segunda-feira, 20 de julho de 2015

Para o alto e avante !

Subir é legal. Sempre gostei, comecei a pedalar subindo morro, o treino era sempre subir alguma coisa. Mas é um treino diferente e não específico, e acaba não tendo muito quando a prova alvo é triathlon e plana.

Mas julho é diferente. Sempre tem uns 'muita inclinação' na indicação da planilha, e aí lá vamos nós procurar serras. Uns pedais bem interessantes tem saído e de onde vieram esses tem mais.

Como já escrevi alguma vez, velocidade média é relativa. Na verdade não quer dizer quase nada :-). Só quando é prova, claro, porque aí isso é o que vale (ainda não inventaram competição de batimento cardíaco, potência, ganho altimétrico, etc).

Então julho foi assim até agora: volta da varginha e anitápolis num fim de semana, são bonifácio no outro e então urubici de MTB nos dois dias, aproximadamente 5000 m de subida (no barômetro !). Uma coisa bem diferente.

A novidade foi o percurso de Anitápolis que nunca tinha ido, e a insanidade foi repetir a última serra pra são bonifácio com garoa. Qualquer hora vou fazer aquilo lá duas vezes inteiro, mas pra isso tem que treinar mais hehehe. Como diz o Fabrício, isso TEM que melhorar alguma coisa :-).

O pedal de ontem foi o mais estranho. Havia subido uma pirambeira forte no sábado, aí fui explorar domingo. Bem menos frio que sábado, saí mais cedo e peguei todas as entradas de terra que achei no percurso que faço de TT até o corvo branco. No final, os últimos 20 km me acabaram. Não saía do lugar, um vento absurdo contra e pernas pesadas, era pra pedalar 3 horas e parei com 2h40 totalmente vazio, não estava rendendo nada.

Incrível como a média acostuma mal. Na TT 100 km que eram o treino sairiam em 3 horas e pouquinho... na MTB tive que tirar a velocidade do display pra não me desesperar, 20, 23 km/h com o vento nas fuças, 62 km em 2h40 ;-). Na MTB o legal mesmo é terra e trilha.

Se achar bergamota, pare !

São pedro, a 20 km de casa

Avencal inferior. MTB nos leva sempre a lugares feios.

Anitápolis

Morro de voo livre, Urubici lá embaixo

Anitápolis. Tava frio.

Urubici

Boa pra correr também, mas MTB deu pro gasto

Avencal vista de cima. 80 m de queda livre.
Dá pra passar voando de tirolesa por cima também

Anitápolis, asfalto perfeito

A cidade

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Décimo DesaFRIO Urubici !

Coisa linda !
Dez anos correndo a mesma prova, meu recorde :-) !!! 530 KM de sobe e desce o morro da Igreja (veja bem, dez anos ;-), ponto mais alto do sul do Brasil (fora as controvérsias do morro do bela vista e pico paraná, sempre com algumas dezenas de metros de diferença) :-)).

Uma prova legal ! Acho que farei enquanto puder. E lá fomos novamente, depois do Ironman, 4 semanas exatamente. Esse ano corremos o Anastácio, Fabrício, Diogo & Cínthia e eu. Três solos e uma dupla de dois. O Hélio e Tiago correram da largada até o véu de noiva só pra conhecer a nova subida.

Ficamos em casa e o Aracajú foi de madrugada pra Urubici, nos encontramos pra um café e seguimos para a largada sob frio de 7 graus, nada aterrorizante e céu limpo. Tinha previsão de vento no windguru, portanto levei um colete corta-vento.

Largamos 'ao contrário'. O percurso mudou esse ano, agora subiu e desceu pelo mesmo lugar. Como a subida era diferente e mais longa, tivemos que largar na direção contrária no asfalto por 2 km e então retornar para seguir no rumo certo. Não é divertido pois é plano e asfaltado, mas pelo menos serviu de aquecimento.

Subida, fingindo correr

Fiz a prova praticamente toda junto do Fabrício. A subida nova parece mais rápida, mas o que ajudou mesmo foi o tempo seco, praticamente sem atoleiros exceto umas poucas partes lisas no falso plano antes do asfalto depois do véu da noiva. Lá foi a estratégia de sempre, só que mais forte. Chegamos no topo com 27 km e 2h36min, não sei se já tinha subido mais rápido que isso.

La cumbre !
Pouco antes do cume coloquei o corta vento porque o vento já estava cortando. A última subida estava com vento tão forte que ajudava a subir.

Depois do retorno no topo começamos a descer num bom ritmo, fiquei feliz de ter aquele corta vento no peito porque já estava sentindo umas alfinetadas na garganta e tossindo. Ventania potente. Quando chegamos no fim do asfalto comi o que pude. Fiquei a prova toda ultra hidratado. E mijando. Foram 3 vezes, a última a 6 km da chegada, bem a tempo de perder o terceiro lugar. Por um triz. Não, por um xixi.

