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segunda-feira, 29 de março de 2010

Resultados do Multisport 2010

Atrasado mas vai. Seguem os resultados do Multisport da semana passada aqui. Como não poderia deixar de ser, a AndarIlha se superou e mostrou o efeito de treinos ora extenuantes, ora inexistentes, dependendo da modalidade e do atleta ;-).

A Cínthia mostrou preparo para fazer meio-multisport solo, pois engatou quatro trechos consecutivos com transições rápidas para fecharmos em 9h57min; ano que vem o individual a espera ! O trio novamente mostrou especialidade nos esportes, com tempos excelentes da Fabi na corrida e do Tiago no caiaque. O Hélio treinando cada vez menos bike (desde o encontro com o TUBO, não tinha pedalado) tá cada vez melhor e baixou o tempo do ano passado. O Anastácio correu muito bem o segundo trecho e o Dariva emendou com um caiaque muito bom pra quem rema frequentemente ;-), além de marcar o 12º melhor pedal de toda a prova. E o Aracajú e o Varela desafiaram-se indo solo e completando magnificamente a prova. Parabéns pra todos nós !!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

Multisport 2010



Pela primeira vez desde que me lembro, perdi a hora pra uma corrida. Acordei 3 min antes do Dariva mandar um sms na hora combinada, saí voando pra dentro das roupas, comi o que já estava pronto na geladeira e catei tudo que havia empacotado na noite anterior (ainda bem).

Seguimos pra armação e 75 minutos depois de acordar estava alinhado pra largar. Fomos em duas duplas, um trio e um solo pro Multisport Brasil 2010. Saí forte pra caramba, o batimento pulou pra 170 quase instantaneamente e segui rápido pela areia incorrível da armação.

Trilhas técnicas e então praia da lagoinha, aí morrão e pântano do sul pra transição rápida. Faltou água na corrida e o déficit foi pra bike, porque antes dos morrões do sertão acabarem já tinha acabado com quase toda a água e o gatorade. Desci alucinado até a vila e depois consegui subir pedalando (finalmente) até o topo, onde tinha isotônico I9. Esperto, zerei o gatorade bem na hora de uma foto, o cara ainda reclamou, 'pô, bem o concorrente pra foto' ;-). Desci pro ribeirão cuidando pra não me estabacar e logo cheguei no asfalto. Tive que controlar a água (não tanto quanto o Dariva, que perdeu a garrafa na descida e foi seco).

Ficava pensando onde estaria a turma, depois soube que o Aracajú e a Fabi chegaram quase juntos na transição e o Anastácio logo depois. Achei que alguém me passaria, mas só uns alucinados que iam a 40/h na MTB passaram e então cheguei no campeche, para pegar uma baita fila de carros atrás de um ônibus. Cheguei na transição e a Cínthia se mandou, fiquei recuperando o ar, foi dureza. Aí parti para o longo apoio, pois ela correria quatro trechos seguidos.

Fui rápido pro carro comer e segui pra lagoa, logo a turma toda chegou. Fiquei batendo papo com o Hélio e o Tiago até que a Cínthia apareceu vinda das dunas e rapidamente se mandou no caiaque. Poucos minutos depois veio a Fabi e o Tiago fez a entrada no caiaque mais rápida que eu já vi (veja o vídeo no tempo 2 min). Fui embora pro rio vermelho e lá reunimos de novo pra esperar todo mundo. Na chuvinha ficamos confabulando e conversando até que o Tiago apareceu e o Hélio se mandou pra fugir do Dariva, que babava pra pegar na bike de novo. A Cínthia veio muito bem logo depois e tocou pra bike. Teve gente que me perguntou: 'não é dupla ?! porque a menina faz tudo sozinha' ;-). Estratégia e logística nossa, hehehe.

Alojei o caiaque no rack do carro e deixei o Dariva esperando o Anastácio remar. Cheguei na transição do hotel engenho a tempo de ver o Hélio saindo feliz depois de ter mandado 50 min no percurso de bike E não ter sido ultrapassado pelo Dariva (pra sorte do capitão). Esperava deitado no chão quando o Anastácio chegou, de tênis pronto pra correr. 'Ué, o Dariva não iria correr este trecho ?' 'Não, eu vou correr e ele vai remar, não quero nem saber mais de caiaque', foi a resposta concisa.

