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segunda-feira, 17 de julho de 2017

MountainDo Costão do Santinho 2017

Chegada das boas !
Depois de muitos anos finalmente voltei a correr o costão do santinho ! É uma das provas mais bem organizadas que conheço, com um percurso espetacularmente bonito, variado e magnífico de correr. Uma prova trail com distâncias de 9,21, 42 e 65 km, praticamente tudo 'corrível' mas ainda assim com boa altimetria.

Saí de casa cedo e passei no Éder antes para um último ajuste e prevenção panturrilística. O duathlon da semana anterior deixou sequelas nas batatas até quarta feira e não quis arriscar. Tudo perfeito como sempre, segui pra largada.

Corri com o Anastácio e Fabrício, e logo na largada apareceu o Marco e fomos encontrando a galera. Estava uma temperatura agradável então corri de camisa com manga de triathlon e cheio de acessórios. Como disse o Anastácio, correr já foi mais simples.

Alinhamos bem na frente e largamos alucinadamente. Eu havia falado pro Fabrício que nessa distância dava pra brigar pela ponta, então fomos lá conferir. Primeiros 3 km em desconfortáveis 3:40/km com uma galera lá na frente e entramos nas dunas pros ingleses e então na trilha. Logo o Fabrício e os ponteiros sumiram e eu fiquei, semi afogado e com as pernas estranhas. Estava escaldado da ponta do papagaio e resolvi segurar pra não quebrar tanto no fim.

Quando terminei de descer de volta no santinho o Fabrício e mais 2 ou 3 atletas já estavam na metade da praia ! No meio da praia só dava pra ver um ponto vermelho e outro azul entrando no costão, e o vermelho estava na frente, liderando a prova com 8 km !!!!

Entrei no hotel e saí nas trilhas de dunas, o local mais sensacional de correr que lembro recentemente. Um corredor de vegetação em leve declive com areia semi firme dava um ar psicodélico à corrida. Seria muito legal correr aquilo com uma gopro na cabeça.

Saí no moçambique com mais dois atletas, embolados desde o santinho. Seguimos na praia e então nas dunas novamente. Um deles desgarrava no plano e buscávamos na trilha, ou outro estava junto desde o km 5 e seguimos revezando o ritmo. Fizemos o contorno no rio vermelho, depois de passar pela nascente do próprio rio e voltamos pela floresta de pinheiros até a praia novamente. Ali sobrei com os dois a uns 200 m a frente.

Ao entrar no costão o staff avisou 7o lugar e logo ultrapassei o corredor de plano e segui à caça do Andrea. Só que fui caçado pelo Ivanei, que me ultrapassou no final da trilha das aranhas. Ele está muito bem treinado em trilhas, muito forte, mas no final dentro do hotel tentei e consegui ultrapassá-lo, voltando para a 6a posição.

Passei o pórtico encontrei a galera mas não vi o Fabrício. Perguntei à Fabi se o meu amigo da Ironmind havia ganhado e ela confirmou ! O cara liderou praticamente de ponta a ponta sem se preocupar com ritmo, relógio, pace, sem conhecer o percurso e sem treinar nada de trilha. Simples assim, incrível assim.

Fomos pra área de chegada e encontrei meu pai que estava lá desde a largada curtindo a prova, muito legal envolver a família toda nessas provas, anima e explica um pouco pra eles porque fazemos isso :-).

Empolgou pra próxima ! Até lá.


Segue o Camarguinho !

Salto atlético pra não molhar os pezinhos kkkkkkkk

Visual terrível

Into the woods !
Embolado com o quinto, Andrea Rella, a prova toda

Mais um voo kkkkk

Rendeu !
Vice na categoria, sexto no geral. Velhos maníacos !
O Juan destruiu na maratona e foi vice !
O percurso dos 42 deu vontade e certamente vou fazer ano que vem !

quarta-feira, 8 de março de 2017

Ponta do Papagaio 30 km

Relato atrasado por demais, mas não poderia passar em branco. Essa prova estava na lista há muito tempo, mas sempre acabava deixando de lado em função dos treinos pro Iron ou algum triathlon curto de início de ano. Só que dessa vez como (ainda) não estava inscrito pro iron, me inscrevi. E inscrito, tenho que ir. Fui.

Com 2 semanas de treinos depois das férias, tinha feito um longo de 18 km depois de 7 de janeiro, então não tinha expectativas, mas as cabeça não aceita isso muito bem. Um longo de bike muito cheio de morros no sábado também ajudou a chegar bem cansado, o que era muito bom para treino específico de iron, onde as pernas tem que acostumar a correr cansadas.

Domingo cedo me mandei pra praia da pinheira. Lá chegando encontrei lugar para estacionar bem perto da largada e fui aquecer e encontrar o Luiz Inácio para pegar o meu kit. Aqueci com a galera, Fabi e Kiko por lá e fui alinhar lá no final depois de passar um trabalho pra achar um banheiro. Largada de prova é sempre um laxante, ainda há de ser estudado esse efeito dos instantes que antecedem as provas sobre as tripas dos atletas.

Larguei com estratégia incompatível com as pernas. Pensei em sair forte pra evitar congestionamento na trilha. Soquei a bota por 2 km planos a 3:45-50 e já afoguei. Tudo bem, agora estou bem posicionado... sim, claro. Logo que começou a trilha deslizei numa pedra e logo após caí deitado de lado na grama. Aderência zero com o Go Run Ride 4, que só ficou bom na areia dura depois dos 9 km. Segui com cuidado nas descidas sendo ultrapassado por todo mundo, e na subida tentava recuperar as posições, o que só piorou as coisas. Perto do final a Lahís me passou e sumiu pra não largar mais a liderança do feminino.

