segunda-feira, 20 de junho de 2011

Desafrio 2011, pedreira pouca é bobagem

Seis vezes consecutivas, tenho certeza que é o meu recorde de participação em uma mesma prova. E não falta vontade de continuar voltando àquelas paragens lá em Urubici pra correr o monstro que é o percurso do Desafrio.

Depois da viagem tradicional até a capital do frio da serra, jantamos no hotel e fui arrumar a zona que era a minha sacola com tudo misturado, gel solto no meio das meias, roupa e tênis, fruto da arrumação em 15 minutos na hora do almoço. Preparei todas as tralhas depois que o Arthur e a Daiane dormiram (ela achou que eu dormi na mesma hora). A Laís dessa vez não foi conosco.

Equipe reunida na largada. Reparem o chapéu do capitão
Às 6:00 a organização ja batucava umas estacas para firmar o pórtico e testava o sistema de som, arrancando até quem não queria da cama - nossa pousada era a 5 metros da largada. Fui tomar café e terminar de me ajeitar e então fui pra largada. Achei o Clodoaldo que tinha vindo de Curitiba como a grande maioria dos corredores (só perdem em quantidade pro povo daqui de Floripa). Tiramos as fotos tradicionais com o Hélio, Fabi e Tiago e logo a coisa entupiu, muita gente na área de largada. O William e a Rita foram acompanhar de bike e a equipe de apoio foi de carro depois. Lá já comecei a encontrar uns malucos atletas que também tinham feito o Ironman. Além da Fabi e de mim, contei mais 4.




Saindo da trilha da cachoeira pro asfalto

Saí menos empolgado do que o ano passado, moderado a 4:40 até chegar nas subidinhas e então na subida dos infernos que começa no Km 12. No topo, senti as pernas muito pesadas. Achei que ia ser um impossível manter um ritmo mínimo dali pra frente, e foi mesmo até o PC da cachoeira do véu da noiva. Quase na saída da trilha encontrei a Daiane com a turma toda, Duda e Vanessa, além dos pequenos. Abasteci só água e segui firme pra cima, e o ritmo estava aceitável no asfalto. O clima estava muito bom, friozinho básico cedo e temperatura boa na trilha depois que o sol dissipou a neblina. Só que ao sair para a pista, nuns trechos à sombra estava um frio de lascar, estranho aquilo.

Corri o tempo todo dosando o esforço, tanto que a máxima deu 173 bpm - no ano anterior passou várias vezes de 181. Tentei andar rápido quando não dava pra correr, ou quando via que era ultrapassado por alguém andando - apenas coreografar corrida na subida não adianta. Cheguei no cume com exatamente o mesmo tempo do ano anterior, 2h46min, mas com a sensação e ter cansado muito menos. Dessa vez dei uma respirada, fui olhar a pedra furada e então comecei a descer, depois de 2 min de intervalo.

Cadê o meu pai que não chega aqui em cima !?
Comecei bem mas depois de uns 5 km sentia dor nos pés, em tudo quanto é lugar. Normal pra descida, então fui seguindo meio travado, desabituado que estou de correr descidas íngremes. Coisa horrível o ritmo, já cheguei descer lá a 4:15 vários km, dessa vez só por uns km baixava de 5/km. Só que diferentemente daquela vez alucinada, não quebrei nada e terminei num tempo melhor. Só passei a turma do apoio na descida, quando a Daiane estava voltando pro carro. Dei uns alôs e corri de novo.

Cheguei no PC do véu de novo e comi umas banana e levei outras no bolso, rapidinho me mandei tomando cocacola. O William estava com a Rita esperando na entrada da trilha de descida, me filmaram e ficaram a esperar a turma, pois o William iria descer junto correndo, depois de ter pedalado o início. Participa, apoia e corre, o baixinho. Segui pelos campos de altitude, um cenário mais espetacular do que o outro. Apesar do topo do morro ser amplo e aberto, eu acho esse trecho mais bonito, mais selvagem. Não vi praticamente ninguém, só uns duplas me passaram e passei uns três corredores, o resto do tempo só tinha mato e umas vacas perdidas. Cheguei na descida miserável. Eu odeio aquela descida. Em vários anos só consegui correr bem uma vez, quando treinava descidas feito um louco com os maníacos do Tiago e do Hélio. Me arrastei morro abaixo, se é que isso é possível. Muito esforço pro ritmo não ir acima de 6min/km.

De alguma forma consegui dosar tão bem que depois do km 44, quando acaba a descida e só restam os 9 km de estradas rurais até o final, consegui correr sem parar e sem forçar demais, a 5:40/km. Isso é de uma lentidão irritante, mas é o que dá pra fazer com 44 km nas panturrilhas. Cheguei a comemorar com os staffs de um posto dágua, "ainda tô correndo tudo !!!!". E assim foi, só uma pausa pra visitar uma moita e um gel até a chegada, 5h28min. Dois minutos a menos que em 2010, com um ritmo muito mais consistente. Apesar disso, cheguei acabado, com a sensação de ter concreto dentro das pernas. Comecei a comer tudo que tinha, sopa com cocacola, banana, laranja, pães e bolacha. Estufei e fui pra pousada tomar banho e Whey, não nesta ordem.

Ínício dos trabalhos
Depois da tarde contemplativa, fui pra premiação enquanto o povo ajeitava o 'jantar' na pousada. Voltei com o troféu e fomos logo comemorar. Muito. Acabamos de madrugada, atleticamente falando, às 23:50. Fechou com chave de ouro, mais momentos excelentes com a família e os amigos (o Tiago e a Duda podem não ter achado tão excelente assim ;-).

Mais um desafrio pra conta, mais um troféu. Tudo bem que de terceiro lugar de novo, mas este valeu, pois nunca teve tanta gente na categoria. Cheguei a 7 min do primeiro e 5 min pra trás já vinham mais 2 fanáticos. E dessa vez eu vi a pedra furada !



Valeu turma. Parabéns pra todos nós !!!!!

Pedra Furada, Morro da Igreja, Urubici. Foto do Adriano.

2 comentários:

  1. Mais um relato emocionante e que me faz sentir cada km, sem ficar cansada...hehe.

    Parabéns por mais esta conquista.

    http://podecorrer.blogspot.com/

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  2. Uau, meus parabéns, 52km na serra não é pra qualquer um.

    beijo

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