sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Tendão de aquiles, o retorno

A danada da dorzinha voltou. Na verdade apareceu já no primeiro dia do praias e trilhas, mas dei pouca bola e segui em frente. Mas aí quando botei os pés no chão no segundo dia senti o dito tendão doer um pouco. Larguei mesmo assim, mas sem palmilha no salomon, pois esquecí secando.

Aí, no final do domingo o bicho doeu mesmo. A fisioterapeuta que me atendeu disse que o tendão direito estava mais 'grosso' que o esquerdo, e doía ao toque. Resultado: tendinose no tendão direito, após ultrassom e consulta à ortopedista.

Nada grave, mas é pra tratar logo. Assim, lá vamos para umas sessões de fisioterapia, até porque a sulbrasilis está aí ! E já bate a vontade de correr uns longos de novo.

As razões são um pouco óbvias:
  1. Uso excessivo do tendão Calcâneo.
  2. Tensão dos músculos da panturrilha ou do tendão Calcâneo.
  3. Aumento da quantidade ou da intensidade de treinos esportivos.
  4. Alteração de local ou acessórios no treino.
  5. Aumento da velocidade ou volume do treino.
Esta causa aqui deve significar que estou ferrado:

"Se houver tendência a desenvolver tendinite no local, deve-se evitar exagerar nas corridas ascendentes (em subida). "

Já o remédio passa por balela, mas resolve:
  1. Alongar
  2. Gelo
  3. Exercitar o tornozelo em bolas de equilíbrio
  4. Elevar as pontas dos pés, 3 séries de 20
  5. Elevar o calcanhar com as pontas dos dedos no chão.
Parece muito simples, e é, mas reforça as coisas e prepara para as sobrecargas das corridas. Algumas boas instruções podem ser vistas aqui.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Coragem para exercer a vontade

Interessante ver para lembrar do que somos feitos. Basicamente, vontade. Tem até imagem de escalada, bem rápida. Nas laterais, ícones dos esportes com uma breve descrição valem a leitura.

http://www.nike.com/nikecourage/br/

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Areia e Lama


O ser humano é resistente, mais do que imagina. O Praias e Trilhas 2008 aconteceu no típico clima de primavera que estamos tendo este ano, com muita água no sábado e sol entre núvens com chuviscos no domingo, quando a AndarIlha participou com três fanáticos na categoria individual - óbvio. O restante da turma foi compor dois quartetos no MountainDo - óbvio também.

No jantar e briefing de sexta já podíamos antecipar o que nos aguardava, pois chovia forte. De lá, direto para casa, arrumar tudo e tentar dormir. O Hélio passou em casa às 5:10, fomos buscar a Taty e de lá fomos junto com o William até a caieira, para a largada.

Chegamos lá sem ninguém na escola-largada, mas em poucos minutos chegou um ônibus e vários carros e a muvuca estava armada. Fomos pra fila da pesagem, pit-stop no banheiro e então aprontar tudo, equipar (é, correr não é mais tão simples) e aquecer. Alinhamos bem na frente e largamos em ritmo moderado.

O William foi acompanhar até naufragados, ainda bem pois largamos com camiseta comprida e outra por cima. Tive que tirar senão iria ferver na trilha. Começamos para naufragados caminhando, o Hélio foi indo na frente e fiquei ajeitando pochete e o polar e saí correndo trilha acima pra tentar ganhar algumas posições antes de afunilar tudo.

Depois de muita estratégia, treinos e planilhas, nossa tática era bem simples: se é morro anda, se é descida se joga e se é plano tenta correr o mais rápido que puder, sempre em dupla. Como eu tendo a disparar no início, iria puxar um pouco o Hélio, que iria me frear. No final os meus cacos iriam ser puxados pelo Hélio. Fomos tentando nos ater ao plano com aquela aguaceira toda, em alguns trechos tínha rio largo, um deles com água até metade da perna (pra Taty, até acima da cintura :-).

Chegamos em naufragados no tempo previsto e iniciamos a trilha para o pastinho, longa subida escorregadia. Empurrei um power gel e lá vamos, a descida ao pastinho estava incorrível, mas logo após o dito encontramos a primeira no feminino, a Débora. O Hélio me diz: momento histórico, vamos passar e ver quando tempo dura. Aí fomos desenvolvendo bem e chegamos na vila do saquinho bem dentro do cronograma, logo solidão para encontrar o William e pegar uns gatorades e seguir até o PC 1, pântano do sul, quando então a Débora se foi na sua praia.