A parte offroad da descida foi excelente. Apesar do cansaço consegui correr bem ali perseguindo o Fabrício, que só passei na descida monstra quando me joguei pra ver se acabava rápido. Lá embaixo ainda tinham mais 8 km de plano ondulado de terra batida, e depois da última água o Fabrício se foi e uns dois caras me passaram, eu passei mais dois e aí veio uma enxurrada de duplas. Como eu não via os números dos atletas, não sabia se eram duplas ou solo, e fui começando a me achar um cone de sinalização. Mas o ritmo estava decente ainda, 5:15 naquelas condições, e depois do xixi derradeiro não parei mais de correr , embora existisse uma vontade subconsciente que eu estava ignorando. Claro, exceto por ter tropeçado e quase beijado o chão a 1 km da chegada.
 
Araucária !
 
Curva !

Flying !
Dessa vez corri com o monitor cardíaco do garmin 920 pra ver a cadência, oscilação vertical e contato com o solo. Estava curioso pra ver os dados. Só que logo no início vi que não marcava nada, só a frequência cardíaca. Depois em casa fui descobrir que coloquei o sensor de cabeça pra baixo na cinta. Aí provavelmente o acelerômetro endoida e não marca nada. Aprendam :-).

Falando em batimento, foi estranho. Cravou em 158-160 a prova toda, inclusive na descida, onde eu olhei várias vezes e achei suspeito. Talvez tenha pensado estar desidratado e bebido demais por isso, sei lá. Analisando os outros anos, vi que a média pelo menos da prova foi idêntica. Faço sempre o desafrio a 158 bpm de média e pronto.

Não senti falta de força na subida e apenas uma vez umas fisgadas na musculatura, impressionante. O tênis que usei dessa vez foi perfeito. Corri com o Skechers GoRun Ultra, uma maravilha. Travei o cadarço lá em cima no último furinho e terminei a prova sem nenhuma unha preta, exceto pelo mindinho do pé esquerdo que sumiu dentro de uma bolha (foi a meia tenho certeza, havia um furo nela bem no lugar). Fora isso, uma destruição muscular mínima para uma prova tão dura. O único incômodo foi mesmo estomacal (enchi o bucho de líquido passando no posto do km 18) e a mijadeira descontrolada. Tenho que arrumar isso.

E cheguei ! Melhor tempo da história depois de 10 edições, alguma evolução tem nisso. O Fabrício mandou absurdamente bem na primeira ultra e chegou 2 min antes. Incrível o que a base para o Ironman faz... ele correu os últimos 8 km abaixo de 5 km/min. Tenho certeza de que se tivesse parciais, seria uma das melhores da prova. Nós não fizemos nenhum específico, e isso por si só é impressionante. O Anastácio veio logo depois, mais de uma hora mais rápido do que ele estimou. A dupla de dois bateu o recorde e o povo todo só elogiava a prova. E o Daniel Meyer estava lá de volta com um 6º geral. Tenho certeza que vou encontrá-lo em todas as provas da fetrisc e ecofloripa.

Não tem preço ! Não sei como a Daiane conseguiu essa foto

10 anos pra baixar de 5 horas hahahaha

Pequeno homem !

Além da turma citada, muitos amigos por todos os lados, o pessoal guiando a dupla de cegos (IMPRESSIONANTE), o Luciano e a Luana correndo minimalisticamente, sendo o primeiro DESCALÇO por 13 km morro acima até arrumar bolhas e por um tênis mínimo, Duks, Débora, e todos os outros que por favor me desculpem a falha de registro ;-).

Um ambiente simples, de corredor mesmo. Muito legal. Mas apesar disso, os malucos triplos estão se multiplicando. Dessa vez contei 4 que fizeram o iron, e o mais demente de todos tinha feito a maratona de porto alegre no meio também. Depois eu que sou doido ;-D.

A premiação foi legal. Recorde inacreditável no feminino e muita gente correndo abaixo de 5 horas. De certeza o tempo ajudou, mas acho que o percurso também ficou mais rápido.

Depois da prova fiz a massagem, aí chegando em casa fomos pro rio congelar as pernas até as partes, para então ir pro churrasco do William com cerveja artesanal, alemãs, de todos os tipos. Domingo as pernas estavam num estado impressionante, mas na semana seguinte a recuperação estava além do acreditável. Não sei qual das coisas deu certo, mas é fato que deu. Vou repetir tudo sempre. Nessa ordem. Que fique aqui registrado.

E depois, a desculpa. O Desafrio é desculpa pra reunir a turma há dez anos, e esse não seria diferente. Não sei quantas cervejas o Anastácio levou, mas creio que esvaziamos todas. Valeu !

A turma

O William não correu mas fez o churrasco :-), o que é tão relevante quanto

Churrasqueiro-mor e primeira dama

Duda e Daiane. Mãos do Aracajú à direita e meus restos ao fundo
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Dados técnicos

Percurso no garmin aqui.

52 km - 4h55min59seg (SUB 4h56min HUAHUAHAUA)
4º cat
34º geral

Comi 5 gels, dois comprimidos de sal, banana, água de coco e coca cola. Não faltou nada, só sobrou água. Tomei uma caneca grande de café preto antes da largada, não sei isso abriu a torneira, mas preciso ajustar. Apesar de ter aliviado a bexiga várias vezes o líquido estava alaranjado / esverdeado a tarde. Algo que ingeri, porque desidratação não pode ter sido.