A Cínhtia chegou da bike e logo se mandou pro último e famigerado trecho de corrida. Coisa brava aquela subida até ratones. Me mandei rápido pra dar tempo de chegar do outro lado do morro dando a volta pela rodovia e quando cheguei botei o carro lá longe. Fui procurar alguém pra ajudar o caiaque e vi que a Fabi já tinha chegado, o Tiago já estava na água para o último remo. Voltei com o Hélio, carregamos o caiaque e fiquei comendo e bebendo esperando. Rapidinho veio a Cínthia e me mandei pra água. Saí remando forte e logo cansei. Aí fui moderando e tratando de achar uma posição pras pernas, caiaque horrível. Ou eu que sou muito inflexível, mas não conseguia ficar direito até que larguei as pernas pros lados, quase batia o remo nos joelhos mas ao menos não doía tanto a coxa.

Segui monitorando a velocidade no GPS, 5,7-6km/h, bom. Aí fui chegando nas pontes, a primeira já mostrava correnteza contra, a segunda estava forte. Passei trabalho pra atravessar os pilares da última ponte da SC sobre o rio ratones, o Anastácio e a Fabi estavam lá. Achei estranho.

Dali em diante foi tentativa e erro pra ver o que rendia mais, remada forte e longa ou curta e rápida, fiquei nesta última opção a maior parte do tempo, agora a 4,7-5 km/h contra a maré que enchia. Tomei um gel agarrado numa árvore da margem e segui pra foz, faltando 2,5 infinitos Km até a bandeirinha da última AT. Cheguei lá estragado, travado e podre, sem água. O Tiago e o Anastácio praticamente me tiraram da água, me deram o número da bike e me botaram pra correr. Não vi a Cínthia. Achei estranho.

Corri com uma dor insuportável nos dois calcanhares por 1 km, muito esquisito, por uma estrada de lajota até entrar numa trilhinha na ponta da praia da daniela, e então uma trilha mais aberta levou até a praia do forte, onde subimos pelo monumento e despencamos até o canto do clube 12 em jurerê pra fechar a corrida na praia. Cheguei e fui recepcionado pelo Hélio e a Fabi, fechamos 9h57min, e cadê a minha dupla ?!

Fiquei lá recuperando do sprint da chegada e eles falavam umas coisas estranhas que eu não entendia, achei que não tinha entendido a piada. Depois fui saber do rolo que deu em ratones. A Cínthia conseguiu algo impossível, trancou a chave dentro do carro. Aí por sorte o Hélio ainda estava lá, separaram as equipes, a Duda ficou com a Cínthia, que não tinha nem roupa seca, A Fabi foi com o Anastácio e o Hélio veio aqui em casa buscar a chave reserva com a Daiane. Tudo isso enquanto eu remava e corria, pois quando cheguei todos já estava lá. Trabalho em equipe é isto, aí fui entender porque da correria na última transição ;-) ! Arrumamos as tralhas e a Cínthia ficou pra esperar o Aracajú e o Varela terminarem o desafio solo em 12 horas. Foi um dia espetacular. Como sempre é com esta equipe.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vídeo do Multisport Brasil 2010

Neste último sábado rolou a quarta edição do Multisport Brasil, sensacional prova de aventura realizada em Florianópolis. A Equipe AndarIlha participou em peso e dessa vez a cobertura multimídia veio antes do relato, graças à eficiência jornalística do nosso capitão Hélio, o Sereno. Abaixo está o vídeo em primeira mão !

segunda-feira, 23 de março de 2009

Resultados e fotos do multisport 2009

Mountainbike no parque do rio vermelho.

Resultado final do Multisport Brasil 2009

AndarIlha Trio - Terceiro na categoria (3/9), 21o geral, 9h50min
AndarIlha Solo - Nono na categoria (9/18), 37o geral, 10h38min
Melzone Andarilha Dupla - Décimo na categoria, 46o geral, 11h28min

Detalhes no site da prova. Abaixo algumas fotos.

Turma reunida na largada


Fim do primeiro trecho de corrida na descida da lagoinha do leste


Fim do primeiro caiaque, alongando...

Saindo das dunas na lagoa

Dunas...


Chegada !!!

