sabendo do resultado, 2º lugar na 35-39 anos, ainda quero ver o oficial pois acho que a lambança da sapatilha pode ter custado a categoria, já que o 5º geral chegou com 1h03, diferença bem menor do que no ano passado, que foi de 8 minutos. Muito bom fechar um ano de treinos e competições assim.

Essas provas curtas são muito boas. A exigência é completamente diferente das provas longas e acho que uma coisa complementa a outra muito bem, principalmente levando em consideração os grande ciclos de treino. Não dá pra ficar com volume o tempo todo e não dá pra trabalhar só velocidade. Gosto do equilíbrio. O Macca fala sobre isso neste artigo muito interessante.

Era isso pessoal, semana que vem tem a travessia da lagoa da conceição pra curtir a última competição do ano. Ano passado fui 5º na categoria, vamos ver se a natação ainda tá boa.

Bom, ainda não tem fotos, vamos ver se alguém flagrou alguma coisa. Logo atualizo isso aqui com os resultados oficiais também.

---- Atualização oficial:

Os resultados estão aqui. A bike foi a quinta da categoria e 30 geral, muito ruim mas explicado pela asneira da sapatilha. Achei bom. A natação foi a terceira na categoria e 25 geral e a corrida 1º na categoria e 8º geral, muito boa mesmo. As transições foram lentas mas a segunda teve a besteira de trocar o quadrado da bike. Então, dadas as besteiras, tudo muito bem. Ainda sem fotos. Breve. Acho.

domingo, 25 de novembro de 2012

Intensidade, intensidade

Muitos treinos intensos. Intevalados de vários tipos me perseguem nos últimos dias. Isso é bom, parece que a coisa funciona melhor assim. E eu que não gostava dos treinos intensos, tenho gostado até na bike, vejam só. Os intervalados de corrida estão punk e produtivos.

Semana passada teve um treino espetacular com a cobertura do MundoTri. Sensacional mesmo, transição 2000 + 40 + 5 num ritmo pra voltar a encaixar a sequência rápida. As fotos falam por si.

http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151247218253486.484286.225057403485&type=1
Fiz novamente a volta de santo amaro a são pedro, um pouco mais forte do que na semana anterior. Como só tenho medida de potência no rolo, estou observando atentamente o display no garmin nestes treinos (como se tivesse mais o que ver se não puder olhar pra TV ;-). Aprendi que andar numa FC de 145 a 150 bpm na rua equivale a uma sensação de esforço de 'longa distância'. Bem mais leve que ritmo de meio-iron, mas deve estar próximo do ritmo de ironman.

Já no treino de ontem andei a 155-160 e a coisa já é um pouco mais ardida. Foi outra transição show em jurerê. Nesta teve um fato hilário se não fosse ridículo. O Roberto passou 1500 mts de aquecimento e então nadaríamos 400 mts ida e volta na boia na porrada e então iríamos para a transição completa. Depois do aquecimento o povo agrupou e foi dada a largada. Saí bem forte, era pra simular prova. Voltei pra areia vendo o povo agrupado de novo e não entendi. O chefe mandou todo mundo repetir, nadamos tão torto, mas tão torto, que o mestre por vergonha alheia nos fez nadar de novo hahaha. Dessa vez na mira certa, mas já não no mesmo ritmo esgoelado e então fui pro pedal solo, pois desgarrei do pelotão da frente e não fui alcançado pelo que veio depois. Aí então corrida pancadinha nos primeiros 3 km, ritmo de short. Vamos ver se vai servir pra Garopaba, última prova de triathlon do ano domingo que vem.

Cockpit da sudorese intensa !
E aí hoje devido à compromissos gastronômicos e de amizade excelente não consegui ir pedalar de manhã. Acabei saindo as 18 horas pra um pedalzinho de MTB típico, volta da lagoa pelo rio tavares. Fica aí um vídeo de fim de tarde pra fechar o domingo:

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sobre a complexidade de pedalar



Eu não me lembro de ter aprendido a andar de bicicleta, mas lembro da primeira que ganhei. Na verdade, ganhamos, eu e meu irmão, uma bike BMX novinha em folha em algum natal ido. Acho que já havia em casa outra bike ou logo houve, uma monark monareta. Mas a BMX foi a 'primeira bicicleta'.

Fazíamos de tudo naquelas bikes, algumas coisas totalmente inconsequentes. Uma das manias era amarrar uma corda de tamanho desconhecido na bike e sair a toda. Quando a corda travava voávamos por cima do guidão. Uma vez organizamos uma olimpíada na vizinhança e incluímos a bike nos esportes. Também tivemos sorte de crescer numa casa de quintal grande em coqueiros. Chegamos a fazer uma pista de bicicross pegando uma parte no quintal do vizinho.

Ou então arrumávamos uma descida bem forte e um doido ia pilotando e outro maluco ia na garupa. O objetivo era fazer as curvas bem fechadas ou então saltar alguma coisa pra ver se o infeliz na garupa conseguia se segurar. Uma vez eu caí mas fiquei agarrado na garupa, sendo arrastado com as pernas na lajota. Escoriações daquelas de encher de grãos de areia na lateral da perna eram comuns, até hoje tem marcas.

Os percursos eram muito curtos vistos de agora, mas longos para uns pirralhos sem noção. Numa ocasião andamos até outro bairro na casa de um amigo, foi impressionante. E depois a coisa foi evoluindo. Passávamos a ponte colombo sales, antes de existir a segunda ponte que na verdade é a terceira. Ah, claro, pedalava muito sobre a ponte hercílio luz também, pena que não existia facebook e celular com câmera, senão teria uns registros.

Depois disso minha memória não é tão boa quanto a do Adriano, mas quando ganhei uma caloi 10 usada foi o ápice. Chegamos a pedalar até naufragados, distante 45 km do centro de Florianópolis. Mas aí já era 'grande', talvez uns 14 anos. Fomos até a praia, carreguei a caloi 10 por 3 km de trilhas até a areia. E aí voltamos, alguém que não lembro mais numa caloi cross quase sem joelhos empurrando a bike ao lado dos que ainda fazia movimentos de pedalar. Foi praticamente o dia todo, mas isso pode ter dado uns 90 km. Não faço ideia do que levávamos para comer ou beber. Mas sei que várias torneiras das casas pelo caminho eram atacadas.

E era tudo simples. Bastava pegar a bike e ir. Na época da caloi 10 já tinha um capacete de isopor que usava de vez em quando, mas ia de tênis ou sandália e shorts e camiseta. Bem depois apareceu um porta-garrafa preso ao quadro. Não me lembro de ter trocado pneu na infância ou adolescência. Não furavam ou alguém trocava pra mim ?

Então fiquei matutando sobre isto no pedal de domingo. Fiquei impressionando com a quantidade de coisas que tive que descer pra ir pedalar. Minha bike fica na garagem e parte do equipo fica lá, o resto fica em casa e faltou mão pra levar tudo.