Chegamos no PC 10 minutos abaixo do tempo. Tinha pedido ao William para nos espancar se estivéssemos mais rápido que o estimado, mas ele só elogiou e mandamos bala, empolgados. Quase não comi, só coca-cola e biscoito, para então seguir para a lagoinha do leste. Muito argilosa e escorregadia, a trilha deixava todo mundo apavorado, mas subimos bem e descemos o quanto dava, fechando o trecho em 28 minutos, não sem antes tomar um tombo cinematográfico: despenquei deitado no meio de um monte de pedras depois de perder o pé numa pedra molhada. A praia estava pastosa e enchi o pé de areia, mas felizmente conseguimos lavar os tênis na cachoeira em que tinha se transformado a bica no início da trilha pro matadeiro.

Na minha opinião esta é a trilha mais técnica do percurso, terreno muito pedregoso e cheio de raízes. Chegamos incólumes ao matadeiro e então ao PC da armação em tempo preciso, onde o William me deu uma camiseta seca e peguei outro gatorade. O Hélio se mandou logo só de regata e fui atrás com os bolsos cheios de biscoitos e gatorade na mão. Esta praia é a pior de todas, totalmente impossível correr, levamos 28 min para 3,5 km.

No morro das pedras começamos o trecho fatal. Senti umas pontadas de câimbra na coxa direita e empurrei mais 1g de sal e outro powergel e segui em frente, estávamos dentro do previsto pra fechar em 5h30min. Seguimos o melhor que era possível, começamos a tropeçar em outros capengas e as câimbras foram piorando... Cheguei no campeche totalmente travado, em 4h46min. O Hélio se livrou do tênis que já vinha na mão, pegamos mais isotônico e seguimos para o sprint final...

Ô dificuldade ! As pernas não travavam, mas doíam a cada passo. Eu ficava reclamando, "porque só na perna direita ? O que é que houve ?" Até que, prova de que tudo sempre pode piorar, a esquerda começou a fisgar também. Começamos a passar por corredores do mountaindo e então lá vem a Fabi. Me deu um abraço quebra-ossos e uma injeção de ânimo - que durou uns 30 segundos. Aí voltei ao meu auto-flagelo, andando frequentemente e tentando alongar a musculatura travada. O Hélio, reduzindo o ritmo, começou a tremer de frio e tentou se embrulhar na manta térmica, que era velha e estava se dissolvendo. Ficou parecedo um pacote de salgadinho ambulante.

Logo depois a Taty vem e nos ultrapassa ! Estava na segunda posição feminino e passou forte. E nós que ficamos preocupados com o apoio do William para dois ritmos muito diferentes !!!

Fiz as contas e vi que era difícil fechar abaixo de 6 horas. Segui me arrastando e quando vimos pessoas lá na chegada, a uns 2 Km no máximo, tentei reunir forças e não parei mais de correr. O Hélio perguntava: quer andar ? Quero. Mas não vou. E assim fomos, tinha hora que eu fechava os olhos pra ver se a chegada vinha mais rápido, até que completamos ! Subi aquelas escadas da joaquina exausto e irritado, mas aliviado e feliz por ter fechado abaixo de 6 horas: 5h59min30seg é abaixo de 6 horas. Levamos 1h12min para percorrer os últimos 8 Km ! E no campeche estava 100 % no previsto, e o pior é que a areia até que estava boa.

Mas tudo bem, massagem revigorante, comida, roupas secas e tudo já parece menos pior. Voltei pra casa, lavei os tênis dos quais sairam metade da areia do campeche e então fui dormir. Acordei pra jantar muito as 20 horas e fui dormir lá pela meia-noite.

Manhã de domingo, joaquina novamente. Incrivelmente eu estava bem e animado, sem dor alguma. Dessa vez resolvi que nunca mais iria ter câimbras. Fiquei tentando entender o que aconteceu, deve ter sido falta de sais mesmo, talvez eu tenha absorvido água demais por osmose, sei lá. Só sei que pedi pra Taty levar uns comprimidos de bcaa, levei água de côco (muito potássio !) e sal pra caramba. Alonguei o máximo que consegui e ficamos lá trotando com todo mundo, batendo papo até o tiro da largada, que veio sem aviso.

