domingo, 30 de setembro de 2012

Maratona de Santa Catarina 2012 - Olhando de fora

Treino dentro da maratona. Correndo por fora da pista.
Fiquei com medo de atrapalhar os líderes ;-)
Dessa vez acompanhei a maratona de fora. Bom, mais ou menos de fora, meio de dentro também. Saí de casa às 6:30 de bike sob leve garoa e fui pra passarela do samba para a largada da Maratona, junto das provas de 10 e 5 km. Minha mãe estreou numa prova fazendo os 10 km de trote leve e caminhada e o Adriano na maratona.

A parte de 'dentro' da participação foi largar lá no fundo e fazer um longo de 24 km. Saí de leve com o Adriano e depois do túnel encaixei um ritmo legal e segui por mais 21 km. Voltei quando os líderes passavam pelo km 31, o Adriano Bastos e o Queniano grudados.

Nunca dei tanto grito de incentivo para os amigos correndo, parecia um doido. Apesar de correndo também, não estava competindo, então era como se estivesse lá acompanhando a galera. Vi tanta gente que não tenho como lembrar todos, mas não posso deixar de citar toda a galera da Ironmind, o Maurício Bertuzzi, sempre correndo bem e nesta marcando incríveis 3h03min com o primeiro lugar na categoria. O Arthur e chiquinho novamente detonando com um belo tempo. O Tremel vindo de um ultraman e mandando uma maratona de 3h09. A grande ultramaratonista Débora fazendo um treininho de 42 km para correr o MountainDo Lagoa em dupla com a Taty. Meu grande amigo Alexandre guiando um cego, foi de arrepiar. Cadeirantes, Quenianos, gente normal, atletas de performance, estreantes, pessoas de todo tipo curtindo o desafio único que é correr uma Maratona.

Chiquinho, Arthur e Maurício, ícones das corridas em Florianópolis !
Algo sinistro, agudo e grave aconteceu na panturrilha do Adriano,
mas não durou mais do que a foto, km 38
Passando no km 31
Terminei o treino e fui pra tenda da Ironmind buscar a bike. Saí de lá pedalando com o Celinho até que começamos a encontrar um monte de gente e perto do trapiche achamos o Varela, que seguiu conosco até achar o Adriano lá perto da polícia federal e logo depois a Ludimyla. O Jacó também acompanhava. Seguimos encontrando gente, indo e vindo o tempo todo.

Passando pela passarela de novo encontrei minha mãe feliz da vida com a medalha. O Adriano foi muito bem e passou pelo km 31 rapidamente e entrou no túnel, com o Anastácio e Nilson assistindo. Segui um pouco mais rápido para achar o Alexandre. Bonito demais ver ele e o Popeye guiando os dois caras, que correram muito e chegaram sub 4 horas.

O Alexandre e o Gilmar

Precisa dizer alguma coisa ?!
Encontramos a Ludimyla indo bem e seguimos de volta para os últimos 5 km contra o vento forte e leve subida até o túnel e então a chegada. Encontramos o Aracajú e a Cínthia de bike. Fantástico ver alguém concluir uma maratona pela primeira vez. Parabéns brother !!! Logo chegou a Ludimyla também. Minha mãe tinha chegado do 10 km 1 min antes do meu tio Donizetti, ficaram se marcando e disputando durante a prova, hahaha.

Missão cumprida !!!! Parabéns Adriano !!!!!
Saindo de lá fui do jeito que estava pedalando até a casa dos meus pais para o almoço de comemoração. Saldo do dia: 24 km de corrida, 45 de bike e muita, muita curtição. Valeu. Muito bom. Mas que deu uma vontade monstro de correr os 42, ah deu :-).

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Velho ? Que velho ?

Ed Whitlock na meia maratona de 1h38min, aos 81 anos. Olha o estilo da passada !
Normalmente associa-se a prática de esporte competitivo a pessoas muito jovens. Isso não é necessariamente verdade nos esportes de endurance. Cada vez mais acredito que a idade cronológica pouco importa e o limitante (claro, até certo ponto) está mesmo na cabeça. Tenho muitos amigos bem mais 'antigos' do que eu que treinam forte, muito mais forte. Nadam, pedalam e correm o que muito guri não faz. Uma coisa que me causa espanto é pessoas às vezes mais novas do que eu dizendo 'quando eu era novo conseguia fazer isso', 'agora com essa idade já não consigo mais aquilo'.