Bermuda com amortecimento nas partes, camisa de ciclismo. Aí passa protetor solar. Labial. Taca vaselina nas virilhas. Também coloca o RoadID no tornozelo. Depois basta pegar as duas garrafas de líquido na geladeira, uma meia, óculos de sol e o celular, claro, sem esquecer de sachês de gel, banana passa e banana fruta. Mais uns trocados.

E as ferramentas, uma bolsa com duas câmeras, chaves, sacador de corrente e espátulas. E dessa vez também levei uma máquina fotográfica (não, a do celular não serve mais). Fora claro o capacete e a sapatilha e para fechar o GPS e seus sensores: monitor cardíaco, sensor de cadência e velocidade, além da constelação de satélites. Maior traquitanda eletrônica. Isso porque não tem medidor de potência. Ainda.

Coisarada. O Arthur acha que para pedalar é só levar a bike no parque de coqueiros. A inocência das crianças é linda ;-)). Na verdade nem tanto, até ele já sabe que tem que pegar capacete, água e óculos se tiver sol. Se essa mudança toda é boa ou ruim ? É só uma mudança, que dá um pouco de saudade mas também mostra a evolução que sofremos ao longo do tempo. Porque pedalar atualmente não é só mais uma atividade qualquer ;-), mesmo que frequentemente eu saia só de tênis para dar uma volta, ir pro trabalho ou pra natação, sem nem um relógio, apenas por pedalar.

domingo, 11 de novembro de 2012

Primeiras brincadeiras com a GoPro

As primeiras brincadeiras com a GoPro Hero 3, todas na bike ;-).

MTB até a rampa de vôo da lagoa:



Volta de Santo Amaro - São Pedro de Alcântara:



Passeio no parque de coqueiros com o pequeno homem:

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ironman Miami 70.3

Manhã de sábado em Miami, mar da prova ao fundo
O post demora mas não falha, e fica longo. Voltando à rotina de tudo, inclusive de escrevinhar aqui, vamos ao resumo da viagem para correr o meio-ironman de Miami no dia 28 de outubro.

Saímos de Floripa no dia 25 a noite e chegamos em Miami às 7 da manhã do dia seguinte. Fomos para o hotel com o Marcelo e não conseguimos fazer check-in, então fomos passear na chuva e ventania dos restos do Furacão Sandy, buscar o Roberto no aeroporto, fazer compras de equipos e no meio da tarde demos entrada no hotel.

Tempo feio indo embora...
Remontei a bike que havia sido revisada pelo Edemar da CentralBike e estava tudo em ordem. Neste dia pegamos o kit e reunimos a galera da Ironmind, Heverton, Pedro, Ina, Sérgio, Marcelo, Roberto e Rafael Bressan que não faria a prova mas estava lá.

Três bikes, quatro malas e quatro pessoas num carro só. 

A organização estava mandando atualizações constantes sobre o clima, e neste dia devido ao furacão a Expo foi cancelada e o credenciamento passado para um outro hotel que ficava mais afastado do mar. A previsão para sábado em diante era boa, só com muito vento. A prova tinha um start list impressionante no profissional. Muita gente, do Brasil o Santiago Ascenço, Frank Silvestrin, Fábio Carvalho e Igor Amoreli, não sei se tinha mais brasileiros na elite.

Sábado saímos para um pequeno giro de bike, mais para testar o equipo. Fomos para Expo calibrar os pneus e depois saímos pela Biscayne Boulevard mas logo um vento louco lateral complicou tudo, portanto ficamos girando ao redor de uma arena gigante de shows. Como era circuito, tinha vento de frente, de lado e de costas.



Depois do pedal voltei pro hotel e tentei alongar um pouco pois ainda estava com as costas meio travadas do vôo. Fomos para a Expo. Grande e cheia de lojinhas, com palestras da Leanda Cave (campeã mundial de Ironman 2012) e do Mark Allen, alto nível. Entrei na tenda principal para comprar suplementos e capacete. Depois de catar tudo descobri o tamanho da fila. A Daiane ficou um pouco lá comigo e foi passear, fiquei mais de meia hora até passar no caixa, muito movimento. A tenda oficial da grife Ironman estava impossível, fila gigantesca e produtos com preços fora da casinha. Comprei um capacete aero da Garneau, o Vórtice. O tamanho ficou no limbo entre o M e o G, acabei pegando o G e testei rapidamente, coisa que não se faz às vésperas de uma prova. Depois mais detalhes capacetísticos.

Uma plantação de Cervélo P5 !!!!

Fomos almoçar e então para o hotel ajeitar tudo antes de levar a bike para o check-in. Algo desorganizado, sem muito controle como tem aqui no Ironman Brasil. Deixei tudo preparado lá.

Bikes na T1. Poderia deixar também domingo de manhã, mas preferimos sábado.
Muito melhor, tinha a maior fila e gente desesperada cedo.
Final do treino de bike no sábado
Saímos para jantar e na volta deixei tudo preparado nos mínimos detalhes. Consegui dormir bem e acordei em cima da hora. Tomei café no quarto e desci  para encontrar o onde o Roberto e o Marcelo que já esperavam. Seguimos para Bayfront Park, local da prova, cerca de 1 km do hotel. Lá arrumei as tralhas, enchi o pneu de novo e fui esperar, pois a minha largada seria só às 8:43 e não eram nem sete horas ainda.
Café da manhã comprado no dia anterior.
Bananas, pão com nutella e geléia e suco de goiaba.

Esta prova tem largadas separadas. Bem interessante, eu achei que daria rolo mas foi perfeito. A cada 4 minutos largava um povo, começando com os pro's masculinos, seguido da elite feminina e então as faixas etárias. Um cara com uma placa com o número da 'onda de largada', cor da touca, faixa etária e iniciais do sobrenome fica lá organizando a entrada num portal. Dois grupos ficam a postos esperando a vez enquanto o que vai largar pula do píer e fica na água esperando o sinal.

Galera concentrada antes da largada
O sol nasceu com as primeiras largadas e logo me separei da turma para ir ao banheiro e descansar numa grama. Fui o último da turma a largar, o Marcelo largou uns 13 min antes. Depois de cansar de descansar e ficar com fome de novo, fui alinhar.

Pulei na água e fiquei lá 3 min boiando e agitando os braços, este foi o aquecimento. Sem roupa, nada bom. Como normalmente esta prova não libera a roupa pela temperatura da água ser sempre bem alta, não levamos a borracha. Só que a água estava 2 décimos de grau abaixo do limite e o neoprene foi permitido. Ou seja, me lasquei. Estimo uns 2 a 3 min mais lento com cansaço aumentado devido a nadar no couro.

Largamos numa boa, umas 70 pessoas na minha 'onda'. Super tranquilo, água quente, clara e calma. E segui na boa demais, tentando aquecer e na primeira boia comecei a tentar acelerar. Tem boias de percurso, de forma que é muito fácil navegar e quase impossível errar, exceto quando o sol está contra. Nadamos ao lado de uns transatlânticos e barcos grandes. Natação muito legal, mas acabei achando que nadei muito 'frouxo', sei lá. 36 min ao sair da água pela escada do píer, corrida longuinha para a T1 e peguei a bike rapidinho.