Seguimos na praia e então rumo às montanhas do saara. No beco do surfista não limpamos a areia e lá fomos pra trilha até a mole. Entupiu de gente na subida e atrasou tudo, mas na descida conseguimos desenvolver, até o costão. A Taty estava conosco e fomos pulando de pedra em pedra. Quase no fim encontramos o Fernando de Joinville com a cabeça cortada, cabeceou uma pedra, fiquei pra dar uma ajuda e perdi o Hélio e a Taty, só fui encontrá-los lá quase na galheta, após ter pego óculos de sol e gatorade com o William e a Rita. Finalmente sol !!! Até fez falta protetor solar, maravilha.

Subimos o morrão da barra, àquela altura um lodaçal só. Passamos todos que encontramos no caminho, parada logo depois da ponte no nosso apoio particular e só pegamos coca-cola no PC da barra. Seguimos forte os três para a looooonga praia. Eu estava bem, a areia estava dura e fui puxando, correndo bem mas preocupado em não exagerar. Comecei a sentir o dedão esquerdo lixar na areia, tive que tirar o tênis pra lavar no mar, melhorou bastante.

Em certo ponto a Taty reduziu, o Hélio ficou lá atrás e eu reduzi para tomar gel, quando me surpreendi com uma cena estranha: parecia que o Hélio tinha capturado um polvo, pois lutava contra uns tentáculos. Mais de perto eram os meiões que ele tirou pra aliviar o peso e amarrou na cintura...

Neste dia a prova se transformou em algo metódico: bcaa e gel a cada hora, gatorade a cada William e coca-cola e sal nos postos. Só isso. Funcionou. Chegamos na ponta das aranhas em exatamente 3h10min, bem em cima da previsão. Demoramos muito na trilha inviável e chegamos no PC do santinho e seguimos para o morro dos ingleses onde fiquei meio pra trás, acabei tendo umas tonturas que exterminei com mais sal. Até lá, depois de 4 horas de provas, ainda estávamos os três no mesmo ritmo, incrível.

Ingleses foi bem, encontramos uma chuvinha fina e depois passamos num cara com GPS, que nos disse o ritmo: 6:10/Km. No posto dágua no meio da praia, placa de 34 Km. Ficamos felizes, vejam, só mais 8 Km, que legal. Coisa que só a exaustão pode fazer, pois era só fazer as contas direito e ver que estava errado. Mas fomos seguindo, entramos no costão para a brava e o cachorro que nos acompanhava desde o moçambique nos abandonou, ficou seguindo o cara que nós passamos.

A Taty ficou um pouco e seguimos pro PC da brava. Lá, outra placa de 34 Km. Puta que pariu, não pode ser. O Hélio ficou furioso, tentamos saber o CPF de quem tinha colocado a placa lá nos inlgeses para poder perseguí-lo depois, mas aí caiu a ficha. É claro que a anterior estava errada, agora é que faltavam 8 Km. E seriam duros 8 Km.

O William novamente estava lá com a Rita, mas dessa vez não pegamos nada. Era só concentrar pra terminar. O Hélio começou a sentir umas puxadas na perna e começou a arrastar a esquerda um pouco. Andamos todas as subidas, andamos os planos e só trotamos as descidas. As bagas da Taty funcionaram mesmo, eu estava inteiro, não sei como. Chegamos na lagoinha, penúltima praia ! Corremos tudo, entramos no costãozinho trotando e chegamos finalmente na praia da chegada, coisa boa. Dessa vez eu é que disse que correria mais 10 Km :-) Mentira, claro, mas não estava morto como no ano anterior.

Logo a Taty chegou, festa geral. Ficamos o resto da tarde lá no hotel, esperamos o jantar e a premiação e finalmente casa, para o fim de um final de semana daqueles. Lá descobri que esqueci a palmilha do tênis secando, consegui sair pro segundo dia só na sola do tênis. Bem que notei algumas asperezas estranhas, a adrenalina faz coisas...

O melhor resultado no praias e trilhas da AndarIlha, muito bom. Os treinos valeram, todos se superaram de alguma forma e Taty detonou geral, pôs mais de 1h na terceira colocada. Parabéns pra nós, turma !!!!! Os resultados oficiais estão aqui.