Cheguei na praia achando que agora vai ! Isso, vai se quebrar todo... o vento forte de nordeste complicou e o pace foi uma desgraça decadente, o esforço foi o tempo todo na zona 4 e o ritmo era de zona2. Longa e plana praia, perfeita pra correr. Mas o vento ajudou a atrapalhar como eu nunca tinha visto em prova de corrida.

Segui com um camarada de camisa vermelha chamado Luiz, que todo mundo conhecia. Fomos alternando e juntando com mais alguns atletas de vez em quando até chegar na praia do sonho e pegar a fúria eólica perfeitamente alinhada com o percurso. Areia dançando vinha com tudo, os óculos ajudaram. Não sei como alguém (tinha vários) consegue correr sem óculos escuro na areia branca e céu azul com ventania contra.

De lá eu imaginava que seria retornar no fim da praia, mas tinha um kinder ovo: o percurso pegava umas ruas de terra e logo caia numas dunas, uns trechos alagados com água na cintura e saia na boca do rio maciambú, com areia inclinada e maré alta. Delícia.

Voltei pra praia com vento a favor: agora vai ! Vai pras cucuias, pois aí as pernas já estavam realmente podres. Foi legal correr 7 km com as pernas muito muito pesadas, sensação igual a fim de maratona de ironman. Só mesmo com cabeça pra não jogar a toalha ali. Foi um final pra lá de ardido como há tempos não acontecia numa prova, cheguei acabado mesmo.

Lá encontrei a galera, vi os resultados, Lahís campeã, Fabi em 4o, Luiz 1/cat e 6/geral, Felipinho 5 geral, etc. Galera mandando muito bem ! Também teve confraternização de parte do field do Fodaxman e da Andressa. Baita dia, linda e dura prova. A fazer decentemente no ano que vem. Prova é prova e tem que respeitar.

Felizmente, incompatibilidade entre cabeça e pernas provoca sofrimento que gera aprendizado.

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Track aqui. Dá pra ver a quebradeira. Aqui os resultados oficiais. Apesar de ser uma corrida de corredores e da quebrada o resultado não foi tão horrível, porém incompatível com o esforço: 5 cat e 38 geral dentre 359 concluintes.

Comi 3 gels e água em todos os postos, que estavam a menos de 2 km um do outro. Organização muito boa e premiação rápida.



Amanhecer com o tabuleiro com cobertor de nuvens
Socando a bota pra pifar em seguida kkkk
Trilinha muito show !
Acabou a trilha e acabou a perna junto

Fodaxman team ! O tarso consegui até um champangne pra comemorar :-)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mountain Do Costão do Santinho 2014

Depois das duas primeiras edições do MD Costão do Santinho eu não tinha mais corrido essa prova. Naquela época era um revezamento e nas duas vezes corri em dupla, uma com o Hélio e outra com a Taty. Agora só tem individual nas distâncias de 8, 22 e 42 km e a prova se encaixou perfeitamente no calendário eclético que ando tendo, caiu direitinho 4 dias depois de voltar de viagem de férias :-), na distância de 22 km.

Assim como o MD da Lagoa, essa prova na verdade é um evento de três dias. De altíssimo nível, diga-se de passagem. Começa com o congresso técnico gastronômico na sexta, prova e pós prova no sábado e almoço de premiação domingo. Dessa vez ainda aconteceu uma expo bem legal, com stands da Salomon, Garmin e vários outros.

Fui pro congresso na sexta e a surpresa pros presentes foi a exibição de parte do vídeo Déjame Vivir do Killian Jornet. Tivemos o prazer de assistir a parte da escalada do Mattherhorn com aquelas cenas de tirar o fôlego. Quando mostrei o vídeo em junho para o Kiko ele disse que iria usar no congresso e assim fez. A galera quase caiu da cadeira com aquelas imagens no telão.

E aí fui pra casa dos meus pais nos ingleses pra acelerar as coisas para o sábado. Acordei em cima da hora, mas a 10 minutos da largada. Saí tranquilo e com um a sede estranha logo cedo. Encontrei o Anastácio e o Hélio ainda no estacionamento e fui pra concentração, mas antes deixei a chave no guarda volumes e visitei o banheiro. Não imagino uma largada de prova sem banheiro.

Alinhamos um pouco atrás dos primeiros corredores e largamos. Fui forte, o início é em descida suave e depois íngreme até a praia e nas areias firmes o ritmo estava bem rápido. Muito bom e fácil de correr, mas além do suportável para 22 km. De qualquer forma segui daquele jeito para não pegar engarrafamento na primeira trilha, no início do km 4. Uma pirambeira boa pra subir e uma descida melhor ainda até a praia, muito boa de correr, veloz ainda que técnica.

Um detalhe: depois da viagem fiquei um pouco torto, uma contratura perto da lombar e na panturrilha esquerdas. Fui na sexta-feira na Clínica Nura falar com o Edu pra dar um jeito e saí de lá zerado. Fui com essa incógnita pra prova e só me lembrei disso depois de terminar, a única dor foi no dedão esquerdo num chute direto numa pedra que dei no final da trilha das aranhas.

