terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dois treinos totalmente diferentes no mesmo lugar

Semana que passou estive na serra pra 'descansar'. Isso significou treino sábado, seguido de churrasco e então após breve intervalo, 4 horas seguidas cortando grama e limpando folhas de araucária. Um baita treino funcional / cross do tipo indefinido. Fiquei com o 'core' todo dolorido e aí então teve treino longo no domingo bem cedo.

O tempo ficou excelente sábado, pouco calor, céu aberto e visual bonito pra todo lado. Um percurso de 40 km com 30 em TT, bem feito. Saí inteiro, mas aí veio a "cortação" de grama. E depois um bocado de vinho a noite. E então bem cedo de domingo acordei com a chuva. Não era pra ela estar lá.

Mas aí uma hora depois limpou e achei que era definitivo. Saí às 8:30 pra pedalar 100 km no mesmo percurso do sábado, céu abrindo... e aí fui, voltei e fui de novo, tudo tranquilo mas um vento com ar de gelado. Fiz o último retorno nos pés da serra do corvo branco e retornei. Aí a coisa tava preta. Muito preta.

Tinham uma nuvem de 'frente' de tempestade em cima do morro da igreja e um vento gelado vindo de lá. A estrada é praticamente uma reta e o vento vinha nas fuças cada vez mais gelado, indicando que vinha coisa feia. Fui pensando em me abrigar num estábulo no caminho mas achando que daria tempo. Passei pela última coisa onde dava pra me esconder a uns 7 km do carro ainda sem chuva mas com trovões e raios e segui achando que daria tempo. Dois minutos depois chuvinha e chuvarada, escureceu tudo, os carros acenderam os faróis e gelou de vez. De óculos escuros, não conseguia ver o display do garmin, mas sem não aguentava os pingos nozóios. Era algo como essa nuvem no começo do vídeo abaixo, só que mais preta e vindo do morro da igreja.


Fui no pânico até o carro e parei por lá mesmo com 82 km, ensopado até a alma e gelado. Não tinha um pano seco no carro, tirei a camiseta e me enfiei ensopado mesmo no porta malas, liguei o ar quente e fiquei um tempo ali. Dedinhdos do pé duros.

Incrível a variação tão extrema em dois dias seguidos. E aí a tarde mais chuva, um descanso e aí abriu sol de vez, arregaçou e esquentou pra valer. Umas 4 horas depois de passar frio no pedal estava morrendo de calor arrumando as malas pra voltar pra floripa. Esse Chuvalski não acerta uma na serra mesmo hahaha.

Aí os restos do sujeito. Ainda bem que tinha um chá de hortelã recém feito :-) !

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Run With Us - Strava: veja isso e saia correndo agora mesmo !

Incrível o poder de empolgação desse vídeo. Só fera, o Killian Jornet e cia, todos fraquinhos em cenários ímpares. Enjoy.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quem fica parado é poste

Já é ano de Ironman ? Pois então, começou de mansinho e vai indo bem. Os treinos estão indo muito bem obrigado. Surpreendentemente as corridas no calor não estão me aniquilando como antes, até o batimento está subindo pouco no forno que tem feito esse ano.

A estrutura está um pouco diferente, tenho que conversar com o chefe pra entender melhor mas está muito legal. Tem intervalado pancada em tudo que é modalidade. Anaeróbios de 30 seg na bike, do tipo que acho que me fez evoluir bem no ano passado. A corrida tem umas malvadezas de 400 m que são sempre ardidas e legais e não lembrava de ter no início do ano.

Agora a natação é que pegou. Tá pegando porque tô fazendo mais força claro, mas eu não nadava com esse empenho nunca. E de alguma forma, a coisa sai nas provas. Mas agora a ideia é melhorar pra melhorar mais nas provas. E pra melhorar na piscina meu filho, tem que estar com vontade de sofrer dum jeito que eu não conhecia. Não tá saindo absolutamente nada que preste ainda, mas tô me esgoelando.

Mas o legal mesmo é não ficar parado. Porque a vida não é feita pra se ficar parado, não é pra se proteger de tudo e de todos o tempo todo, evitar ao máximo sair da zona de conforto. Quer coisa mais desconfortável do que tiros de 400 m de corrida ? Ou então 30 seg tentando explodir as pernas nas bikes, repetidos 18 vezes ? Treinar todo dia me faz ter no dia a dia aquilo que só consigo mesmo quando partimos para as montanhas, que é ficar de frente  pra natureza e à mercê dos elementos, de cara para a realidade mais simples das coisas. Ficar sozinho com os pensamentos por um tempo, ainda que não pense em nada. Viver o momento, cada batimento cardíaco, como quando se sobe uma aresta afiada de gelo à noite ou então uma encosta de pedregulhos de um volcão congelado. É um jeito de intensificar a existência no dia a dia.

Acho que por isso que gosto do outdoor. Cada treino pode ser uma aventura. Me pego seguidamente pedalando em lugares que não pega celular. Por isso acho que não gosto muito de treinar indoor, pra mim perde um pouco o objetivo. Cada treino longo é oportunidade de ir longe, e longe é legal.

Já tô com saudades daqueles longos de corrida em trilha de 5 horas que fiz pra Indomit, perdido nos cafundós do sul da ilha ou então me enfiando em estradas desconhecidas em Urubici. Para os longos de bike estou começando a pensar e aceitar sugestões.

E com isso tudo em mente, ou mesmo nada na hora da pancadaria dos treinos, começamos mais um ciclo de ironman. Algo que já me assustou um dia e hoje parece incorporado à rotina, já se vão três semanas de treinos ininterruptos e perfeitamente executados. Engraçado como o hábito faz o monge. Vamos em frente, que atrás vem gente. E também pelos lados e na frente, porque largar naquele mar é uma verdadeira máquina de lavar roupas humana. E como eu gosto daquela largada ! Faltam 130 dias !