Eu tenho treinado mais e melhor do que há 10 anos atrás. Tudo está melhor, fisiologicamente, em termos de saúde e em resultados. Até onde isso vai ? Não sei, mas espero que vá muito longe. Ao infinito e além, como diria meu amigo Buzz.

Ultimamente a mídia tem dado mais atenção a casos excepcionais de atletas de idade muito avançada fazendo coisas inacreditáveis. Como o indiano de 100 anos que corre maratonas. Começou a correr com 89 anos, pasmem, e aos 90 completou uma maratona em 5h40min. Há também o canadense de 81 anos que bateu o recorde de maratona com 3h15min, um feito pra lá de impressionante mesmo em jovens atletas amadores. Esta mesma pessoa agora bateu o recorde da meia com 1h38min. E não foi folgado não, foi por apenas 29 segundos, o que quer dizer que mesmo nessa faixa etária a briga é boa. A 'desculpa' do velhinho é que ele não treinou direito pois tinha sofrido um acidente doméstico ;-), portanto poderia ter melhorado ainda mais o tempo.

Uma indiana de 96 anos vai corre a meia-maratona de Nova Delhi e dá um recado ao mundo: “Eu e meu filho vamos participar da Meia Maratona de Délhi. Estou muito animada. É uma mensagem para todas as pessoas ao nosso redor: Se tiver pés, correrá. Se tiver vontade, vencerá!”. Algo também digno de menção é o ciclista francês Robert Marchand, que aos 100 anos pedalou 100 km em 4h17min, batendo o recorde mundial (acho que só tem ele mesmo).

O que estamos vendo atualmente no triathlon, ou mais ainda no ironman, reforça isto. Os esportes de endurance, de longa duração, são cheios de exemplos de seniores mandando ver e deixando a gurizada pra trás. Basta citar que os dois últimos campeões mundiais e com chances de levar o título este ano estão beirando os 40 anos.

Tudo isso é muito impressionante e mostra que temos todos um longo caminho a percorrer. Imaginar que um cara de um século de idade consegue pegar sua bike e pedalar 100 km numa boa é de inspirar qualquer um, é ou não é ?! Assim sendo, pare de ler isso aqui e vá pra rua treinar ;-) ! Boa noite !

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Corrida de Aventura SESI 2012

O caiaque foi legal, 10 km remando a coisa instável
As outras edições que participei dessa corrida promovida pelo SESI foram curtinhas. Divertidas, mas ficava muito curto, a mais longa era curta ainda assim. Dessa vez para comemorar os 10 anos dos jogos, capricharam. Corremos com um quarteto pela Dígitro, Diogo, Mário, Rodrigo e eu.

A largada foi em Jurerê Internacional, para onde fui de carona com o Rodrigo e a Rose, que faria o apoio. Chegamos lá um pouco em cima da hora, largamos as bikes e fomos escutar as últimas instruções e depois plotar os 16 PCs em 20 minutos. Foi uma correria e não consegui ler nada das instruções, apenas saímos correndo em disparada na hora que largou. Corremos pela praia até o canto do P12 e lá havia um PC virtual que gerou certa confusão para achar, pois estava plotado mais afastado da praia, mas a instrução dizia que era no canto da praia.

Anotamos o PC e seguimos pra praia do forte, lá em cima tinha que ter uma placa com três direções que seria um PC virtual. Marquei rapidamente uma placa de trânsito no meio da rua e tocamos pra achar outro virtual, que não achamos tão rápido. Depois de ir e vir, achamos a cruz que era o PC. Num descuido não vi que o próximo PC era no plano no topo do morro e despenquei pra praia, só percebendo o erro lá. Fiz todo mundo subir de volta e achamos a trilha correta, bem na entrada da cruz. Haveria outro PC virtual antes de chegar na praia da Daniela. Depois de uma corridinha muito boa na trilha, chegamos no começo da descida e nada do PC virtual.

Deveria ser algo pintado de vermelho numa pedra. Encontramos mais duas equipes e a Tractebel, com quem disputamos até o final. Uma equipe da categoria aventura acabou achando o PC e todo mundo viu, era uma pintura praticamente apagada numas lages de pedra no chão, seria difícil achar. Despencamos para a praia e chegamos no PC 5 em quarto lugar.