Dunas

Continuando então, voltávamos em direção à largada com a galera dos 8 km já correndo no sentido contrário e passávamos por dentro do pórtico para então entrar nas magníficas dunas do moçambique. Ô lugar desgraçado de bonito ! E por incrível que pareça, eu curti correr nas dunas, mesmo sem lembrar da última vez. A chuvarada da noite anterior serviu não só pra encher as trilhas de lama mas também para deixar as dunas um pouco mais firmes. Descer aquilo é uma beleza, passos de gigante de 2 metros, voando morro abaixo. Alguém tinha que ter filmado.

O calor apertou já na metade e quando cheguei na praia na ponta das aranhas estava seco de sede. Peguei duas águas no posto e comi um gel, também estava um pouco fraco. Comecei a lembrar que não tomei água direito no dia anterior e não jantei além das guloseimas do simpósio. Ou seja, teria que repor durante a prova só pra não quebrar, mas já estava desidratado e com glicogênio em baixa.

Entramos na floresta do rio vermelho, outro lugar sensacional pra correr. Usei das minhas técnicas ninja de corrida de aventura e corri nas partes de dunas em cima de pegadas já pisadas e na floresta por sobre as folhas caídas de pinheiros. Isso poupa um bocado de esforço e faz o ritmo não cair tanto nesses trechos lentos.

Falando em não cair tanto, a minha FC não baixava nem a pau. Estava muito alta, apesar de ter ficado na média para uma meia-maratona. Acho que pode ter sido o calor, que estava grande (bateu 30º no termômetro de rua quando voltava pra casa).

Depois da floresta fizemos um pedaço de estrada de terra até a rodovia no rio vermelho, corremos uns metros de asfalto e entramos em outra rua para voltar à floresta. Ali me disseram que estava em 7º geral. Eu havia contado uns 20 lá na primeira trilha nos ingleses, assim meio no olhômetro, e como ali haviam atletas dos 42 e 22 km, não fazia ideia da geral. Depois da separação dos dois percursos já não via mais ninguém à frente e tinha ultrapassado uns 4 ou 5 atletas apenas. Ou seja, uns 8-10 devem ter ido pros 42 e sobramos nós no percurso de 22.

Aí resolvi apertar o ritmo e logo vi o sexto. Apertei mais ainda e o passei no final da estrada de terra antes das dunas e sumi na floresta. É sempre bom dar um golpe rápido e sumir de vista pra inibir uma reação :-). Na praia vi mais um atleta e consegui passá-lo no começo da trilha das aranhas, então deveria ser o 5º. Logo numa subida passei outro e achei que estava em 4º.

Essa trilha foi sensacional. É uma coisa espetacular. E estava bem do jeito que a gente gosta, atolada de lama preta. Já levei um escorregão logo de cara e enterrei a mão esquerda na lama, tendo que limpar a tela do garmin pra poder enxergar os números. Daí em diante fui pelo meio do atoleiro correndo sempre que dava e com cuidado nos trechos de pedras. Em pedra molhada não há tênis que segure. Encontrei o Marcelo fotografando,  ele disse que tinha dois atletas mais à frente que dava pra pegar. Ainda vi um lá longe mas depois sumiu.

Cheguei na praia do santinho acabado. Seco desde o moçambique, dessa vez parei no abastecimento e peguei duas garrafas. Não tinha ninguém à vista nem indo e nem vindo, então fui de boa, terminando bem devagar sem me matar mais do que o necessário. Fim em anticlímax depois de tanta pancadaria no começo, passei o pórtico trotando tranquilo hehehe. Fiquei na área de dispersão e comilança até achar a galera. O Diogo veio com uma bolha do tamanho do pé e o Hélio e Anastácio em seguida. Todo mundo inteiro a menos das avarias. Fotos e mais papo e então me mandei pra casa. Sempre bom reunir essa galera da AndarIlha nas provas. Valeu turma !

Exatamente ao terminar a prova, o hélio apareceu ali
No domingo descobri que tinha sido o 5º e não 4º. O primeiro chegou tão antes com 1h55 que ninguém viu. Aí o segundo com 2h03, terceiro em 2h07, quarto em 2h09 e eu em quinto com 2h10. Como a geral ia até 3º, caí pra 1º na categoria 35-44, pois o 4º era da 25-34. Almoço com a galera toda reunida novamente e uma invasão do pódio, a Fabi tem que nos aguentar hehehe.

A invasão do pódio
O trailrun está explodindo. Eu não sei porque, mas simplesmente gosto demais disso. Não há coisa melhor do que correr em trilhas, não tem asfalto que se compare. Ultimamente ando vendo vários triathlons com a corrida em trilhas leves. Já viram o Ironman Boulder ? O triathlon Alpe d’Huez ? Porque não tem isso aqui ? Preciso arrumar uma trilha perto de casa pra consumo diário... se tiverem dicas me avisem.

Bom, agora é uma semana de recuperação (mentira) para o Duathlon da Fetrisc no domingo. E aí sim um polimento de uma semana para a Maratona de SC. Desde 2008 não corro essa prova, vai ser legal.

