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quarta-feira, 21 de março de 2018

Consistência e controle de treinos indoor

O ROLO 
Como já é amplamente conhecido e divulgado, o Rolo indoor é uma ótima ferramenta para controle dos treinos e não apenas um substituto para casos de dias de chuva. Eu ainda não evolui espiritualmente para conseguir fazer os longos nele (até porque nesse caso o controle não é muito necessário), mas para os treinos de intensidade durante a semana é minha opção em 100% dos casos.

Uma coisa muito legal é que podemos controlar os parâmetros o tempo todo do treino sem preocupação com segurança etc. Tipo, ficar na cadência de 80 RPM, não 78 ou 81 como diz o Roberto nos treinos de sábado :-).

Também é possível fazer alguma coisa com a parte do cérebro que não controla os músculos, como ver um filme, documentário ou show.

Mas realmente a repetitibilidade e controle saltaram aos olhos neste treino de ontem. A série era bem simples, 3 blocos de 9 minutos com potência de 80% do FTP, baixando uma marcha a cada repetição. Como a potência ficaria constante, a cadêcia cairia. E caiu cerca de 5 RPM por série.

E então eis que a FC não subiu (normalmente sobe um pouco pelo aquecimento) e sim caiu no último bloco de cadência mais baixa. Muito interessante, isso mestra a possibilidade de jogar com as variáveis numa prova, pois temos a chance de gerenciar melhor o desgaste muscular versus o calor, etc, etc. E mostra principalmente que o treino prescrito tem um objetivo bem claro.



Potência versus FC
FC versus cadência


Em números os que os gráficos acima dizem



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Treino simulado perfeito para Fortaleza

Registrando para não esquecer e quem sabe ser útil para a posteridade...

Treinando pra fortaleza, fiz um dos treinos mais encaixados da história nesse último domingo. Era um longo de pedal de 180 km.

Fortaleza fica quase no equador e estando no nordeste tem as temporadas de ventos altamente bem definidas. Muito diferente dos ventos loucos girantes aqui do sul. Na época do Ironman, o vento sopra sempre do mar, vindo de leste, só variando a intensidade entre muito forte e inconcebível :-).

O percurso do pedal vai pra oeste por 60 km, então volta 30 para fechar uma volta de 60, repete e volta pra T2 com mais 60. Assim, a ida é toda a favor, as voltas são metade de cada jeito e o retorno é de 60 km com ventania na cara.

A ideia era simular o máximo possível a prova, e o treino era assim: 4 horas a 70% do FTP e 1h30 pedalando sem instrumentos, só na percepção.

Conversando com o Roberto sábado, a ideia era tentar simular também a alimentação, que será crítica no nordeste. Com a meta de engolir 2000 calorias no pedal, enchi os bolsos: 120 gramas de carbo em pó na garrafa, 3 gels, 5 mariolas, 2 bananas, 1 coca cola, 1 barra de proteína grande. Muita água e 1 gatorade no km 110.

Estava relativamente quente, 28 graus ao meio dia, e o vento apertou legal. Pelo windguru, 40 km/h em imbituba.

Fui para a BR sul com o Heverton e galera ironmind. Fomos por 55 km e voltamos com vento já forte, abasteci e segui até garopaba de novo com vento a favor. Voltei com vento muito contra e faltou tempo, a distância já tinha fechado. Aí fui até a pinheira novamente. Bem parecido com os vai e vem de fortaleza, ora a favor ora contra.

Saiu baita treino, com a potência exatamente na média no trecho sem instrumentos. O que foi muito bom, pois não houve quebrada ao fim e quando passou a 1h30 mostrei os dados e vi que ainda saiam 210, 220 W tranquilamente. Zero quebra, um baita treino. Alimentação perfeita. Roupa da prova e capacete de treino, que acho que é o que vai ser lá.

Breve notícias nordestinas. Treino aqui. Interessante var as parcias (laps) com as respectivas potências e médias de velocidade :-D.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Um dia qualquer

É interessante como a gente consegue se adaptar. Dá pra dizer que triatleta amador que trabalha full time treina na hora de descansar e descansa na hora de trabalhar.

Então hoje foi assim:

5:15 - Acordar
5:30 - Café
6:30 - Natação no mar
8:20 - Trabalho
12:30 - Pedal indoor
13:45 - Trabalho
19:00 - Trabalho
20:30 - Casa




segunda-feira, 18 de julho de 2016

Training camp Urubici

Indo pra Urubici frequentemente, há tempos queria fazer um camp por lá. Como todo camp, a ideia era uma imersão nos treinos, falar besteiras relacionadas e dar risadas. Acabamos confirmando em cima da hora e fomos o Fabrício, Manente e eu.