Saímos por dentro da cidade com vento doido encurralado nos prédios altos. Rapidamente uma dor horrível no pescoço me deixou preocupado. Achei que era o capacete mais pesado do que o velho. Passamos uns trilhos de trem e quando comecei a ficar no aerobar a dor no pescoço estava grande, abaixei um pouco a cabeça e o capacete quase caiu. Tive que parar para consertar a fixação da fita da cabeça, estava saindo do molde. Apertei bem e magicamente a dor no pescoço sumiu e consegui ficar aero e começar a briga eólica na auto estrada onde se desenrolava praticamente todo o ciclismo. 45 km contra o vento perfeitamente alinhado. Pouco depois vi algo balançando e quando olhei pra trás o pneu reserva estava pendulando quase raspando na roda, parei para arrumar mas não consegui desatar o nó da borracha, então só fiz uns torniquetes e prendi tudo meio torto, não antes de derrubar a tampa do pit-stop que estava preso logo abaixo. Fiquei relativamente puto por duas besteiras no começo da bike.

Os voluntários nessa prova foram show. Os caras entregavam tudo no maior cuidado, na bike corriam pra largar a garrafa. Policiais em todas as esquinas dentro da cidade, muito bom o staff.

Vários pelotes no contra-vento, coisa triste. Muita gente trabalhando em 'equipe', nem largada em ondas na natação evita isso se os atletas não fizerem a sua parte. Tive trabalho pra escapar de situações de vácuo, normalmente forçava para fugir. Alguns que grudavam na roda eram convidados a se retirar e duas vezes fui obrigado a cuspir água sem querer pra trás. A fiscalização passava rápido em motos harley, e só no retorno vi o penalty box, que tinha alguns atletas parados. Legal isso de parar o sujeito dentro do percurso. Tinha outro na chegada pra quem foi multado no retorno do ciclismo.

A ida foi cruel mas não senti calor nem muito cansaço, mas devo ter forçado demais. Ao retornar, novamente capacete incomodando, parei e logo engatei um ritmo de cruzeiro muito bom, coisa linda fazer parciais de 10 km a 42, 43 km/h. O mesmo vento que atrapalha também ajuda. Seja amigo do vento. Menos do vento lateral, que não merece amizade de ninguém.

Com vento a favor comecei a suar feito louco, o sol agora era de frente. Suou tanto que entrou muio suor num olho e pedalei um tempo com o olho fechado para ver se parava de arder. Peguei um isotônico e tomei quase tudo de uma vez só. Mais água e logo fiquei preocupado por não ter levado sal. Suava em bicas na bike, isso não é bom. O pneu soltou de novo mas dessa vez deixei ficar lá balançando. Fechei o pedal depois de passar pelos trilhos e trecho urbano novamente, 2h36min.

Só vi o tempo de prova na natação, depois foi só em cadência e pace. Não tinha ideia do tempo mas sabia que a meta já tinha ido pro espaço, pois exigia condições perfeitas. Saí para correr decidido a fazer uma corrida fantástica. Na semana anterior tinha feito um baita treino de transição com Sérgio, o último antes da prova. Definimos exatamente o que não fazer na prova, ou seja, não sair correndo alucinado. Como bem disse ele: "cara, se a gente correr assim, nossa cabeça vai explodir !". O alvo era 4:20/km. Como sempre saí muito rápido, primeiro km fechou a 4:03 e logo vieram umas fisgadas fortes nas duas coxas, no quadríceps e casinha caiu.

Embaixo de um elevado tive que parar para alongar, mas ao levantar a perna repuxou tudo atrás e quase caí, soltando uns berros medonhos. Me passou pela cabeça que teria que fazer 21 km andando, mas com meia dúzia de passos vi que a dor era a mesma, então voltei a correr. Corrida horrível, nunca corri tantos km's cheio de câimbras. Uma facadinha a cada passada. O percurso era de duas voltas com passagem por uma ponte, ou seja, quatro subidas e descidas, delícia. Plano no restante, era pra ser rápido, apesar do calorão.

No primeiro retorno de 5 km passei gritando por sal, ninguém tinha no posto de apoio. Logo em seguida a Talita Saab me ofereceu uma cápsula de sal e um advil, que deixei cair. Levei a cápsula na mão e tomei no próximo posto. Segui menos pior por 2 ou 3 km, efeito placebo eu acho, e no fim da primeira volta travou tudo e parei num posto que tinha gelo. Enchi a bermuda, achando que ajudaria a acalmar as câimbras, que agora já pulavam sozinhas com a perna parada. Só que o gelo ficou 'no meio das pernas', e logo tive que parar de novo para não congelar as partes.

A segunda volta foi de lascar, parando em cada posto pra pegar gelo, agora pra enfiar na regata e nas costas. Burrice correr de viseira, pois não dava pra guardar gelo debaixo do boné. No último retorno da ponte senti as piores dores no começo da descida e a perna esquerda falhou, fui indo de lado até bater numa mulher que vinha subindo, quase a derrubei. Sorry pra cá e pra lá e segui tentando um sprint final manco e muito torto. Acelerei no final para terminar bonito e passar umas pessoas, embora isso significasse nada dado o tempo de prova já alto e largadas por ondas. Mas a mania prevalece.

O relógio do pórtico tinha o tempo total, 6 horas e pouco, só vi o meu quando parei o garmin e voltei pra tela de cronometro, 4h54 com corrida de 1h37. Instantaneamente fiquei satisfeito com o resultado, obtido a muito esforço. O tempo almejado ficou lá longe, o resultado também, mas é isso aí. Um aprendizado grande e uma prova difícil como há tempos não fazia.

Logo encontrei o Roberto e a Ina, depois o Heverton que tinha levado um tombo na bike. Aí então achei a Daiane, que tinha ficado por lá passeando desde a manhã. Fui buscar a bike e levamos as tralhas para o hotel. Banho, pernas pra cima por 10 min e voltei para tentar resolver o pepino do capacete. A Expo estava sendo desmontada, mas o pessoal trocou meu capacete por outro, de maior valor, mesmo eu não levando a nota nem a viseira, caixa, etc.

Fui esperar a premiação do Roberto mas fiquei com fome, aí fui almoçar nas comidas da prova. Encontrei um pessoal do nordeste, amigos do meu tio de Fortaleza, ficamos batendo papo e tomando cerveja (pós prova com cerveja !). Saí com as pernas travadas mas moles. A noite, festa de confraternização com a galera toda pra fechar bem o dia.

O Marcelinho provavelmente comeu pimenta hahaha
Uma ótima experiência, a Daiane como sempre participando de tudo, não sei de onde tira paciência. A excelente cia do Marcelinho, Roberto e Frank no hotel e de toda a galera, Sérgio, Pedro, Ina, Heverton e Rafael Bressan completaram o pacote. Muito bom viajar pra competir assim. Parabéns a toda essa turma que correu bravamente, com o Roberto e a Ina vice campeões da categoria !

