domingo, 28 de novembro de 2010

Corrida do BIG 2010


Uma semana depois da maratona de Curitiba e outra corrida, dessa vez 10 km na prova do BIG organizada pela Corpore e SportsDo. Corri um dia na semana e senti os pés e calcanhares ainda. Nadei um dia e só. Sábado fui pro treino de transição, 2000 de natação zen sem relógio e 45 de bike de queimar a garganta. Fiquei o sábado todo na função e fui dormir tarde.

Acordei com a Daiane e o Arthur, arrumamos tudo e fomos lá para o Iguatemi para a primeira corrida do BIG, percurso e local idênticos ao da track & field de setembro. Uma turma legal da Dígitro participou, da AndarIlha só eu e o Hélio (a Taty dessa vez era da organização) e da Ironmind só vi o Lucas e algumas meninas da corrida. Larguei sem conseguir tomar o gel por falta de água e saí forte demais, fiquei desesperado com o peso nas pernas logo de início. Reduzi e consegui entrar num ritmo uns 5 minutos depois e então foi só manter. Um pouco de vento na ida, a favor na volta e então repete, duas voltas. O sol saiu ao final, depois do km 7 e eu senti muita falta dos óculos escuros, não consigo correr direito sem. Cheguei tentando umas ultrapassagens em 40:38, semi-tranquilo, só com dor no calcanhar direito, tenho que gelar o dito cujo de novo.

Depois da prova oficial tinha a corrida infantil. Eu inscrevi o Arthur na categoria até 4 anos. O guri ficou empolgado até a hora de sair de casa hoje cedo, quando começou a reclamar do número na camiseta - arrancou tudo, embolou e queria jogar no lixo ! Na hora de organizar a largada (mais 5 pirralhos), um trabalho, pois ele queria ir de bicicleta. Foi uma confusão alinhar todos e finalmente largou. Eram 50 metros e ele parou uns 15 metros depois de largar. A Daiane tentou correr com ele, mas quando ele finalmente se jogou no chão eu peguei-o no colo e cruzamos a linha de chegada com ele já rindo e querendo saber cadê a medalha ;-). Primeira corrida oficial do pimpolho !!!!!

Fiscal tentando converncer o Arthur a não usar a bike ;-)

O Hélio correu e sumiu. O Jacó deu uma de joão sem braço e só levou a Samantha, filha dele, para participar da corrida de 200 mts. Chegou muito bem a pequena corredora !

Resultado da prova aqui. Já estava online 5 min após a premiação, organização excelente. O pódio ficou perto, 4º na categoria. 25º geral.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Maratona de Curitiba 2010



Viajamos daqui no sábado o Maurício, Taty e Rafael, Loreno e eu. Paramos no Sinuelo e chegamos no local do kit às 16:30. Kit devidamente obtido (bem fraquinho) e passeio na feirinha. De lá nos espalhamos e eu fui achar o Clodoaldo e o Ronaldo lá na loja nova da Decathlon. Saímos para pernar e então fomos pra casa do Clodoaldo jantar. Depois do excelente abastecimento ficamos conversando sobre tudo e assistindo vídeos de escalada até a meia-noite. Fui dormir quase a uma da madruga depois de organizar as coisas (tralha danada só pra correr) e pensar na estratégia para a prova. A dúvida era o calor que prometia e a ondulação do terreno.

Acordei às 5:10 e depois do café da manhã saímos eu e o Clodoaldo pra catar o André, que acompanharia de bike. Seguimos para a largada, ajeitamos tudo no carro e fomos aquecer. Não aqueci quase nada e tive que correr para uma parada técnica de segundo nível. Voltei 5 min antes da largada e fui lá pro fundão do bolo, foi a prova mais cheia de gente que já participei. Encontrei o Arthur e o Chiquinho prontos para a ação, junto com o Danton da Ironmind. Trocamos boa sorte e largou sob muita música, gritaria e aplausos do público, clima eletrizante. Andei até o tapete e comecei a tentar correr, o que foi muito difícil pois não havia espaço não preenchido por alguém. Saí desviando pelos lados e depois de uns 3 min comecei a correr forte em descida, fechando o primeiro km quase a 5min/km.