Este ano muita gente desistiu, acho que 16 pessoas que largaram sábado não apareceram domingo. Os tempos no geral aumentaram mas houve novo campeão e muito mais trios do que no ano passado. Que venha o próximo, mas que demore um ano até lá !

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Praias e Trilhas 2008 - Dia 2

O retorno é dolorido, mas não foi tanto como esperado após a travada do primeiro dia. Saímos bem e terminamos mais ou menos, com 6h46min. Taty na segunda colocação geral. O Hélio terminou o dia 1 em 3o e fechou em 5o, a 5 minutos do segundo !!! Eu fiquei em 5o também mas a 40 min do segundo lugar. Chegando em casa domingo descobri que tinha deixado a palmilha do tênis secando, consegui correr 42 Km direto na sola do tênis :-). Breve O Relato.

sábado, 18 de outubro de 2008

Praias e Trilhas 2008 - Dia 1

As provas deste ano estão sendo assim, debaixo de chuva. São Pedro vai se supreender com a conta da Casan. Com muita água (até a cintura da Taty em naufragados), termimamos o primeiro dia muito bem (eles), Taty 5:56 (a mulher tá humilhando, segundo no geral feminino !), Hélio e eu 5:59, pois servi de poita de novo do meio do caminho entre campeche e joaquina. Câimbras violentas que nunca tive me travaram a coxa direita, coisa horrível. Penei feito cavalo velho pra fechar abaixo das 6 horas. Amanhã tem mais.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não vou mais treinar...

Até sexta-feira, hehehe. Pretendia botar este post no sábado, depois do dolorido treino de 24 Km nas areias fofas da joaquina, campeche e morro das pedras. Mas aí domingo a memória ficou mais ofuscada e fui dar uma corridinha e nadar na segunda.

Terça fui pra academia bem de leve, evitando usar as pernas e hoje fui nadar de novo, mas era pra ser de leve. Só que me metí nuns tiros de 50 m, oito deles para 1 minuto, nos últimos eu chegava quase asfixiado em 50 ou 55 seg e já tinha que sair de novo. Foi punk, mas só cardio-respiratório pois poupei ao máximo as pernas.

Chega de treino. Se foi de mais ou de menos agora não importa, é hora da verdade. Que venha o final de semana e a linha de largada do Praias & Trilhas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Recorde mundial na maratona

Incrível a chegada abaixo. Por apenas um segundo, o etíope Haile Gebrselassie bateu as 2h4min na maratona de Berlim, fechando em 2:03:59. Ele deixou de competir em Pequim para conseguir se preparar melhor para esta prova e também para não se contaminar com a poluição de lá.

Fazendo as contas, temos ritmo de 2min56seg/Km, ou 20,42 km/h. Acho que minhas pernas cairiam do encaixe correndo 500m nesta velocidade :-)



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fator vento

Sabe-se que o vento contra atrapalha qualquer modalidade - bike, caiaque, natação, corrida, mas na corrida a percepção não é tão direta. Só que hoje pude perceber como a influência é grande.

Estava no dia do treino intervalado, me enrolei com a agenda e acabei tendo que ir pra beira-mar de SJ no ventão sul que está hoje. A previsão instantânea diz vento de sudoeste a 32 Km/h.

Comecei a aquecer com uma ventania danada e tive que guardar o boné no bolso. Aí chegou a hora do primeiro tiro. Acabei fazendo o final na curva de frente pro sul que tem lá, e marquei 4:09/Km para planejado de 3:50. Decidi usar exatamente o mesmo percurso e manter a FC em 174 para ver no que dava. Na volta, cravei 3:45, nova ida a 4:05 e volta recorde pessoal a 3:38/Km. Ainda tentei uma quinta volta, mas sem perceber reduzi a marcha e passei muito lento nos 600 metros, aí terminei de leve a 4:22.

Este vento dá uma diferença de 11 % na velocidade comparando contra e a favor para o mesmo esforço percebido, muito significativo. Considerando vento zero, chega-se a uns 5 % de diferença. Interessante !

Ritmos Média Dif %
04:09 04:07 111,51%
03:45 03:41 89,68%
04:05

03:38




Vento: sudoeste, 32 Km/h

Ainda bem que não inventei de correr como estes aí na foto, vejam que coisa mais exótica: