segunda-feira, 26 de junho de 2017

Duathlon Fetrisc São José 2017 - como auto esfolar-se a si próprio

Duathlons são provas fantásticas. Fiz a primeira na pedra branca em 2011 e peguei o gosto. Como normalmente acontece no inverno, é legal pra dar uma variada das provas longas e complexas de triathlon, pois no duathlon a transição é de uma simplicidade absurda, além de fundamental se a prova tiver vácuo liberado. Completando as vantagens, o alto percentual do vo2max com a qual a prova é executada é um bom teste, calibrador do limiar de sofrimento, e como proferido recentemente, é uma excelente forma de melhorar a capacidade de auto esfolar-se a si próprio. Sim, porque fazer a prova bem feita, independente do condicionamento de cada um, dói, arde e dá uma sensação de desespero razoável.

A prova de ontem foi a primeira etapa do campeonato catarinense, novamente na beira mar de São José. Nas distâncias de 5 km de corrida, 20 de bike e mais 2.5 de corrida, foi um dia bem rápido.

Eu cheguei cedo pra pegar a bomba de pé do Fabrício emprestada, já que destruí a minha no sábado. Arrumei a bike e fui aquecer - até ficar suado, pois aprendi que aquecimento tem que suar em quantidade razoável. Alguns estímulos de velocidade por 30 segundos, uns educativos e em 10 minutos estava pronto.

Largamos alucinadamente. Como bem disse o Duks, o fotógrafo destas fotos fantásticas, parece uma prova de crianças. Pois nelas os pequenos largam sem medo, dando o máximo desde sempre, como se não houvesse amanhã.

E realmente não há. A corrida inicial é no máximo, não sei se sairia uma corrida solo de 5 km melhor do que foi. Comecei com o grupo de frente mas logo deixei desgarrar, estava muito rápido e o km inicial virou em 3:22. Daí em diante o grupo começou a esfarelar e formamos outro grupo com o Fabrício e o Ivan, mas logo espalhamos novamente. No retorno estava a uns 20s do pelotão dos líderes, o que era bom pois só faltavam 2 km, embora naquela intensidade isso signifique uma eternidade.

Entrei na transição e executei tudo com perfeição, até pulei na bike correndo ao sair pro pedal. Porém fiz uma mágica com o pé direito, consegui enfiar os dedos por cima do velcro de baixo, ficando com o calcanhar dentro e os dedos pra fora da sapatilha. Arrumei e o Rodolfo passou, junto do Lucas, que ficou arrumando algo na saída da T1. Formamos um belo grupo, junto do Ivan e mais o André.

Fizemos a bike bem rápida, só atrás do primeiro grupo. Um pedal tenso e divertido. Não sou acostumado a pedalar em grupo, ainda mais naquela velocidade e com retornos apertados. Saiu NP de 259 watts e AVG de 238, bem distantes em função das retomadas e vácuo, mas ainda assim IF de .93 foi bom.

Na entrada pra T2 eu acabei esquecendo de sair da bike e parei com ela no meio das pernas. O grupo escapou mas fiz a transição rápida, porém algo aconteceu. Fiquei ofegante e quando vi estava parado do lado da bike com os tênis calçados e o capacete na cabeça. Por instantes fiquei ali olhando o pessoal se distanciar, até que arranquei o capacete e fui atrás. Não sei que diabos aconteceu. Talvez uma tentativa do cérebro de descansar um pouco, sei lá. O diafragma estava dolorido de tanto respirar kkkk.

Saí correndo e lá na ciclovia lembrei de dar o lap, e então comecei a correr morrendo, afogado e desesperado, pensando em como seria horrível ter que andar em 2.5 km, ou pior, me jogar na grama pra recuperar o fôlego. Porém em uns instantes avaliei tudo e vi que não tinha dor alguma, era só o esforço se fazendo presente, então mirei no cara da frente e comecei a apertar o ritmo, embora muito pouco de prático acontecesse. No retorno concentrei mais e consegui aproximar do André e ultrapassá-lo, mas não consegui chegar no Cléber e muito menos no trio Ivan, Rodolpho e Lucas, que correram absurdamente bem e chegaram embolados em 6o, 7o e 8o, 45 segundos à frente. Pelo tempo, correram no mesmo ritmo da primeira corrida.

Acabei em 1h00min16seg, um tempo excelente e o melhor neste tipo de prova. Não olhei pro relógio em nenhum momento. A corrida 1 foi excepcional, uma das melhores já feitas. Não deixo de ficar feliz e impressionado, pois nada de velocidade foi feito nos últimos 3 meses. Como diz o mestre Roberto Lemos, o corpo vai aprendendo, a experiência ajuda, a referência já existe, e a gente vai evoluindo. O pedal foi alucinante mas não tão forte por ser com vácuo, mas puxei bastante e fiquei feliz. Já a segunda corrida foi como correr com as pernas depois de passar num moedor de cana. Algo estranho, mas muito interessante. Estou lendo um livro sobre psicologia do esporte e parece realmente que a cabeça faz as pernas trabalharem mais quando realmente importa, sou obrigado a concordar com alguns dos efeitos estudados ali.

Agradecimento especial à Fetrisc por organizar essa prova tão bem. Excelente pra reunir os amigos no quintal de casa pra uma brincadeira séria num domingo de manhã. Obrigado e parabéns ao Duks pelo excelente trabalho de cobertura fotográfica, e a todos os atletas por fazerem parte dessa festa. A próxima etapa é em Blumenau dia 27 de agosto, pra quem quiser ir brincar já sabe quando e onde.

Resultados oficiais no site da fetrisc, ou aqui. Link do garmin aqui.

Galera boa !

O Manente e o Duks podem ensaiar o quanto quiserem que nunca mais conseguem um foto como esta !!

Nunca tinha estourando espumante no pódio hahah, então fiz todo mundo esperar eu abrir a garrafa

Primeira corrida. Havia passado o Ivan e logo depois ele devolveu

6 comentários:

  1. Foi divertido ler.. muito bom e parabéns! Tas que é um monho!!!

    ResponderExcluir
  2. Grande Pina!!! Tá em todas, também...!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu Taty ! Em todas não, não tava no desafrio KKKKKKKK

      Excluir
  3. Hahaha vai correr com essa meninada, vai. Cara, doeu meu pulmão só de ler. Mas foi um tempaço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hahahaa então ! Que surra ! Eles não tem respeito para com os mais velhos KKKKKKKKKKKKKKK

      Excluir

Participe ! Deixe sua opinião, ou crie uma polêmica :-)