Depois de toda a correria de domingo, segunda-feira embarquei com a Daiane numas merecidas férias. Um complemento mais que bem vindo em um cruzeiro de 5 dias. Mas muita gente teve a mesma ideia, era pulseira e camisetas da prova por todo lado, hehe. Obviamente no terceiro dia já dei uma corridinha no deck do navio e fiz escalada na parede até o instrutor me expulsar de lá. Férias excelentes.

Dê férias para seus pés !
Paradise Island, Nassau - Bahamas

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Dados técnicos:

Tracking do GPS: Natação, Ciclismo e Corrida. Consumi 5 GU na bike mais duas medidas de accelerade, sempre ingerindo mais carbo na bike. Na corrida, dois gels, coca-cola e isotônico, pouca água ingerida, era mais pra refrigerar.

Eram cerca de 2500 atletas, largaram ao que parece pouco menos de 500 na minha categoria. A natação teve exatos 2 km, o ciclismo exato com 90,3 mas a corrida deu apenas 20,3 km. Resultados oficiais:

Swim: 36:08
Bike:  2:36:34
Run: 1:36:41
Overall: 4:54:09

Rank: 52
Overall Rank: 250

Ah, se alguém quiser saber o que é o "70.3" veja aqui que o Sérgio já explicou.

Fotos da organização...


Área da largada

Detalhe para o funil de saída da natação

Os navios grandes ali ao fundo da foto, passamos ao lado







quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ironman 70.3 Miami, lá vamos nós...

Rumo à primeira prova internacional ;-) ! Domingo 28 de outubro, por volta das 8 horas, 10 no Brasil. A prova tem largadas por ondas na natação, percurso de bike de uma só volta de 90 km e corrida de 21 por cima das ilhotas. Parece legal. O clima pode ser um desafio a parte, mas a previsão é de bolinha amarela por enquanto. Talvez tenha vento. A água precisa ser transparente e estará quente. Vamos ver. Quando tiver o número divulgarei no twitter @rpina73, quem quiser acompanhar é só seguir no live.ironman.com. Mais detalhes sobre a prova no site oficial. Boa prova a todos !!!!


Fui !

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lance Armstrong - The End... ?

A correria anda grande, mas não consigo deixar de postar alguma conclusão. Como disse da última vez, esperava algum fato concreto, e ele veio, na forma de um relatório resumido de 200 páginas da USADA.

Não resta dúvida de que o nosso outrora atleta de referência participou da grande farsa do doping no ciclismo. Pois bem, mesmo Armstrong não confessando, coisa que ele não vai fazer nunca pois já disse que estava limpo em juízo, fez isto de forma indireta de duas maneiras: Deixando de lutar. Quem viu o sujeito sair de um câncer e soltar a célebre frase 'A dor é temporária, desistir é para sempre', já entendeu desde agosto... um cara assim não desistiria se tivesse razão. E a outra veio hoje, ao retirar da bio do Twitter a referência às sete vitórias no Tour. Se fosse inocente, morreria teimando e se apresentando para sempre como o hepta-campeão.

Portanto, enganou o público sim, ao dizer em livro autobiográfico que “Our team had “zero tolerance” for any form of doping, we said. It sounded like the usual clichéd statement, but we meant it. We were absolutely innocent.". Isto foi quando a França abriu um processo de mais de um ano para investigar especificamente ele.

Claro que ele ainda é um atleta fenomenal embora trapaceiro, todos mentiram igual e ele venceu mesmo assim. Mas jogou sujo, fora das regras. Intimidou pessoas e tentou destruir a reputação de quem levantou dúvidas sobre a sua inocência. Mas também há coisa forçadas na minha opinião. Os atletas ainda em atividades que confessaram e delataram o esquema receberam apenas seis meses de suspensão e alguns vão correr no Tour no próximo ano. O Contador voltou de um gancho e já venceu uma Volta importante. Não faz sentido, tem que punir todo mundo da mesma forma. O relatório da USADA também tem claramente algumas coisas incoerentes. Em alguns pontos diz que como fulano disse tal coisa, só pode ser verdade, pois que motivo teria ele para inventar ou mentir ? Esse argumento aparece várias vezes e não é nada coerente. Ou seja, realmente o objetivo foi fazer o maior de todos os tempos de exemplo, mostrar que se até Lance Armstrong foi destronado e destruído, ninguém ficará impune.

Obviamente há opiniões e opiniões, uma dúzia de atletas saiu da sombra e confessou e acusou meio mundo, mas existem opiniões contrárias e gente que até agora, mesmo punido pela USADA não quis fazer acordo de delação por não ter provas ou por não querer jogar mais M no ventilador. Há muito mais envolvido nisso do que um atleta-celebridade.

Bom, o ciclismo e o esporte de alto desempenho vai tomar um baque mas vai se reerguer, esperamos todos, mais honesto. E Lance Armstrong certamente não será apagado da história do ciclismo como quer o presidente da UCI. Vai ficar de exemplo, para o mal e para o bem (Livestrong). Por enquanto.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Polimento com lixa

A duas semanas do 70.3 de Miami, os treinos vão bem. Bem bagunçados, forçados e adulterados por conta própria, hehe. A agenda ainda está lotada e tenho adaptado do jeito que dá a correria literal com a figurada. E então na semana que vem deve haver algum polimento, que para 70.3 imagino ser de só uma semana (será o primeiro70.3 oficial e como prova foco).

Início da praia da Barra às 6 já com sol bem forte.
Deveria ter saído mais cedo.
Na última semana rolou um longo de corrida muito bom e assustador na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, onde às 6:30 os termômetros já marcavam 32 graus e às 8:10 estavam com 38. Um vento leve salvou o dia, pois nos 20 km de corrida tomei uma água de côco e um gatorade e passei o dia com sede, a coisa foi séria e eu não estou acostumado com isso não. Mas foi bom pra aclimatar.

Sexta-feira fiz um treino de rolo estranho. Fiquei sozinho em casa às 11 horas e como o tempo estava nublado e chuviscando, fui pra sacada. Comecei a pedalar e lá pelas tantas das séries senti um calor anormal. Já estava sem camisa mas sem ventilador, pois não estava muito calor. Só descobri o que era quando vi a sombra: o sol saiu e veio me torrar, fiquei virado pra dentro vendo a TV e não percebi. Dessa vez eu tinha me pesado antes pois achava que desidratava muito nestes treinos indoor e queria medir. Foram 2,5 kg mesmo repondo uma caramanhola. Tomei 1L de água de côco antes do almoço e acho que ajudou.