Saímos sexta a noite pra aproveitar o tempo. Depois de quebrar a cabeça pra enfiar as bikes no carro chegamos lá por volta da meia noite.

Estava frio, com previsão de mais frio porém tempo seco sábado. Acordei umas 8 horas e o céu estava cinza mas sem sinal de chuva. As sete faziam 3 C disse o Fabrício, que acorda antes mesmo de dormir.

Arrumamos tudo lentamente pra dar tempo da temperatura subir, inclusive tentei arrumar uns pequenos problemas hidráulicos. O frio anda tão forte que estragou uns encanamentos por lá.

Deixamos o carro na cidade e zarpamos pro pedal até o Cruzeiro, 90 km ida e volta com uma baita montanha no caminho. 700 metros de subida em 12 km pra aquecer.

Saca só a altimetria do longo de pedal

Ali já começamos a alucinar, o manente ligou o turbo em vôo cego, pois estava sem o garmin e portanto ia só na percepção de máximo o tempo todo. Eu subi forte e descontrolado no início e depois estabilizou. Alcançamos o Manente no topo (ele voltando pra nos achar) e seguimos no terreno fantasticamente ondulado dos campos do topo da serra, por volta de 1500 metros de altitude.

Estava frio mas tudo pode piorar. Chegando no Cruzeiro começou uma garoa, parecia que estava feio pro lado de lá, então assim que deu 45 km voltamos pois estava realmente frio. E claro, tudo piora. De onde vinhamos o céu estava preto e tempestuoso.

Voltamos com chuvinha mas o chão bem molhado e vento contra. Nunca senti tanto frio pedalando. Os pés mesmo com meia e saco plástico doíam.

Vi um cartaz de alguma coisa pendurado num poste. Era de plástico grosso, já se rasgando do sol e vento. Portanto não necessariamente destruí o cartaz, mas usamos pedaços dele pra fazer um moderno wind shield rural de emergência. Tentei por um pedaço na testa, que crescida que anda, comporta cada vez mais frio. Mas ficou ruim e tirei.

No Pericó parou de chouver e depois começou a secar. Descemos pra urubici já seco, ainda bem porque aquela serra com chuva causa caimbras nos dedos das mãos de tanto frear.

Uma vez na cidade fomos largar as bikes e almoçar. Almoçamos toda a comida que ainda estava no buffet do restaurante e depois fomos pra casa pra correr. Com um kilo de comida cada um foi difícil, então começamos ali pelas 17 horas.

O Manente faria o longo e eu e o Fabrício iríamos só soltar. Saímos juntos e por um km o Fabrício pensou em devolver o almoço. O Manente se foi com poucas instruções de orientação rumo ao desconhecido e logo desapareceu.

Voltamos com 3 km pra fechar meia dúzia de kms regenerativos e escureceu rápido. Morrinhos e terra batida, perfeito.

Já tomando um vinho fui olhar pra escuridão e lá vinha o Manente com o celular alumiando o caminho, pelo menos não se perdeu kkkkk.

Saímos pra jantar um absurdo de pizza e falar besteira até cansar, mas sempre assuntos científicos relacionados ao estado da arte do treinmento de endurance. Ainda trouxemos embora a pizza doce na caixinha.

Domingo saímos mais cedo pro treino de transição. Um pedal de ida e volta até o final da estrada que vai pro corvo branco, com céu azul e temperatura de sobrar vestimentas.

Fizemos o intervalado que foi excelente e depois a corrida de transição, cada um com um treino diferente.

Aí então foi só arrumar tudo e voltar pra casa no início da tarde, depois de um tratamento de crioterapia à base de rio. Baita fim de semana com amigos mais loucos que a gente, num percurso animal, duro, bonito e divertido, sem praticamente nada de trânsito, com altitude e ar puro. A repetir periodicamente. E são dessas que nascem as melhores ideias. Vem aí algo que você nunca viu. Fodaxman, em breve. #retardadostri #ironmind #urubici #fodaxman

Mirante de Urubici. A subida até ali requer muitos Watts
Na volta a alegria é maior do que na ida, a amiga gravidade ajuda
Solto a 70 % na terra batida
A pizza assustou o casal lá no fundo.
Essa coisa é do tamanho da roda da bike do Fabrício

Plantação de bikes
O cara desmaiou lá no banco de trás

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Treinos pós Ironman e próximas provas

Esse ano tem sido atípico, sem provas pós iron até agora. Normalmente já teria feito o Desafrio e o Marcio May MTB Marathon, mas por diversas razões que nem sei mais quais são não fui.