Quando saírem fotos do FocoRadical eu posto em algum lugar. Abaixo fica o vídeo produzido pelo Mário Sales, muito legal.

domingo, 22 de junho de 2014

Desafrio 2014 - Com sprint de chegada e dedão destruído

Dessa vez o Desafrio doeu. Mas foi em lugares inesperados, no posterior da coxa e no dedão direito. Depois da Indomit 100K não fiz nenhum treino longo de corrida, só umas 4 ou 5 corridinhas de 10 km. Fiquei com uma dor na lateral interna da coxa direita e tratei com o Edu da Clínica Nura. Ficou zerado e fui tranquilo pra prova, mas curioso em como seria depois de 3 semanas sem treino algum em seguida de uma ultra de 100 km e do Márcio May Marathon MTB na semana anterior (breve post).

Pois bem, a sexta-feira foi estranhamente quente e uma chuva com trovoada despencou à meia noite em Urubici. Fiquei semi acordado até às 3 quando o barulho parou e ao levantar 6:30 não havia mais água caindo, só caída. E muita lama.

Alinhei junto com o Anastácio e Hélio, encontrei meio mundo lá e começamos a corrida. Fui devagar. Aqueci até o km 3 mais ou menos e comecei a correr mais solto, sem olhar pra nada, nem pace nem outros atletas. Só que larguei muito no fundo (não faça isso) e fiquei preocupado em pegar engarrafamento na subida da trilha no km 11. Passei a Débora e aí segui um pouco mais rápido pra chegar logo na trilha.

Muita lama e diversão naquela subida, os pés já estavam molhados há tempos nos primeiros rios que cruzamos, então fui reto com o pé enterrando até o tornozelo e subi firme passando muita gente. Conseguia correr nas subidas leves mas evitava para não forçar a coxa, mas não adiantou, apareceu uma dor no posterior igual à da parte de dentro, acho que migrou de lugar. Aí segui até o véu da noiva, que estava espetacularmente cheia.

Pegue a viseira e óculos de sol com o Dariva e a Patrícia segui só com um pouco de coca-cola no posto de alimentação. A esperança era grande, mas logo depois de botar os tapa-sol tive que tirar por embaçamento total e completo da visão.

Subi sem olhar o relógio uma única vez e por uns trechos junto com alguns atletas, só pela sensação de esforço. Ao chegar no topo fiquei assustado com o tempo, bem mais lento que o ano passado, cerca de 10 minutos. O esforço não foi grande, mas a dilatação do tempo foi. Imaginei que seria pela trilha, mas logo a Débora veio e vi que não tinha aberto muito dela, o que normalmente acontece na subida, com ela me buscando na descida.

Bom, era só descer. Esse 'só' é sacanagem. Todo santo ajuda não sei quem, porque a mim é que não é. Comecei todo torto e uma mulher da dupla me passou voando, logo mais um monte de caras sumiram morro abaixo. Os tênis estavam folgados, os deixei assim de propósito para subir. Mas fui apertar e só consegui apertar o esquerdo. O cadarço (aquele fio com trava da salomon) do direito travou e não ia nem pra frente nem pra trás, soterrado por um monte de lama seca. Não tinha rio perto, então desisti logo e segui com o pé frouxo, grave erro.

Mais ou menos por aí o dedão direito ficou pelo caminho
Cheguei no véu da noiva correndo assustadoramente bem. Havia ficado preocupado em descer com um tênis flat e com pouco amortecimento como o salomon sense mantra, mas foi perfeito exceto pelo dedão, que já latejava bastante. Acho que foi a melhor descida até ali na história.

Encontrei a Patrícia de novo e troquei a blusa amarela pela azul. Coisa horrível, estava derretendo já dentro daquilo. Entrei na trilha pra descida e corri bem até achar mais lama. Aí foi uma coisa bizarra, um passo pra cada lado, nenhum reto. O pé aterrissava e escorregava pra um lado ou outro, muito legal correr assim, mas cansa e é lento.

Essas estradinhas foram cenário de MUITOS treinos para a Indomit e El Cruce esse ano...

A Grande Descida sempre me mata e dessa vez entrei na miserável alucinado e correndo forte. Fiquei impressionado em como estava descendo forte até a perna esquerda ficar toda frouxa numa passada eu quase ir pro chão. Cheio de pedras bicudas e grandes, não seria boa ideia, então aceitei que as pernas já estavam com retardo neuro muscular e reduzi o ritmo antes de me arrebentar. Dado meu histórico recente de quedas na corrida foi o melhor a fazer.


Depois da grande descida inda estava vivo
Lá no final perto do rio achei o Rafael Vargas, tinha caído e machucado o joelho, mas a panturrilha é que estava estranha, pulsando visivelmente numa parte. Segui e ele veio logo atrás. Também achei o Fábio e viemos juntos um pedaço.

Incrível ! Nenhuma queda no percurso todo !
E consigo me arrebentar na beira-mar...
Aí comecei a correr fácil no km 45, segui sem parar nem pra comer até a chegada. E aí, a uns 200 m, já na curva da igreja para o pórtico, surge do nada um cara sprintando do meu lado. E o povo gritando, vai, vai, não deixa passar, vai, vai kkk. Só lembro de ter visto um número preto (o das duplas era vermelho) e instintivamente reagi, correndo feito louco, bufando e soltando grunhidos horríveis. Não sei como consegui fazer aquilo... E depois fiquei muito puto. Poderia ter caído de cara no chão correndo daquele jeito em calçamento de pedra molhada. Ou estirado um músculo, sei lá. Mas... vai que o cara era da categoria hahahaha.
Sprint depois de 52 km... deu 4:10 nos últimos 200 m mas a sensação era de 2:40 :-)
Depois de recuperar o fôlego e cumprimentar o doido fui direto pra massagem e alimentação. Logo achei o Hélio, esperamos o Dariva e o Anastácio chegarem e tocamos pra casa pra fazer a melhor parte da corrida, o churrasco do William com cerveja artesanal do Anastácio. O Desafrio na verdade é uma desculpa cansativa pra essa reunião anual de amigos, que dessa vez também contou com a Fabi e o Kiko.