Encontrei o Clodoaldo e o Ronaldo, depois achei o Raphael Bonatto e trocamos um aperto de mão. Depois disso comecei a encaixar o ritmo e entrei em velocidade de cruzeiro. O percurso era ondulado mas plenamente corrível. Fizemos uma volta pro norte e aos 6 km passamos perto da chegada novamente. Lá pelo km 13 encontrei o Maurício e segui numa descida suave e rápida. Se não tivesse monitorado a FC eu teria feito asneira nesta prova. Na mesma FC hora era 5min/km ora era 4min/km. O desnível é muito sutil (falso plano) e era importante dosar muito bem o esforço. Nada melhor do que manter o olho no conta-giros.

Perto do km 15 começamos a passar umas mulheres (que largaram meia hora antes) e pouco depois ouvi uma comentar que já tinham se passado 18 km ! Não acreditei. Eu estava só monitorando pace, pace médio e FC. Não via tempo nem distância. Rapidinho foi a meia e vi 1h35min. Achei o Antônio Raulino e a Taty quase no mesmo ponto e fui adiante. Lá pelo km 24 estava me sentindo tão bem que cheguei a ficar preocupado. A altimetria era totalmente variada, não tinha nada realmente plano, mas era muito sutil e até alí não incomodava muito.

Segui tomando gel periodicamente, pegando sempre água e esponja com água gelada, pois apesar de nublado estava abafado. Mas sem sol já ajudava muito. Haviam dois postos de isotônico, só que vinha uma garrafa de meio litro. Peguei nos dois, dei uns goles, tampei e joguei fora - despercídio, poderia vir num copinho, sei lá.

Conheço Curitiba apenas muito superficialmente, então correr lá foi muito legal. A prova dá uma volta enorme na cidade toda sem repetir trecho, de forma que o tour é completo. Eu nunca sabia onde estava e isso era divertido. Teve uma descida enorme de mais de 2 km, acho que na avenida marechal floriano. Ao final dela tinha uma subida empinada bem parecida com a Ivo Silveira aqui de Floripa, só que mais curta. Foi a pior, subi sem olhar pra cima de uma vez só pra ver se acabava mais rápido.

Altimetria da maratona.

No km 30 o pace médio tinha melhorado 2 seg em relação a meia. Comecei a delirar que faria um split negativo, que bateria 3h10. Fiquei alucinado e esqueci de tomar um gel e quando vi já tinha passado o posto dágua. Segui até o próximo, peguei dois copos, tomei o gel e lembrei de tomar bcaa. Engoli os dois comprimidos e só tinha sobrado meio copinho. A água não foi suficiente pra descer e aquilo ficou entalado na garganta. Tive que pedir água para uma assessoria que tinha uma tenda no percurso. Alí pelo km 33 o sol saiu forte e eu estava com sede, catei mais 2 copos dágua no posto seguinte e comecei a me arrastar. Do céu ao inferno em 3 km.

O ritmo caiu demais. Tinha acabado de tomar gel, estava bem hidratado mas começou a ficar lento. As solas dos pés começaram a doer forte. Fui meio torto até o 36 e aí reuni os restos que sobraram, empurrei mais um gel, respirei fundo e comecei a apertar o ritmo agora ignorando a FC e a dor, o que tinha era pra gastar até o final. No km 39 uma subida malvada apareceu mas depois desceu forte debaixo de um viaduto e consegui retomar o ritmo. O Raulino chegou novamente. Eu tinha levado 20 km pra alcançá-lo, passei e ele chegou de novo no km 40. Parciais diferentes para resultado igual. Seguimos no mesmo pace até a reta final, que era uma subidinha safada até a chegada. Já dava pra ouvir a música. Mais um pouco e o pórtico já era visível. Sprintamos como as condições permitiam e fechamos a prova em grande estilo cravando 3:16:15.