Tenho treinado constantemente embora dessa vez as pernas tenham ficado pesadas mais tempo. As primeiras corridas foram doloridas, e até agora mais de 10 km está dando sinais de canseira.

Como hoje por exemplo. Infelizmente esquecí o frequencímetro, mas a impressão era de sobrar cardio e respiração fácil, mas as pernas estavam bem pesadas e doendo mesmo. Toda a musculatura, atrás, dos lados e na frente, coxas principalmente. Talvez resquícios do fim de semana que foi forte.

A natação está surpreendente, depois de 2 semanas de moleza veio firme de novo e estão saindo tempos muito bons. Acho que melhorei o posicionamento na água.

Já a bike está muito boa também. Os treinos de rolo estão começando a ficar fortes de novo apenas desde a semana passada, mas os ritmos na rua estão bem tranquilos e saindo números interessantes.

É curioso como o condicionamento se preserva, mas ao mesmo tempo parece que as pernas ficam cansadas mais facilmente, ao menos na corrida.

Esse mês talvez não tanha competição também, a definir o powerman. E aí então vem o alvo 1 do segundo semestre, o mundial de 70.3. Depoi, o outro alvo 1, o Ironman Fortaleza. Vamos ver o que vai ser, divertido e dolorido eu garanto que será.

Por hora devemos ter um inédito trainning camp na serra, pois é hora de subir muito morro pra ganhar força e potência na bike. Isso dá resultado. Em julho do ano passado foi um bloco intenso, janeiro idem, e agora começamos a primeira semana de várias de morro em cima de morro.


Fico pensando se daria resultado também na corrida. Será ? Colocar trilhas cheias de morros no longo ? Chefe e aí :-) ?

A natação aparentemente já tem 'morros' e eu que não sabia. O palmar já está lá em todos os treinos há mais de um ano. Será que por isso melhorou ?

Bom, os devaneios são muitos mas o tempo pra tudo escasso. Por hora é isso, inté.


sábado, 14 de maio de 2016

A curtição de treinar para um Ironman

Deveria ser uma tortura, cansativo e monótono. Só que não! Treinar para uma prova de endurance é sempre divertido. Tem que ser, senão não teria graça. Alterar a logística toda e arrumar os horários mais estranhos pra treinar, procurar novos lugares e percorrer os mesmos de todo dia cada dia de um jeito diferente... não tem preço !

Esse ano apesar de estar no sétimo ciclo pra um Iron, me diverti um bocado. Novos circuitos na natação, ciclismo e corrida, provas pelo meio do caminho, amigos e desafios de sobra.

Nada como aproveitar a jornada, curtir o processo. Como numa escalada, não é só o cume que importa, mas todo o caminho até lá. Claro que queremos o cume e queremos a linha de chegada, e desistir nunca é uma opção enquanto der pra dar mais um passo. Mas a jornada importa mais.

Nesses meses teve de tudo. Voltas à ilha do francês, lagoa do Peri, natação no rio Canoas. Pedal em todas a serras de SC, épico da rio do rastro até Urubici, ponte de laguna, corridas em trilha e em altitude e por tudo que é lugar.

Duas semanas para o lançamento. Aproveitem o polimento.

Uma das travessias da ilha do francês
trailrun de fim de ano
Rio do rastro !
MTB semanal no joão paulo

Provas !
Montanhas de governador Celso Ramos

Longo na serra
A Mãe de todas as serras

Canoas !

BR Sul !

Highlands de Urubici

Baita ponte essa de laguna

Testando a bike fixa da Luana hahaha

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Executar e acreditar

Treinar funciona, é uma coisa óbvia que tenho repetido ultimamente. Mas também tem duas outras coisas que produzem resultados. Uma é execução, e outra é acreditar. Vamos ver se explico o que estou pensando que quero dizer ou se é só devaneio de uma mente oxigenada em excesso depois da corrida.

A hora da prova é a hora de executar o que se treinou. Aquela hora da diversão séria, pois a gente leva o esporte a sério. Execução em provas é fazer o melhor possível nas condições do dia e ainda assim monitorar tudo e cada mínimo detalhe possível. É uma coisa que demora, que vem aos poucos. É ter foco o tempo todo, sem 'emoção', guardando pro final aquilo que fica engasgado na garganta em alguns momentos.


Acreditar é saber que se fez o melhor possível antes nos treinos, que o que está feito está bem feito e vai 'sair' na hora que for preciso. É saber que é possível mesmo achando que não é, não ter dúvidas.