Seguimos correndo pelas ruas até o pontal, assinamos o PC em segundo lugar e voltamos para a AT do caiaque. Lá saímos correndo alucinados pelo lodo da maré baixa na baía norte arrastando dois ducks infláveis e começamos a remar. À frente estava a equipe líder e logo atrás a Tractebel. Remamos e quase na foz do rio Ratones vimos que os caiaques à frente atolaram. Os caras saíram puxando e como fomos na mesma direção logos batemos no fundo também. A baía ali tem meio metro na maré cheia. E aí começamos a puxar os barcos e vimos a Tractebel indo lá pela direita próximo à margem. Não tivemos dúvidas, seguimos no mesmo caminho. Os outros ficaram lá atolados, mas acho que se livraram da lama.

Seguimos num ritmo muito bom e logo chegamos neles e fomos juntos. Pouco antes tive que parar duas vezes, fiz a asneira de tirar a camiseta de baixo ao entrar no caiaque, estava fervendo correndo com a camisa de ciclismo e o colete de prova por cima, mas o colete começou a assar os ombros e pescoço até sangrar e tive que fazer o processo de tirar o colete, a mochila, o colete de prova e o salva vidas, pegar a camiseta de ciclismo na mochila e vestir tudo de novo. Coisa rápida. Continuamos a navegar serpenteando o rio Ratones, lugar bonito pra caramba. Então passamos as pontes da SC-401 com bem pouca água e chegamos finalmente na AT para a corrida em Ratones. Meu cronometro arrebentou a pulseira e estava na mochila, não sei o tempo mas não deve ter levado menos de duas horas.

Corremos de lá até o canto dos araças num bom ritmo, percorrendo toda a fantástica trilha da costa da lagoa. Anotamos um PC virtual no caminho e seguimos encontrando outras equipes da aventura, mas na liderança da expedição. Ao chegar no PC com quase 5 horas de prova o alívio foi grande e a galera atacou os lanches que a Rose tinha preparado. Por azar o Rodrigo perdeu a mochila e seguimos até ali em racionamento de água e alimentação ;-).

Neste PC haveria um deslocamento de carro até a joaquina com o relógio parado. Então ficamos lá meio na calma e quando saímos a Tractebel estava chegando. Não conseguimos anotar a diferença, mas seria de no máximo 10 min (depois vimos que foi 7). Chegamos na joaquina e subimos as dunas para o circuito de orientação.

Destruindo a corrida correndo feito doido
E ali eu destruí a prova. Um tanto quanto apressado, já que era uma corrida, fui pro primeiro ponto e de lá tirei o azimute e vimos lá embaixo um outro prisma que teríamos que marcar no cartão. Como a direção bateu, descemos todos duna abaixo. Estávamos no topo da maior. E aí o pânico, o prisma não era o segundo, mas o quinto de um total de 8. Reuni com o Aracajú e tentamos inventar uma forma de andar de trás pra frente, não deu muito certo fazer contas geométricas naquele estado, então voltamos para cima da grande duna, com a a Tractebel já no circuito. Pegamos o prisma 2 e azimutei para o 3 e lá fomos nós, eu feito doido correndo à frente e matando todo mundo no cansaço. E no 3 o prisma não batia de novo, era outro que nem estava no nosso cartão.

Buenas, tropeçamos em mais um correto e azimutamos para o próximo, mas ao chegar lá, que era embaixo de novo, vimos que estava errado também. Só aí deixei o Aracajú respirar e me ajudar, no que ele rapidamente percebeu a cagada. Eu estava sistematicamente olhando o azimute do prisma anterior e tentando ir para o próximo, deveria olhar o azimute do prisma destino e não origem. Erro estúpido, navegador tapado. Aí óbvio que o próximo prisma correto estava no topo da grande duna novamente.

Descendo uma das três vezes
Na subida o Mário gritou pela corda. Achamos que era brincadeira e seguimos, mas logo ele mostrou a realidade informando de câimbras nas pernas. Seguimos do jeito que dava e pegamos os 4 últimos prismas, a coisa mais fácil do mundo quando se faz direito. Ao sair no estacionamento, estávamos 7 minutos atrás dos líderes tendo chegado 5 min antes, ou seja, o erro custou 12 minutos. DOZE MINUTOS, uma eternidade.

