terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mountain Do Costão do Santinho 2014

Depois das duas primeiras edições do MD Costão do Santinho eu não tinha mais corrido essa prova. Naquela época era um revezamento e nas duas vezes corri em dupla, uma com o Hélio e outra com a Taty. Agora só tem individual nas distâncias de 8, 22 e 42 km e a prova se encaixou perfeitamente no calendário eclético que ando tendo, caiu direitinho 4 dias depois de voltar de viagem de férias :-), na distância de 22 km.

Assim como o MD da Lagoa, essa prova na verdade é um evento de três dias. De altíssimo nível, diga-se de passagem. Começa com o congresso técnico gastronômico na sexta, prova e pós prova no sábado e almoço de premiação domingo. Dessa vez ainda aconteceu uma expo bem legal, com stands da Salomon, Garmin e vários outros.

Fui pro congresso na sexta e a surpresa pros presentes foi a exibição de parte do vídeo Déjame Vivir do Killian Jornet. Tivemos o prazer de assistir a parte da escalada do Mattherhorn com aquelas cenas de tirar o fôlego. Quando mostrei o vídeo em junho para o Kiko ele disse que iria usar no congresso e assim fez. A galera quase caiu da cadeira com aquelas imagens no telão.

E aí fui pra casa dos meus pais nos ingleses pra acelerar as coisas para o sábado. Acordei em cima da hora, mas a 10 minutos da largada. Saí tranquilo e com um a sede estranha logo cedo. Encontrei o Anastácio e o Hélio ainda no estacionamento e fui pra concentração, mas antes deixei a chave no guarda volumes e visitei o banheiro. Não imagino uma largada de prova sem banheiro.

Alinhamos um pouco atrás dos primeiros corredores e largamos. Fui forte, o início é em descida suave e depois íngreme até a praia e nas areias firmes o ritmo estava bem rápido. Muito bom e fácil de correr, mas além do suportável para 22 km. De qualquer forma segui daquele jeito para não pegar engarrafamento na primeira trilha, no início do km 4. Uma pirambeira boa pra subir e uma descida melhor ainda até a praia, muito boa de correr, veloz ainda que técnica.

Um detalhe: depois da viagem fiquei um pouco torto, uma contratura perto da lombar e na panturrilha esquerdas. Fui na sexta-feira na Clínica Nura falar com o Edu pra dar um jeito e saí de lá zerado. Fui com essa incógnita pra prova e só me lembrei disso depois de terminar, a única dor foi no dedão esquerdo num chute direto numa pedra que dei no final da trilha das aranhas.

Dunas

Continuando então, voltávamos em direção à largada com a galera dos 8 km já correndo no sentido contrário e passávamos por dentro do pórtico para então entrar nas magníficas dunas do moçambique. Ô lugar desgraçado de bonito ! E por incrível que pareça, eu curti correr nas dunas, mesmo sem lembrar da última vez. A chuvarada da noite anterior serviu não só pra encher as trilhas de lama mas também para deixar as dunas um pouco mais firmes. Descer aquilo é uma beleza, passos de gigante de 2 metros, voando morro abaixo. Alguém tinha que ter filmado.

O calor apertou já na metade e quando cheguei na praia na ponta das aranhas estava seco de sede. Peguei duas águas no posto e comi um gel, também estava um pouco fraco. Comecei a lembrar que não tomei água direito no dia anterior e não jantei além das guloseimas do simpósio. Ou seja, teria que repor durante a prova só pra não quebrar, mas já estava desidratado e com glicogênio em baixa.

Entramos na floresta do rio vermelho, outro lugar sensacional pra correr. Usei das minhas técnicas ninja de corrida de aventura e corri nas partes de dunas em cima de pegadas já pisadas e na floresta por sobre as folhas caídas de pinheiros. Isso poupa um bocado de esforço e faz o ritmo não cair tanto nesses trechos lentos.

Falando em não cair tanto, a minha FC não baixava nem a pau. Estava muito alta, apesar de ter ficado na média para uma meia-maratona. Acho que pode ter sido o calor, que estava grande (bateu 30º no termômetro de rua quando voltava pra casa).