Executar e acreditar podem fazer a diferença entre uma prova boa e uma ruim, entre uma surpresa e mais do mesmo.

Tenho pensado que estou começando a aprender a competir direito. Na indomit por exemplo, saí totalmente focado na execução. Tudo que podia controlar, da pilha da lanterna à alimentação, o terreno, tudo, controlei. Acreditei o tempo todo que o treino tinha sido suficiente, que daria certo ter treinado pra um 70.3 e em 4 semanas feito o específico pra uma ultra de 100 km. Eu sabia que estava certo.

No km 60 me vi entre os 15 primeiros. Fiquei empolgado e pensei que logo começaria a ser ultrapassado. Mas aí voltei ao foco e pensei: porque ficar aqui ? Vou é buscar, vai chegar bem quem souber sofrer mais e acreditar que vai dar. Mas até o final, não até quase. E assim foi, executando o melhor possível e acreditando até o fim. Mesmo quando estava em 7º e fui ultrapassado no km 90 fiquei feliz. Por ter feito absolutamente tudo que era possível e exaurido até a última gota. O mérito era do Tiago que veio com tudo e seguiu mais forte do que eu estava, e pra chegar ali forte tem que executar perfeitamente e acreditar que ainda dá pra buscar alguém. Foi a prova que mais chorei na chegada. Por alívio e ao mesmo tempo orgulho de ter feito aquilo.



Isso não quer dizer que basta acreditar que milagres acontecem. Neste caso esportivo autoajuda não existe :-). "O corpo realiza o que a mente imagina" é uma grande bobagem. Minha mente pode imaginar a vontade que eu não consigo pedalar um Ironman a 300W de potência. Mas posso treinar e melhorar em vários aspectos praticamente sem limites.


O que acontece na verdade é que o corpo realiza o que nem nós sabemos que ele é capaz, se a mente deixar e não atrapalhar. Nessa hora o importante é não atrapalhar com expectativas absurdas ou pensamentos negativos. Dor e coisa torta vai ter em toda prova, coisas vão dar errado mas uma coisa errada é apenas uma coisa errada se não deixarmos isso tomar conta. É preciso simplesmente aceitar que o resultado do treino está lá dentro e vai sair. É só dar condições e não atrapalhar. E buscar o sofrimento. Vai ter o resultado quem treinar melhor, executar melhor, acreditar que é possível e aceitar sofrer. E isso não tem nada a ver com colocação na prova ou tempos midiáticos, mas sim com o resultado pessoal de cada um. O resto é consequência.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Moutainbike nos treinos de triathlon

Sempre fui adepto dos treinos 'cross', e agora depois de alguns anos no triahlon, continuo achando isso parte fundamental da preparação. Mas com três esportes à disposição, não tem muito o que 'cruzar' de modalidades, então o legal é variar o terreno.

Corridas em trilhas seria minha primeira opção se tivesse acesso durante a semana, e mountainbike obviamente é a segunda. Ficou esquecida por um tempo, mas vai voltar.

A ideia é fazer o pedal de um dos dias da semana na rua, à noite, na MTB. Sempre com terreno muito variado e altimetria.

As várias modalidades de um esporte se complementam. São esportes diferentes no detalhe, mas não na essência. Bicicleta é bicicleta, mas cada uma tem suas peculiaridades. Os ganhos são 'cruzados'. O terreno sempre incerto da MTB aprimora muito a técnica e confiança, além de explosão e retomadas. Não tem a constância de um longo de TT, onde a ideia é variar ao mínimo. Já a TT dá ritmo na MTB e faz com que mesmo quem não pedala tanto consiga acompanhar (na roda) os malucos do mato.

Na MTB tudo varia o tempo todo. Se for em grupo ainda mais, cada um que vê um morro já ataca, qualquer plano serve pra um sprint e ainda assim todos se reagrupam sempre. E claro, toda hora tem uma ponte pênsil, um rio ou cachoeira pra servir de desculpa pra uma parada. É praticamente um fartlek por toda a duração do pedal.

Além disso tem a questão da praticidade e segurança. Dá pra sair de casa a qualquer hora, tem um baita farol e um 'trator' é sempre mais estável e difícil de cair de cima do que um TT fininha. Qualquer percurso é percurso, só pular um trecho, pedregulho, calçada, buraco, qualquer coisa dá pra passar por cima :-). Fora a diversão, claro. Então é isso, vamos experimentar um 'tempero' nos treinos durante o horário de verão :-).