A noite troquei mensagens com o Marcos e fui lá pra premiação, tinha ficado em 5º na categoria 40-44. Ficamos olhando as outras categorias e na minha não fui chamado. Ainda fiz o mico de ir lá na frente perguntar, e o locutor disse que só ia até 4º devido à quantidade de atletas não ter passado de 30 (largaram 28). Regra que eu não conhecia (estava lá bem escrita). Bom, sem troféu pro Rafael :-).

Depois fui ver os tempos com detalhes e descobri que o 4º estava 20 seg à frente, e os tempos eram os brutos e não os líquidos (pra que chip ?)... A minha diferença do bruto pro líquido deu 38 seg... ou seja, largue na frente :-).

Corrida de montanha realmente está explodindo. Muita, mas muita gente e o nível cada vez mais alto. Essa prova começou com 30 pessoas e hoje tem 300 na solo e mais 200 duplas, impressionante como o nível de 'impossível' vai subindo, como as pessoas vão testando ir cada vez mais e mais, longe e difícil. Muito, muito legal participar disso tudo. Principalmente desde o início, já se vão 9 anos de Desafrio, e enquanto a prova existir e eu puder, vou correr.

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Detalhes técnicos:

Aqui o link da prova. Total de 5h19min, 12 minutos mais lento que no ano passado, mas 1 posição melhor. Tempo é relativo. No caso, relativizado pela lama. A Grande Descida é a despencada quase vertical no km 42,5.

Consumi uma garrava de 100 gr de carbup, 5 GU e 4 mariolas, mais coca-cola em três postos de apoio e meia banana no topo. Não faltou nada nem sobrou, acertado.

Corri com a mochila de hidratação com 1,5 l dentro e sobrou. Gostei, fica mais prático pra pegar as coisas nos bolsos da frente e não tem que ficar parando pra encher as garrafinhas, nem fica nada chacoalhando na cintura. A contrapartida é começar e principalmente subir 1kg mais pesado do que com o cinto.

Não tinha tempo líquido mas tinha chip. O resultado foi 5º na categoria 40-44 e 30º geral, com o primeiro animal correndo pra 4h07 e uma dupla pra 3h33 HAHAHA.

O saldo do dedão foi bizarro. Unha totalmente preta e o dito cujo latejando e doendo pra caminhar até segunda-feira. Quarta estava melhor e sexta corri 10 km leve. Salvo, pelo menos.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Indomit Costa Esmeralda Ultra Trail 100km

Depois da chegada...
A frase é verdadeira !
Primeira ultra trail com 100 km do Brasil, e minha primeira ultramaratona com três dígitos. Só isso bastaria, mas haviam outras cinco provas paralelas nas distâncias de 84, 65, 50, 21 e 12 km. Diversão garantida para vários públicos. E uma logística complexa de dar gosto: um só circuito, simplesmente indo sem parar até voltar ao ponto de largada, fantástico.

Participar dessa corrida foi algo surreal. Sempre tive vontade de correr uma coisa de três dígitos, e depois de muito ver provas desse tamanho e maiores lá fora, eis que aparece uma aqui do lado de casa. Praticamente um ímã me atraindo num ano que já começou com El Cruce e que também não teria ironman. Me inscrevi em dezembro, comecei a treinar específico em março e pulei rumo ao desconhecido. Ao infinito e além como diz o buzz lightyear.

Depois de 9 desafrios, a distância máxima que já tinha corrido era de 53 km. Em treinos, 34 para as maratonas, irons e Cruce. Esses treinos foram divertidos, voltei a correr em trilhas depois de um tempo só no asfalto e vou dizer, que saudade. Isso não pode ficar de lado, vou dar um jeito de manter corridas offroad mesmo em treinos pro ironman. Fiz três treinos especiais, um de 31 na volta sul, outro de 40 com o sertão duplo e várias trilhas e aí um de 46 em Urubici onde parece que a coisa engrenou de vez. Aquele último deu confiança.

Pois bem, vamos à prova !

Segui para Porto Belo na sexta-feira às 19:00, chegamos lá o Alexandre Tremel, Daniel Carvalho e eu às 21:00. Arrumei as coisas, andamos pela arena de largada ainda vazia e fomos tentar descansar. O tempo não passava e depois de fazer tudo várias vezes fui comer um misto quente com coca-cola às 23:10 e então logo estávamos na muvuca da largada. Encontrar aquela turma maluca nessas horas não tem preço. Inacreditável a energia concentrada ali debaixo daquela noite clara e de temperatura agradável.