Crédito das fotos não marcadas, que ficaram excelentes: Fernando Varela/Melzone.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Multiesporte 2009

Dessa vez a AndarIlha empolgou geral e compareceu ao Multisport 2009 com trio, dupla, solo, apoio e pacer. O Hélio, Tiago e Fabi foram no trio (se tivesse categoria mista, seriam os campeões). O Diogo e a Cíntia foram de dupla e eu fui no individual open. A Taty foi participar como minha pacer nos trechos de corrida - coisa elegante, não ?! O William, como sempre, formou a melhor a equipe de apoio que existe.

Chegamos no morro das pedras bem a tempo de ver a grande estrela alaranjada emergir do mar. Um dia espetacular e quente se anunciava e nós corríamos para pegar os kits e ajeitar os últimos detalhes.

Largou ! Minha idéia era correr junto do trio ou dupla e usar a Taty para me puxar nos últimos trechos. Saímos juntos e logo só corria com a Fabi ao lado. Encontrei uns conhecidos, papo aqui e alí e atravessamos o rio do matadeiro. Aí acordei mesmo. Seguimos pra trilha para a lagoinha, a Fabi foi tomar um gel e segui. Andei um pouco, pois não consegui ver o chão - o sol vinha de lado bem nos olhos, mas não batia no chão, ainda na sombra. Um pouco adiante voltei a correr na melhor parte da trilha e cheguei na praia em 1h6min. Nada da turma, continuei num ritmo médio pela lagoinha, subi a trilha e cheguei na transição com 1h46min depois dos 12 Km de pedreira.

Peguei a bike e fui forte até dar de cara com o sertão. Empurrei tudo morro acima e despenquei morro abaixo, cansando os dedos de tanto apertar os freios. Não abaixei o banco pra descer e quase capotei ao bater numa baita pedra. Estava sem agilidade nenhuma na MTB, mas curti bem o trecho.

No topo da estrada para o ribeirão tinha uma coca-cola gelada. Surpresa da prova, não poderia ser em melhor hora. Segui tentando não forçar no ribeirão e campeche. Ao entrar na avenida campeche percebi o pneu traseiro murcho. Parei e vi que estava a meia carga. Tentei encher o que dava e taquei lenha pra chegar logo, devia estar perto do novo campeche. A 1,5 Km de lá o Hélio me passou, grudei na roda dele e seguimos a 36 Km/h até a AT2. O cara tava babando na bike nova, fechou o trecho em 1h20. Me disse que a Fabi tinha caído na trilha e o Aracajú estava logo atrás.

Na transição comi e bebi bem, taquei protetor e segui com a Taty. Em meio as dunas duras e planas a FC estava muito alta. Devia ser o calor peçonhento que começava a atacar, então reduzi, pois o dia ainda estava começando e seria bem longo. A Taty me puxava no ritmo certo pra não me quebrar e ainda me obrigava a tomar maltodextrina com gosto de guaraná. Mesmo saíndo junto, não vi nem sombra da Fabi, que se mandou deserto adentro.

Algo estranho foi encontrar várias 'lagoinhas' no meio das dunas, transformando os 8,5 Km de corrida num bem batizado hidro-run. Várias vezes me joquei na água ou então enchi o boné para refrescar. Faltou um fotógrafo lá, a Taty correndo com água preta até a cintura daria uma capa de revista. Chegamos na rendeiras depois de 1h7min de travessia do saara.

Entrei no caiaque com dúvida se a AT4 era no hotel engenho ou na polícia ambiental. Fui entender depois que era no trapiche de barco no rio vemelho. Esta remada foi monótona, várias vezes me vi olhando o relógio para ver quando faltava. Foi só mirar num colo entre uns morros ao norte e remar sem parar. Tomei um gel, passei dois caiaques e cheguei em 1h10 min.

Aproveitei para tirar a areia do tênis e me fui pra mais 15 Km de bike nas trilhas do rio vermelho. Plano mas técnico, o percurso era cheio de areia fofa e raízes, levei dois tombos por atolar a roda dianteira e capotei dentro de um buraco logo na saída das dunas na estrada que chega no hotel engenho. O William tinha trocado meu pneu, estava tudo 10, até que na estrada senti o bicho murcho de novo. A 2 km da AT no hotel engenho, pensei em ir correndo, mas trilhas pesadas viriam. Enchi o que dava mas dessa vez o furo era maior, fui botando o peso pra frente até o hotel.