Seguimos de carro e cronometro parado novamente para a UFSC para então pegar as bikes. De lá saímos praticamente junto com a Tractebel. O percurso era a ciclovia até a ponte, onde fizemos um rapel e então voltamos para a chegada no monumento do soldado. Foram cerca de 14 km de bike, mas ainda assim perdemos mais 5 min, dada a destruição que foi correr feito camelos nas dunas. Cruzamos a linha de chegada 4 min depois dos líderes, mas resultado mesmo só na terça após a apuração de todos os PC, penalidades e do circuito de orientação.

E o resultado se manteve com a Tractebel em primeiro e Dígitro em segundo. Eles ainda erraram um PC virtual na costa da lagoa e nós a placa na praia do forte, então empatamos nos erros e venceu o mais rápido. Bela corrida, muito bem disputada até o final, parabéns a todos !!! Tirando a asneira das dunas, teria sido perfeita hahaha ;-).

Um ponto que preciso comentar: como era domingo e a beiramar obviamente fica cheia, a organização botou staffs no trapiche num pedaço de uns 300 mts para nos obrigar a empurrar as bikes. De sapatilha de MTB, correr no asfalto é das piores coisas que pode existir para o tendão de aquiles. Ficou doendo dois dias. Poderiam ter colocado gente pra travar as bikes, sei lá eu, de patins que fosse, mas obrigar a andar empurrando foi roubada.

Então foi isso, relato resumido de uma corrida muito boa. Não corria aventura desde 2010, serviu pra matar a saudade e ver como eu gosto disso. Valeu galera !

A equipe na chegada, a Rose salvou o dia fazendo o apoio, cansou mais do que nós. Valeu pessoal !!!!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Corrida matinal com jararaca e longo de bike quebrado

Tem coisas que achamos que nunca mudam. Uma delas é que eu acho que nunca consigo fazer um treino de corrida que preste pela manhã. Quando é prova, há todo um ritual que ajuda, mas no dia a dia quando o tempo é escasso e a correria literalmente é grande, onde cada minuto conta, achava que não funcionava. Mas funciona, basta decidir antes de dormir ;-).

Normalmente consigo correr bem o regenerativo, mas tiros ou longo nunca prestaram. E aí na semana passada eu estava a trabalho no Rio de Janeiro e com a agenda lotada, concluí que só madrugando pra fazer o longo. Para isto, peguei as dicas com o Xampa sobre onde correr e programei o despertador para 6:30. Só que fui traído pela bateria do celular que descarregou, ficou para o outro dia.

Como os compromissos da quinta eram bem cedo, saí mais cedo ainda e às seis em ponto estava correndo pela orla da barra da tijuca sob um sol nascente e brisa agradável, ao lado de um mar azul convidativo. Que corrida sensacional ! Fui 10 km para o sul e voltei, ritmo muito bom e novamente de estômago completamente vazio (exceto por 2 gel GU no percurso). O detalhe curioso ficou para a segunda metade. A ciclovia vai uns 6 km de onde comecei para o sul, e aí a pista dupla e ciclovia acabam. Sobra uma passagem pela areia e uma ciclovia de lajotas do outro lado, na margem da lagoa. Lá tem-se vegetação dos dois lados e exceto pelo barulho dos carros e visão dos prédios ao longe, parece que você não está num lugar tão movimentado. E eis que ali na solidão absoluta do verde quase pisei numa jararaca bem nutrida. O coração disparou na hora e fiquei umas centenas de metros pensando nas consequências de tomar uma picada de cobra naquela situação. Quando voltei a bicha ainda estava lá com a cabeça erguida, tomando sol com a cara virada para o mato esperando o café da manhã.

Acabei o treino às 7:45 e segui para o longo dia que se iniciava, renovado e recarregado de energia como só uma corrida pode proporcionar.

E aí veio a sexta-feira e uma corrida imprestável, tiros no dia seguinte de longo não rola. E o sabadão iniciou cheio de sol e vento. Fui lá para o Taikô para um treino de T1 pois há tempos não nadava no mar. A roupa parece que encolheu, ou fiquei mais forte ;-).

