domingo, 27 de abril de 2008

Treino na costa da lagoa

De supetão arrumamos um treininho coletivo na costa da lagoa neste domingo cedo. Passei no Anastácio, pegamos o Hélio e William e fomos pro canto dos Araças. Começa de leve, vamos indo. Trilha seca, dia azul, lagoa espelhada, perfeito.

Na sombra quando tudo ia bem o Anastácio meio que torceu o pé recém fraturado. Mancou muito, sentiu dor e fomos caminhando até uma parada de barco. Ele voltou motorizado e avançamos uns 15 minutos até os restaurantes e voltamos.

Quase terminando encontramos uma excursão de crianças pequenas correndo na trilha, muito legal. Aí chegamos ao canto dos araças de novo, em 1h27min de agradável corrida matinal. Secamos 2 lts de coca-cola e casa. Ainda voltei pra almoçar com a família toda na lagoa :-)

A dor no tendão de aquiles direito voltou, a desgraçada. Agora tenho que ficar um pouco quieto (só bike) pra começar o treino final pro Desafrio !

Calcanhar de Aquiles

Realmente o tendão é o calcanhar de aquiles de muito corredor.
Acho que inaugurei uma pequena lesão no direito.
Doeu na volta a ilha, na maratona e hoje no treino na lagoa.

Usualmente causado por falta de força e flexibilidade na panturrilha, a lesão também é agravada com corridas em subida e velocidades muito alta. Tudo que teve no moutaindo e volta a ilha. Os sintomas são aparente 'travamento' ao acordar ou levantar após muito tempo sentado, falta de flexibilidade e dor aguda ao toque. Na corrida dói também.

Agora vou começar a por gelo, alongar todo dia e ver o que acontece em 2 semanas. Aí então é hora de começar o treino pro desafrio.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Maratona de Santa Catarina 2008


Usando as últimas provas como treinamento, me empolguei pra outra maratona. O trabalho se resumiu a brigar com a fesporte para me inscrever e comer massa no sábado - almocei pizza e jantei macarrão até entupir. Treino que é bom houve um específico de 24 km. Mesmo assim tracei uma meta audaciosa, 3h45min. Sismei com esse tempo, e até fiz uma planilhazinha plastificada pra levar na corrida.

Sonhei umas coisas malucas e acordei as 2:30 com a maior chuva. Achei estranho e fui ver na janela: aguaceiro brabo. "Bom, tá caindo tudo, até amanhecer acaba". As 5:30 acordei de novo pra um pit-stop de fralda e chovia fininho. "Oba, tá acabando". Aí acordei de vez as 6:30 com barulho de chuva na janela de novo. Muita.

"Bom, deve parar logo, vou lá pra largada." Tomei café direito, fui pra beira-mar. Arrumei vaga lá no shopping e achei o Clodoaldo aquecendo embaixo do Bradesco. Ficamos alí vendo os doidos aquecerem na chuva. Vimos os cadeirantes largarem; aquilo sim é força de vontade. Aí fomos lá pra largada, todo mundo já no 'curral' e ensopados. O irmão do Clodoaldo, o Ronaldo, estava elétrico na sua primeira maratona. Encontrei a Taty pronta pra largar com a garganta doendo, a Fabi estava a caminho.

Sem muito aviso a massa humana começou a se movimentar as 7:30, largou ! Não aqueci nem alonguei quase nada, estava com frio mesmo com duas camisetas. Encontrei a Fabi de guarda-chuva na lateral e saí forte com o Clodoaldo, o polar ficou doido a 220, e logo fomos acelerando. O polar dele tem 'pedômetro' e marca o pace: 4:40/km até o Km 2, muito forte. Uma amarrada de cadarço e aproveitei pra deixá-lo fugir, senão eu ia quebrar antes da rústica.

A pista era só água, tinha um povo que tentava evitar as poças, e todos iam juntos em efeito manada muito engraçado de ver. Fui reto por todas as águas e economizei uns metros, mas enchi os pés com vários ml de água. A rústica voltou no CIC e nós seguimos, passamos o santa mônica e viramos no trevo do córrego. O tapete do chip ainda não estava no lugar.

Voltei a me focar no ritmo planejado, 5:20 e FC até 160, fui indo tranquilo, passei a largada/chegada, deixei a chave do carro com a Fabi. Por alguma razão estúpida saí só com um power gel, quando fui tentar tomar um no km 10 é que vi que era a chave do carro. Reservei o único mais pra frente. Debaixo da ponte havia um posto de gatorade. Vi de longe e fiquei apreensivo, mas arrisquei meio copo, tranquilo. Achava que teria posto com gel.