De lá saímos para a trilha que nos levaria até o rio ratones. A Taty foi me xingando morro acima, já estava com as pernas tijoladas mas ia o mais rápido que dava, mesmo assim ela parava para me esperar. Subimos muito, numa trilha magnífica. Terminada a subidona, vi morros e mais morros à frente, nem parecia que estávamos na ilha. Corremos tudo até embaixo, show. Chegamos na estrada e continuamos mais um pouco até o caiaque. Lá encontramos o trio esperando o remo (!) que ainda não tinha chegado com o transporte da organização.

Entrei no rio depois de comer muito e meti braço. Fui bem até chegar às pontes da SC. Não sei se psicológico ou não, depois da ponte na estrada para jurerê, que tinha corredeira forte de maré contra, fui cada vez pior. Parei para um gel e comecei a voltar rápido com a correnteza. Me agarrei nuns arbustos da margem, bebi e toquei. Dois caras chegaram e seguimos revezando a 'esteira'. Pelo tempo já deveria estar na foz, mas estava longe. Eu ficava o tempo todo comparando como tempo do ano passado - 1h30 - e vi que estava bem mais lerdo. Achando a corrente contra um absurdo, fui pra margem descansar. Grudei numa árvore e pensei em parar uns 5 min. Em 30 segundos caiu a ficha - tá difícil pra todo mundo, vai embora, anda !

Segui xingando aquela maré, mas resoluto em só parar de remar quando encalhasse lá no pontal da Daniela. Cheguei na transição podre depois de 1h55min para os 10 Km, tinha acabado com a água há mais de 1 hora. Peguei a bike da Cíntia, minha equipe de apoio tinha decidido não mais consertar o pneu. Segui forte pela já bem conhecida estrada para jurerê até o canto esquerdo, larguei a bike e segui com a Taty pela praia cheia. Novamente reduzi, mas dessa vez não pelo cansaço, mas por já ver o pórtico da chegada. Queria curtir o restinho da prova. Boa coisa, pensar em aproveitar o final depois de 10 horas e meia de corrida. Sinal de que a cabeça ainda funcionava.

Chegamos pulando, mar finalmente !!! Comidas, bebidas e já parecia gente de novo. Esperamos o povo, que logo chegou e comemoramos tudo. Beleza de prova.

Fechei algo em torno de 10h37min, vamos ver o resultado final. Não fiquei tão quebrado, hoje corri 12 km numa boa em 1h2min. Acho que poderia ter treinado ontem, mas a carcaça merecia um descanso. Só fiquei com as canelas torradas, pois esqueci de passar protetor no segundo caiaque e e deixei os cambitos tostando ao sol por duas horas.

O trio que tinha ficado 1h25 (!!) esperando o remo acabou ficando em terceiro lugar. Mandaram muito bem, o Hélio aloprou na bike, a Fabi tá forte como no ano passado, e o Tiago devia ter um motorzinho de popa escondido no colete. O Diogo emendou vários trechos e sobreviveu a maré mais forte que eu e o trio, a Cíntia correu direto os trechos 3,4,e 5 e mais vários, fizeram uma bela dupla mista.

A Taty foi essencial e me fez render bem, acho que teria andado bem mais nas dunas e na descida da trilha se estivesse sozinho, gostei. E o William, como sempre: apoio perfeito.

E detalhe, levamos o trio numa disputa acirrada, vejam o release oficial: "Na categoria Trio (prova feita para especialistas - corredor, ciclista e canoísta), apesar do 1º e 2º lugares tranqüilos da Camelbak / Salomon e Poanoas, a terceira posição foi uma das mais disputadas, com uma diferença mínima entre Andarilha, Mega e Unil, todas equipes locais." Parabéns mais uma vez !!!!!!!!!

Turma, foi realmente muito bom correr com vocês. Óbvio como sempre.
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Alguns números:
  • 95 Km: 26 na corrida, 49 na bike e 20 no caiaque;
  • 10 horas e 37 minutos de prova;
  • Consumi 5 litros dágua, 6 gatorades, 3 latas de coca-cola, 3 caixinhas de água de côco, 1 redbull, 12 bisnaguinhas, 3 nutrys, 5 powergel, 1 powerbar, 6 bananas, 3 pacotinhos de clubsocial e 1 pedaço de empadão de frango, se não esqueci nada;
  • Torrei 7405 calorias, disse o polar, que registrou FC média de 143 bpm.
Release oficial da prova.

terça-feira, 4 de março de 2008

Multiesporte 2008


Depois de algum treino, hora de correr de verdade. Ao nascer do sol no morro das pedras a aglomeração de pessoas indicava o local da largada. Encontramos o Clodoaldo e a Paula, os amigos de Curitiba, o Aracajú e o Varela. Astral de largada é sempre bom.