Fizemos uma viagem à Urubici no sábado e aproveitei (na verdade fiz lobby e fugi) pra uma corrida muito boa pelas estradas margeando o rio Canoas, com o Hélio seguindo uma parte a cavalo e o Adriano na MTB na ida. Terra batida em terreno levemente ondulado cercado de verde e do rio cristalino, coisa realmente horrível ;-). Valeu como fartlek verticalizado em altitude.

Treininho com escolta do Capitão a cavalo e do Adriano de MTB.
Estradas pra correr até perder de vista e cansar.
E domingo foi uma pancada. Combinei com o Sérgio e tocamos 115 km pela SC-401 quase sem vento e céu nublado, excelente pra pedalar e toda a galera estava lá aproveitando o clima perfeito. O ritmo foi muito bom e na corrida de transição eu errei a conta, eram 7 km e corri 10 bem forçados. Esse treino foi no limite nutritivo, saí só com uma garrafa com os restos de uma lata de accelerade e dois GU, nada de bananas e bisnaguinhas em casa, que dirá mariola. No abastecimento de água tomei uma coca-cola e depois em coqueiros entrei numa mercearia e comprei três bananas. No começo da corrida tomei outra coca-cola na padaria e aí foi tudo bem, mas senti a quebrada chegando rápido no final da bike, santas bananas.

Buenas, agora começa mais uma semana onde pretendo manter o ritmo para então desacelerar na próxima, vamos vendo o que rola. Breve mais news da prova em Miami.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Wishlist

Matherhorn. Foto do Adriano.
 Sempre é bom ter metas, alvos. No caso esportivo, eis as aspirações atuais. Algumas factíveis, outras difícies e algumas muito difícies, são vários tipos de dificuldades, desde o custo até a classificação, passando pelo treinamento necessário. Coisa da boa.. Assim é que é bom. Melhor ainda é que pra isso é preciso ver o mundo, viajar. Aí está a lista atual dos desejos esportivos:

Meio-Ironman Pucón 70.3 - a prova de meio-ironman mais bonita do mundo segundo Mark Allen :-). E pra  melhorar tem o Villa Rica bem no umbigo de tudo, pois ainda preciso pisar naquele topo. Esta será em jan/2014,

Ultra Trail du Mont-Blanc - Trail Run de '100 milhas', cerca de 168 km que sempre mudam um pouco devido às condições climáticas. Simplesmente uma corrida em trilhas no coração dos alpes, com 9600 metros de ganho de altitude vertical. Uma prova para a qual tem-se que reaprender a correr, dedicando horas e horas e mais horas às trilhas empinadas. Um visual absurdamente bonito. Não há classificatórias mas é preciso comprovar ter concluído uma ultra. O Desafrio Urubici até onde lembro credencia para esta prova.

Norseman - O triathlon na distância de ironman mais difícil do mundo. Os 3800 metros de natação são num lago em um fiorte, os 180 km de bike sobem mais de 5000 metros verticais e a corrida termina com 1800 metros de subida em trilha. Não há classificação. Precisa treinar para um Ironman e ao mesmo tempo botar muita subida no percurso.

XTerra Manaus - Correr um Triathlon no coração da amazônia não deve ser uma coisa comum. Apesar de muito curta, o local vale a viagem.

El Cruce Columbia - Ultramaratona de trilha de 100 km em formato expedição, 3 dias cruzando a região dos lagos no norte da patagônia, um dos lugares mais incríveis do mundo.

Mundial de Ironman em Kona Hawaii - óbvio. Campeonato mundial e berço do Ironman, local de condições duras para os atletas na ilha vulcânica ainda em formação. Só que pra este a classificação é dura, e também não é mole. Mas é possível.

Escalada do Matherhorn - a montanha símbolo do alpinismo, faz a fronteira da Itália e Suíça. Pela sua forma, história e localização privilegiada no miolo montanhoso dos alpes, é uma obrigação de aspirantes a montanhistas sérios. No estado atual preciso escalar alguns meses pra ter condições mínimas.

Kilimanjaro - O monte das neves eternas na África, quase seis mil metros de altitude saindo do nada no meio da savana. Condicionamento físico e adaptação à altutide bastam para por os pés lá em cima, além de sorte com o clima.

Quanto tempo pra fazer tudo isso ? Quanto custa ? Não sei e não quero saber. Mas uma coisa é certa, é diversão garantida por um bom tempo. Talvez uns 5 anos no mínimo ;-). E aí, qual a sua lista dos desejos ?

domingo, 7 de outubro de 2012

Alguns treinos

Pois então, os treinos se intensificam e eu ando com a agenda mais cheia do que lata de sardinha compactada. Esta semana foi muito boa com treinos muito consistentes.

No domingo foi o treino dentro da maratona já relatado aqui. Aí na segunda já não consegui treinar e fiz os dois treinos da terça na porrada. Saí com braços moles da piscina e o pedal no rolo foi de desidratar serragem. Anda muito quente aqui em Floripa pra época do ano. A bike parece que vem melhorando (medições no rolo, porque na rua tem tanto vento que não dá pra saber direito).

Quarta saiu um intervalado violento, 4 x 4 km com paces progressivos terminando muito forte. A coisa doeu mesmo, mas é muito bom ver que tenho conseguido sustentar ritmos até pouco tempo atrás difíceis sem a sensação de 'vou morrer, vou morrer'.

Quinta é o dia leve da semana, só uma natação que terminei às 21:30 com a piscina já fechada - o zelador já estava começando a jogar produtos na piscina comigo ainda dentro ;-). Esse dia foi extra-longo.

Sexta tentei fazer o longo cedo mas o Murphy infantil resolveu atacar e o Arthur acordou duas vezes a noite, além de estar chovendo quando acordei trôpego às 6. Resultado, longo a noite em véspera de treino simulado. Saiu forte demais, exagerei e já nos 16 km vi que tinha me ferrado para o dia seguinte.

Ironminds em atividade
 Sábado rolou um baita simulado da Ironmind. Tempo feio, ventoso e com chuva e mesmo assim os maníacos estavam todos lá. Saímos para um treino de natação perpendicular à praia até a bóia e volta, 4 vezes. Bom pra navegar tentando ver uma ervilha amarela no meio das ondas. Depois fomos para o pedal com chuva começando e ao final o sol deu as graças, bem na hora da corridinha. Fechou um belo simulado de 1500-48-6 com bom ritmo.