Pela primeira vez consegui fazer uma maratona totalmente focada. Não andei um passo sequer, sem parada nenhuma. Só execução. Ritmo. Monitoração pró-ativa de todos os sistemas, uso adequado dos recursos e objetivo fixo. Muito instrutivo. Aprendi um monte de coisas sobre as partes que me compõe, mas principalmente sobre foco e força de vontade. Pois é só isso que move um amador a fazer uma maratona. Vontade. De qualquer coisa, mas é vontade, não é treino, nem preparo nem condicionamento. Isso é pré-requisito. Clima sensacional na prova, público sempre presente e participativo, bandas de música, abastecimento perfeito, percurso desafiador. Amigos por todos os lados. Perfeito.

Ao final ficamos lá curtindo a chegada, a premiação, jogando conversa fora, conhecendo a senhora de 70 anos brava pois não ficou em primeiro na categoria 65-99 anos. Depois fomos almoçar e finalmente pegamos a estrada pra casa, 4 horas de viagem de conversa divertida, com foco no tempo de 3:00:40 do Loreno, que não conseguiu fechar 2:59 e faturar uma aposta (suposto erro da organização que não contabilizou tempo líquido - vamos ver no resultado oficial ;-). Obrigado aos amigos que tornaram esta corrida especial. Maurício, Clodoaldo, Taty, Ronaldo, Loreno. Parabéns a todos, valeu muito !!!

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Resultados oficiais em http://www.cronoserv.com.br/resultados_info.asp?calendario_chv=633
03:16:51
Cat: 51/265
Geral: 264/1637

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Maratona. Com M maiúsculo.


Não é uma prova qualquer não. Uma Maratona inspira medo, e isso é bom. Pois esse medo pode ser bem canalizado e virar energia. Cada prova é uma prova, tem daquelas que vamos só pra participar, brincar, completar, curtir e aquelas que enfiamos umas metas malucas na cabeça e vamos com vontade de comer asfalto. Nesta estou faminto.

Talvez por ter feito só provas curtas no segundo semestre, ou então pra ver qual é o desempenho numa maratona solo depois de 36 meses desde a última oficial (essa aí da foto), estou com uma vontade enorme de largar domingo. Se o treino não foi aquilo tudo, a confiança é que a base está boa e com vontade e experiência vai dar tudo certo.

A largada será às sete da manhã e a temperatura não promete nenhum forno de assar pizza, talvez até chova. Também consta que foi retirada uma longa subida do percurso. Vamos ver o que pode acontecer. Já defini uma estratégia com o Roberto e meti o plano A na cabeça. Os outros planos, de B até Z, serão feitos na prova. Que venha Curitiba, a Maratona tida como a mais difícil do Brasil. Depois eu conto se é mesmo, hehehehe.

E pra provar que tudo é realmente muito relativo e que uma Maratona pode sim ser uma coisinha qualquer, o Raphael Bonatto estará em Curitiba fazendo a sua 27ª maratona em 27 dias e fechando este desafio monstro e inédito no Brasil. Amanhã enquanto os outros milhares de normais descansam, ele estará correndo 42,2 km no Ibirapuera em SP antes da prova de domingo, como tem feito há 26 dias pelas capitais do Brasil.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Longão de corrida e impostos irritantes


Para a corrida longa de hoje fui pra beira-mar munido de garrafas, géis e banana, hoje seria auto-apoio de mim mesmo. O treino doeu. Muito e na sola do pé, não entendi porquê. Foi uma dureza mental absurda fechar os 30 km hoje a noite, naquela ventania sul toda, numa semana cansativa. Deserto total na beiramar ao final, já passando das 22 horas. A tentação de parar no km 20, quando passei no carro de novo, foi enorme.