Largamos já ao sul das pedras, posto que as próprias estavam recebendo a fúria do mar, para os primeiros 4 Km de areias muito fofas. Apertei o ritmo não sei porque, fui no embalo de todo mundo e não vi o polar. Quase na armação, 182 bpm, ihh, forçado, vai quebrar. Mas já estava perto, aí encontrei o Clodoaldo e continuei do mesmo jeito. Até a armação foram 20 min naquelas areias, tá doido. Economizei o tênis e evitei o mar em todo o trajeto, mas no rio ninguém foi pela ponte, então lá fui com água até a cintura para a praia do matadeiro.

A trilha estava ensopada e aí comecei a tentar reduzir o pulso, quem tava perto foi embora e fiquei sozinho. Numa passada besta quase torci bem o pé esquerdo, susto, parecia o Hélio no início do praias e trilhas. Fiquei meio lento, escorreguei mais e cheguei no PC que tinha antes da lagoinha. Segui para a praia lento para recuperar, já meio quebrado. Comi mais gel, corri forte a praia toda e comecei a subida já andando. Logo no início enterrei o pé numa poça de argila mole, parecia cimento. Pensei em voltar para o mar e limpar aquele peso, mas fui indo. Quando a trilha ficou plana, passei uns dois e alcancei um argentino no primeiro córrego (que nunca existe normalmente). Fui lavar o pé e o cara subiu o rio. - Aonde vai ? Subir el rio, disse o gringo. Se eu não perguntasse acho que ele iria praticar um improvável canyoning na lagoinha do leste.

Desci voando até o pântano do sul e cheguei na bike em 1h41min, 1 min além do previsto. Meus queridos amigos Fabi e William lá estavam para apoio, tomei gatorade e fui embora rápido, não sem antes receber tratamento de atleta de elite.

Fui indo forte, em média alta passamos o morro das pedras de novo e fomos para o campeche - ir para voltar é constante nessa prova. Numa curva fechada passaram voando uma speed e uma mtb por cada lado, era o argentino bufando para revezar vácuo com a speed. Como o cara corria ironman, resolvi obedecê-lo e revezar a dianteira no nordeste. Não é que funcionava ? Quando ia no vácuo tinha até que frear. Comi lentamente uma barra de proteína e continuamos, na lagoa fui ficando lento e o argentino dizendo que iria esperar no morro pois tinha ainda 8 km depois da descida na barra.

Na subida vieram mais 2 speeds e uma mtb feminina, passaram e o gringo se foi. Tomei água de côco gelada e fui muito devagar até em cima. O William tentou me empurrar sanduíche de novo, mas a leeenta deglutição da barrinha me preocupou e decidi evitar. Larguei tudo na descida e atingi uma velocidade absurda, mas só me apavorei mesmo ao ver 79 no velocímetro. Se cair, é o fim. Freei um pouquinho, lá embaixo ví que a máxima foi de 82, recorde absoluto em duas rodas.

Toquei pelo pinheiral do rio vermelho à sombra, perfeito para pedalar, mas já mais lerdo. Na vastidão asfáltica chegou a Shubi da Atenah, teve até um revezamento de vácou mas logo fiquei pra trás. Mas já estava perto e a chegada na polícia ambiental foi rápida, foi 1h25min no trecho, bem abaixo do esperado. Acho que devido ao revezamento de vácou, que mantém o ritmo alto o tempo todo. Funciona.

Finalmente comi alguma coisa, o apoio de novo foi impecável, descansei um pouco e saí para o caiaque. O William e a Fabi voltariam para a lagoa na openwind para a próxima transição.

Remada tranquila, no meio uns caiaques profí me passaram e eu passei uns 6 do tipo-padrão-lento. Ventinho lateral/traseiro até empurrava um pouco. Tinha pensado em ir bem pelo meio da lagoa, quase tocando a costa, para evitar os baixios. Mas esqueci. Quando ví estava com 30 cm de água dando remada na areia. Me irritei e fiquei de pé para tentar ver onde afundava mais, mas era muito longe. Corri um pouco empurrando o barquinho com o remo mas logo senti umas caimbras na coxa direita. Voltei a remar e a perna a fisgar. Afundou novamente, o vento e as ondas aumentaram e a chegada não chegava. Passei mais uns e aí uma canoa havaiana passou todo mundo voando. Fechou em 1h50.