Hoje foi o longo de pedal. Como agora sou amigo do vento, fico feliz ao ouvir o nordeste uivando já ao amanhecer. Este é um vento maligno que vai aumentando conforme o dia avança, então ouvi-lo a esta hora mostra que o dia será bom. Marquei sair às 6:30 mas a noite foi longa e picotada, dormi quase como o Amyr Klink na circunagevação da Antártida. Saí às 9 horas já com sol forte e alto, rumei para jurerê e fiz 3,5 voltas no circuito. Encontrei o povo já espalhado e desempelotado, pois tinham saído cedo. Fiz parte de uma volta com o Tales e o Ricardo, encontrei o Diovane e os demais só vi vindo e indo pelo outro lado da pista, galera toda treinando. Na última volta parei para ajudar um cara que estava com pneu furado. Ofereci uma câmera e ele pediu a bomba, esperei desmontar e montar o pneu e aproveitei para me alimentar e fazer número um. Só que passei o pneu da bike numa poça de lama sem querer, e uma coisa estranha aconteceu: a roda traseira travou, o espaço de 2 mm que fica do quadro foi preenchido com areia e começou a lixar tudo, tive que desmontar e limpar. Esguichei água com a boca para limpar uns detalhes do quadro e ficou tudo legal. A parada quebrou um pouco mas o treino rendeu, tentei manter os batimentos sempre acima de 140, pois pelo teste de FTP no rolo essa seria uma FC boa para um longo. Mas não é fácil não, as pernas queimam muito. As médias deram boas para o vento que estava.

É isso aí, vamos que vamos. Sempre em frente, para o alto e avante !

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mais sobre Lance Armstrong


Escrevi um pequeno texto quando a notícia da nova investigação sobre o Lance Armstrong começou. A coisa que mais parecia estranha era que tudo parecia muito estranho na época, e ainda tenho algumas estranhezas a comentar. Como há muita discussão sobre isto especialmente nos grupos do facebook, isso aqui é pra levantar polêmica mesmo ;-).

Não defendo nem condeno, até porque não há divulgação de nada além de acusações e do fato estranho dele deixar de brigar. Isso também não importa nada pois ninguém fora ele e os investigadores sabem de detalhes. Mas gosto sim de ver o sujeito competir e de pensar que de vez em quando alguém se sobressai da média, alguém eleva o nível de um esporte, embora também às vezes isso seja fraude que acaba aparecendo. Se o Zatopek fosse vivo teria necessariamente que ser um dopado pra ser aquele ponto fora da curva que era ? Se a USADA quer limpar o esporte e fazer dele um exemplo, cadê a divulgação das provas ? Não das acusações, mas das provas. Porque não divulgar ?! E porque diabos punir retroativamente além do limite estabelecido e ainda por cima banir de esportes outros que não o que ele supostamente cometeu os atos ilícitos, 10, 20 anos depois ? Até aquela nadadora que virou quase um homem, que foi pega e reincidiu descaradamente, foi banida da natação e virou arremessadora de peso ou fisiculturist.

Mas o que me parece estranho atualmente é: em todos os anos que o LA dominou o TdF, nos cinco com a equipe da USPS, houveram vários atletas na própria equipe que poderiam assumir o posto de número um. Aquilo lá é uma empresa, com o cara que se acha capaz contratado como domestique tendo que ficar quieto e ajudar o líder a vencer. O próprio Tyler que escreveu o livro de agora, The Secret Race, era um destes e saiu pra tentar a sorte noutra equipe. As equipes rivais viam o desempenho absurdo do LA o tempo todo, investigavam, estudavam, filmavam e esmiuçavam tudo sobre o cara. Como é que nada de podre apareceu naquela época ? Também tinham todos culpa no cartório e não queriam jogar pedra nos outros tendo telhado de vidro ? Todos, 100 % de absolutamente todos eles ? Nenhum das centenas de testes serviu pra dar nem um positivozinho que fosse na contraprova ?

Não estamos falando de 20 ou 30 anos atrás, mas de 2005, 2006. E também de 2009, quando o sujeito voltou da aposentadoria pra ficar em terceiro lugar no Tour. Como é possível não ter aparecido uma foto ? Uma gravação de áudio, de gravadorzinho de fita mesmo ? Um vídeo ? Um email, uma receita médica ou comprovante de compra de material que provasse de forma clara as acusações de doping, conspiração, contrabando, suborno, etc ? Com tanta aberração rolando solta como Tyler Hamilton fala no livro, seria possível que um jornalista sequer não tenha conseguido nada, nadinha ? Ou conseguiram e nunca veio a tona, e porquê ? O livro do Tyler é estrondoso (só li a resenha), mas basicamente fala o oposto absoluto do livro do LA, 'cada segundo conta', lançado em 2005 ou 2006 (este eu li).

A França abriu um processo enorme contra o LA durante uns dois anos do auge dele no Tour e desistiu. Os jornalistas franceses que quase não gostam de um escândalo, que conseguem fotos de topless da princesa da Inglaterra, não teriam conseguido alguma coisinha pra estampar num tablóide ? Não seria muito difícil conseguir que uma camareira ou gerente de hotel, secretária de médico, motorista, etc, vazasse alguma coisa. Muito estranho.

Sobre as acusações da USADA, que levaram ao banimento preventivo. A evidência seria uma amostra de sangue de 2009 testada novamente, além de depoimentos de vários outros atletas, mas mantidos em sigilo. A amostra é que é curiosa: não entendo patavinas, mas pelo pouco que li o EPO não é detectado, mas sim o efeito dele, que basicamente é um aumento no hematócrito. O fato é que o hematócrito do LA sempre deu muito alto, mas muito alto mesmo, assim como o VO2Máx. Só que sempre era uma constante, não variava nada e continua no mesmo patamar elevado nesta amostra de 2009. E a acusação de agora é que isso é alto demais e não pode ser normal. Estranho, não ? Provavelmente é porque ele se dopava constantemente do mesmo jeito há vários e vários anos então, de forma sistemática, e continuou fazendo isso nos dois anos de aposentado para voltar em 2009.

Há um outro argumento que diz que o negócio do LA é desleal mesmo se todos se dopassem, porque ele tinha acesso à tecnologia de ponta, médicos super-especializados e muito dinheiro, portanto estaria em posição de vantagem frente aos demais dopados. Mas isto é lugar comum no esporte. Quem tem mais recursos tem acesso aos melhores médicos, fisioterapeutas, técnicas, dorme em câmera hipo-bárica, viaja de primeira classe e descansa mais. Portanto, argumento estranho. Se tá todo mundo podre, então tem que botar todo mundo no mesmo saco e anular os títulos e não retirar de um dopado e dar pra outro. Doping é trapaça e se todo mundo está dopado não é pra punir só o campeão, tem que cancelar tudo.

Estranho por estranho, ainda curto ver o cara competir e espero como todos que gostam do esporte, ver alguma sombra de fato concreto nisso tudo. Porque encardido e abusado o cara é, viram com que número ele fez questão de correr semi-pelado a prova do Superfrog que venceu neste final de semana ? Sete, claro !

domingo, 30 de setembro de 2012

Maratona de Santa Catarina 2012 - Olhando de fora

Treino dentro da maratona. Correndo por fora da pista.
Fiquei com medo de atrapalhar os líderes ;-)
Dessa vez acompanhei a maratona de fora. Bom, mais ou menos de fora, meio de dentro também. Saí de casa às 6:30 de bike sob leve garoa e fui pra passarela do samba para a largada da Maratona, junto das provas de 10 e 5 km. Minha mãe estreou numa prova fazendo os 10 km de trote leve e caminhada e o Adriano na maratona.