Largamos de headlamp na testa pontualmente à zero hora do sábado 17 de maio. Um desafio monstro estava começando, e não era só corrida. Correr à noite toda era uma incógnita, e sobre o percurso eu só conhecia as praias do K42. O resto era totalmente não mapeado, não rolou nenhum treino de reconhecimento.
Todo mundo dormindo e nós lá na largada ;-)
Os primeiros 16 km foram pra aquecer, uma praia firme até itapema, aí uma breve saída para o acostamento da BR-101 e caímos na areia de novo para passar no pórtico da largada dos 84 km. Passei lá com 1h38min em ritmo bem leve e seguimos para umas trilhas azedas, bem empinadas, curtas e inclinadas pra direita. Aí pegamos uma estrada asfaltada subindo e logo outra de terra e encontrei a Débora e mais alguns atletas. Seguimos pra uma estrada de lajotas e então terra e vieram os morros com trilhas bem marcadas.

Essa sinalização foi perfeita, colocaram fitas zebradas e pedaços de fitas reflexivas nas arvores, aquilo acendia ao ser iluminado pela lanterna. Praticamente não havia staff dentro das trilhas e ainda assim era muito fácil se orientar. Só que dava um desespero olhar pra cima e ver um caminho de luzes brancas ascenderem até o infinito. Rampas longas, curvas, descidas, trilhas espetaculares e aí um pedaço plano de terra batida. Alcancei a Débora no começo das subidas e seguimos junto com mais alguns atletas, veio um descida e todos me passaram, estava difícil enxergar ou o terrenos era muito complicado, ou as pernas muito lerdas. O fato é que a descida estava mais difícil que a subida. Mais um plano e então subiu de novo, segui praticamente sozinho boa parte dessa trilha, uma viagem.

A descida foi forte e no final fui ultrapassado por uns 3 atletas e pela Vera, agora líder do feminino. Ela descia numa velocidade assustadora e desapareceu da minha vista até o km 84. Logo veio outro morro que deu trabalho e onde fiz besteira. Estava meio estragado durante o dia, achei que era ansiedade pré-prova. Aí fiquei com frio por largar só de camiseta e no topo do morro coloquei o corta-vento, desci tranquilo, passei o plano e comecei a subir dentro da mata sem vento. E fui subindo até ficar encharcado numa noite fria. Resultado: não tirei mais o corta vento e fiquei gelado e molhado até amanhecer, nada bom. A garganta pifou total sábado a noite...

Primeira parada, km 37

Depois desse morro passamos na largada do km 65 onde fiz uma parada programada, 4 min sentado comendo e recarregando o camelback. Ali estava com 4h40 de prova mais ou menos e já 37 km nas pernas (deveriam ser 35). Pouco antes disso veio a Clara em segundo feminino, encontrei o Piu e o Valmor e logo todos desapareceram na noite enquanto em me reorganizava. Saí dali e corri o outro morro praticamente sozinho.

Até então eu estava com a altimetria toda na cabeça, sabia onde deveria ter subida, até qual altitude e distância. Mas fiquei afetado pelo sono ou confundi tudo, pois achei que só haveria plano até o posto de largada dos 50 km, onde faria outra parada programada. Mas tinha um morro malvado, percorrido solitário com iron mainden no fone de ouvido e a lua de companheira. E o frio, a garganta já doía. Não era pra estar sentindo frio. Nessa subida uma dor na lombar perto do glúteo começou a ficar mais forte, e eu comecei a subir com o dedão pressionando o músculo ali. O pé direito começou a doer na bola e no dedão e a panturrilha esquerda ficou estranha. Fiquei preocupado e com o terreno cheio de grama molhada e pedras na descida fui na paciência para não me destruir de vez ou cair.

Em termos de sono o bicho pegou às 5-5:30. Fiquei realmente lerdo e aproveitei um pequeno córrego para lavar a cara e dar uma acordada. Comi gel e mariola extra, tomei um resto de gatorade e engoli dois bcaa e 100 mg de cafeína. Ajudou um pouco.

Finalmente plano e cheguei no posto de largada dos 50 km com 54 às 6:55 da manhã. Ali peguei a sacola que deixamos com a organização, troquei o material noturno pelo diurno (gorro por boné, lanterna por óculos de sol, etc), passei protetor solar, coloquei uma camiseta seca e inspecionei o pé direito. Essa parada foi programada numas conversas com o coach. Achamos melhor parar preventivo e recuperar do que arriscar quebrar. E ali eu precisava parar. Estava bem cansado, torto, sendo ultrapassado por muita gente e achando tudo muito difícil. Arrumei tudo, tomei bastante sopa e comi bisnaguinhas, batata ruffles e reabasteci. Ainda tinha tempo para os 15 min planejados e deitei no chão com os pés na cadeira. Achei um saco com gelo e pedi outro à staff para colocar nas coxas debaixo da bermuda.

Saí novo e o Manoel Lago, diretor de prova, me falou que eram mais 6,5 km planos e então viria A TRILHA. O jeito que ele falou A TRILHA me deixou definitivamente intrigado. Pouco antes tinha encontrado o Nando que fazia os 84 km, ele tinha feito um treino lá e contou maravilhas do percurso por vir. E eu achava que o pior já tinha ficado pra trás...

O Marcelo Eninger veio dos 84 voando, pedi pra me esperar pra seguirmos juntos (estava numa parada fisiológica num poste) mas logo desisti, ele estava muito rápido. Depois a Débora reapareceu, não a via desde o km 25 e ela veio forte e eu fui junto. Comecei a correr melhor e com as pernas mais soltas mas o dedão não parava de doer. Pedi um advil à Débora, o meu estava no kit enfiado na mochila. Tomei a baguinha verde e esperei o dedo ficar quieto, mas ele foi incomodando até o final (hoje está dormente e formigando, acho que esmaguei algum nervo...).