Depois da floresta fizemos um pedaço de estrada de terra até a rodovia no rio vermelho, corremos uns metros de asfalto e entramos em outra rua para voltar à floresta. Ali me disseram que estava em 7º geral. Eu havia contado uns 20 lá na primeira trilha nos ingleses, assim meio no olhômetro, e como ali haviam atletas dos 42 e 22 km, não fazia ideia da geral. Depois da separação dos dois percursos já não via mais ninguém à frente e tinha ultrapassado uns 4 ou 5 atletas apenas. Ou seja, uns 8-10 devem ter ido pros 42 e sobramos nós no percurso de 22.

Aí resolvi apertar o ritmo e logo vi o sexto. Apertei mais ainda e o passei no final da estrada de terra antes das dunas e sumi na floresta. É sempre bom dar um golpe rápido e sumir de vista pra inibir uma reação :-). Na praia vi mais um atleta e consegui passá-lo no começo da trilha das aranhas, então deveria ser o 5º. Logo numa subida passei outro e achei que estava em 4º.

Essa trilha foi sensacional. É uma coisa espetacular. E estava bem do jeito que a gente gosta, atolada de lama preta. Já levei um escorregão logo de cara e enterrei a mão esquerda na lama, tendo que limpar a tela do garmin pra poder enxergar os números. Daí em diante fui pelo meio do atoleiro correndo sempre que dava e com cuidado nos trechos de pedras. Em pedra molhada não há tênis que segure. Encontrei o Marcelo fotografando,  ele disse que tinha dois atletas mais à frente que dava pra pegar. Ainda vi um lá longe mas depois sumiu.

Cheguei na praia do santinho acabado. Seco desde o moçambique, dessa vez parei no abastecimento e peguei duas garrafas. Não tinha ninguém à vista nem indo e nem vindo, então fui de boa, terminando bem devagar sem me matar mais do que o necessário. Fim em anticlímax depois de tanta pancadaria no começo, passei o pórtico trotando tranquilo hehehe. Fiquei na área de dispersão e comilança até achar a galera. O Diogo veio com uma bolha do tamanho do pé e o Hélio e Anastácio em seguida. Todo mundo inteiro a menos das avarias. Fotos e mais papo e então me mandei pra casa. Sempre bom reunir essa galera da AndarIlha nas provas. Valeu turma !

Exatamente ao terminar a prova, o hélio apareceu ali
No domingo descobri que tinha sido o 5º e não 4º. O primeiro chegou tão antes com 1h55 que ninguém viu. Aí o segundo com 2h03, terceiro em 2h07, quarto em 2h09 e eu em quinto com 2h10. Como a geral ia até 3º, caí pra 1º na categoria 35-44, pois o 4º era da 25-34. Almoço com a galera toda reunida novamente e uma invasão do pódio, a Fabi tem que nos aguentar hehehe.

A invasão do pódio
O trailrun está explodindo. Eu não sei porque, mas simplesmente gosto demais disso. Não há coisa melhor do que correr em trilhas, não tem asfalto que se compare. Ultimamente ando vendo vários triathlons com a corrida em trilhas leves. Já viram o Ironman Boulder ? O triathlon Alpe d’Huez ? Porque não tem isso aqui ? Preciso arrumar uma trilha perto de casa pra consumo diário... se tiverem dicas me avisem.

Bom, agora é uma semana de recuperação (mentira) para o Duathlon da Fetrisc no domingo. E aí sim um polimento de uma semana para a Maratona de SC. Desde 2008 não corro essa prova, vai ser legal.

Quando saírem fotos do FocoRadical eu posto em algum lugar. Abaixo fica o vídeo produzido pelo Mário Sales, muito legal.

2 comentários:

  1. Que tranqueira hein Pina, tinha muita vontade fazer uma prova assim mas não sei se o fôlego e o joelho aguentam.
    Tinha curiosidade de saber o pace dessa galera que anda na frente em trilhas. Tu podia colocar o retrato do teu garmin aqui né?

    Abraço e até a maratona.

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    Respostas
    1. Fala Fábio !!

      Diversão garantida ! Fôlego não vai te faltar, joelho eu acho que é até melhor do que o bate-estaca de asfalto, mas tem que ter tempo pra adaptar... começa com a costa da lagoa pra tu ver...

      O link tá ali em cima... http://connect.garmin.com/activity/555441945

      O pace é o que dá pra fazer, varia barbaridade mas é assim mesmo.. praia dura, trilha empinada, dunas, estrada de terra, lamaçal, cada lugar é no máximo do esforço, não do pace qhehehe.>


      Abraço e nos vemos na maratona !

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