A parte de 'dentro' da participação foi largar lá no fundo e fazer um longo de 24 km. Saí de leve com o Adriano e depois do túnel encaixei um ritmo legal e segui por mais 21 km. Voltei quando os líderes passavam pelo km 31, o Adriano Bastos e o Queniano grudados.

Nunca dei tanto grito de incentivo para os amigos correndo, parecia um doido. Apesar de correndo também, não estava competindo, então era como se estivesse lá acompanhando a galera. Vi tanta gente que não tenho como lembrar todos, mas não posso deixar de citar toda a galera da Ironmind, o Maurício Bertuzzi, sempre correndo bem e nesta marcando incríveis 3h03min com o primeiro lugar na categoria. O Arthur e chiquinho novamente detonando com um belo tempo. O Tremel vindo de um ultraman e mandando uma maratona de 3h09. A grande ultramaratonista Débora fazendo um treininho de 42 km para correr o MountainDo Lagoa em dupla com a Taty. Meu grande amigo Alexandre guiando um cego, foi de arrepiar. Cadeirantes, Quenianos, gente normal, atletas de performance, estreantes, pessoas de todo tipo curtindo o desafio único que é correr uma Maratona.

Chiquinho, Arthur e Maurício, ícones das corridas em Florianópolis !
Algo sinistro, agudo e grave aconteceu na panturrilha do Adriano,
mas não durou mais do que a foto, km 38
Passando no km 31
Terminei o treino e fui pra tenda da Ironmind buscar a bike. Saí de lá pedalando com o Celinho até que começamos a encontrar um monte de gente e perto do trapiche achamos o Varela, que seguiu conosco até achar o Adriano lá perto da polícia federal e logo depois a Ludimyla. O Jacó também acompanhava. Seguimos encontrando gente, indo e vindo o tempo todo.

Passando pela passarela de novo encontrei minha mãe feliz da vida com a medalha. O Adriano foi muito bem e passou pelo km 31 rapidamente e entrou no túnel, com o Anastácio e Nilson assistindo. Segui um pouco mais rápido para achar o Alexandre. Bonito demais ver ele e o Popeye guiando os dois caras, que correram muito e chegaram sub 4 horas.

O Alexandre e o Gilmar

Precisa dizer alguma coisa ?!
Encontramos a Ludimyla indo bem e seguimos de volta para os últimos 5 km contra o vento forte e leve subida até o túnel e então a chegada. Encontramos o Aracajú e a Cínthia de bike. Fantástico ver alguém concluir uma maratona pela primeira vez. Parabéns brother !!! Logo chegou a Ludimyla também. Minha mãe tinha chegado do 10 km 1 min antes do meu tio Donizetti, ficaram se marcando e disputando durante a prova, hahaha.

Missão cumprida !!!! Parabéns Adriano !!!!!
Saindo de lá fui do jeito que estava pedalando até a casa dos meus pais para o almoço de comemoração. Saldo do dia: 24 km de corrida, 45 de bike e muita, muita curtição. Valeu. Muito bom. Mas que deu uma vontade monstro de correr os 42, ah deu :-).

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Velho ? Que velho ?

Ed Whitlock na meia maratona de 1h38min, aos 81 anos. Olha o estilo da passada !
Normalmente associa-se a prática de esporte competitivo a pessoas muito jovens. Isso não é necessariamente verdade nos esportes de endurance. Cada vez mais acredito que a idade cronológica pouco importa e o limitante (claro, até certo ponto) está mesmo na cabeça. Tenho muitos amigos bem mais 'antigos' do que eu que treinam forte, muito mais forte. Nadam, pedalam e correm o que muito guri não faz. Uma coisa que me causa espanto é pessoas às vezes mais novas do que eu dizendo 'quando eu era novo conseguia fazer isso', 'agora com essa idade já não consigo mais aquilo'.

Eu tenho treinado mais e melhor do que há 10 anos atrás. Tudo está melhor, fisiologicamente, em termos de saúde e em resultados. Até onde isso vai ? Não sei, mas espero que vá muito longe. Ao infinito e além, como diria meu amigo Buzz.

Ultimamente a mídia tem dado mais atenção a casos excepcionais de atletas de idade muito avançada fazendo coisas inacreditáveis. Como o indiano de 100 anos que corre maratonas. Começou a correr com 89 anos, pasmem, e aos 90 completou uma maratona em 5h40min. Há também o canadense de 81 anos que bateu o recorde de maratona com 3h15min, um feito pra lá de impressionante mesmo em jovens atletas amadores. Esta mesma pessoa agora bateu o recorde da meia com 1h38min. E não foi folgado não, foi por apenas 29 segundos, o que quer dizer que mesmo nessa faixa etária a briga é boa. A 'desculpa' do velhinho é que ele não treinou direito pois tinha sofrido um acidente doméstico ;-), portanto poderia ter melhorado ainda mais o tempo.

Uma indiana de 96 anos vai corre a meia-maratona de Nova Delhi e dá um recado ao mundo: “Eu e meu filho vamos participar da Meia Maratona de Délhi. Estou muito animada. É uma mensagem para todas as pessoas ao nosso redor: Se tiver pés, correrá. Se tiver vontade, vencerá!”. Algo também digno de menção é o ciclista francês Robert Marchand, que aos 100 anos pedalou 100 km em 4h17min, batendo o recorde mundial (acho que só tem ele mesmo).

O que estamos vendo atualmente no triathlon, ou mais ainda no ironman, reforça isto. Os esportes de endurance, de longa duração, são cheios de exemplos de seniores mandando ver e deixando a gurizada pra trás. Basta citar que os dois últimos campeões mundiais e com chances de levar o título este ano estão beirando os 40 anos.

Tudo isso é muito impressionante e mostra que temos todos um longo caminho a percorrer. Imaginar que um cara de um século de idade consegue pegar sua bike e pedalar 100 km numa boa é de inspirar qualquer um, é ou não é ?! Assim sendo, pare de ler isso aqui e vá pra rua treinar ;-) ! Boa noite !

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Corrida de Aventura SESI 2012

O caiaque foi legal, 10 km remando a coisa instável
As outras edições que participei dessa corrida promovida pelo SESI foram curtinhas. Divertidas, mas ficava muito curto, a mais longa era curta ainda assim. Dessa vez para comemorar os 10 anos dos jogos, capricharam. Corremos com um quarteto pela Dígitro, Diogo, Mário, Rodrigo e eu.

A largada foi em Jurerê Internacional, para onde fui de carona com o Rodrigo e a Rose, que faria o apoio. Chegamos lá um pouco em cima da hora, largamos as bikes e fomos escutar as últimas instruções e depois plotar os 16 PCs em 20 minutos. Foi uma correria e não consegui ler nada das instruções, apenas saímos correndo em disparada na hora que largou. Corremos pela praia até o canto do P12 e lá havia um PC virtual que gerou certa confusão para achar, pois estava plotado mais afastado da praia, mas a instrução dizia que era no canto da praia.