Entrei no mar quebrado e mexido para 2,3 km de braçadas mais quebradas ainda e sem ritmo nenhum, mas a coisa saiu bem e terminei o treino em 39 min tranquilo e sem forçar. Arranquei a pele de foca e fui pedalar sozinho, o povo ou já tinha ido ou estava indo, e como eu faria 100 km pra antecipar o longo de bike, fui o mais rápido possível.

Fui até canasveiras já com vento forte, mas com pernas inteiras ia bem. Encontrei o Pedro e a Júlia na vargem pequena e tocamos num bom ritmo até o pedágio, já botei a língua de fora. Na volta contra o vento o Pedro resolveu que era dia de porrada e tocou horror, fui atrás aproveitando a roda e no retorno na vargem minha bomba caiu e eles sumiram, ainda bem ;-). Só que ainda faltavam 45 km e lá fui pra mais uma volta longa na ventania louca, pedágio - vargem grande - canasvieiras - vargem pequena e pedágio. E depois até a vargem e volta pra jurerê. Quebrei feio, bateu um sono horrível e vontade de parar. Não faltou alimentação, foi algum tipo de cansaço alienígena. Eu saí preocupado para o treino pois desde a última troca de pneu ainda não tinha comprado espátulas novas. E como o desgraçado do Murphy nunca dorme, no km 94 quase entrando para jurerê bati numa borda de buraco e o pneu dianteiro começou a esvaziar lentamente. Parei para encher, já que trocar não daria, e por sorte o furo era pequeno, de forma que com mais 3 enchidas cheguei ao carro totalmente acabado. Tomei meio litro de água de côco e depois um caldo de cana e segui pra casa. Passei o dia achando que não ia prestar para a corrida de aventura no domingo. Pra saber se prestou pra alguma coisa, aguarde cenas do próximo relato ;-).

Keep Running !

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Desafio Contra Relógio Sub 40

No ano passado o André Savazoni da revista Contra-Relógio lançou um desafio: correr os 10 km abaixo de 40 minutos. O esquema foi ganhando força e se transformou no Desafio Caixa-CR Sub40 e Sub50, com mais de 1000 corredores do Brasil inscritos para baixar seus tempos. Os atletas que completassem uma prova oficial abaixo do tempo proposto receberiam uma camiseta alusiva de brinde.

Mais uma excelente iniciativa da revista que é referência entre os corredores que gostam de brigar com o senhor tempo. Eu me inscrevi logo no início e agora na última Track & Field de Floripa bati a minha melhor marca, completando os 10 km em 36:57. Uma das primeiras providências foi mandar um tweet para o André noticiando o fato e querendo saber 'cadê a minha camiseta' ;-).

Chegou hoje:




A primeira coisa que a Daiane perguntou: "Só porque correu 10 km antes dos 40 anos ?!" :-)))

Keep Running, faster and faster !

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Alessandro Zanardi - uma história inacreditável



O italiano ex-piloto de automobilismo que quase morreu num acidente gravíssimo, perdeu as duas pernas mas não a vontade de viver e competir, voltou a pilotar e depois decidiu se dedicar ao handbike a partir de 2009.



Agora, aos 45 anos, faz história nas paralimpíadas de Londres ganhando o ouro na prova de contra-relógio de ciclismo, na categoria H4. Também já venceu a maratona de Nova Iorque.

Essa história é a prova de que a vontade é acima de tudo o que move um atleta, que história de vida sensacional ! Aqui encontrei uma entrevista do Bruno Vicari que vale muito a pena escutar. Fantástico.

A ideia e o assunto deste post vieram do meu amigo Fernando Cini, que me enviou o texto abaixo ontem. Acho que é a primeira contribuição que o Blog recebe ;-). Valeu Cini !!


"Isto mostra que um campeão não se faz só com pernas e músculos e dieta e equipamentos e... que podem até ajudar. Mas 90% de um campeão se faz com mente de campeão, e somente com esta mente que a resiliência permite a pessoa se reconstruir."

domingo, 2 de setembro de 2012

Track & Field 2012 - o recorde, o aprendizado e um TOP 10 !

