quinta-feira, 30 de abril de 2009

Volta a Ilha 2009 - by Cínthia

Dessa vez não corri mas alguém fez a gentileza de me deixar com mais coceira do que já estava. Segue o relato da Cínthia sobre a Volta a Ilha 2009, que rolou sábado passado, 25/abril. Além de redatora, tá aqui a entrevista dela à Webrun, já na estréia ficando famosa.

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Pelo menos fui eu quem tirou a foto ;-)

Volta a Ilha 2009 - by Cinthia Andruchak

Depois de sonhar que acordamos tarde demais e perdemos a prova, levantamos às 3h40 para o Volta à Ilha 2009. A expectativa era grande e o frio na barriga dava uns desarranjos... Arrumamos tudo, pegamos o Hélio e fomos ao trapiche da Beira Mar. A chuva obrigava todo mundo a se apertar embaixo da tenda, mas o espaço ia aumentando à medida que o pessoal largava na chuva.

A Taty foi a primeira a correr. Chegou em primeiro lugar ao Posto de Troca, mas não encontrou o Queiroz. Ele estava no banheiro e de lá saiu direto para a corrida.

O próximo a correr no escuro foi o Affonso, que entregou para o Dariva, ainda abaixo de chuva.

Com a água que caía no Cesusc, desisti de me proteger e fiz um aquecimento molhado. O Dariva chegou rápido e eu larguei. Tinha 7,3 km pela frente até Jurerê Internacional. A água na pista amortecia o impacto, mas parecia que as passadas não rendiam. Surpresa, 4’40” depois de largar, encontrei a marca do primeiro km. “Ou a marcação está errada, ou vou quebrar nos próximos 200 metros, ou tinha alguma coisa naquele gel da Taty”, pensei. Fiquei com a primeira alternativa e mantive o ritmo. Eu estava na média de 175 bpm e o estômago incomodava. Logo os batimentos ultrapassaram a marca dos 180 e assim ficaram até a chegada. A certa altura, vi um dos carros da nossa equipe estacionado do outro lado da rua. Passei e...nada. Poxa vida, nem um gritinho, nem um olho espiando pela fresta da janela? Olhei para trás mais umas duas vezes e nada. Segui em frente, tempo depois o carro passou por mim e finalmente pude ver que ele era habitado.

Passei o km 6 e, quando vi, estava em Jurerê Internacional. Lá estava o carro de novo. Atravessei a rua e, opa, a chegada era logo ali! Aos 38’30” entreguei o bastão disfarçado de chaveiro para o Anastácio. Alguém perguntou “Cadê o Aracaju?”. “O Aracaju ta ali na frente”, respondi, ofegante, pra depois perceber que até eu estava chamando o Diogo de Aracaju...

Depois foi a vez do Hélio correr o trecho do Forte de São José. O Affonso fez o Jurerê Antigo e o Diogo assumiu na Cachoeira do Bom Jesus. O sortudo foi o primeiro a correr com tempo aberto. Passamos por ele de carro sem dispensar os gritos de incentivo da Taty: “Vai, tartaruga amputada, parece uma princesinha correndo”. Ela ficou tão ocupada em xingar que tirou uma bela foto da parede. O Diogo chegou doido à Praia Brava dizendo que tinha alcançado 201 bpm... Entregou para o Queiroz, que correu da Brava até a Cachoeira, onde o Anastácio assumiu. O Dariva correu de Ingleses até o Santinho, mas infelizmente ficou 4 minutos esperando no Posto de Troca. Por conta da demora, quase dobrou o trecho. O trânsito estava lento e chegamos atrasados...

O Hélio correu 8,4km no Santinho e pegou água até a cintura. Entregou para o Diogo, que correu o Moçambique e chegou com um novo recorde de bpm: 203. Louco. Não conseguia prestar atenção no que a gente falava e não parava de falar.

O Affonso enfrentou o trecho do Rio Vermelho até a Joaquina e o Queiroz correu da Joaquina ao Campeche, onde o Anastácio assumiu.

Em frente ao Parque da Lagoa do Peri, me preparei para correr. A canelite tinha dado o ar da graça no primeiro trecho e fiquei preocupada porque a dor era forte. O Anastácio chegou e eu fui. Peguei o asfalto e segui para o Sul com uma fisgada na canela cada vez que o pé tocava o chão. O trecho tinha umas subidinhas a mais que o primeiro. O pessoal passou de carro, ganhei água e a Taty me chamou de tartaruguinha. Me ultrapassaram alguns que pareciam estar de patins e depois um cara que ficou correndo um metro à minha frente. Recuperei o fôlego e passei o cara quando sabia que conseguiria tirar uma distanciazinha. Cheguei ao Pântano do Sul e tive uma surpresa quando disseram que os dois últimos km seriam na praia. A princípio achei que me daria mal, pois “praia não é minha praia”, mas assim que senti o solo minhas canelas agradeceram. A areia estava boa, só ficou mais fofa no final e às vezes era preciso fugir da água. Me empolguei e passei três pessoas. Vi o posto de troca lá no fundo, atrás de umas manchas pretas na visão. Fiquei preocupada, mas faltava tão pouco... Um cara altão me passou, ouvi o pessoal gritando no posto de troca e só consegui ver a Taty toda elétrica me esperando. Sensação indescritível, coração saindo pela boca, quase caí me esticando pra entregar o chaveiro. Ainda sem ar dei entrevista para o Webrun (depois li que não falei besteira - ainda bem) e fui elogiada pelo altão que me passou. Fiz 8,3km em 46’30” e quase não consegui parar em cima das canelas de tanta dor. A sensação de missão cumprida e a recepção da Andarilha superaram tudo.

A Taty assumiu para correr o trecho mais íngreme e enlameado – o Morro do Sertão – abaixo de chuva. Terminou em 1h30, se não me engano, e saiu de lá saltitando. O Diogo correu dali até a Base Aérea, passou para o Dariva, que entregou para o Hélio. Nesses últimos trechos, segundo o Hélio, o pessoal se superou e tirou uns 20 minutos da nossa previsão de chegada.

Na Beira Mar, esperamos o Capitão que vinha voando. Corremos todos juntos até a chegada. A alegria foi tanta que as dores passaram. Fiquei sem palavras, a sensação foi maravilhosa. Valeu, Andarilha!

Um comentário:

  1. Que legal, fiquei honrada, hehehe
    Não é o Arthur espiando lá atrás na foto, entre o Diogo e eu?
    Abraço!
    Cinthia

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