Pedal de fim de tarde em Floripa



Urubici Hardbike




O pedal de MTB mais longo que já fiz, 125 km com 2400 de subida acumulada



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Percepções e cadências

É interessante como vamos ficando mais atento à detalhes a medida que o traquejo com os treinos vai aumentando. A ultima semana foi estranha, e me peguei várias vezes sabendo que a coisa não estava boa, o que era confirmado depois analisando as variações sutis nos dados. Explicando...

Depois de uma semana de férias extremamente ativas, voltei pros treinos numa porrada só. Sexta feira natação paulada e intervalado de corrida na sequência. Sábado transição completa forte e domingo um pedal em serra mais forte ainda, onde fiquei mais de 3 horas acima de 80 % do FTP. Tudo muito legal. Mas a gente não é máquina, e o intensivão que era pra acordar o corpo depois de uma semana """OFF""" parece que cobrou seu preço (entre muitas aspas, pois foi cansativo pra caramba, já que férias boas tem que ser exatamente assim).

Aí na segunda feira saiu uma corrida boa, mas nem tanto. Apesar do ritmo dentro do alvo, a percepção é que estava mais difícil do que o normal. No dia seguinte um pedal onde a potência alvo só saiu a muito custo, onde parecia que a cadência não estava boa, e então o desastre do longo de corrida. Não lembro de ter me arrastado tanto. Talvez por estar com certa indisposição nas tubulações digestivas, mas o treino foi muito além do cansativo, cheguei exausto. Então no dia seguinte a natação foi pior do que a de uma âncora.

Graças à experiência sabia que aquilo era normal, mas comecei a fuçar os dados dos treinos. Vi que a natação estava com a cadência de braçadas bem mais baixa que o normal (muito bom ter dados em volume pra comparar). Isso seria causa ou consequência ? Idem para a corrida, onde mal chegava a 180 ppm no miolo plano do treino.

Então fiz um pedal sem meta na quinta a noite, relativamente forte mas na mountainbike, bem despretensioso mas também desnutrido e com pouca água, o que me fez caprichar na alimentação pós treino.

O intevalado de corrida do dia seguinte foi mais cruel ainda. Os tempos saíram, mas a sensação de esforço absurdo era clara. Depois fui olhar e em tiros onde a cadência fica acima de 200-205 ppm, não passou de 190 naquele dia. De novo, causa ou consequência ?

O pedal longo foi igualmente estranho pra fechar uma semana estranha. Não conseguia gerar potência na cadência usual no plano, foi só baixando um pouco que saiu o mínimo. Com isso fiquei pensando que a semana seguinte seria um desastre e programando um OFF na segunda feira.

Mas aí era dia dos pais, me alimentei muito bem, descansei legal e como no dia anterior tinha dado uma escaladinha, acabei fazendo uns alongamentos leves e um pouco de funcional pra destravar a lombar que ficou reclamando (sei lá porque lombar vai doer de ficar parado dando segurança :-).

E então segunda a corrida saiu perfeita. Totalmente perfeita, muito boa mesmo. Um ritmo excelente, cadência alta e sensação de esforço baixa, o que foi confirmado olhando os dados. Na natação do dia seguinte também foquei em melhorar a cadência das braçadas e o ritmo saiu decente.

O que me leva a uma conclusão: temos realmente que conseguir focar na forma, na técnica. Isso provavelmente é a causa  do bom e mau desempenho, acaba sendo o sintoma também de excessos, é onde o problema mais aparece. E interessante, essa análise rápida e superficial mostrou que a percepção andou junto dos números e a sensação de treino 'duro', 'ruim', 'sofrido', veio acompanhada de uma cadência mais baixa que o normal (relativamente falando, pros meus números). Então parece que se confirma o que o chefe falou uma vez, que desempenhos inspirados normalmente estão associados a cadência mais alta (de novo, a cadência da pessoa, só dela). E pelo que vi, parece que nas três modalidades...

E aí ? Concorda ? Discorda ? Ou sem corda ?


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Para o alto e avante !

Subir é legal. Sempre gostei, comecei a pedalar subindo morro, o treino era sempre subir alguma coisa. Mas é um treino diferente e não específico, e acaba não tendo muito quando a prova alvo é triathlon e plana.

Mas julho é diferente. Sempre tem uns 'muita inclinação' na indicação da planilha, e aí lá vamos nós procurar serras. Uns pedais bem interessantes tem saído e de onde vieram esses tem mais.

Como já escrevi alguma vez, velocidade média é relativa. Na verdade não quer dizer quase nada :-). Só quando é prova, claro, porque aí isso é o que vale (ainda não inventaram competição de batimento cardíaco, potência, ganho altimétrico, etc).