Buenas, hoje corri mais uma edição dos 10 km da track & field floripa. Independente de ser uma prova rápida, foi ali que aprendi a usar os 10 km como uma medida precisa de performance, e acho também, foi a primeira prova nessa distância que corri na vida.

Estava com a ideia óbvia de baixar o tempo do ano passado, já muito bom, na casa de 38:50. Em 2010 quando baixei de 40 min quase não acreditei e isso acabou virando uma nova referência. Nos olímpicos tinha a comparação com os 10 k solo, nos treinos de tiro era essa a referência, a meia era derivada disso, etc.

Pois então, mais um ano e lá vamos nós de novo. Fiz uns treinos bons mais o melhor mesmo foram as duas provas recentes, o duathlon da pedra branca e o MountainDo da praia do Rosa. Ali aprendi duas coisas novas (não na teoria, na prática).

E aí hoje fiz uma estratégia diferente: botei o despertador para 4:50 da noite (isso ainda é noite). Saí pra cozinha sem acender nenhuma luz, comi 2 bananas e um sanduba de peito de peru, mais um copo de leite e voltei pra dormir. Primeiro aprendizado, este do duathlon: correr de estômago vazio é muito, muito melhor. Só que depois dá uma fome muito, muito maior.

Saí de casa em cima do laço e cheguei mais em cima da hora ainda. Fui fazer o ritual de pré-largada e pegar o chip e só então fui aquecer, uns 5 min intercalando trote, ritmo e tirinho, encontrar rapidamente a galera toda e o chefe. Segundo aprendizado, este do mountaindo: largar aquecido e com estímulos adequados faz muita diferença.

Saí num ritmo forte junto do Sérgio e tocamos na mesma passada até que o amigo sumiu com dores na batata e fiquei sozinho e preocupado. Mas me concentrei em buscar alguém pra quebrar o vento, que não era forte nem nulo. No km 5 alcancei o Fernando Cini e seguimos juntos, para meu espanto. Revezamos um pouco o vento na ida e na última volta viemos lado a lado comendo a pista pelo menor raio, o povo todo corria por fora... não viram os 100 m nas olimpíadas não ;-) ?

Bom, o tempo todo eu estava no limite do suportável, sem olhar o relógio exceto por poucas vezes (no display só tinha o pace instantâneo e o médio). No último retorno, últimos 2,5 km, soquei a bota pra valer. Só que aprendi uma terceira coisa: se estiver realmente forte, não tente tomar água a 1 km da chegada. Foi ali que o Cini abriu um tanto que não consegui mais tirar e mantivemos assim até o final.

A única vez que vi o tempo de prova foi ao chegar perto do pórtico. Quando vi aquele relógio marcando 36:50 acelerei involuntária e alucinadamente para passar antes de virar o minuto ;-). Passei pela linha e só fui parar totalmente sem fôlego uns 10 m depois...

É incrível como às vezes não acreditamos em nós mesmos. E uma simples prova de 10 km serve pra mostrar isso. Eu realmente não achava que tinha condições de correr desse jeito, mas não dar muita bola pra isso e ir lá fazer o melhor acreditando que o que existir vai aparecer, mostra que temos muito, mas muito mais capacidade latente do que imaginamos. Achei que baixar de 38 min já seria o limite. E o legal é pensar que dá pra continuar evoluindo, existem infinitos segundos, inúmeros detalhes para serem melhorados, sempre.

Muito legal também o apoio da galera que estava lá, não só na torcida mas correndo também. Ouvi me chamarem várias vezes nos retornos, desculpem não ter devolvido o grito ou o aceno, é que a economia de energia estava grande e a atividade cerebral reduzida ao mínimo necessário.

Outra coisa muito interessante é que pra esta prova não teve nenhum polimento especial, exceto 80 km de bike bem feitos no sábado cedo e uma festa de criança da minha sobrinha no sábado a tarde, onde até uma lata de boehmia eu tomei ;-). Além disso, só existiu um off em agosto, no dia 10. Mas os treinos consistentes e a estratégia de largar bem aquecido e com o bucho vazio foram de grande valia !

Resultado: 8º geral e 2º na categoria. Foi bom, muito bom:

1214
RAFAEL PINA
10kM353900:36:5903:4200:36:5810310

Errata 2, o resultado agora lista 10 geral e 3 cat ;-).