Quando um cara pediu 'ei, joga uma corda' quando eu passei é que fui ver o ritmo, tava de novo abaixo de 5, a uns 4:50. Era um camarada das corridas de aventura. Subi pro túnel mais devagar; vários reclamavam que o acesso ao túnel era um morro, mas acelerei de novo na descida, e lá fui pro km 18. Ida pro sul com um pouco de vento na cara e chuva mais forte, mas ainda não estava frio com duas camisetas. Tomei o gel, já meio combalido. Não tinha posto, tinham distribuído uns no kit. Me ferrei. Fizemos a volta lá no fim da via expressa sul e continuei tentando não subir a FC.

Parei de novo pra aliviar a bexiga e logo estava no túnel voltando, agora com vento no nariz de novo. Não é só a beira-mar norte que tem vento surround. Corri vários km ao lado de um cara que ia com uma garrafa cheia de gatorade na mão, mas sempre bebia no posto. Lá no elevado dias velho perguntei o que era, e ele disse que era por garantia. Tinha corrido a maratona do chile há 15 dias e ficou desidratado, aí agora corria com um buffer por prevenção. Abaixo da Hercílio Luz na volta batí os 30 Km em 2h35min, 5 a menos que o planejado, ainda forte.

Continuei rumo aos 32, ponto da chegada e do gel que a Fabi iria me passar. Ela me acompanhou com água e gel, comi um e saí com mais um no bolso para os 10 Km finais. Tinha vindo nos últimos 10 Km a 5:30/km. A tentação de forçar quando se está bem é grande, mas o ocorrido na primeira maratona ainda não me deixa fazer essa besteira de novo. A dificuldade é saber dosar. No início tinha que tomar cuidado pra não fazer abaixo de 5, a partir dos 32 foi difícil manter abaixo de 5:40. Qual será o limiar, ou seja, será que poderia ter forçado um pouco mais mais cedo e ainda ter esse pique agora ? Sei lá... Só sei que a vontade de terminar passando a chegada é grande.

Os 34 vieram e eu já pensava no gel de novo, estava ficando dolorido. Vi os corredores que fariam ao redor de 3 horas voltando e me forcei a manter o passo. Estava bem, a FC estava boa, respiração tranquila, mas as pernas estavam duras, pesadas. Acho que faltou longo pra essa maratona, e um pouco de musculação também, pois os joelhos rangiam. O tendão de aquiles direito ainda doia da volta a ilha, mas era suportável.

A volta final no santa monica, quando finalmente corremos pra chegada era aos 37 Km. Empurrei outro gel para dar um sprint. Fiz umas contas e constatei que teria que manter 5/Km para fechar em 3:45. Forcei o passo até não poder mais, mas não rendia. Tive dor de barriga na altura da polícia federal, km 39. Passei no Km 40 já com a meta estourada, re-posicionei o alvo em 3h50. Para isso teria exatos 12 minutos para 2,2 Km, pouco abaixo de 5:30. Nunca manter esse ritmo foi tão difícil. Pensei na vontade dos que ainda iniciavam os 10 Km finais ainda indo aquela hora, mas lembrei rapidinho que eu também ia quando os primeiros já estavam sentados descansando, e o que vale é terminar.

Entrei no funil e escutei um 'Vai, AndarIlha !!'. Não sei quem era, pois a Fabi estava mais a frente, já na chegada. Tropecei na linha e o meu polar marcava 3h49min25seg.

Deliciosa sensação acabar uma maratona. Difícil pra caramba também, mas muito bom. Choveu o tempo todo, ora ficava forte, ora chovia muito, sempre com poças da largura da pista. Eu, hein ?!

O Clodoaldo fechou em incríveis 3h27min, e o Ronaldo estreou com 4h09min. Achei a Fabi e fomos pro carro, o dela estava ao lado. Eu estava morrendo de frio, só com uma camiseta, troquei por uma seca e me mandei rapidinho pra casa.

Cheguei e fui direto pro banho quente, quase chegou a queimar. Muito 'Nhoque' e suco e a tarde já consegui até ficar em pé. A camiseta da prova infelizmente não sobreviveu.

Parabéns Taty pela rústica. Obrigado Fabi pelo apoio.

Tempo oficial: 3h50min16seg
Posição categoria: 48/66
Posição geral: 325/558.
A chuva deve ter reduzido bem o número de participantes, só da AndarIlha furaram dois :-)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ultra de 100 milhas nas montanhas rochosas


Já escrevi aqui sobre a febre de provas absurdamente longas que acontecem no EUA. Este post me chamou atenção por reforçar o que eu coloquei no post de ontem, sobre buscar motivação fazendo coisas que não se tem certeza conseguir.

