quarta-feira, 29 de maio de 2019

Ironman Brasil 2019 - Race Report

Bom, mas não o suficiente. Ainda assim, extremamente recompensador saber que fiz o melhor que podia em cada momento da prova. Uma prova tão longa decidida em tantos pequenos detalhes...

Desde 2016 não conseguia fazer um ironman floripa redondo, foram 3 pneus furados na chuva em 2016, um tombo em 2017 na bike e 2 furos nos pregos terroristas em 2018. A principal coisa que eu queria, antes da vaga, era uma prova onde tudo só dependesse de mim mesmo. E assim foi. E, como sempre, cuidado com o que você deseja, pois pode conseguir 😎.

Depois de uma periodização muito bem feita, larguei numa semana corrida, com trabalho até as 18 horas de sexta. Sábado só descanso absoluto exceto 20 min de ativação na bike e corrida. Muita comida e hidratação, mais pernas pra cima e então dormir.

A largada desse ano foi linda. Um sol espetacular brotou bem as 7:00, como faz todos os anos. Mas dessa vez eu aguardava sentado na areia pela minha onda as 7:21. Observei 19 drones sobrevoando a arena da natação, comi, bebi e quase dormi de tão tranquilo que estava.

Alinhei ao lado do Galindez, multi campeão da prova e agora colega do age group. Quando ele faz aniversário mesmo :-) ?! Larguei muito bem, tranquilo e assim foi por toda a natação, uma natação feliz, reta e sem esforço exagerado. A única ressalva foi que o garmin quase foi nadar nas profundezas do atlântico, peguei e abotoei de novo no pulso sem tirar a cara da água. A natação é uma etapa curta, mas pensando bem é muito complexa. Você precisa respirar, coordenar todos os movimentos, evitar ser atingido e espancado e ainda assim nadar reto e rápido. Nesta modalidade é onde tenho encontrado o melhor custo benefício de treino e retorno. Com um treino inserido a mais na semana (totalizando uns 10.000 semanais total), consegui manter o resultado dentro da faixa competitiva. Isso veio depois da prova de Garopaba que me ligou o sinal amarelo. Conversei com o Roberto e essa estratégia deu muito certo. Sem nadar dois meses de dezembro até meio de fevereiro, não posso não gostar do resultado da primeira etapa da prova. 

Transição rápida e saí pro pedal tranquilo e logo cheguei em canasvieiras... parecia uma brisa a favor, mas estava a favor na ida pro centro também. Nos túneis a média estava em 38/h e então voltei fazendo um bocado de força para fugir de um pelote chato até jurere, e segui assim também até canasvieiras. Lá aliviei bem pra ida com vento a favor, de modo a manter a normalizada no alvo. Consegui gastar energia a toa, pois o pelote passou e foi embora 😡. 

Segui pro sul e nas duas voltas na baía sul dava pra ver que havia algum vento, que se manteve na volta toda. Vim com 37.5 se média deixando a potência cair deliberadamente, mas acho que já tinha feito algum estrago com aquele bloco de 30 km mais forte. Cheguei em Jurerê ao final da segunda volta com 36/h e quase a mesma potência da ida. 

Transitei rápido e saindo pra correr vi o tempo de prova. Teria que correr pra 3:20-22 se quisesse ficar na faixa de tempo provável da vaga. 

Levei uns km pra decidir e decidi seguir no ritmo que estava fácil pro inicio, mas que ainda assim era forte. Não achava que daria pra segurar aquilo mas era tentar ou tentar. Correr na zona de conforto pra fazer um tempo de completar não me inspirava muito. Só que arriscar envolve riscos ;-). 

A primeira volta  foi ótima e na segunda já comecei a sentir umas sequelas nos quadríceps. Apesar disso todo o tempo a alimentação estava boa e o foco bom, então resolvi manter até onde desse daquele jeito sem medo de explodir. 

Do meio da terceira volta em diante a coisa ficou feia. Pernas se rebelando, pesadas e começando a travar, com os quadríceps doendo a cada passada. Foram 17 km de puro deleite, só que não. Senti a prova escorrer pelos dedos, tendo ouvido a última parcial quando estava em 5o na categoria. Sabia que tinha feito um pedal bom então também sabia que tinha gente que corria muito bem vindo na caça. 

E virei presa 🤦🏻‍♂️😂. Acabei terminado em décimo na categoria, bem sequelado e exaurido. E isso é muito bom. Não deixei de tentar. E deixei o que podia no percurso, tendo que administrar umas dores miseráveis por boa parte da corrida. O que não vem fácil tem mais valor. Apesar de não satisfeito, estou extremamente feliz pela prova. Cada uma é única e ensina o que a gente às vezes não entende na hora, como diz o mestre Lemos. Melhor tempo na distância, melhor resultado na categoria e na geral numa prova de IRONMAN. Era o que tínhamos e o que usamos para o dia ;-). 

Não se faz uma prova sozinho, e a torcida, família e amigos tornam o dia exponencialmente mais especial. Muito obrigado a todos ! 

Em especial MUITO OBRIGADO a minha família que pela décima vez passou o último  domingo de maio correndo pra lá e pra cá em Jurerê, torcendo e me incentivando. Amo vocês. 

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Fotos by Duks, Louise, Lais, Daiane e Kilder. Se esqueci de alguém, sorry. Postando no iPhone 🤷🏻‍♂️😂.