Então julho foi assim até agora: volta da varginha e anitápolis num fim de semana, são bonifácio no outro e então urubici de MTB nos dois dias, aproximadamente 5000 m de subida (no barômetro !). Uma coisa bem diferente.

A novidade foi o percurso de Anitápolis que nunca tinha ido, e a insanidade foi repetir a última serra pra são bonifácio com garoa. Qualquer hora vou fazer aquilo lá duas vezes inteiro, mas pra isso tem que treinar mais hehehe. Como diz o Fabrício, isso TEM que melhorar alguma coisa :-).

O pedal de ontem foi o mais estranho. Havia subido uma pirambeira forte no sábado, aí fui explorar domingo. Bem menos frio que sábado, saí mais cedo e peguei todas as entradas de terra que achei no percurso que faço de TT até o corvo branco. No final, os últimos 20 km me acabaram. Não saía do lugar, um vento absurdo contra e pernas pesadas, era pra pedalar 3 horas e parei com 2h40 totalmente vazio, não estava rendendo nada.

Incrível como a média acostuma mal. Na TT 100 km que eram o treino sairiam em 3 horas e pouquinho... na MTB tive que tirar a velocidade do display pra não me desesperar, 20, 23 km/h com o vento nas fuças, 62 km em 2h40 ;-). Na MTB o legal mesmo é terra e trilha.

Se achar bergamota, pare !

São pedro, a 20 km de casa

Avencal inferior. MTB nos leva sempre a lugares feios.

Anitápolis

Morro de voo livre, Urubici lá embaixo

Anitápolis. Tava frio.

Urubici

Boa pra correr também, mas MTB deu pro gasto

Avencal vista de cima. 80 m de queda livre.
Dá pra passar voando de tirolesa por cima também

Anitápolis, asfalto perfeito

A cidade

quinta-feira, 28 de maio de 2015

É a jornada !

Foto do Saul, jurerê ao amanhecer
Então é isso, mais um Ironman batendo à porta. Estou muito feliz por tudo até aqui, mais uma vez. E como sempre, a jornada é o mais importante. Porque não tem como fazer tudo isso sem querer muito. Não há como.

A gente fantasia muito sobre o dia da prova, as pessoas se impressionam com as distâncias e a duração, sobre como é difícil. Mas na verdade o difícil mesmo são os treinos, que vão construindo o castelo um tijolinho por vez. E esse castelo quem define a altura somos nós. São os treinos que tem que ser desfrutados. É lá que evoluímos (embora às vezes a evolução seja escondida pela fadiga). E é lá que nos divertimos muito. É o caminho, não é a chegada.

O que me leva a história da escalada do Mont Blanc que fizemos em 2013. Uma das montanhas mais importantes que já escalei, e ficamos lá em cima por míseros 5 minutos. Se aquilo fosse a motivação toda, não teria sentido. Mas a viagem de duas semanas com os amigos, perambulando pelas montanhas dos Alpes, treinando, assistindo espetáculos um atrás do outro, passando frio, cansaço e nos divertindo, isso sim era o objetivo, que apenas foi coroado pelo cume. Que era importante mas não o mais importante.

Como disse o Roberto Lemos na palestra de preleção da prova desse ano: a força mental a gente constrói durante os treinos. Lá quando não tem ninguém pra aplaudir, à noite, com chuva, cachorro correndo atrás, motorista buzinando, ônibus jogando água em cima, derretendo de calor no sol, e atrasado sempre pro compromisso que vem depois do treino.

Se é assim, apesar de o dia da prova de ser importante e onde tudo tem que sair perfeito, a jornada é o mais relevante. É onde aprendemos absurdamente sobre nós mesmos e onde exercitamos a vontade.

O mais difícil nós já fizemos, que é alinhar na largada amanhã. Chegar não é o mais difícil, largar é. E isso todos que estiverem lá já terão conseguido. Porque não faltam motivos pra desistir de chegar até ali, tem que querer e é muito.

Eu não sou muito dado a ataques de auto piedade, mas houve um treino em específico nesses cinco meses em que pensei seriamente no porque estava fazendo aquilo. Uma segunda feira a noite, com chuva e vento sul, depois de um fim de semana de treinos muito longos. Um intervalado de 4x4 km bem ardido. Me abrigava num ponto de ônibus durante os dois minutos de descanso, mais pra fugir do vento, quando um ônibus veio e jogou vários baldes d'água suja em cima de mim, que estando sentado, fui completamente lavado na meleca.

Pra espantar o pensamento idiota foi só pensar que fui eu que pedi aquilo. Eu que quis. Foi o suficiente pensar que o objetivo valia a pena. E pensei que não queria estar em outro lugar. Porque eu estava ali treinando, tinha condições, saúde e disposição.