Atravessamos a BR-101 próximo ao pedágio de Porto Belo por uma passarela e seguimos reto rumo ao morro que bloqueava o horizonte. Pulamos um posto dágua e começamos uma subida bizarra. Eu não conseguia subir com os pés pra frente, tinha que botar na posição de 'dez pras duas' para não ter que ficar na ponta dos dedos e forçar a panturrilha. Que rampa ! E aí entramos numa trilha de dente de serra, passando por prainhas desertas de areia fofa e mais trilhas. Por aí o Giliard passou numa subida e logo depois o Chico Santos foi à caça descendo feito doido. Naquela hora até que eu estava descendo direito com mais de 60 km nas pernas.

Pegamos duas trilhas bem erodidas e muito técnicas por 15 km, um sobe e desce danado e então saímos na praia de Mariscal. No posto de hidratação antes da última subida vi a Taty chegando e acabei desgarrando da Débora quando vi que comecei a passar gente de pulseira laranja (100 km). Incrivelmente eu comecei a correr melhor depois dos 50 e dali em diante só fui ultrapassado por atletas das distâncias menores, que largavam depois da nossa passagem. Depois de correr mariscal inteira parei no posto da largada da meia-maratona onde fiz outra parada técnica, comi bastante melancia e banana e enchi o camelback. Encontrei a Clara meio quebrada e segui pra Canto Grande, parando para fazer um selfie para por no facebook quando puxei o celular para avisar em casa a hora prevista para resgate ;-). E aí lá no começo de canto grande a Débora chegou, agora em segundo lugar. Seguimos pela praia infinita num pace muito bom e comecei a abrir um pouco até que vi a líder do feminino. A praia acabou numa pirambeira de asfalto que levava a quatro ilhas e então a Débora veio já como líder. Muito legal ver a disputa dessa forma. Indestrutível essa mulher. Teve câimbras no começo da prova, veio recuperando lá do trás e no km 87 assumiu a ponta novamente para não perder mais !

No posto da meia eu perguntei pro Manoel que distância a prova teria, pois teve 54 na 'metade'... teria 108 ? Ele explicou que houve uma mudança na véspera e acabou aumentando um pouco a primeira metade mas que a segunda tinha 50 mesmo. Segundo ele, 5 % de erro está ótimo para uma trilha dessas. Eu concordo. Percurso espetacular. E ainda bem que errou para mais. Se fosse menos acho que eu ficaria dando voltas na chegada para fechar 100 km hehehe.

Seguimos junto de um camarada de Brasília que estava correndo os 65 km praticamente no mesmo ritmo, andando nas subidas, descendo correndo 'forte' e num pace decente nos planos. Passei mais alguns atletas dos 100 km (depois vi que foram 18 desde o km 60). Passei pela largada dos 12 km e parei novamente, mas por motivos gastronômicos: já passava da hora do almoço e lá tinha pão de queijo ! Comi 6 pãezinhos com dois copos de coca-cola e segui feliz. Aí veio a parede. Uma trilha nanica e vertical onde levei 21 min pra fazer um km. Isso mostra um pouco do estado das coisas. E depois um resto de asfalto que não acabava... mas estava correndo fácil nas descidas.

Desde o km 60 eu comemorava cada parcial redonda... 60, 70, 80, 90 e finalmente 100 km ! Ver isso virar no GPS é estranho. Parece piloto automático, eu estava em velocidade de cruzeiro no plano sem pensar, só indo, indo... achei incrível estar correndo depois de 100 km, sem dor alguma exceto o dedão. Nada de câimbras, bolhas, estômago revirado, pernas travadas. Fiquei eufórico e comecei a correr mais rápido e uma staff falou que só faltava 1,5 km, aí segui sem mais parar pra fechar essa monstruosidade. Que, aprendi, é possível de ser feita por um amador determinado. E parece que mais também é possível ;-). Não cheguei destruído, aniquilado, morrendo nem me arrastando. Estava podre de cansado e moído, mas vivo, consciente e inteiro.

Confirmei algo em que acredito, de que é possível treinar para essas provas longas sem necessariamente fazer um volume absurdo de corrida, desde que mantendeo o treino de triathlon num nível mínimo. A bike ajuda muito a manter o cardiovascular e a força, já a natação compensa a pancadaria toda. E ainda dá pra fazer umas provinhas no caminho, como o longo da Fetrisc.

Passar essa chegada foi muito legal. O Aracajú estava lá com a Cínthia e a pequena, logo vi meu pai e depois do pórtico a Daiane junto com os fotógrafos tirando foto com o celular ! Desmontei no chão depois de abraçar a ela e ao Arthur, que ficou perdido e veio correndo depois de mim, acabei voltando e entrando com ele de novo ;-). Que coisa sensacional ! 14h27min de corrida, metade à noite, 103,55 km e 3000 m de subida acumulada deixadas para trás.

Sem legenda

Vontade, só isso é capaz de nos fazer correr essas coisas. As pernas desistem de reclamar, o corpo se cansa de lutar e parece que tudo entra em fluxo. O tempo passa sem vermos, a noite voou, o sol nasceu espetacular e um dia azul mostrou toda a beleza embasbacante desse pedaço de litoral incrível que é a península de Porto Belo. Me sinto um privilegiado por tudo, por ter participado disso, ter treinado, pelos amigos na batalha, por ter chegado e ter a família e amigos por lá. Um ambiente de amizade que só as trilhas proporcionam... O Giliard correndo na subida ainda parou para dar um aperto de mão. A líder dos 100 km ao ser ultrapassada desejou boa prova e boa sorte à Débora...