Na transição troquei o tênis a mando dos apoiadores. Dada a lama da trilha anterior eu não queria ir com o mizuno e queria ir com o mesmo encharcado/podre e pesado que já estava no pé. Mas acharam um outro velho no porta-malas e me convenceram. O pé já estava murcho e fui salvo de mim mesmo pelos meus amigos. Estava tudo a mão, água, comida e gatorade, aí me empolguei e fui rápido pra costa da lagoa, fugi de alguma coisa que a Fabi foi buscar no carro.

Bom ritmo em sol forte logo dá canseira. Comecei a andar em qualquer morro. A ponte da lagoa foi definida como sendo um morro. Finalmente trilha e trote na sombra, comecei a tropeçar em gente quebrada e um mais enfermo me pediu para avisar o apoio que o atleta deles iria voltar para o canto dos araças. Fiquei com aquilo na cabeça, tentei telefonar pro William, até que encontrei um outro tomando sorvete no meio da trilha. Compartilhei a informação e desentupi a memória de curta prazo, voltando a atenção para a corrida.

Tinha muita água na trilha, e o boné funcionou de balde em todas as poças para aliviar o calor. Numa das maiores encontrei o Clodoaldo e mais alguns, logo começou a subida pra ratones e fiquei pra trás. Antes de pifar empurrei 1 gel e um saquinho de club-social, demorou pra descer mas resolveu, consegui correr bem a descida e logo na saída encontrei a Fabi, que tinha vindo da transição para me acompanhar. Trotamos até a AT e terminei o trecho em 2h3min.

Tive que receber primeiras-massagens para conseguir continuar, a lombar estava travada e a coxa direita fisgando. Comi 5 g de sal puro junto com um monte de coisas, recuperei bem e lá fomos para a remada no rio ratones.

A maré vazava de leve mas estava ainda alta, muito bom. O nordeste chegava a atrapalhar mas só em rajadas. Novamente passei uns no caiaque padrão e e fui passado pelas flechas aquáticas. Ano que vem parece que terá categoria para caiaque voador.

Rema, rema. Aí, rema mais e continua. Passei as pontes da SC e pra variar continuei remando no maior solão. A água com gelo que a Fabi pôs no camelback foi uma maravilha, tomei 1,5 lts no trecho.

Na chegada o William me ajudou e arrastou o caiaque até a AT, saí correndo no lodo, peguei a bike e pensei: agora vou detonar até a chegada. Já estava era detonado, não passava de 22km/h, mesmo no máximo. O nordeste ainda estava lá para irritar, as pernas estavam pesando meia tonelada cada. A AT para a corrida era no clube 12, mesmo ponto do iron. De lá saí para 1 Km na praia, que levei 7 min pra completar.

Chegada ! 90 Km em 9h7min, meta alcançada ! Que coisa boa terminar o que se começa. Não sei porque mas pra essa corrida fiquei meio fissurado em números e desempenho, fiquei muito feliz de terminar dentro do previsto e ainda inteiro. Fomos para um merecido mergulho naquele marzão que eu vi o dia todo mas do qual não me deixei usufruir.

Foi uma prova diferente, parecida com aventura, mas também com triatlhon pelas transições rápidas, e também com revezamento. Muito forte mas suportável, dadas as mudanças de modalidades. O bom era que quando uma parte do corpo estava destruída, podia-se destruir a outra para descansar a primeira, e depois começar tudo de novo. Muito bom. A Fabi empolgou e vai no ano que vem.


Apesar de ir no individual, não corri sozinho. Obrigado Fabiana e William !!!!

Fotos completas aqui.

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Resultados: parece que fiquei em 15o na categoria, mas ainda não saiu o oficial.

Fatos:
  • Bike surpreendeu, 1h22mim
  • Segunda perna de corrida foi um desastre
  • Consumi 9L de líquidos - gatorade, cocacola, água, água de coco
  • Comí 7 powergel, 3 clubsocial, 4 bananas, 1 barra de proteína, 1/5 de sanduíche