É isso, confiem no que vocês já fizeram. Façam o seu melhor no próximo domingo, nada a menos que isso interessa. Boa prova e boa sorte !!!

Nos vemos às 7:00 no mar de jurerê desse domingo 31 de maio.

domingo, 3 de maio de 2015

A ilusão da velocidade média

É interessante como números enganam. Às vezes a gente vê um treino mais lento e acha que foi ruim, ou num mais rápido já vai se emocionando. Estando há pouco mais de um mês com medidor de potência, já consegui começar a ver algumas realidades.

A primeira é que o brinquedo é aquele amigo sincero, que fala na cara que você tá fedendo ou qualquer coisa do tipo. Fiz apenas três longos com ele, e o primeiro até agora foi o melhor no quesito de eficácia. Só que foi o mais lento, e de 'apenas' 150 km. Mas foi de serra, numa altitude de 1000 m.

Entende ? A média não significa nada no treino. Por outro lado a potência não é o objetivo na prova. Não é campeonato de quem gera mais potência e sim de quem chega mais rápido. A grande questão é usar a ferramenta como um aliado, algo para nos dar mais um parâmetro (um muito objetivo), mas que precisa ser usado em conjunto com os demais.

E então a ilusão do título vem do treino de hoje. Um percurso todinho na BR 101 norte, pista boa e majoritariamente plana. Uma média incrível, mas um treino aparentemente normal fisiologicamente falando. Não quero com isso dizer que foi ruim ou comum, mas foi dentro dos parâmetros esperados. Seria muito fácil me 'emocionar' com esse treino, assim como seria muito fácil me emocionar na prova (sempre acontece). Até lá pelo km 130-150, porque depois tudo sempre é difícil. Mas o medidor está lá te mostrando a verdade nua e crua.

Hoje tínhamos 180 km e desde quinta eu monitorava a previsão. Sexta vi que ia ficar seco mas com vento e combinei com o Manente, decidimos ir pro norte. Sem vontade de pegar o tufão de cara ao fim do treino como há duas semanas atrás na BR sul hehehe.

Saí aquecendo e antes dos 10 km deixei o Manente ir junto com o Quint e Sando, que fariam 100 km. O Manente, 200. E eu e o Charles 180. Àquela hora era muito fácil seguir pedalando a 220-230 Watts, só que agora eu sei o que é isso e como a dívida vem depois, pior que juros do rotativo do cartão de crédito.

Mesmo assim como o vento estava fraco, deliberadamente dei uma apertada, mantendo algo pouco acima dos 75 % (máximo recomendado para faixa de endurance). Sabia que o vento não viraria e a previsão era de aumentar.

E deu certo, fiz o retorno em Itajaí com 80 km e voltei com vento em popa. Só que andar rápido mesmo com vento a favor exige potência, então fiquei uns 20 Watts abaixo do que na ida, para fechar numa média razoável.

Só que a coisa pegou. Com 140 km mais ou menos bateu uma dor de cabeça, uma canseira e tive que retornar 10 km contra o vento pra fechar a distância. Que coisa fantástica estava aquele vento, fiz um mini contra relógio dessa distância pra me livrar logo daquilo e aí do 150 em diante foi ardido, não tinha mais muita coisa nas pernas, as partes incomodavam (fui com a bermuda de prova, sem nada de forro) mas ainda conseguia subir a potência legal nas subidas.

Terminei o treino inteiro e inebriado mas logo vi o IF e tudo voltou normal. Ainda que sensacional, muito bom. Saí pra correr absurdamente fácil, algo apavorante. Segurando o tempo todo e logo acelerava. Fiquei mais confuso ainda sobre o ritmo a usar no Iron.

Pra não esquecer, vou registrar a comilança de hoje para uso das gerações futuras:

Café da manhã: 1 copo de nescau desnatado, duas binnaguinhas atoladas de geleia, um naco grande de queijo, castanhas do pará e uns pedaços de batata doce. Uma xícara de café.

Treino: 3 gel exceed, 1 GU Roctane. Três medidas de GU Enduro na garrafa e três bisnaguinhas com 5 azeitonas e azeite de oliva cada. Uma lata de coca cola e duas paçoquinhas. Uns 2,5 L de água. Depois do pedal, uma caixinha de água de coco e água na corrida. Umas 70-90 mg de cafeína (35 no GU, umas 35 na água e mais a coca cola)

Ok, era isso. Foco nos números. Em todos e principalmente na percepção. Se está forte é porque está forte, se está fácil ainda assim pode estar forte, e se estiver forte você vai pagar lá na frente. Foco !