Saí pra o sul, voltei e tomei um gel pois o lanche estava longe no tempo, aí estiquei 14 km ida e volta até o córrego. Muito vento sul na cara em alguns trechos. Voltei morto de sede e comi outro gel, para então voltar até o CIC só movido pelo compromisso com a meta. Muito cruel manter ritmo próximo a 5min/km depois do 26. Curitiba vai doer. Ou não, talvez já tenha doído tudo nos treinos e vá ser um recorde ;-) !! Treino aqui, coisa ridícula a variação de ritmo, mas é culpa do vento, hehehe.

Então, estive num fim de semana prolongado passeando na capital argentina. Como sempre, na volta eu me revolto com o sistema tributário do Brasil. Chile, Argentina, Uruguay, pra ficar só nos emergentes (?) como nós que tem um sistema super simples, onde é possível retirar o imposto pago ao sair do país (já que você não vai usufruir da aplicação daqueles pilas por lá). Imagina fazer isso aqui no Brasil ! Impossível. O que nos leva a questão da tributação dos equipamentos esportivos... Porque raios um tênis que é feito na tailândia tem que custar aqui o triplo do que custa nos EUA ? Uma bike idem. Não dá pra entender... Ou dá: é uma conspiração pra que ninguém faça esportes, todo mundo seja sedentário, só pode ser. E agora ainda vem a reencarnação do imposto mais estúpido de todos, a CPMF.

Falando em Buenos Aires, tá explicado porque a segunda nacionalidade mais populosa no iron Brasil é argentina. A cidade é 100 % plana, asfalto perfeito e longas ciclovias, parques enormes por todo lado, muita gente treinando. Quase deu vontade de treinar por lá ;-)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Altos e baixos, mesmo no plano


Fiz uma coisa horrível no sábado. Meio sem tempo, inventei de ir correr quando sobrou uma brecha, mas isso só aconteceu às 14:30. 13:30 pelo horário do sol, que não tá nem aí pro nosso relógio aqui. Olhei a planilha e fiz o treino de sexta, já que quinta tinha sido o de quarta. Era um intervalado de corrida, mas com requintes de crueldade, série principal de 5 x 1600, progressivo onde era pra fechar o último rápido o suficiente pra dar nó nas pernas.

A manhã tinha sido de chuva, depois nublado e vento, donde saí sem muita preocupação em torrar, pois não estava tão calor assim. Desci até a beira-mar de são josé e nos 3 km de aquecimento o sol veio e vento se foi. O primeiro tiro foi de lascar. O segundo foi de matar. O terceiro interrompi no meio pra entrar num supermercado, quase tomei banho na pia do banheiro e engoli 500 ml dágua. Fiz o terceiro, aí o quarto torto e o último do jeito que conseguia, ainda assim foi o segundo melhor, não que isso seja algo incrível, pois todos foram mais lerdos do que o mais lento que era pra ser. Nenhum deles saiu direito naquele sol de rachar, isso que mal entrou novembro. A estupidez-mor foi errar na distância, e ao invés de fechar com 1 km faltando para soltar as pernas, fechei a 3,2 km de casa, para onde segui me arrastando depois de 14,2 km. Definitivamente treino de tiros não é pra ser feito no sol sem apoio. Não façam isso !!

Domingo foi um pedal muito show, bastante forçado, de 76 km. No final descobri a nova beira-mar do estreito não inaugurada, lugar perfeito pra treinos de tiro de bike (até a inauguração, claro !).

Hoje fui girar corrida e o treino fluiu magicamente. Não sei se pelo espetáculo do sol ou pela vontade de fazer uma corrida que preste, mas foi show. Muito bom mesmo correr no fim de tarde ao lado do mar e de frente pras montanhas de tantas histórias. Pena que não tenho câmera acoplada ao boné ou aos óculos de sol, mas o entardecer foi parecido com esse aí embaixo. Que bom que tem altos depois dos baixos !

Foto da Laís !