Vejam este cara. Duas vezes campeão mundial no ironman do Hawaii, agora vai competir pela primeira vez numa prova de corrida mais longa que a maratona. Trata-se simplesmente da mais dura corrida dos EUA, 100 milhas, uns 160 Km através das montanhas rochosas, com um desnível acumulado de mais de 5000 metros, sempre acima dos 3 mil metros de altitude. O objetivo é simples:

“Competing in triathlons is still my passion and winning another Hawaii Ironman is a top goal of mine, but I’ve conquered it twice before and am excited to try something that I’m not 100 percent sure I can even finish.

Prova de que sempre pode-se complicar o que já é complicado. Distância astronômica, altitude enorme, limite de 30 horas. Isso tudo faz com que existam apenas 500 inscritos e menos da metade consiga completar a corrida.

Mais detalhes da corridinha:

50 miles out and back in the midst of the Colorado Rockies. Lowest point is 9,200 ft. and the highest point is Hope Pass, 12,600 ft. The majority is on forest trails with some mountain roads. Pacers allowed after the 50 mile point. 11 well-supplied aid stations with cut-offs; 5 are medical checks.

http://www.leadvilletrail100.com/merchant.ihtml?id=1427&step=2

terça-feira, 15 de abril de 2008

Motivação para correr


Qual a sua motivação para correr ? A minha é o novo. Desconhecido. A reação que vou ter, o resultado, o desempenho, ou somente se consigo terminar. Uma coisa que me motiva muito é não saber como vou me sair em algo que ainda não fiz. Mas se já fiz, quero ver como é que é fazer diferente, mais rápido, melhor ou menos pior.

Por exemplo, achava um absurdo o desafrio. A preparação para a primeira vez é sempre mais criteriosa. Como seria continuar correndo depois da distância da maratona ? E subir aquilo tudo ? Dava pra ser tudo correndo ? Aí depois da primeira, a segunda era pra tentar mais rápido, descer melhor. Ver como seria forçar não só para terminar, mas para melhorar. Melhorar o que deu certo ou consertar o que foi ruim, que saiu torto.

O mistério é que emploga. Mas não só. A primeira maratona teve 4 meses de preparação, dieta especial, nada de cerveja. Aprendi como não deveria funcionar, e as outras todas tiveram objetivos diferentes.

A Volta a Ilha idem. Trechos novos, com muito sol, com chuva, muito rápido, dobrando, etc. O praias e trilhas foi um caso a parte. Sinceramente achava que não conseguiria terminar, que no segundo dia largar seria impossível.

Sempre dá pra fazer diferente, elaborar mais, tornar pior aquilo que já é difícil só pelo prazer de tentar sem saber a resposta. Afinal, como diz o comercial que não lembro qual é, "Quando foi a última vez que você fez alguma coisa pela primeira vez ?"

domingo, 13 de abril de 2008

Volta a Ilha 2008

Madrugar, passar bastante calor, sede, um pouco de dor nas pernas. Nada disso faz sombra à satisfação que é correr com a turma a Volta à Ilha.

Novamente o Adriano foi nos levar na largada. Reunimos a equipe a 10 minutos do início, repassamos toda a estratégia e logísitca. Veteranos que somos, já não nos encontramos nem para acertar detalhes, tudo é definido por telepatia e por email, pra desespero da Fabi e do Hélio.

Faltando 3 minutos resolvi entrar no cercado dos largadores lá no trapiche da beira-mar. Tentei mas fui barrado, me pediram a pulseira. Que pulseira ? Claro, o bastão ! Hélio, cadê ? O cara saiu desesperado, o carro estava perto, que sorte. Voltou a mil, mais um minuto e larguei.

Mal comecei e já estava a 170 bpm, passei alguns corredores e vi uma moto. Primeiro ! Coelho estúpido, assim vai quebrar. Mas são só 7 Km, não vou poupar nada, e soca a bota ! Lá no beira-mar fui passado, depois em frente à polícia federal mais 4 me passaram, passei um de volta, segui o mais forte que dava, já não tanto quanto a largada, mas sempre na região dos 180 bpm. Como em toda corrida matinal (ou de madrugada), encontramos uns fins-de-carreira tropeçando nas pernas. Um desses me mandou correr mais, pois eu não estava alcançando a moto da organização, que já ia longe. Na entrada do joão paulo passei mais um cara e segui até a transição, 30min30seg para 7,1 Km.