Depois da chegada a muvuca divertida de sempre, todo mundo lá cheio de história pra contar. Fui pro gelo, aí almocei um prato de peixe pra duas pessoas, tomei banho numa torneira a 40 cm do chão e arrumei as tralhas para voltar pra casa.

E então fui me atualizando do andamento de tudo. Encontrei a Taty que chegou em terceira geral. Fiquei sabendo da torção do joelho do Tremel antes do km 50, uma pena, mas um risco a que estamos sujeitos nessas provas. Vai melhorar e voltar na próxima tenho certeza. E bem depois vi o que o Daniel conseguiu fazer... concluir aquilo de muleta improvisada, 30 km com o tornozelo torcido... Depois dizem que somos loucos. Loucos são os vêem a vida passar sem passar por ela ;-).

Até a próxima ;-)

Sobrou um pouco de energia :-). 
A Daiane sempre na linha de chegada com esse pequeno !
Dessa vez levamos o meu pai junto, ficou empolgado :-)

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Dados técnicos

O campeão foi o Iazaldir, com absurdas 10h11min. O Sérgio Trecaman foi o segundo colocado (no Cruce também) e então Cristiano Marcelino, Plínio Souza e Tiago Sassi. No feminino, Débora, Clara, Taty, Vera e Iva. Nos 50 Km o Giliard Venceu e o Chico Santos ficou em segundo. Marcelo 5º nos 84 km.

Fiquei em 4º na categoria e 13º geral. Em 3º ficou o Giba, 11 minutos à frente, em segundo o Piu e quem ganhou a 40-49 anos foi o Fernando Vieira do RJ com 13h10min.

Consumi 9 dos 14 gels que levei, 10 mariolas, 2 garrafinhas de carbup concentrado, 9 comprimidos de 800mg de BCAA, 3 cápsulas de sal e 100 mg de cafeína. Fora isso, um gatorade inteiro em quase todo posto, muita água, coca-cola, ruffes, mais mariola, banana, melancia, pão de queijo e sopa.

Corri com o Salomon Sense Mantra e de meias de compressão, bermuda de triathlon e camiseta. Na mochila, bolsa dágua de 2L, kit de primeiros socorros, pilhas, lanterna, corta-vento, gorro leve.

As trilhas da primeira metade eram bem amplas e com descidas cheias de pedras. As praias eram todas firmes exceto alguns poucos trechos de areia grossa e bem fofa, não mais de 3 km no total. As trilhas da segunda metade eram muito técnicas, erodidas e cheias de pedras e raízes. O percurso foi exigente, mas a organização poderia ter eliminado boa parte dos atletas se colocasse a trilha até a praia da tainha em canto grande (aquela do K42).

Se houvesse chuva ou se as areias fossem fofas, horas a mais estariam no tempo de todos os atletas.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Floripa Coast to Coast

Parece que tem uma corrida assim na Costa Rica. Pois inventei um treino coast to coast em Floripa no dia 13 de abril. Inédito no mundo, um percurso único jamais repetido.
Pois bem, dia neste dia havia um longo bem longo na planilha e eu queria dar requintes de crueldade, começando também de noite. Mas não foi tão de noite assim, comecei perto das seis da manhã nos açores e vi o sol nascer de cima do sertão do ribeirão. Desci até lá contemplando a costa oeste e a baía sul e voltei ao carro em 17 km de boa altimetria e então segui pela praia até o pântano do sul.

Dessa vez diferentemente do fim de semana anterior, não fez tanto calor e levei hidratação em exagero, o que fez o treino sair muito bem. Isso é chave em prova longa e vai ter que ser seguido à regra na Indomit.

No pântano rumei para a lagoinha do leste muito lentamente na subida e mais ainda na descida, era um treino solo, eu iria viajar na mesma noite e não queria me estabacar na trilha. Na praia toquei pro matadeiro e então vi o leste e o oceano atlântico :-).

A trilha para o matadeiro é sempre difícil, muito, extremamente técnica e complicada de correr com as pernas pesada. Na armação parei num mercado e comprei água, bananas e coca-cola. Segui pelo asfalto até o pântano de novo e pela praia até os açores, mas fechava apenas 34 km e toquei para a solidão. Lá retornei pela estrada. Fique espantado por subir correndo aquela estrada empinada com 38 km nas pernas e ainda faltou distância, tive que esticar um km na estrada dos açores para fechar com 40 km cravados um treino sensacional, começado ainda de noite. Não havia dúvidas, estava determinado a correr 40 km desde antes de acordar. Foi o maior treino de corrida que já fiz, alimentação e hidratação perfeitas, trilhas técnicas, areia fofa, estradão, um pouco de asfalto e bastante rock nos ouvidos. 4h52min de corrida com 1000 m de subida acumulada. Basta dobrar e acrescentar 20 km que a Indomit tá no papo ;-).

Aqui está o link do strava. O garminconnect está doido com as altitudes, pois não consigo exportar mais pelo agente no windows e estou usando um extrator no linux, aí quando faço upload fica com a altitude toda errada, mas o strava aparentemente corrige isso.

Oeste, baía sul e o Cambirela
Leste. Lagoinha do Leste.