Cambada de louco, não tem o que fazer às 6 da manhã de domingo não ??

domingo, 19 de abril de 2015

A pancadaria de abril

Povo do longo de bike
Abril como sempre é um mês divertido no caminho do Ironman Floripa no final de maio. Pra não deixar esse passar da metade sem nenhuma atualização das maluquices, aí vai.

Como não sou triatleta profissional, e mesmo que fosse, ainda teria as outras coisas, tipo vida social, trabalho, etc ;-), tem que dar um jeito de encaixar o volume crescente de treinos nos tempos que sobram.

Na semana passada estive em Brasília para aniversário do meu tio. Saímos de floripa sábado às 6:40 e chegamos no hotel às 9:20. A turma toda já tinha ido na sexta, daí largamos as malas e fomos pro café da manhã. Agilmente percebi que seria o melhor momento para enfiar o longo de corrida, subi, me ajeitei e saí de fininho. 28 km rodando pelo planalto central.

Saí só com dinheiro e boné, sem protetor solar. Comprei um gatorade no km 3 e segui reto toda vida numa via larga de 4 pistas e acostamento com ciclofaixa. Toquei até o pontão do lago sul, local do 70.3, rodei um pouco e voltei. Só fui tomar água de novo no km 20, o que aliado ao calor de 30 graus, alguma secura e altitude, me deixaram feito uma uva passa o resto do dia. Cheguei no hotel e em 30 min já estava saindo pra almoçar, depois às 16 direto pra festa até a 1 da manhã. Chegou pouca coisa mais que o bagaço do resto de mim no hotel.

Domingo planejei nadar no lago paranoá, pra fazer dois longos no fim de semana que não teria bike. Fui até o pontão, não me deixaram entrar na água. Mas também não entraria, lanchas enormes na margem pra lá e pra cá não indicavam ser uma boa ideia. Achei um local de standup com algumas boias e me meti lá. Mas a raia era de 300 m, jetskis passavam a toda e algumas lanchas marolavam tudo. Tem mais embarcação lá essa época do que em Floripa inteira no verão. Foi uma natação tensa, toda hora olhando pros lados com aquela barulheira de motor, não bom. Também achei a água bem pesada, sei lá. Caiu uma ventania e o horizonte ficou preto, daí me mandei pra terminar de festar e voltar pra floripa às 21.

Segunda treinos normais violentos, daí terça uma bike boa e quarta um longão ardido. 30 km já é bastante coisa indepedente de qualquer coisa. Rodei constante o tempo todo, e pela segunda vez, com absoluto conforto.

Na terça antes de Brasília achei um skechers go run ultra na netshoes. Comprei e chegou sexta. Peguei e fui viajar, corri os 28 com o tênis recém saído da caixa. Quarta corri 30. Que tênis fantástico ! Uma coisa estranha, muito leve mas com bom amortecimento, alto mas de baixo drop. Solado para uso misto em trilhas, acho que achei o tênis para o desafrio esse ano.

Sábado fui fazer o teste de FTP na bike. Uma coisa muito ardida, em uma hora em pouco e quase 50 km existem os 20 min mais longos da existência de um ciclista. Um máximo do que é possível fazer naquele tempo. Coisa linda, de queimar a garganta.

Dali sairam 270 W de FTP. Depois do teste ainda fui nadar o longo. Tive sorte, o vento parou e o mar alisou legal, fui até o beach village e voltei, dei uma volta na boia e fechei 4140 m numa boa sem forçar (porque não dava mesmo).

Hoje tentei usar o FTP novinho no longo de bike. E que longo ! Marcamos começar 6:30 no macimabú, duas voltas de 90 até imbituba. Uma galera boa, seguimos cada um no seu ritmo e distância pretendida, tentei me controlar no início e ajudou, só pifei um pouco nos últimos 15-20 km pois o vento estava miserável. Horrível mesmo, aquele lugar é bom de asfalto, pista, segurança, altimetria, mas tem um vórtex de vento escondido lá.

Terminei o treino estropiado mas feliz, saí pra correr 6 km com o mestre Manente e fiquei muito satisfeito com o resultado total. Uma galera boa, pneus furados, um caindo no mato na subida do morro de Paulo Lopes e muita, mas muita vontade de uma galera teimosa, focada e maníaca. Que dia !!

E agora ainda restam dois dias de feriado, e uns 10 de abril... Mas semana que vem tá tranquilo, tem só o  longão na FETRISC no domingo :-))))

Dia bom pra correr em Brasília...

O lago