A Taty saiu feito um raio e nós seguimos para o casa design, posto 2 da volta. O Dariva seguiu e fomos para o cesusc. Lá esperamos o Anastácio que viria de santo-antônio. Ficamos empolgados, todos tinham feito ritmo abaixo de 5min/km nos trechos até ali. O Tiago largou para jurerê e nós fomos em seguida, paramos para água e seguimos para o posto 6.

Esta volta estava diferente, pois ficamos em 9 corredores. O Queiróz só apareceria a tarde devido a compromissos profissionais, e eu fugiria as 14 horas em função de aniversários múltiplos. Só conseguimos ajeitar tudo por estar na participação.

Fui até o posto no forte de jurerê. Mesmo depois de 6 anos, foi a primeira vez que estive naquela transição. Muito show, quero fazer esse trecho ano que vem. Esperamos pelo Hélio e quando o próprio chegou a Fabi se mandou. Filosofei com o Hélio sobre o praias e trilhas. Eu não lembrava daquele trecho, mas ele me esclareceu que nós passamos pelo costão, abaixo da trilha. - Ah tá, tinha esquecido. Depois lá na brava caiu-me a ficha. Bons de geografia nós dois, a prova acabava em ponta das canas...

Fomos direto para o posto do jurerê velho aguardar o William, que chegou logo. Ali já começamos a ver equipes perdidas, como sempre, corredor chegando sem ter ninguém lá, uma lástima.

Segui forte pela praia, areia firme. Entrei na estrada da cachoeira com muito trânsito. Nunca fiz um trecho com tanto carro na volta a ilha, e isso que não era mais temporada. Os primeiros 5 Km foram-se a exatos 4min30seg/Km. Pernas pesadas, calor e um pouco de cansaço acumulado, pois o trecho era plano até o início do morro da brava. Andei o finalzinho da subida pra não explodir, aí desabei morro abaixo e entrei na praia pra entregar pra Taty voltar do beco sem saída. Fechei os 8,7 Km em 40min05seg. O Dariva ouviu um cara dizendo ter feito em 31 minutos !!

Fomos para os ingleses direto, pulando a serte, pois lá só um carro poderia ficar. E olha que os fiscais encarnaram guardas de trânsito, ameaçavam nos multar ao menor sinal de transgressão do regulamento.

Dos ingleses foi-se o Anastácio logo após o Dariva chegar. Mudaram um pouco este trecho, jogando o final na praia, pra satisfação do Dariva. Saímos para o santinho, mas o Hélio nos interceptou por telefone e mandou ir direto pro moçambique, o trânsito estava enrolado. Escaldado do mountaindo, fomos.

No moçambique me preparei para o último trecho. Vi um corredor chegar e não achar a equipe. Xingou, chutou uma árvore e finalmente seguiu, depois de vir desde o santinho.

A areia parecia firme. Larguei empolgado mas logo percebi que as passadas estavam curtas. Estava tudo travado, panturrilha, coxa. Uma dor estranha no tendão de aquiles direito me atrapalhou um pouco. A areia estava estranha, não era fofa, mas na parte plana era uma 'papa', acima era fofa e perto da água muito inclinada.

Segui rápido quando entrou na florestinha e logo cheguei no camping, 23min36seg para os 5 Km. Lá a Fabi seguiu pra joaquina. Seguimos de carro, dei água pra ela antes do morro e fomos direto pra praia. Lá tirei os tênis a primeira vez e vi uma meia vermelha, que antes era branca. Uma unha furou o dedo vizinho, eu achava que era bolha.

Da joaquina fui com o Anastácio pra lagoa e de lá fugi de carona com meu pai. Tive que abandonar a prova, mas pelo menos tinha certeza que o Queiróz já estava com a turma. Assim, fomos em 9, mas sempre em 8 :-)

Liguei mais algumas vezes, participei por viva-voz da chegada. Fechamos em 12h59min, melhor que o ano passado. Mais uma Volta a Ilha virou história. Valeu, turma !!

Formação: Rafael, Taty, Dariva, Anastácio, Tiago, Hélio, Fabi, William, Queiróz.
Tempos:

Tempo Distância Ritmo
Largada 0:30:29 7,1 0:04:18
Cachoeira 0:40:05 8,7 0:04:36
Moçambique 0:23:36 5 0:04:43

OBS.: Como não vi tudo, conto com a colaboração dos demais para terminar este relato, pelo menos nos comentários !!!!