Anotamos o PC e seguimos pra praia do forte, lá em cima tinha que ter uma placa com três direções que seria um PC virtual. Marquei rapidamente uma placa de trânsito no meio da rua e tocamos pra achar outro virtual, que não achamos tão rápido. Depois de ir e vir, achamos a cruz que era o PC. Num descuido não vi que o próximo PC era no plano no topo do morro e despenquei pra praia, só percebendo o erro lá. Fiz todo mundo subir de volta e achamos a trilha correta, bem na entrada da cruz. Haveria outro PC virtual antes de chegar na praia da Daniela. Depois de uma corridinha muito boa na trilha, chegamos no começo da descida e nada do PC virtual.

Deveria ser algo pintado de vermelho numa pedra. Encontramos mais duas equipes e a Tractebel, com quem disputamos até o final. Uma equipe da categoria aventura acabou achando o PC e todo mundo viu, era uma pintura praticamente apagada numas lages de pedra no chão, seria difícil achar. Despencamos para a praia e chegamos no PC 5 em quarto lugar.

Seguimos correndo pelas ruas até o pontal, assinamos o PC em segundo lugar e voltamos para a AT do caiaque. Lá saímos correndo alucinados pelo lodo da maré baixa na baía norte arrastando dois ducks infláveis e começamos a remar. À frente estava a equipe líder e logo atrás a Tractebel. Remamos e quase na foz do rio Ratones vimos que os caiaques à frente atolaram. Os caras saíram puxando e como fomos na mesma direção logos batemos no fundo também. A baía ali tem meio metro na maré cheia. E aí começamos a puxar os barcos e vimos a Tractebel indo lá pela direita próximo à margem. Não tivemos dúvidas, seguimos no mesmo caminho. Os outros ficaram lá atolados, mas acho que se livraram da lama.

Seguimos num ritmo muito bom e logo chegamos neles e fomos juntos. Pouco antes tive que parar duas vezes, fiz a asneira de tirar a camiseta de baixo ao entrar no caiaque, estava fervendo correndo com a camisa de ciclismo e o colete de prova por cima, mas o colete começou a assar os ombros e pescoço até sangrar e tive que fazer o processo de tirar o colete, a mochila, o colete de prova e o salva vidas, pegar a camiseta de ciclismo na mochila e vestir tudo de novo. Coisa rápida. Continuamos a navegar serpenteando o rio Ratones, lugar bonito pra caramba. Então passamos as pontes da SC-401 com bem pouca água e chegamos finalmente na AT para a corrida em Ratones. Meu cronometro arrebentou a pulseira e estava na mochila, não sei o tempo mas não deve ter levado menos de duas horas.

Corremos de lá até o canto dos araças num bom ritmo, percorrendo toda a fantástica trilha da costa da lagoa. Anotamos um PC virtual no caminho e seguimos encontrando outras equipes da aventura, mas na liderança da expedição. Ao chegar no PC com quase 5 horas de prova o alívio foi grande e a galera atacou os lanches que a Rose tinha preparado. Por azar o Rodrigo perdeu a mochila e seguimos até ali em racionamento de água e alimentação ;-).

Neste PC haveria um deslocamento de carro até a joaquina com o relógio parado. Então ficamos lá meio na calma e quando saímos a Tractebel estava chegando. Não conseguimos anotar a diferença, mas seria de no máximo 10 min (depois vimos que foi 7). Chegamos na joaquina e subimos as dunas para o circuito de orientação.

Destruindo a corrida correndo feito doido
E ali eu destruí a prova. Um tanto quanto apressado, já que era uma corrida, fui pro primeiro ponto e de lá tirei o azimute e vimos lá embaixo um outro prisma que teríamos que marcar no cartão. Como a direção bateu, descemos todos duna abaixo. Estávamos no topo da maior. E aí o pânico, o prisma não era o segundo, mas o quinto de um total de 8. Reuni com o Aracajú e tentamos inventar uma forma de andar de trás pra frente, não deu muito certo fazer contas geométricas naquele estado, então voltamos para cima da grande duna, com a a Tractebel já no circuito. Pegamos o prisma 2 e azimutei para o 3 e lá fomos nós, eu feito doido correndo à frente e matando todo mundo no cansaço. E no 3 o prisma não batia de novo, era outro que nem estava no nosso cartão.

Buenas, tropeçamos em mais um correto e azimutamos para o próximo, mas ao chegar lá, que era embaixo de novo, vimos que estava errado também. Só aí deixei o Aracajú respirar e me ajudar, no que ele rapidamente percebeu a cagada. Eu estava sistematicamente olhando o azimute do prisma anterior e tentando ir para o próximo, deveria olhar o azimute do prisma destino e não origem. Erro estúpido, navegador tapado. Aí óbvio que o próximo prisma correto estava no topo da grande duna novamente.

Descendo uma das três vezes
Na subida o Mário gritou pela corda. Achamos que era brincadeira e seguimos, mas logo ele mostrou a realidade informando de câimbras nas pernas. Seguimos do jeito que dava e pegamos os 4 últimos prismas, a coisa mais fácil do mundo quando se faz direito. Ao sair no estacionamento, estávamos 7 minutos atrás dos líderes tendo chegado 5 min antes, ou seja, o erro custou 12 minutos. DOZE MINUTOS, uma eternidade.

Seguimos de carro e cronometro parado novamente para a UFSC para então pegar as bikes. De lá saímos praticamente junto com a Tractebel. O percurso era a ciclovia até a ponte, onde fizemos um rapel e então voltamos para a chegada no monumento do soldado. Foram cerca de 14 km de bike, mas ainda assim perdemos mais 5 min, dada a destruição que foi correr feito camelos nas dunas. Cruzamos a linha de chegada 4 min depois dos líderes, mas resultado mesmo só na terça após a apuração de todos os PC, penalidades e do circuito de orientação.

E o resultado se manteve com a Tractebel em primeiro e Dígitro em segundo. Eles ainda erraram um PC virtual na costa da lagoa e nós a placa na praia do forte, então empatamos nos erros e venceu o mais rápido. Bela corrida, muito bem disputada até o final, parabéns a todos !!! Tirando a asneira das dunas, teria sido perfeita hahaha ;-).

Um ponto que preciso comentar: como era domingo e a beiramar obviamente fica cheia, a organização botou staffs no trapiche num pedaço de uns 300 mts para nos obrigar a empurrar as bikes. De sapatilha de MTB, correr no asfalto é das piores coisas que pode existir para o tendão de aquiles. Ficou doendo dois dias. Poderiam ter colocado gente pra travar as bikes, sei lá eu, de patins que fosse, mas obrigar a andar empurrando foi roubada.

Então foi isso, relato resumido de uma corrida muito boa. Não corria aventura desde 2010, serviu pra matar a saudade e ver como eu gosto disso. Valeu galera !

A equipe na chegada, a Rose salvou o dia fazendo o apoio, cansou mais do que nós. Valeu pessoal !!!!